Da Libertadores 1988 à Sul-Americana 2014, os públicos com mando do Sport

Copa Sul-Americana, 2ª fase: Sport x Vitória. Foto: Thais Lima/DP/D.A Press

O clássico entre os rubro-negros nordestinos foi o 10º jogo do Sport como mandante em jogos internacionais oficiais. Considerando as duas participações na Libertadores e as duas na Sul-Americana, o clube pernambucano levou 193.533 torcedores aos seus jogos, com uma média acima de 19 mil pessoas.

O índice caiu justamente na estreia da Sula de 2014, em outro fato negativo, além do placar. Foi o pior público do Leão em seu histórico internacional, com apenas 6.025 pessoas no borderô oficial (falta do TCN? horário?). Até então, a menor assistência na arquibancada havia sido 16 de agosto de 1988, quando o time vinha de uma situação ruim no grupo 3 da Liberta. Foram 15.213 pagantes.

Pelo menos, aquela torcida presente há 26 anos viu a maior goleada do Sport em jogos internacionais: 5 a 0, com dois gols de Robertinho, dois de Nando e um de Edson. Bem diferente da frustrante estreia na Sula de 2014. Ao todo, foram nove apresentações na Ilha do Retiro e um na Arena Pernambuco.

Taça Libertadores da América
02/07/1988 – Sport 0 x 1 Guarani – 27.860
16/08/1988 – Sport 5 x 0 Alianza (PER) – 15.213
23/08/1988 – Sport 0 x 0 Universitario (PER) – 22.628
04/04/2009 – Sport 2 x 0 LDU (EQU) – 20.184
08/04/2009 – Sport 0 x 2 Palmeiras – 19.386
22/04/2009 – Sport 2 x 1 Colo Colo (CHI) – 20.050
12/05/2009 – Sport (1) 1 x 0 (3) Palmeiras – 28.487

Copa Sul-Americana
20/08/2013 – Sport 2 x 0 Náutico – 16.125
23/10/2013 – Sport 1 x 2 Libertad (PAR) – 17.575
28/08/2014 – Sport 0 x 1 Vitória – 6.025

Sem alarde, a Arena vai atraindo Náutico, Santa e Sport, mas a meta segue longe

Arena Pernambuco na Copa do Mundo de 2014. Foto: Fifa/divulgação

A Arena Pernambuco foi concebida com a promessa, do governo do estado, de levar os 20 principais jogos de Náutico, Santa Cruz e Sport. Seria a forma de viabilizar economicamente o empreendimento milionário.

Do oito cenários levantados pela consultoria inglesa Comperio Research, num estudo de viabilidade encomendado pelo consórcio, o mais vantajoso era justamente aquele com o trio. Com as 60 partidas e outros eventos (shows e convenções), o faturamento anual chegaria a R$ 86,2 milhões.

R$ 86,2 milhões – Sport, Santa Cruz e Náutico
R$ 64,4 milhões – Sport e Santa Cruz
R$ 60,4 milhões – Santa Cruz e Náutico
R$ 60,1 milhões – Sport e Náutico
R$ 31,6 milhões – Sport
R$ 30,1 milhões – Santa Cruz
R$ 27,3 milhões – Náutico
R$ 5,7 milhões – Nenhum clube

Como se sabe, apenas a direção do Timbu firmou um contrato, e não para 20, mas para todos os jogos. Contudo, o estudo mostrava um maior avanço justamente em caso de presença dos outros dois rivais.

Batendo o pé, ambos demoraram a pisar na arena como mandantes. Acabaram “obrigados” pela nova redação do Todos com a Nota, que regula a manutenção do programa subsidiado à disputa de pelo menos dois jogos no local.

Agora, um novo cenário, que já dá margem para outra interpretação…

Em seu segundo ano de operação, a direção do consórcio que administra o estádio passou a negociar pacotes de jogos em vez de tempos mais longos – provavelmente, entenderam as posições de rubro-negros e tricolores. O primeiro foi o Sport, com 6 jogos no Brasileiro – o clube só deve firmar outro tipo de contrato quando começar a obra de sua própria arena.

Agora é a vez do Santa anunciar a sua ida à arena, com quatro partidas na segundona. Em 2014, o clube já cumpriu os seus dois jogos pelo TCN (Porto e Luverdense). O novo foco é na renda bruta mesmo.

Então, o ano já tem ao menos 29 jogos do Náutico, 6 do Santa e 6 do Sport.

Segue longe da proposta máxima (e ideal), mas, sem larde, o cenário melhorou, ao menos no número de partidas realizadas.

Na parceria público-privada, o governo terá que suprir o rombo no faturamento anual caso a receita seja abaixo de 50% da previsão de R$ 73,2 milhões, segundo o aditivo assinado em 21 dezembro de 2010. Nota-se que o montante é inferior ao do estudo supracitado, mas mesmo assim a meta segue distante.

Até porque falta aumentar também a taxa de ocupação. Aí, será preciso concluir a estrutura de mobilidade. Acredite, isso hoje é o mais difícil…

O grupo alvirrubro reagiu na Arena. Agora, o papel cabe à diretoria

Série B 2014, 17ª rodada: Náutico x Oeste. Foto: Marlon Costa/FPF

E o Náutico vai arrumando a casa…

A chegada de Dado Cavalcanti realmente mudou a cara do Timbu.

Em duas partidas, com pouco treino e muita conversa, duas vitórias. Após o bom resultado em Cuiabá, o time encaixou o segundo triunfo seguido.

Na Arena Pernambuco, o jogo foi de muita luta e pouca paciência.

O Oeste, adversário na briga contra o Z4, ficou em vantagem duas vezes nesta terça, em duas falhas grotescas da defesa. Uma na falta de combate num contragolpe e outra numa desatenção na área após uma bola alçada.

No primeiro tempo, os dois gols alvirrubros saíram no sufoco, com Mario Risso (cabeça) e Crislan (voleio). Antes, a torcida pedia a entrada de Marinho – que de certa forma surpreendeu ao não constar entre os titulares.

Como Crislan machucou o ombro ao marcar o seu tento, Marinho acabou mesmo sendo acionado no ataque. Com personalidade, puxando as jogadas, ele melhorou o time. Num elenco limitado, o atacante sobra.

Outra boa peça, o argentino Cañete enfim pôde jogar. Expulso na estreia, desta vez se controlou em campo e ajudou. Demais até…

Foi dele o gol da vitória por 3 x 2, numa bola chorada, mas muito comemorada.

As duas vitórias seguidas pressionam agora a diretoria a também fazer a sua parte, quitando os salários, dando tranquilidade ao elenco (é preciso).

No sábado, a chance de engatar a sequência, com outra atuação na Arena, às 16h10 contra o América de Natal. Ou vai ou racha.

Série B 2014, 17ª rodada: Náutico x Oeste. Foto: Marlon Costa/FPF

Do projeto à arena, o longo trabalho de Eduardo. A mobilidade ficou no plano B

Eduardo Campos e Ricardo Teixeira (presidente da CBF) no Recife em 14 de março de 2007. Foto: Juliana Leitao/DP/D.A Press

O interesse do Recife na Copa do Mundo de 2014 era natural. Havia sido sede em 1950 e economicamente mostrava-se forte para repetir a história. As exigências de infraestrutura, claro, seriam bem maiores, começando pela oferta de um estádio moderno. Não cabia a nenhum dos palcos locais e o governo desde o começo não se mostrou disposto a articular qualquer reforma, por mais que existisse um lóbi para o Arruda através do plano de reforma com a Arena Coral. Com cinco meses de gestão, Eduardo Campos apresentou a candidatura do estado ao Mundial. Nada de São Lourenço da Mata, de Arena Pernambuco.

Já está caindo no esquecimento, mas a ideia inicial era a Arena Recife-Olinda, também com 45 mil lugares, mas encravada no bairro olindense de Salgadinho. O orçamento era de R$ 335 milhões, valor que rapidamente foi multiplicado pela necessidade de desapropriar quase todo o terreno selecionado. Durou algum tempo, até o último dia de inscrição de projetos em todo o país visando o torneio da Fifa. Em 15 de janeiro de 2009, num evento surpreendente, foi apresentada a Cidade da Copa, um novo complexo urbano na zona oeste da região metropolitana, tendo o estádio como mola mestra. Uma previsão de investimento em dez anos de R$ 1,59 bilhão.

Eduardo Campos assina o convênio com o Náutico para a Arena Pernambuco, em 17 de outubro de 2011. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Na ocasião, Eduardo Campos justificou a mudança como a necessidade de criar uma nova direção no crescimento do Recife e a facilidade na execução do projeto – apesar da pessão para desapropriar Jardim Penedo de Baixo, o pequeno centro rural que havia na área. Com a Arena Pernambuco, Pernambuco não só ganhou força na corrida da Copa do Mundo como se candidatou à Copa das Confederações de 2013. Neste caso, os laudos de execução não foram levados tão em conta. Valeu a articulação política (praxe), com junto a Ricardo Teixeira (então um interlocutor com a Fifa) e Lula (e a aproximação de Dilma, então aliada).

A cada declaração de Jérôme Valcke, batendo forte (e com justiça) na preparação brasileira, Pernambuco parecia mais longe do evento-teste. O torneio acabou crescendo mesmo, de quatro para seis sedes e Recife e Salvador foram confirmados em 8 de novembro de 2012. “A Copa das Confederações é matéria vencida”, dizia dias antes Eduardo Campos. O plano de aceleração da obra do estádio funcionou, com a antecipação da entrega em oito meses. O custo da arena, no entanto, extrapolou, dos R$ 532 milhões previstos para uma “projeção” de R$ 650 milhões.

Com mais de um ano de operação, o estádio segue sem o seu preço final, numa conta que Eduardo jamais respondeu – e que vingará até 2043, numa parceria público-privada cujo faturamento iniciou muito abaixo do esperado, com menos da metade dos R$ 73 milhões exigidos sob contrato anualmente. No presente, o estado tem em seu histórico uma realização de sucesso na Copa das Confederações e na Copa do Mundo, com um total de oito jogos.

Eduardo Campos, governador de Pernambuco, visita a obra do estádio em São Lourenço com Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, e Aldo Rebelo, ministro do Esporte, em 5 de março de 2013. Foto: Teresa Maia/DP/D.A.Press

Mais de 400 mil turistas vieram ao estado, entre brasileiros e estrangeiros, com aceitação acima de 90%, segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (turista doméstico) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (internacional). Índices puxados pela receptividade de um torneio inesquecível em todo o país, mas que não apagam, de forma alguma, os problemas vistos na mobilidade. Esse ponto era o de maior expectativa de transformação na capital, impulsionado pelos investimentos públicos no Mundial.

Entretanto, o atraso – haja burocracia – respingou forte no Mundial, com a criação de um plano B para o transporte, focado exclusivamente para os torneios, com estacionamentos e ônibus especiais, num cenário bem diferente daquele imaginado em 15 de janeiro de 2009. Mas algo precisava ser feito. Se a infraestrutura não foi plenamente entregue – as obras, ainda necessárias, ao menos continuam -, um plano paralelo foi perfeitamente executado. As duas Copas passaram. E o legado ainda é o grande desejo da população. Era o de Eduardo também, em outro ritmo.

Eduardo Campos pisa pela primeira vez no gramado da Arena Pernambuco, em 14 de abril de 2003. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press

As transformações do futebol pernambucano, segundo Eduardo Campos

Eduardo Campos com as camisas e bandeiras de Náutico, Santa Cruz e Sport

Ex-governador do estado, casado, pai de cinco filhos, candidato a presidente da república…

A biografia de Eduardo Campos também se estende de forma umbilical ao futebol pernambucano.

Desde 1998, quando foi o mentor do Todos com a Nota na gestão de Miguel Arraes, seu avô, à construção de uma arena fora da capital para a Copa do Mundo. Alvirrubro de coração, não se furtou em festejar os melhores momentos de Santa e Sport no cenário nacional.

Nem tudo deu certo. Torcedores fantasmas e uma conta difícil de pagar na Arena Pernambuco, arranhões num legado que passa a ser missão das novas gerações na política.

A trágica morte do ex-governador não termina a sua história…

Eduardo Campos e o seu legado com o futebol subsidiado. À frente da trincheira

A volta da Seleção em uma ligação do Palácio do Campo das Princesa

Três dias de silêncio no futebol de Pernambuco

Do projeto à arena, o longo trabalho de Eduardo. A mobilidade ficou no plano B

Aqui, os meus sentimentos pelas sete vítimas do acidente aéreo em Santos.

As ligas de futebol mais populares do mundo na temporada 2013/2014

Média de público dos campeonatos nacionais de 2013 e 2014. Crédito: Pluri Consultoria

O Brasileirão de 2013 foi o primeiro no país denro do novo momento estrutural, com as arenas da Copa do Mundo. Fizeram parte da competição o Maracanã, a Arena Pernambuco, o Mineirão, o Mané Garrincha, a Fonte Nova e o Castelão.

A novidade deste padrão de conforto deve se estabelecer de vez na edição de 2014, com outras seis arenas, além dos novos estádios de Grêmio e Palmeiras. No ano passado, contudo, foi tímido o acréscimo na média de público da Série A, com 1.980 pessoas a mais por jogo (+15%).

A taxa de ocupação (um ponto importante na pesquisa) foi de 39%. Baixo.

Para um país que organizou o Mundial com a segunda maior média da história (53 mil espectadores), é decepcionante a colocação atual no quesito clubístico, em 15º. Vice-campeã do mundo, a Argentina tem uma média de 20 mil…

Sem surpresa, a Alemanha, agora campeã mundial, mantém a liga mais popular do futebol. A Bundesliga registrou uma média de 43 mil pessoas, segundo o levantamento da Pluri Consultoria. A considerável vantagem sobre o segundo lugar (Premier League) é de 6,5 mil torcedores. Há tempos é assim.

Os 25 principais campeonatos reuniram 127,6 milhões de torcedores na temporada 2013/2014, com uma média de 18,5 mil. O avanço em relação ao ano anterior foi de 0,6%. Ainda assim, o futebol segue atrás das principais ligas esportivas dos EUA (futebol americano, baseball, basquete e hóquei sobre o gelo), com 161,2 milhões de público absoluto e índice de 23,9 mil.

Quanto ao País do Futebol, vale conferir o rescaldo da Copa nos números…

O legado tecnológico na Arena Pernambuco

Tira-teima da Fifa no jogo Costa Rica 1 x 0 Itália, em 20 de junho de 2014, pela Copa do Mundo, na Arena Pernambuco. Crédito: Fifa/divulgação

O Goal-Line Technology foi a grande novidade tecnológica da Copa do Mundo de 2014. O tira-teima oficializado pela Fifa para o torneio no Brasil enfim abriu espaço para o uso da tecnologia no futebol – difundindo a ideia necessária após os erros grotescos em 2010. O sistema batizado de “GoalControl 4D” conta com 14 câmeras instaladas em pontos estratégicos no campo e foi implantado nos doze estádios do Mundial.

Encerrada a participação da Arena Pernambuco na competição, após cinco partidas, eis o grande legado. Todo o sistema continuará no estádio. Ao menos por um ano. A Fifa confirmou a liberação gratuita por 365 dias. Após o período – ou seja, em 29 de junho de 2015 -, teria de haver um acordo com a empresa alemã GoalControl GmbH, criadora e distribuidora do equipamento.

A entidade que comanda o futebol confirmou a permanência gratuita dos equipamentos em 13 de junho, através do seu diretor de marketing, Thierry Weil. No entanto, os valores da instalação e de sua manutenção não foram revelados. A CBF, através de seus diretor de competições, Virgílio Elísio, ainda avalia se usará o sistema no Brasileirão, uma vez que apenas doze estádios contam com o aparato, o que faria com que nem todas as partidas da Série A tivessem o recurso à disposição.

No palco em São Lourenço, a tecnologia foi usada uma vez, na partida entre Itália e Costa Rica. O gol costa-riquenho, numa cabeçada Bryan Ruiz, bateu no travessão e quicou rente à linha. O sistema comprovou que a bola havia ultrapassado a marca completamente. Foi o gol da histórica vitória do país centroamericano.

Copa do Mundo 2014: Costa Rica 1 x 0 Itália, na Arena Pernambuco. Foto: Michael Steele/Fifa)

BRT funciona no primeiro teste na Arena, mas com apenas 3 das 45 estações

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Costa do Marfim 3 x 1 Japão. Foto: Maria Carolina Santos/DP/D.A Press

Por Maria Carolina Santos*

Minha primeira e única experiência na Arena Pernambuco havia sido a desastrosa vivência de Espanha x Uruguai, no primeiro jogo aqui na Copa das Confederações. Ali, tudo o que podia dar errado deu. Foi então com muito ceticismo que fui conferir Costa do Marfim x Japão.

Escolhi o BRT pela praticidade – é apenas um único transporte – e pela proximidade do Derby da minha casa. A estação estava cheia, mas a compra do ticket foi relativamente rápida. Em momento algum, porém, me pediram o ingresso do jogo.

O tempo de entrada no BRT – cheio, fiquei em pé – até chegar na parada da Arena foi de 35 minutos. Mas até entrar na Arena foram mais 45 minutos: a caminhada de mais ou menos 1 km até a entrada, a fila da segurança e a fila do ingresso. Tudo tinha fila e todas eram longas.

Antes do jogo começar, não havia muita dificuldade em comprar bebida ou comida. Era coisa de 15 minutos na fila. Antes do intervalo, contudo, não havia mais nenhum tipo de comida nos bares do quarto piso. O jeito era esperar um pipoqueiro passar. Vi muita gente revoltada.

A saída foi ainda mais rápida que a chegada. Deixei a Arena no momento que o juiz apitava o final da partida e corri para o BRT. Não consegui ir sentada, mas a viagem passou ligeira: em 29 minutos cheguei no Derby. Havia poucos táxis, mas tive sorte. Gastei 41 minutos do momento que entrei no BRT até chegar em casa, no Espinheiro. A ida consumiu 1h26.

Tirando o grave erro da falta de comida e as longas filas para entrar na arena, tudo saiu dentro dos conformes. Não foi a Copa imaginada, mas a Copa possível. E foi massa!

* Maria Carolina Santos é repórter do Diario de Pernambuco

Nota do blog: inacabado, o BRT já se mostrou importante para a operação do estádio. Das 45 estações projetadas, apenas 3 estão em operação…

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Costa do Marfim 3 x 1 Japão. Foto: Maria Carolina Santos/DP/D.A Press

Dos 8.501 espectadores na Ilha em 1950, aos 40.267 na Arena em 2014, a Copa no Recife

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Costa do Marfim 2x1 Japão. Foto: Fifa

Em 1950, Pernambuco foi o único estado do Nordeste na Copa do Mundo. Em 2014, o estado foi o quarto da região a estrear no segundo Mundial no país.

A história do maior torneio do futebol voltou a ser escrita na terrinha.

Sempre com jogos movimentados. Chile 5 x 2 Estados Unidos na pioneira edição e Costa do Marfim 2 x 1 Japão. Ambos na fase de grupos.

Muita chuva e improviso na chegada do público, com números bem distintos nos dois jogos. Na Ilha do Retiro, 8.501 espectadores. Na Arena Pernambuco, 40.267.

As comparações param por aí.

Há 64 anos, a partida não foi transmitida na televisão. Até mesmo no rádio o alcance foi restrito, apenas em solo nacional.

Na histórica noite deste sábado, no primeiro dos cinco jogos da Copa agendados para o moderno estádio em São Lourenço, aproximadamente 200 países assistiram ao vivo…

Yaya Toure e Didier Drogba desfilaram categoria, para deleite do público. Durante noventa minutos, os olhos do mundo futebolístico ficaram atentos a Pernambuco.

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Costa do Marfim 2x1 Japão. Foto: Fifa

As direções da Arena na Copa em português e inglês e com volta universal

Placa de mobilidade na Arena Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Os caminhos até a Arena Pernambuco já estão traçados.

Nas cinco partidas agendadas para o estádio na Copa do Mundo são esperados 200 mil torcedores, dos quais 119 mil estrangeiros…

O plano de mobilidade armado pelo governo do estado engloba metrô, ônibus e estacionamentos especiais. Tudo feito em cima da hora – ou quase feito.

Para todo este público, a sinalização já está pronta na entrada o local. Em português e inglês.

A infraestrutura de mobilidade urbana no Grande Recife foi a grande falha local na organização. Há tempos se sabe disso. Há tempos se cobra isso.

Agora, é esperar que a operação de urgência criada pelo poder público funcione.

Que os sinais de transporte sejam suficientes para o deslocamente da torcida, sobretudo no caminho de volta, o principal empecilho local na Copa das Confederações.

A demanda será enorme…

Acesso à Arena Pernambuco em junho de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press