A Seleção Olímpica no Recife, com revés para o Santa e título do Pré-Olímpico

Amistoso em 1972, no Arruda. Brasil (olímpico) 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Arquivo/DP

O amistoso entre Brasil e Estados Unidos, na Ilha do Retiro, é a nona apresentação da história da Seleção Olímpica no Recife. Em 1972 e 1976, o time verde e amarelo, chamado na época de “seleção de novos” também se preparou na capital pernambucana, com seis jogos no Arruda, ainda numa época sem o anel superior, e dois na própria Ilha. O primeiro jogo do time olímpico aconteceu em 7 de junho de 1972. Já classificado aos Jogos de Munique, o Brasil enfrentou justamente o dono da casa, o Santa Cruz, com os 22.426 espectadores divididos na torcida do Mundão, inaugurado apenas três dias antes.

Assim como em 1934, quando venceu a seleção principal por 3 x 2, no antigo Campo da Avenida Malaquias, o Tricolor também ganhou do escrete olímpico, com um solitário gol do atacante Betinho, após tabela com Luciano Veloso. No Diario de Pernambuco, o caderno esportivo destacou: Gol histórico de Betinho na vitória tricolor. Uma curiosidade no amistoso foi o fato de o Brasil ter atuado com um jogador do próprio Santa, Zé Carlos, conhecido posteriormente como “Zé Carlos Olímpico”, devido à participação na Olimpíada. Ah, o time nacional ainda contava com Paulo Roberto Falcão, do Inter, então com 19 anos – aquela equipe ficaria em 13º lugar no torneio olímpico.

Quatro anos depois, o Recife recebeu o Pré-Olímpico de futebol. Na preparação, disputou amistosos contra Sport (vitória) e Santa (derrota). Já o qualificatório contou com seis países, com o Brasil – novamente com um jogador coral convocado, Santos – conquistando o título, e a vaga para Montreal, de forma invicta. Só não ganhou na estreia, contra o Uruguai, diante 12.926 torcedores. Na final, numa rodada tríplice, vitória sobre a Argentina com show de Cláudio Adão, com 9.209 pessoas presentes. No dia 2 de fevereiro, o jornal estampou o resultado na manchete: Brasil é campeão do Torneio Pré-Olímpico. Na Alemanha o time acabaria em 4º.

O novo capítulo faz parte da história para os Jogos do Rio, em 2016…

Amistoso
07/06/1972 – Brasil 0 x 1 Santa Cruz
16/01/1976 – Brasil 4 x 2 Sport*
18/01/1976 – Brasil 0 x 1 Santa Cruz*

Pré-Olímpico
21/01/1976 – Brasil 1 x 1 Uruguai
25/01/1976 – Brasil 4 x 0 Colômbia
27/01/1976 – Brasil 2 x 1 Chile
29/01/1976 – Brasil 3 x 0 Peru
01/02/1976 – Brasil 2 x 0 Argentina

* Os jogos-treinos disputados na Ilha do Retiro

Pré-Olímpico de 1976, no Arruda, Brasil 2 x 0 Argentina. Foto: Arquivo/DP

A diminuição da capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro a cada laudo

A diminuição na capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro. Arte: Fred Figueiroa/DP/D.A Press

No auge da capacidade de público, descontando as superlotações, obviamente, o Arruda e a Ilha do Retiro já tiveram 160 mil lugares à disposição. Haja diferença para o cenário atual, de 2015, após a recomendação do Ministério Público de Pernambuco. Por questão de segurança, como a capacidade de evacuação de torcedores, o órgão solicitou (e foi atendido) a redução dos dois estádios, que hoje têm 78.017 lugares somados, menos da metade do máximo já liberado. São 50 mil na casa coral e 27 mil no reduto rubro-negro. A partir disso, o blog recuperou as capacidades oficiais ao longo dos anos. As aferições foram feitas várias vezes, a pedido dos clubes, da FPF e até da CBF, com dados distintos a cada laudo de engenharia. Da época com todos em pé aos assentos marcados.

Nesse tempo todo, entre outros motivos, como exigências dos Bombeiros e Polícia Militar, a mudança também está relacionada ao cálculo de cada assento, que até a década de 1990 era 30 centímetros por espectador. Hoje, 50 cm.

E olhe que Arruda e Ilha receberam, não faz muito tempo, públicos superiores às novas capacidades: 60.040 em 2013 e 28.766 em 2014, respectivamente.

Ilha do Retiro (após as obras para a Copa do Mundo de 1950)
1950 – 20.000 lugares
1960 – 36.000 (+16.000) *ampliação da cadeira central e da arquibancada
1984 – 45.000 (+9.000) *construção das gerais e a ampliação da cadeira central
1998 – 50.000 (+5.000) *construção da ‘curva especial’ (obra de 1997)
2001 – 45.000 (-5.000)
2005 – 32.500 (-12.500)
2006 – 30.520 (-1.980)
2007 – 34.500 (+3.980) *construção da ‘curva da ampliação’
2012 – 34.200 (-300)
2013 – 32.983 (-1.217)
2015 – 27.435 (-5.548)

Recorde: 56.875 (Sport 2 x 0 Porto, em 07/06/1998)

Arruda (após a conclusão do anel inferior, para a Copa da Independência)
1972 – 64.000 lugares
1982 – 110.000 (+53.000) *construção do anel superior
1993 – 85.000 (-25.000)
2001 – 75.000 (-10.000)
2005 – 65.000 (-10.000)
2012 – 60.044 (-4.956)
2015 – 50.582 (-9.462)

Recorde: 96.990 (Brasil 6 x 0 Bolívia, em 29/08/1993)

Aflitos, Arruda e Ilha Retiro no mapa de 1875, antes do futebol no Recife

Planta do Recife em 1875. Crédito: Biblioteca Nacional

Em 2015, a população do Recife chegou a 1,6 milhão de habitantes, segundo o IBGE. Há 140 anos, a população da capital pernambucana era de 116 mil pessoas. Era o primeiro dado demográfico da história do país, através do censo da Diretoria Geral de Estatística (DGE), ainda na época imperial. A partir deste Recife, então, imagine como seria a cidade naquele tempo. Há registros cartográficos, naturalmente. Na Biblioteca Nacional é possível ver a íntegra da Planta da cidade do Recife e seus arrabaldes. A última palavra, pouco usada hoje em dia, tem como sinônimos arredores ou cercanias. Ou seja, um esboço do que nós conhecemos atualmente como “Grande Recife”.

Em março de 1875, a Repartição de Obras Públicas elaborou um novo mapa cartográfico para a capital, pois a planta de 1855 estava ‘esgotada’. Foi um pedido do então presidente da província, o desembargador Henrique Pereira de Lucena. Ao blog, a indicação coube a João Guilherme da Silva, estudante de geografia na UFPE, justamente pelas localizações dos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro, ainda sem aterros, com veias abertas nos rios, ruas (“estradas”) com outros nomes, poucas pontes e quase nenhuma edificação, até porque a concentração urbana era no Bairro do Recife e na Boa Vista. Poucos pontos se mantêm, como o Hospital Português e a Igreja Nossa Senhora dos Aflitos.

O football só chegaria ao estado no século seguinte. E os próprios grandes clubes surgiram em outros lugares, perambulando até fincar raízes nos bairros tradicionais, em 1918 (Náutico), 1936 (Sport) e 1943 (Santa Cruz). O intenso crescimento urbano pode ser medido numa comparação com os mapas atuais, totalmente digitalizados, através do Google Maps: Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro.

Aflitos (O terreno ficava no limite da estrada no bairro que sequer tinha nome)

Planta do Recife em 1875 (Aflitos). Crédito: Biblioteca Nacional

Arruda (Os dois canais próximos ao estádio, hoje, eram córregos do rio)

Planta do Recife em 1875 (Arruda). Crédito: Biblioteca Nacional

Ilha do Retiro (Era uma ilha de fato, que passaria por seguidos aterros)

Planta do Recife em 1875 (Ilha do Retico). Crédito: Biblioteca Nacional

Em busca do gramado perfeito, com direito a “selo de qualidade” da CBF

Representantes de Náutico, Santa e Sport no seminário da CBF sobre gramados. Foto: FPF/divulgação

A CBF já articula uniformizar as dimensões dos gramados das duas principais séries do Campeonato Brasileiro. A partir do pedido do técnico Levir Culpi, que contou com a aprovação da categoria, seria estabelecido o mesmo padrão das arenas da Copa do Mundo, 105m x 68m. Além do tamanho, há outro fator importante neste tema: a qualidade do piso. Daí, participação maciça dos pernambucanos no Seminário de Preparação de Gramados, no Maracanã, ministrado pela engenheira agrônoma Maristela Kuhn, que trabalhou durante toda a preparação do Mundial 2014, nos estádios e centros de treinamento.

No embalo do curso, a CBF lançou o “ranking nacional de gramados”, com uma qualificação oficial – futuramente, pode se tornar até uma exigência para algum jogo de maior peso. Ideia já repassada aos administradores dos estádios de Sport, Santa, Náutico e Vitória, convidados entre os clubes das Séries A e B e os dez primeiros do ranking feminino – hexa estadual, o Vitória é o vice-líder.

Há muito a se fazer nessas bandas. São várias nuances, como tipo de grama (bermuda celebration), corte (de 18 a 25 milímetros), irrigação (automatizada) e drenagem (a vácuo). Somado a tudo isso, claro, o tamanho do campo de jogo. Entre os palcos presentes, somente a Arena Pernambuco está de acordo.

8.250 m² (110m x 75m) – Ilha do Retiro
8.190 m² (105m x 78m) – Arruda
7.665 m² (105m x 73m) – Aflitos
7.350 m² (105m x 70m) – Carneirão
7.140 m² (105m x 68m) – Arena Pernambuco

Qual clube tem mais chance de obter o “selo de qualidade” em 2016?

Seminário sobre gramados na CBF em 2015. Foto: Fernando Torres / CBF

Tem gente mexendo no placar do Arruda

Placar eletrônico do Arruda na final do Estadual de 1993. Crédito: RN Produções/youtube/reprodução

O primeiro placar eletrônico em um estádio de futebol de Pernambuco foi instalado em 1982, no Arruda, após a construção do anel superior. Inicialmente, ficava no centro do campo, preso à sacada da nova estrutura. Transferido para a barra da Rua das Moças, o equipamento, com as tradicionais lâmpadas amarelas e o horário de Brasília, durou pouco mais de uma década.

Em 2001 houve um salto tecnológico casa do Santa. No mesmo local do antigo placar foi instalado um telão colorido, o primeiro do Nordeste. Porém, o equipamento foi danificado e o custo de R$ 50 mil inviabilizou o conserto. Assim, o Mundão ficou oito anos sem um placar, nem mesmo manual. Até a volta da Seleção Brasileira ao Recife, após 14 anos. Para o jogo válido pelas Eliminatórias da Copa, foi alugado um novo telão, desmontado logo depois.

Em 2011, foram colocados dois expositores coloridos na beira do campo. Neste caso, o aparelho informava apenas através de texto. A permuta, numa parceria com quatro empresas, durou na Série D. Desde então, se passaram quatro temporadas para, enfim, o estádio José do Rego Maciel voltar a ter um placar de alto nível, com um telão de LED de 36 metros quadrados (9 metros de comprimento por 4 de altura). O aparelho vem a custo zero e mais uma parceria do clube. Que desta vez a estrutura dure mais tempo.

Ordem das imagens: 1993 (Santa 2 x 1 Náutico), 2001 (Santa 2 x 1 Fla), 2009 (Brasil 2 x 1 Paraguai), 2011 (Santa 1 x 0 Santa-RN) e 2015 (Santa x Papão).

Placar eletrônico do Arruda em 2001: Santa Cruz 2x1 Flamengo. Crédito: Rede Globo/youtube/reprodução

Placar eletrônico no jogo Brasil 2x1 Paraguai, em 2009, no Arruda. Foto: Fabiano Lopes (http://derecifeparaomundo.blogspot.com.br/)

Placar eletrônico do Arruda em 2011. Foto: DP

Novo placar eletrônico do Arruda, em 2015. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A Press

Em cores, os 50 anos da construção e ampliação do estádio do Arruda

Evolução do Arruda, de 1965 a 2010. Fotos: Arquivo e Toni Abreu/Panoramio (2010)

O Arruda começou a ser erguido há 50 anos. O Santa já ocupava o terreno na Avenida Beberibe havia duas décadas, mas somente em 1965 o alçapão de madeira deu lugar às primeiras arquibancadas de concreto. Sem pressa, com a ajuda do povão, de tijolo e cimento à mão de obra. E assim continuou até 1971, quando o governador do estado, Eraldo Gueiros, liberou um empréstimo de US$ 850 mil, numa parceria entre Bandepe e Campina Grande S/A, para concluir a obra projetada por Reginaldo Esteves. Pelé testemunhou o financiamento.

O objetivo era colocar o Recife na Copa da Independência de 1972, com a participação de 20 países. Sport e Náutico também tentaram o investimento, mas uma comissão apontou o Arruda, já em andamento, como o projeto mais viável. Lá, ocorreram sete jogos do torneio em homenagem aos 150 anos da independência do Brasil. Antes, a festa de inauguração, em 4 de julho de 1972, com 64 mil pessoas no empate sem gols entre Santa Cruz e Flamengo.

O estádio José do Rêgo Maciel seria ampliado novamente em 1980, através de um novo empréstimo do Bandepe, também feito aos rivais. Com o anel superior, a capacidade subiu para 85 mil pessoas na reabertura em 1982. Na época, se chegou a especular até 110 mil lugares! Só não havia dúvida quanto à magnitude do quarto maior estádio particular do mundo. Daí, o apelido “Colosso do Arruda”.

No post, raras fotos coloridas da construção e ampliação do Mundão. Confira as imagens em uma resolução maior: 1965, 1972, 1980 e 2010.

Quanto ao futuro do estádio, um novo desenho já foi feito, com a Arena Coral.

Estádios do Grande Recife no Google Maps, versão 2015

Na sequência da postagem sobre as metrópoles com mais estádios no mundo, uma vista dos principais palcos do Grande Recife, a partir do Google Maps. Para comparar cada estrutura de maneira mais justa, a aproximação foi a mesma (com a relação de 50m), assim como o ângulo e o corte das imagens via satélite, em 3D, atualizadas em 2015. Até porque a cada ano surgem edificações próximas, assim como as novas pinturas das arquibancadas.

Apesar da capacidade inferior em relação ao Mundão (de 13.830 lugares), a arena da Copa ocupa uma área maior, explicada pelo estacionamento interno, pelas áreas livres para bares e ações pontuais, e, sobretudo, pela fachada de almofadas de etileno tetrafluoretileno, que ocupa 25 mil metros quadrados.

Dos seis estádios presentes, apenas o Grito da República, em Olinda não tem gramado. Também pudera, a inauguração está atrasada há dois anos, apesar da arquibancada já erguida. Confira também as imagens do Google Street View passando nas sedes dos três grandes clubes da capital pernambucana.

Arruda (60.044) – Recife

Arruda no Google Maps em agosto de 2015. Crédito: Google/reprodução

Arena Pernambuco (46.214) – São Lourenço

Arena Pernambuco no Google Maps em agosto de 2015. Crédito: Google/reprodução

Ilha do Retiro (32.923) – Recife

Ilha do Retiro no no Google Maps em agosto de 2015. Crédito: Google/reprodução

Aflitos (22.856) – Recife

Aflitos no Google Maps em agosto de 2015. Crédito: Google/reprodução

Grito da República (15.000) – Olinda

Grito da República no Google Maps em agosto de 2015. Crédito: Google/reprodução

Ademir Cunha (12.000) – Paulista

Ademir Cunha no Google Maps em agosto de 2015. Crédito: Google/reprodução

Grande Recife na 5ª colocação entre as metrópoles com mais estádios no mundo

Estádio do Arruda, Arena Pernambuco, Ilha do Retiro, Aflitos, Grito da República e Ademir Cunha. Fotos: DP/D.A Press

Buenos Aires, la ciudad con más campos de fútbol del mundo

Este foi título da reportagem produzida pelo jornal El País, que numa tradução simples estabelece a capital argentina como a região metropolitana com mais estádios a partir de dez mil lugares. Numa paixão futebolística nítida em cada esquina da cidade de 13 milhões de habitantes, existem 36 palcos, do imponente Monumental de Nuñez (do River Plate, com 61.688 lugares) ao acanhado Malvinas (do San Miguel, com 10.000). Para se ter uma ideia, a quantidade é superior ao dobro do segundo colocado. O ranking publicado pelo periódico, aliás, apresenta cidades com muita tradição no futebol.

1º) Buenos Aires (36)
2º) São Paulo (15)
3º) Londres (12)
4º) Rio de Janeiro (9)
5º) Madri (5)

O blog analisou o mais recente cadastro nacional de estádios brasileiros, produzido pela CBF e cuja 5ª versão inscreveu 782 praças esportivas, elaborando uma lista nacional. Com este levantamento, o Grande Recife ficou numa posição surpreendente, superior a Madri, diga-se. Adicionado o estádio Grito da República, em Olinda, previsto (enfim) para dezembro de 2015 e com gasto acima do previsto, seriam seis palcos acima da capacidade estipulada.

Nesta apuração, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro aparecem com números inferiores em relação ao do ranking mundial, mas há uma justificativa plausível. No caso paulistano, a popular Rua Javari, do Juventus, teve a sua capacidade oficial reduzida para apenas 4.004 espectadores, apesar do recorde de 15 mil pessoas apinhadas. O mesmo ocorreu em dois locais tradicionais na Cidade Maravilhosa, o Moça Bonita (Bangu) e o Luso Brasileiro (Portuguesa).

Abaixo, as onze metrópoles brasileiras com mais estádios.

Caso alguém atualize a lista mundial, a RMR ficaria em 5º lugar…

1º) São Paulo (14) – 20,93 milhões de habitantes e 7,94 mil km²
66.795 – Morumbi (São Paulo)
45.000 – Arena Corinthians (São Paulo)
45.000 – Allianz Parque (São Paulo)
37.730 – Pacaembu (São Paulo)
31.452 – Arena Barueri (Barueri)
21.004 – Canindé (São Paulo)
16.744 – Anacleto Campanella (São Caetano)
14.384 – Francisco Ribeiro (Mogi das Cruzes)
14.185 – Bruno Daniel (Santo André)
13.440 – 1º de Maio (São Bernardo)
13.400 – Ícaro de Castro (São Paulo)
12.430 – José Liberatti (Osasco)
12.000 – Parque São Jorge (São Paulo)
10.117 – Nicolau Alayon (São Paulo)
Total de lugares: 353.681
Média por estádio: 25.262
Um estádio a cada 1,49 milhão de pessoas
Um estádio a cada 567 km²

2º) Rio de Janeiro (7) – 12,11 milhões de habitantes e 8,14 mil km²
78.838 – Maracanã (Rio de Janeiro)
44.661 – Engenhão (Rio de Janeiro)
24.584 – São Januário (Rio de Janeiro)
18.000 – Ítalo Del Cima (Rio de Janeiro)
15.000 – Campo dos Cordeiros (São Gonçalo)
13.544 – Edson Passos (Mesquita)
12.000 – Caio Martins (Niterói)
Total de lugares: 206.627
Média por estádio: 29.518
Um estádio a cada 1,73 milhão de pessoas
Um estádio a cada 1,16 mil km²

3º) Recife (6) – 3,88 milhões de habitantes e 2,77 mil km²
60.044 – Arruda (Recife)
46.214 – Arena Pernambuco (São Lourenço)
32.923 – Ilha do Retiro (Recife)
22.856 – Aflitos (Recife)
15.000 – Grito da República (Olinda)
12.000 – Ademir Cunha (Paulista)
Total de lugares: 189.037
Média por estádio: 31.506
Um estádio a cada 646 mil pessoas
Um estádio a cada 461 km²

4º) Curitiba (5) – 3,46 milhões de habitantes e 16,58 mil km²
42.372 – Arena da Baixada (Curitiba)
35.000 – Pinheirão (Curitiba)
34.872 – Couto Pereira (Curitiba)
17.200 – Durival de Brito (Curitiba)
10.000 – Vila Olímpica (Curitiba)
Total de lugares: 139.444
Média por estádio: 27.888
Um estádio a cada 692 mil pessoas
Um estádio a cada 3,31 mil km²

4º) Porto Alegre (5) – 4,18 milhões de habitantes e 10,34 mil km²
56.500 – Arena Grêmio (Porto Alegre)
56.000 – Beira-Rio (Porto Alegre)
45.000 – Olímpico (Porto Alegre)
10.000 – Complexo Esportivo (Canoas)
10.000 – Cristão Rei (São Leopoldo)
Total de lugares: 177.500
Média por estádio: 35.500
Um estádio a cada 836 mil pessoas
Um estádio a cada 2,06 mil km²

4º) Brasília (4) – 2,85 milhões de habitantes e 5,80 mil km²
72.788 – Mané Garrincha (Brasília)
27.000 – Boca do Jacaré (Taguatinga)
20.310 – Bezerrão (Gama)
10.000 – Augustinho Lima (Sobradinho)
Total de lugares: 130.098
Média por estádio: 32.524
Um estádio a cada 712 mil pessoas
Um estádio a cada 1,45 mil km²

7º) Belém (3) – 2,38 milhões de habitantes e 3,56 mil km²
45.007 – Mangueirão (Belém)
16.200 – Curuzu (Belém)
12.000 – Baenão (Belém)
Total de lugares: 73.207
Média por estádio: 24.402
Um estádio a cada 793 mil pessoas
Um estádio a cada 1,18 mil km²

7º) Belo Horizonte (3) – 5,76 milhões de habitantes e 9,46 mil km²
61.846 – Mineirão (Belo Horizonte)
23.018 – Independência (Belo Horizonte)
22.000 – Arena do Jacaré (Sete Lagoas)
Total de lugares: 106.864
Média por estádio: 35.621
Um estádio a cada 1,92 milhão de pessoas
Um estádio a cada 3,15 mil km²

7º) Fortaleza (3) – 3,81 milhões de habitantes e 6,96 mil km²
63.903 – Castelão (Fortaleza)
20.262 – Presidente Vargas (Fortaleza)
10.500 – Domingão (Horizonte)
Total de lugares: 94.665
Média por estádio: 31.555
Um estádio a cada 1,30 milhão de pessoas
Um estádio a cada 2,32 mil km²

7º) Natal (3) – 1,50 milhão de habitantes e 3,25 mil km²
32.050 – Arena das Dunas (Natal)
15.082 – Frasqueirão (Natal)
10.068 – Barretão (Ceará-Mirim)
Total de lugares: 57.200
Média por estádio: 19.066
Um estádio a cada 500 mil pessoas
Um estádio a cada 1,08 mil km²

7º) Salvador (3) – 3,91 milhões de habitantes e 4,37 mil km²
50.025 – Fonte Nova (Salvador
35.000 – Barradão (Salvador)
32.157 – Pituaçu (Salvador)
Total de lugares: 117.182
Média por estádio: 39.060
Um estádio a cada 1,30 milhão de pessoas
Um estádio a cada 1,45 mil km²

As arquibancadas especiais para os cadeirantes nos estádios do Recife

Torcedores com necessidades especiais nos Aflitos (Náutico), Arruda (Santa Cruz) e Arena Pernambuco (Sport). Fotos: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press (Aflitos e Arruda) e Thiago Vasconcelos/Divulgação

O acesso dos torcedores com deficiência física aos estádios do Recife sempre foi complicado. Aos usuários de cadeiras de rodas, o perrengue para assistir ao futebol local já começa na compra de ingressos em bilheterias arcaicas, segue no caminho até a catraca, com pisos desnivelados, e termina nos setores reservados, quase sempre à beira do campo, num espaço descoberto. Exceção feita à Arena Pernambuco, de acordo com o caderno de encargos mais recente da Fifa, ainda falta bastante, ainda que algumas reformas sejam recentes. Confira os setores de cada estádio e as respectivas restrições de confronto.

Aflitos
O estádio do Náutico têm três áreas para pessoas com necessidades especiais, duas dos gols e uma na arquibancada frontal. Apesar do espaço amplo, não há cadeiras para os acompanhantes. Apesar de o estádio timbu ter ficado praticamente em desuso desde 2013, os setores se mantêm para jogos menores (América, Sub 20, feminino etc).

Setor para cadeirantes nos Aflitos. Foto: alambrado.net/reprodução

Arena Pernambuco
Sem surpresa, o palco em São Lourenço é o de melhor estrutura neste contexto, com seis espaços reservados no estádio, todos cobertos, com ótima visão (no último degrau da arquibancada inferior) e assentos para os acompanhantes. Além disso, os banheiros também são adaptados, além do acesso no estádio, com corrimão e rampas especiais.

Setor para cadeirantes na Arena Pernambuco. Foto: http://acessibilidadeabsoluta.blogspot.com.br

Arruda
O estádio do Santa Cruz foi o último a construir um espaço especial para os deficientes físicos. Até julho de 2014, esses torcedores ficavam no primeiro degrau das sociais, de forma improvisada. Foi então que a comissão patrimonial do Tricolor construiu uma plataforma com 22 metros de comprimento, coberta, entre as sociais e o fosso. Mais. O sócio com deficiência física tem acesso gratuito aos jogos, além da garantia da meia entrada ao acompanhante, numa grata medida do clube.

Setor para cadeirantes no Arruda. Foto: Brenno Costa/DP D.A Press

Ilha do Retiro
No Adelmar da Costa Carvalho, durante anos funcionou apenas um espaço para cadeirantes, no primeiro degrau da arquibancada frontal, um setor liberado apenas para a torcida mandante – e que, de maneira irresponsável, também costuma ser ocupado por torcedores sem necessidades especiais. Em agosto de 2015, o Sport reformou as sociais, no lado oposto do estádio, trocando o velho alambrado de ferro por um de vidro e construindo um setor para sócios cadeirantes.

Setor para cadeirantes na Ilha do Retiro. Foto: Rafael Reis (twitter.com/rm_reis)

Arruda, Aflitos e Ilha do Retiro inundados na cheia de 1975, no susto de Tapacurá

Arruda inundado em 1975. Foto: Arquivo/DP

Em 21 de julho de 1975, há 40 anos, o Recife viveu um dia de pânico, com o boato de que a barragem de Tapacurá havia estourado. Piorou o já dramático cenário, com a cidade sob intensa chuva há seis dias, com 107 mortos, muitos em deslizamentos nos morros, no maior aguaceiro já visto nessas bandas.

Na Avenida Caxangá, por exemplo, a água subiu quatro metros. Pois aí surgiu o nocivo boato de que a maior barragem da região metropolina havia rompido, elevando ainda mais o nível da enchente, tomando centenas de ruas. Houve correria, gente saindo de suas casas, pessoas liberadas de seus empregos. O boato tomou conta de norte a sul, com o susto matando três pessoas de infarto.

Aflitos inundado em 1975. Foto: Arquivo/DP

Com o Recife debaixo d’água, o campeonato estadual foi paralisado. Aliás, nem que a FPF quisesse teria sido diferente. Basta conferir a situação dos três estádios, em registros aéreos durante a cobertura do Diario de Pernambuco.

O canal do Arruda subiu até o gramado, a Ilha virou uma ilha de fato e os Aflitos ficou impraticável. A competição ficou suspensa por oito dias, com a final ocorrendo apenas em 10 de agosto. A bola voltou a rolar em campos precários, pois a recuperação levou semanas. Desde então, outros boatos surgiram, o último deles em 2011. E até hoje, ainda bem, Tapacurá se mantém firme.

Confira as fotos em uma resolição maior: Arruda, Aflitos e Ilha do Retiro.

Ilha do Retiro inundada em 1975. Foto: Arquivo/DP