A situação é bem parecida… Misturando trabalho, apreensão, política e pressão.
Com as seguidas declarações da Fifa, pondo em xeque a presença no torneio, vem novos cronogramas e soluções emergenciais para a conclusão.
A Arena Pernambuco foi escolhida para a Copa das Confederações após uma articulação política. Para bancar a ideia do governo do estado, foi preciso criar um novo roteiro para a obra, com mais funcionários e metas de execução, do tipo de material à forma de instalação.
Em janeiro de 2013, a construção, a última entre os seis palcos do evento, estava em 90%. A principais pendências eram a cobertura, cadeiras, gramado e acabamento.
Um ano depois, outra competição da Fifa em junho pela frente. Desta vez, a Copa do Mundo. Em janeiro de 2014, a lanterna da vez, sob ameaça de exclusão, é a Arena da Baixada, em Curitiba, cujo percentual é bem semelhante àquele do estádio em São Lourenço: 88,8%.
Curiosamente, as pendências são as mesmas. Aliás, os estádios terão capacidades semelhantes, com 46.214 lugares em Pernambuco e 42.372 no Paraná.
No entanto, há uma enorme diferença na realização: a mão de obra empregada.
Na reta final dos trabalhos na Arena Pernambuco eram nada menos que 4.462 operários ligados à Odebrecht. No estádio do Atlético-PR, tocado pela CAP S/A, o número é de 1.084.
A diferença de funcionários e máquinas é bem visível nas imagens de divulgação das parcerias.
No caso público-privado, o aumento no efetivo foi justificado pela participação local no evento-teste. A obra acelerou e cumpriu a sua meta, incluindo um jogo teste em 22 de maio, no amistoso entre Náutico e Sporting, diante de 26.903 pessoas.
Ou seja, em relação à engenharia civil, o quadro curitibano é possível.
Só não será uma missão barata.
Segundo a Secretaria Extraordinária da Copa em Pernambuco, a Secopa, a ordem de grandeza do empreendimento subiu R$ 118 milhões no processo de aceleração, chegando a R$ 650 milhões.
E assim como a Copa das Confederações não teve apenas cinco subsedes, o Mundial também não deverá ter apenas onze. Custe o que custar…