A elevada projeção de faturamento, sem sentido, e a realidade econômica da Arena

Receita real sobre a receita projetada da Arena Pernambuco. Crédito: divulgação

Com cerca de três mil páginas, o relatório sobre o faturamento e a projeção de receita da Arena Pernambuco apresenta números alarmantes sobre a operação do estádio em São Lourenço da Mata. O quadro, com dados até outubro de 2014, mostra um percentual ínfimo sobre a previsão, superestimada. O documento foi solicitado pelo deputado estadual Edilson Silva (Psol) ao governo do estado e apresentado no plenário da Assembleia Legislativa (Alepe).

Vale lembrar que antes da licitação foi feito um estudo de viabilidade com oito opções de mercado, da versão mínima, sem time algum, à máixma, com os três grandes clubes – hoje, apenas o Náutico faz parte efetivamente. Do pior ao melhor cenário, a previsão de faturamento anual iria de R$ 5,7 mi a R$ 86,2 milhões. Com jogos esporádicos de Sport e Santa, o cenário 5 sofreu um ajuste. Insuficiente para alcançar sequer 1/3 da previsão geral, de R$ 9 milhões/mês.

Quadro de viabilidade da Arena Pernambuco. Crédito: divulgação

Um dos problemas para a receita ser tão baixa em relação à previsão é a própria “previsão”, bastante elevada. De forma regular, cada temporada teria 56 jogos, com público médio de 23.360 pessoas (50,54% de taxa de ocupação). Apenas cinco jogos teriam públicos reduzidos. E o tal dado inferior seria de 9.684 torcedores – lembremos que algumas partidas, no futebol real, tiveram menos de mil espectadores. Ainda segundo o quadro, 46 jogos (82% do calendário) teriam uma assistência de 22.747 torcedores. No ponto alto, com cinco partidas, 42 mil! Até hoje, o maior público em jogos de clubes foi de 37 mil.

Projeção de público da Arena Pernambuco

O documento repassado à equipe do parlamentar respondeu 13 dos 17 tópicos questionados. O próximo passo deve ser questionar a parceria público-privada entre governo e Odebrecht no Ministério Público e na Justiça. Saiba mais aqui.

Aos poucos, a caixa-preta da arena vai sendo aberta…

Receita real sobre a receita projetada da Arena Pernambuco. Crédito: divulgação

As salas de imprensa dos clubes pernambucanos

Nas coletivas com jogadores, técnicos e dirigentes, a imagem é fechada no rosto do interlocutor, com um painel logo atrás, contendo o escudo do clube e seus patrocinadores. Ao redor, o ambiente específico para a imprensa esportiva, com a sala de entrevistas. Ampliando um pouco a imagem, é possível conferir a infraestrutura à disposição para a cobertura jornalística do futebol, com casos bem distintos. Aqui, exemplos das salas dos três grandes clubes do Recife e do Central de Caruaru, todas repaginadas e climatizadas. Mas, mesmo assim, com pendências nas condições básicas para um nível profissional.

Confira também a estrutura das cabines destinadas à imprensa escrita no Arruda, na Ilha do Retiro e nos Aflitos clicando aqui.

Náutico – Sala de Imprensa Rômulo Capela Pontes – (CT Wilson Campos)
Nos Aflitos há uma sala de imprensa, hoje em desuso pela falta de jogos no estádio. Assim, a maioria das entrevistas do Alvirrubro ocorre na sala construída no CT, em janeiro de 2012, ao lado do campo principal. Lá, há um espaço para as câmeras de televisão, com sistema de iluminação especial. O clube, claro, também utiliza o centro de imprensa da Arena Pernambuco.

Sala de imprensa do CT do Náutico. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Santa Cruz – Sala de Imprensa Alexandre Severo (Arruda)
O Tricolor foi o primeiro a disponibilizar mesas para os repórteres, em maio de 2015. A estrutura é necessária, tamanha a quantidade de laptops nas coberturas. Todas as mesas têm saída de energia para os equipamentos. Contudo, não há sistema de áudio na mesa do entrevistado – ruim para a gravação nas rádios e tevês. A sala fica embaixo das cadeiras do Mundão.

Sala de imprensa do Arruda. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A Press

Sport – Sala de Imprensa Haroldo Praça (Ilha do Retiro)
Inagurada em novembro de 2001, a sala é a única entre os clubes locais a possuir um painel digital para expor os patrocinadores (desde novembro de 2012), em vez de um banner na parede. Porém, o espaço, localziado embaixo da geral do placar, é apertado para o trabalho da imprensa, sobretudo a escrita. Também não há nivelamento para as câmeras de televisão.

Sala de imprensa da Ilha do Retiro. Foto: Ricardo Luís (twitter.com/ricardoreporter)

Central – Sala de imprensa Severino de Souza Pepeu (Lacerdão)
Mesmo num tamanho reduzido em relação ao trio da capital, a sala do estádio alvinegro segue o padrão dos principais clubes, de forma customizada, com telão para os patrocinadores, espaço exclusivo para radialistas e painel sobre o clube (uma foto ampla do estádio). O espaço, inaugurado em agosto de 2011, ocupa uma das salas embaixo do tobogã do estádio Luiz Lacerda.

Sala de imprensa do Lacerdão, em Caruaru. Foto: Central/divulgação

Os mosaicos nas arenas do Nordeste

Ter o maior bandeirão aberto num estádio já foi o motivo de orgulho para qualquer torcida no país. Com as várias arenas erguidas no Brasil, e os consequentes vetos às bandeiras por questão de segurança (?), os torcedores acabaram importando uma tradição europeia, com os mosaicos nas arquibancadas. A cada assento, uma cartolina. Numa escala enorme, vemos os desenhos feitos pela organização do público presente.

Barcelona, Bayern de Munique e Borussia Dortmund fizeram escola.

Com quatro arenas modernas no Nordeste, a moda também chegou aqui. Com 40 mil torcedores (e 40 mil panfletos distribuídos) na final regional em Salvador, os tricolores tomaram o estádio, com direito à popular sigla BBMP (“Bora Baêa Minha Porra!”). Com isso, fecharam o ciclo na região. Nesses palcos, o maior mosaico, até hoje, foi feito pela torcida do Fortaleza, com com um público de 60 mil espectadores. O único mosaico produzido na Arena Pernambuco tomou um espaço para apenas 1.500 torcedores alvirrubros.

Fonte Nova (Bahia 0 x 1 Ceará, na final do Nordestão de 2015)

Mosaico na Fonte Nova na final da Copa do Nordeste de 2015 (Bahia 0x1 Ceará).

Castelão (Ceará 1 x 1 Sport, na final do Nordestão de 2014)

Mosaico no Castelão na final da Copa do Nordeste de 2015 (Ceará 1x1 Sport). Foto: @paulovozao (twitter)

Castelão (Fortaleza 1 x 1 Macaé, nas quartas de final da Série C de 2014)

Mosaico no Castelão feito pela torcida do Fortaleza na Série C de 2014. Foto: noticia_fute  (twitter)

Arena Pernambuco (Náutico 0 x 1 Sport, na final do Estadual de 2014)

Mosaico do Náutico na Arena Pernambuco

Arena das Dunas (América 0 x 1 Fla, nas quartas da Copa do Brasil 2014)

Mosaico do América de Natal na Arena das Dunas. Foto: @HTE_sports  (twitter)

Arena das Dunas (ABC 3 x 2 Cruzeiro, nas quartas da Copa do Brasil 2014)

Mosaico do ABC na Arena das Dunas. Foto: @CarlosCruzRN (twitter)

Arena da Baixada com teto retrátil. E o LED em Pernambuco? Esqueça o plus

Teto retrátil da Arena da Baixada. Foto: Atlético-PR/site oficial

O Atlético Paranaense anunciou a conclusão da instalação do teto retrátil na Arena da Baixada. O estádio em Curitiba, que recebeu quatro jogos na Copa do Mundo de 2014, é o primeiro da América Latina a contar com o sistema.

Inicialmente, o teto retrátil era uma promessa para o Mundial, mas com o atraso – visto em quase todas as obras do torneio – acabou sendo deixado de lado. Mesmo sem a vitrine do torneio, e caro, seguiu como um objetivo final do projeto. Agora real, o sistema de movimentação, através de dois módulos de aço galvanizado, dura 25 minutos para operar.

Com esta notícia, lembrei logo da fachada de LED na Arena Pernambuco, também apresentada como um grande diferencial em relação às demais arenas brasileiras. Infelizmente, no empreendimento em São Lourenço o “plus” parece mesmo esquecido, com ou sem Copa. O consórcio alega que “A iluminação de LED não estava prevista no projeto inicial e não foi licitada. Dessa forma, estão sendo realizados estudos de viabilização técnica e financeira”.

Saiba mais sobre o polêmico LED na arena pernambucana aqui.

A execução no Paraná mostra que a obra original não deveria ser abandonada.

Mando de campo dos clubes do interior na Arena sob protesto, moral e esportivo

Protesto da torcida o Central. Foto: Raniere Marcelo/twitter

Sobre o local da partida entre Salgueiro e Flamengo, pela Copa do Brasil, o presidente do Carcará, Clebel Cordeiro vetou a mudança para a Arena:

“Por que o comedor de rapadura de Salgueiro só pode ver jogo pequeno no estádio e os grandes na televisão? Ele tem que assistir a todos no estádio”.

Sobre o local da partida entre Central e Santa Cruz, pela semifinal do Estadual, o presidente da Patativa, Francisco Noé, revelou a negociação com a Arena:

“Se for algo interessante para o Central, nós levamos o jogo para lá, sem problema algum. A partir de R$ 400 mil seria vantajoso para nós”.

A diferença na atitude dos dirigentes dos maiores clubes do interior do estado explica um pouco o protesto da torcida alvinegra no Lacerdão (acima), exigindo a manutenção do confronto contra os tricolores em Caruaru. Enquanto isso, o Salgueiro já confirmou o local em seu facebook (abaixo).

Sobre a possível mudança do Central, elaborei alguns pontos.

1) O Central não chegava à fase final do certame local desde 2010. E agora, na hora ponto alto, a direção simplesmente tira o jogo do Agreste e o leva à região metropolitana, no reduto dos torcedores adversários? Por mais que alguns baluartes do juridiquês insistam na tese da não inversão (afinal, o jogo seria em São Lourenço, e não no Recife), há um favorecimento esportivo claro.

2) A situação seria igual àquela de Sport x Náutico, na Arena Pernambuco? Não vejo igualdade. No clássico o palco é um campo neutro, tanto que o estádio foi erguido para abrigar os 20 principais jogos dos três grandes clubes. O mando ali, à parte da Ilha e do Arruda, seria natural. Não por acaso, em 2014 o Santa Cruz jogou 6 vezes como mandante e o Sport atuou em 7 oportunidades.

3) Sobre a proposta de R$ 400 mil, que poderia ajudar o caixa do Central, vale observar também pelo prisma do consórcio. Considerando a cota ao clube do interior e a despesa operacional da partida, a bilheteria teria que superar os R$ 500 mil. Em toda a história local, menos 40 jogos superaram essa marca. Caso a meta não seja alcançada, quem pagaria a conta? O governo do estado (a gente), de novo. Em 2013 e 2014 o rombo foi de R$ 54 milhões.

4) O Lacerdão é um estádio com 19.478 lugares, o maior palco particular do interior do Nordeste, em uma cidade com quase 400 mil habitantes. Ignorar todo esse contexto é jogar um balde de água gelada na torcida alvinegra.

5) Apenas Náutico, Santa e Sport podem mandar jogos na Arena Pernambuco? Não, obviamente. Mas um time do interior como mandante contra um da capital parece um tanto óbvio o erro no mérito esportivo.

Esta foi apenas a opinião do blog. Comente também…

Salgueiro confirmando jogo com o Flamengo no Cornélio de Barros: Crédito: facebook.com/SalgueiroAtleticoClube

Prejuízo milionário na Arena Pernambuco pelo segundo ano seguido. O estado paga

Arena Pernambuco na Copa do Mundo de 2014. Foto: Fifa/divulgação

A Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. já fechou dois balanços anuais de operação. Em ambos, prejuízo. O rombo já chega a R$ 54,1 milhões. O número está presente no balanço da parceria público-privada no Diário Oficial do Estado deste 31 de março de 2015. As duas primeiras temporadas tiveram períodos distintos. Em 2013, com prejuízo de R$ 29,7 milhões, a operação começou em julho, após a Copa das Confederações, enquanto em 2014 (déficit de R$ 24,4 mi) o estádio passou quase dois meses sob administração da Fifa.

No texto enviado pela assessoria (abaixo), a direção da arena enumera os principais motivos para o péssimo desempenho, frisando mais uma vez a mobilidade falha (fato, sobretudo com a Radial da Copa incompleta), mas também os jogos às 22h e com transmissão na tevê, além da falta de mais partidas de Santa Cruz e Sport. Em relação aos horários dos jogos, por mais que a administração tenha uma certa razão, o fato não pode ser encarado como surpresa, pois qualquer um sabia desta agenda. Antes mesmo do início das obras em São Lourenço.

Com o déficit milionário, a contraprestação pública segue no mesmo nível. Na PPP, o governo do estado tem que cobrir o rombo no faturamento anual caso a receita seja abaixo de 50% da meta (inatingível) de R$ 110 milhões. Em 2014, a receita foi de apenas R$ 23,4 milhões. A Fundação Getúlio Vargas irá produzir um estudo de reavaliação do contrato, mas vai ser difícil fechar esta conta…

Podcast 45 (114º) – Missão difícil para o Sport no Nordestão e pressão no Náutico

Com a pausa no Estadual, o Nordestão ocupou o 45 minutos, sobretudo o revés do Sport em Fortaleza, 1 x 0, no jogo de ida das quartas. O problema foi apenas Vitor? É possível reverter na Ilha? O Salgueiro, derrotado em casa por 2 x 0, para o Ceará vê a vaga ainda mais longe. O Náutico também entrou na pauta, mas pela falta de paz, com o áudio vazado com a declaração de Glauber e a cobrança da TO dentro do CT. No fim, contamos os bastidores de que como se chegou ao valor do custo da obra da Arena Pernambuco (R$ 743 milhões)

Nesta 114ª edição (1h34min), estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Estudo da FGV vai reavaliar o contrato de operação da Arena Pernambuco

Fundação Getúlio Vargas

O custo operacional da Arena Pernambuco preocupa o governo do estado, que já não esconde a necessidade de reavaliar o contrato com a Odebrecht. A primeira medida será o estudo produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o objetivo de procurar soluções para reduzir custos e aumentar as receitas. Um procedimento administrativo, no qual há jurisprudência, dispensou a licitação, deixando claro a pressa do estado para reorganizar os gastos com a parceria público-privada, assinada até 2043. O estudo deve sair em seis meses.

Ao blog, o vice-governador do estado, Raul Henry, explicou a ideia:
“A FGV vai estudar a contraprestação operacional (inclui obra, taxa de retorno e custo fixo/operacional). Quando o estádio foi criado, havia uma série de coisas previstas em um momento de euforia no país, como a Radial da Copa e a Cidade da Copa. A Fundação Getúlio Vargas fará uma revisão do momento”.

Apesar do momento delicado do estado como negócio, ele considerou acertada a ideia de erguer um novo estádio. “Quando Pernambuco ganhou a chance de receber a Copa, todas as cidades queriam. Ganhamos visibilidade”.

Na parceria público-privada, o governo terá que suprir o rombo no faturamento anual caso a receita seja abaixo de 50% da previsão de R$ 73,2 milhões, segundo o aditivo assinado em 21 dezembro de 2010. Atualmente, a projeção já estaria em R$ 110 milhões. Com jogos esvaziados – o segundo Clássico dos Clássicos no hexagonal atraiu apenas 6.063 espectadores -, o buraco só faz aumentar. “Assumimos (o governo) em um momento de turbulência e estamos estudando para dar uma solução”, completou Henry.

Sobre o custo de construção do estádio (R$ 743 milhões), saiba mais aqui.

O custo de construção da Arena Pernambuco: R$ 743 milhões

Arena Pernambuco. Foto: Consórcio Arena Pernambuco/divulgação

Após quase dois anos, temos a resposta sobre o custo de construção da Arena Pernambuco. Para erguer o empreendimento em São Lourenço da Mata foram gastos R$ 743 milhões, em um número que ainda precisa ser validado por uma câmara de arbitragem estabelecida pelas partes envolvidas na parceria público-privada. O valor é 55% acima do contrato original, transformando o estádio no 4º mais caro do último Mundial.

No acordo da licitação, a preço de maio de 2009, a obra foi orçada em R$ 479 mihões. Era o acordo para construir o estádio visando a Copa do Mundo de 2014. A antecipação da obra em oito meses, a pedido do governo do estado, visando a presença local na Copa das Confederações de 2013, gerou uma revisão no contrato, com os chamados “aditivos”. E esse pedido de reequilíbrio financeiro feito pela Odebrecht foi de R$ 264 milhões, num dado agora público.

A medida extra na PPP teve quatro ítens, incluindo aceleração da obra (R$ 190 milhões), exigências adicionais da Fifa no caderno de encargos (R$ 47,5 milhões), ressarcimento de impostos (R$ 23 milhões) e encargos financeiros (R$ 3,5 milhões). O valor absoluto foi repassado ao blog pelo vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, ao comentar o post “Odebrecht informa ao TCE que a Arena Pernambuco custou R$ 479 milhões. Acreditou? Nem eu“.

Questionado sobre a soma do contrato original com o pedido de reequilíbrio, como o valor final da obra, Raul Henry respondeu da seguinte forma: “É uma questão técnica esse valor, que ainda será analisado. Mas, pela ótica da Odebrecht, seria esse sim”, disse. O vice-governador explicou que a câmara de arbitragem a ser instalada, ainda sem prazo, terá três membros, um indicado pelo estado, um pela construtora e outro em conjunto pelas duas partes.

Em relação ao fato de Odebrecht ter entregue ao Tribunal de Conta do Estado um relatório informando apenas o custo original (R$ 479 mi), Raul Henry defendeu o ato, pois o contrato original com a empresa não exigia uma planilha de custos unitários, conforme exigido pelo TCE-PE, mas com os seus recursos na obra (como guindastes utilizados, operários contratados etc)..

Em setembro de 2014 houve o primeiro pedido, mas não foi criada a câmara necessária. “Será feita a instalação de uma câmara de arbitragem para submeter todos os gastos. Temos que conduzir com responsabilidade e transparência. Nós já estamos conversando com o Tribunal de Contas. Já tivemos mais de uma reunião com o conselheiro e sua equipe. Vamos ter uma atitude construtiva em relação a isso”, afirmou.

O estado já pagou R$ 388 milhões pela construção e este ano pagará pagará mais uma parcela, R$ 130 mi. O possível custo final repassado pela vice-governadoria não considera os reajustes através do Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) e os juros do banco, nos empréstimos tomados para executar a obra. Há um ano, o então secretário extraordinário da Copa em Pernambuco, Ricardo Leitão, havia dito que o custo da obra estava numa “ordem de grandeza de R$ 650 milhões”.

Atualização: a Odebrecht respondeu ao e-mail do Diario e confirmou em nota o custo da obra: “A Concessionária confirma os valores informados pelo governo do estado.”

Sport se impõe outra vez sobre o Náutico e deixa o rival ameaçado no Estadual

Pernambucano 2015, 9ª rodada: Náutico x Sport. Foto: Marlon Costa/FPF

O Sport venceu o Náutico pela 4ª vez seguida. Somou os dois resultados da final do último campeonato estadual aos dois triunfos no hexagonal desta temporada. Neste domingo, na retomada do duelo Eduardo Batista x Lisca, o Rubro-negro contava uma senhora vantagem no elenco. Mais técnico, mais entrosado, mais confiante. Mesmo classificado e virtualmente líder, o Leão se impôs, 2 x 0.

O time mesclado não teve Rithely, Vitor, Elber e Mike, com nova chance para um meio-campo com Diego Souza e Régis, como boa parte da torcida deseja – em alguns momentos deram conta. Enfrentaram na arena (6.063 pessoas, pífio) um Timbu tendo a vitória como único objetivo, perigando ficar de fora da semi. Nem o empate servia, pois na última rodada não poderia perder do Salgueiro no Sertão, como no Nordestão. Pressão demais para uma equipe deficiente.

No jogo, um primeiro com mais reclamação que futebol. Aos 30 minutos, Joelinton recebeu vermelho direto – o jovem atacante já havia sido expulso em outro clássico, contra o Santa. No lance seguinte, os rubro-negros cobraram a expulsão de Guilherme em outro lance duro (amarelo). O jogo seguiu, com o árbitro Sebastião Rufino Filho repassando a sua tensão aos atletas.

Pernambucano 2015, 9ª rodada: Náutico x Sport. Foto: Marlon Costa/FPF

Numericamente à frente, Lisca adiantou o time, com o Sport apertando a marcação. A melhor chance foi de Guilherme, acertando o travessão ao aproveitar uma bobeira de Renê. Logo na volta do intervalo, o Leão marcou o primeiro gol, com Wendel. O volante teve a sua renovação contestada pelo futebol no Brasileirão. Curiosamente, após a assinatura, passou a atuar muito bem. Mandou de cabeça após cobrança de escanteio.

A situação se tornou quase irreversível quando Guilherme, afobado a tarde toda, derrubou Wendel, sozinho em direção à meta de Júlio César. Em campo, 10 x 10, com a bola nos pés dos leoninos (55%). Sem alternativas, o técnico timbu lançou-se ao ataque com as substituições possíveis. E aí o Leão tomou as rédeas, sem se expor. Aliás, isso é uma meia verdade, pois a zaga subiu inteira aos 33 minutos, com Durval de ponta esquerda, driblando e tocando para Páscoa, de centroavante. Um gol que diz bastante sobre a situação dos rivais.

Ao Náutico, ainda na 4ª colocação, será preciso segurar o Salgueiro. Se conseguir, terá justamente o Sport na semifinal…

Pernambucano 2015, 9ª rodada: Náutico x Sport. Foto: Marlon Costa/FPF