CBF veta a Arena por falta de laudo de higiene. Acredite, a entidade está certa

Documento da CBF com a mudança do local para Náutico x Vitória da Conquista, pela Copa do Brasil 2016

Em 25 de março, a Arena Pernambuco recebeu 45.010 torcedores no clássico entre Brasil e Uruguai, registrando o recorde de público do estádio. Apenas treze dias depois, a CBF alterou um jogo no local por um motivo inacreditável, considerando o nível estrutural do empreendimento em questão: higiene.

Náutico x Vitória da Conquista, no aniversário timbu, em 7 de abril, será no Arruda em vez da Arena porque o estádio não conta mais com o laudo de condições sanitárias e higiene, fornecido pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária, através de um questionário com 41 tópicos. O último documento (abaixo), com validade de um ano, expira justamente no dia 6 de abril. Até aí, normal. Em tese, bastava uma nova vistoria. Contudo, a própria direção de competições da confederação justificou no ato de Informação de Modificação de Tabela (IMT, acima): “sem expectativa de renovação”.

Todos os estádios precisam de quatro laudos anuais para receber jogos profissionais no país. Eis os prazos finais dos laudos na Arena Pernambuco:

Vigilância sanitária – 06/04/2016
Segurança – 14/04/2016
Bombeiro – 29/04/2016
Engenharia – 22/05/2017

Obviamente, a condição higiênica do palco da Copa do Mundo se mantém bem acima da média no futebol pernambucano, mas também é preciso atender à burocracia, já considerando a realização de partidas sob nova vistoria. É surreal que algo tão básico tenha passado batido. Dentre tantas bizarrices na administração desde a inauguração, essa fecha a conta…

Observação: sem o laudo de 2016, a Arena estaria, hoje, vetada para receber jogos das semifinais (20 e 24 de abril) e finais (4 e 8 de maio) do Estadual.

Laudo da Vigilância Sanitária na Arena Pernambuco, até 06/04/2016. Crédito: FPF/reprodução

O perfil da torcida no jogo Brasil x Uruguai, na Arena Pernambuco

Dados sobre o público de Brasil x Uruguai, na Arena Pernambuco. Crédito: governo do estado

Foram comercializados 44.739 ingressos para a partida entre Brasil e Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa 2018. O perfil do público no clássico continental na Arena Pernambuco é bem distinto em relação aos jogos de futebol no estado. A torcida residente na Região Metropolitana do Recife corresponde a 51%, bem abaixo do usual, próximo a 100%. O interesse do jogo, claro, ultrapassou as fronteiras, até mesmo pelos preços cobrados, de R$ 57,50, para a meia-entrada na arquibancada superior, a R$ 300, o valor unitário do camarote.

As capitais mais próximas (João Pessoa, Maceió e Natal) também fizeram parte do bolo, tomando boa parte dos 16% de bilhetes destinados aos demais nordestinos. Para completar, a hinchada uruguaia. As entradas foram vendidas pela própria AUF (a “CBF” dos hermanos), chegando a dois mil interessados. Por sinal, o quadro divulgado pela secretaria de turismo do estado mostra que os estrangeiros poderão injetar até R$ 4 milhões na economia local.

Formado pelas classes A e B, o público presente no duelo entre Neymar e Suárez é semelhante ao do último Mundial. Em 2014, os cinco jogos no estádio receberam 203.025 pessoas, com 59% do público formado por estrangeiros. Na ocasião, os pernambucanos corresponderam a 28,5% do total, sendo 20% no Grande Recife. O jogo pode ser até aqui, não necessariamente o público…

A divisão dos 44.739 ingressos em Brasil x Uruguai
Grande Recife – 51% (22.816)
Outros* – 23% (10.289)
Nordeste (RN, AL e PB) – 16% (7.158)
Interior de PE – 5% (2.236)
Uruguai – 5% (2.236)
*Origem nacional desconhecida pela CBF

Dados sobre o público de Brasil x Uruguai, na Arena Pernambuco. Crédito: governo do estado

A customização da Copa do Mundo de 2018 passando pela Arena Pernambuco

Arena Pernambuco customizada para o jogo nas Eliminatórias da Copa de 2018. Foto:  Fernando Torres/CBF

A Seleção Brasileira não jogou na Arena Pernambuco nos dois torneios da Fifa realizados no país em 2013 e 2014, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Para o Mundial de 2018, o estádio finalmente foi selecionado, para um jogo válido pelas Eliminatórias – o que não ocorria no estado desde 2009. Com a fase classificatória do torneio recebendo um tratamento cada vez maior de “Copa do do Mundo”, com o objetivo de valorizar o evento, naturalmente, a arena recebeu a customização oficial para a “2018 Fifa World Cup Russia Qualifiers”, com o tom azul visando o clássico contra o Uruguai, em 25 de março.

Arena Pernambuco customizada para o jogo nas Eliminatórias da Copa de 2018. Foto:  Fernando Torres/CBF

A customização passa por painéis nos corredores, vestiários e túnel de entrada, estruturas temporárias para a zona mista e placas publicitárias de LED no entorno do campo etc. Em caráter excepcional, a zona mista da Canarinha tem um painel diferenciado, exibindo os seus patrocinadores – no Mundial propriamente dito não há espaço para isso. Por (mais um) dia, um clima de copa em São Lourenço. Não por acaso, foram articulados esquemas diferenciados de segurança e mobilidade- semelhantes aos adotados no Recife durante as copas recentes – para o público, estimado em 44.739 pessoas.

Em tempo: a arena foi preterida nos jogos da Seleção nas copas devido à capacidade, uma vez que o Brasil atuou em palcos com 60 mil lugares.

Relembre a customização da arena nas Confederações e no Mundial.

Arena Pernambuco customizada para o jogo nas Eliminatórias da Copa de 2018. Foto:  Fernando Torres/CBF

Contra o Aedes Aegypti, CBF distribui repelente em Brasil x Uruguai, na Arena

Arena Pernambuco

A partida entre Brasil e Uruguai, na Arena Pernambuco, terá 44.739 torcedores, um recorde, com a carga esgotada com antecedência. O jogo válido pelas Eliminatórias vem sendo tratado com cuidado pelos organizadores, com inúmeras secretarias estaduais envolvidas, até a de saúde. Com o estado sendo o local no país com mais notificações de casos envolvendo os três vírus transmitidos pelo mosquito aedes aegypti – o zika, a febre chikungunya e a dengue -, a multidão receberá uma atenção especial (e curiosa).

A CBF, através de um patrocinador, irá distribuir 100 mil sachês de repelente, da marca Cimed, dentro e fora do estádio em São Lourenço, além de panfletos para evitar a proliferação do mosquito. A ação faz parte da campanha “Xô, inseto”. Ainda que a confederação brasileira tenha negado, especula-se que a Canarinha não treinará no Recife por temer esse quadro. O centro de treinamento do Sport, em Paratibe, numa área tão isolada quanto a arena, já havia sido solicitado, mas direção mudou a programação oficial da Seleção.

O time de Neymar e companhia chegará na capital às 14h do dia 24 de março, fazendo um treino de reconhecimento da arena à noite, às 19h. No dia seguinte, a data do clássico, o voo para Porto Alegre será apenas duas horas após o apito final. Ao todo, a Seleção só ficará 36 horas no Recife. Correndo do Aedes…

Após dois anos, um novo uniforme para a Seleção Brasileira, com estreia na Arena

O novo uniforme da Seleção Brasileira em 2016. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

A CBF apresentou o novo uniforme da Canarinha em 2016. Apesar dos rumores sobre um padrão monocromático, todo amarelo, atendendo a um apelo sem sentido da Fifa (pois mexe com a tradição da cada seleção), a Nike manteve o formato original dos dois modelos oficiais, com cores distintas nas peças.

1) Camisa amarela, calção azul e meias brancas.
2) Camisa azul, calção branco e meias azuis. 

A primeira imagem foi divulgada através de uma rápida gravação no facebook, no momento da sessão de fotos com três jogadores da Seleção Olímpica, Douglas Santos, ex-Náutico, Gabigol e Thiago Maia.

A camisa da Seleção era a mesma desde a Copa do Mundo de 2014. Com o fulminante 7 x 1 a favor dos alemães encalhando os produtos, sobretudo no mercado interno, a confederação e a fornecedora de material esportivo acabaram cancelando o lançamento de um novo padrão pela primeira vez em vinte anos de parceria. Após duas temporadas, já no ritmo das Eliminatórias, com Neymar em alta e com a Olimpíada na agenda, o cenário favoreceu.

E a estreia do novo uniforme verde e amarelo será justamente na Arena Pernambuco, em 25 de março, no clássico contra o Uruguai…

O que você achou do novo uniforme? Gostaria de um padrão monocromático?

O preço mínimo para o ingresso, uma exigência no regulamento do Brasileiro

Regulamento sobre o preço dos ingressos na Série A de 2016. Crédito: CBF

Os regulamentos oficiais das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro de 2016 têm uma regra ainda incomum no futebol do país: o preço mínimo de ingresso. Divulgados em março, os documentos são idênticos quanto ao formato de disputa, com vinte clubes e pontos corridos, mas diferindo sobre as vagas internacionais, acessos e rendimentos, naturalmente. Na questão da venda de bilhetes, o menor valor da Série A deve ser R$ 40, com direito à meia-entrada, de acordo com o artigo 15. É o dobro do estipulado à Segundona, conforme o artigo 13 do regulamento específico da competição. A ideia foi implantada pela confederação em 2015, se estendendo às demais séries.

Como não houve alteração no segundo ano, fica a dúvida sobre a execução de fato da norma, pois a direção de competições já abriu espaço para promoções, inclusive do Sport, com desconto na venda antecipada aos seus sócios. Na Ilha, em 2015, a prática comum foi R$ 60 (inteira), R$ 30 (sócio) e R$ 10 (sócio). Ainda no Recife há outro exemplo sobre o assunto. Para esta temporada, o Santa, também presente na elite, criou um setor (sul inferior) de livre acesso ao sócio, com mensalidade de R$ 30. Ou seja, a regra acaba tendo uma influência maior sobre os ingresso cobrado aos visitantes – cuja norma não é especificada no regulamento. Em tempo: a renda líquida de cada partida é do mandante.

Preços mínimo do ingresso no Brasileiro:
Série A – R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Série B – R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Série C – R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)*
Série D – R$ 10*

* Valores de 2015, segundo o artigo 19 de cada regulamento. A CBF ainda não divulgou os documentos de 2016.

Todos os campeões da Taça das Bolinhas

Todos os campeões da Taça das Bolinhas, de 1975 a 1992

De símbolo-mor do Campeonato Brasileiro a sinônimo de polêmica. Durante 18 anos, a Taça das Bolinhas foi entregue ao capitão do clube campeão na imagem definitiva de cada temporada do nosso futebol. O tradicional troféu, batizado de “Copa Brasil”, foi criado em 1975 num oferecimento da Caixa Econômica Federal. Obra do artista plástico Maurício Salgueiro, com 60 centímetros e 5,6 quilos, numa composição de 156 esferas, sendo uma de ouro, banhadas a ródio para proteger a prata. Todas suspensas numa base de madeira de lei de jacarandá. Apesar da volta olímpica, a taça acabava voltando ao cofre do banco, com o clube recebendo uma réplica em tamanho reduzido, de 30 centímetros.

A curiosidade era o regulamento específico para a posse definitiva do troféu original: era preciso vencer a competição em três anos seguidos ou cinco vezes de forma alternada. Atlético Mineiro (1971), Palmeiras (1972 e 1973) e Vasco (1974) não receberam taças retroativas. Logo, a história começou com o Inter. E a primeira foto reuniu os ídolos Manga e Figueiroa, num  Beira-Rio com 82.568 torcedores. Fortíssimo, o Colorado seria bicampeão em 1976, ficando a um ano da posse. Entretanto, a má campanha em 1977 (25º lugar) acabou com a chance. Ao todo, onze clubes ganharam a Taça das Bolinhas, até 1992.

Só um não recebeu no campo, o Grêmio. Em 1981, após o triunfo no Morumbi, o tricolor fez a festa sem a taça. Tudo por causa de um recurso do Botafogo, eliminado na semifinal, evitando a homologação, o que aconteceria semanas depois, em uma entrega de faixas no Olímpico. Entre 1980 a 1985, os times também receberam um outro troféu, de mais de um metro, devido ao nome do nacional na época, “Taça de Ouro”. Voltando à Taça das Bolinhas, ela saiu de cena em julho de 1992, no Maracanã, quando o Flamengo, liderado por Júnior, sagrou-se campeão brasileiro mais uma vez. O rubro-negro carioca alegava ter sido aquela a sua quinta conquista, colocando até faixa de pentacampeão no palco, com a presença de Ricardo Teixeira, então presidente da confederação.

Ficaria mesmo na propriedade da Gávea? Como o notório imbróglio de 1987 seguia no tribunal – a decisão da Justiça Federal, a favor do Sport, só viria em 1994 -, a CBF instituiu um novo troféu no ano seguinte. Assim, o objeto de desejo da Série A foi esquecido. Até 2007, quando o São Paulo ganhou o seu quinto título e pleiteou (e recebeu) a Taça das Bolinhas. Ato administrativo logo desfeito após uma liminar do Fla, alegando que o troféu não estava mais em jogo naquele ano – de fato, a visão tem sentido. Ainda que 1987 já tenha um posicionamento do Supremo Tribunal Federal, o troféu segue fora do alcance…

Campeões da Taça das Bolinhas:
4 – Flamengo (1980, 1982, 1983 e 1992)
3 – Internacional (1975, 1976 e 1979) e São Paulo (1977, 1986 e 1991)
1 – Guarani (1978), Grêmio (1981), Fluminense (1984), Coritiba (1985), Sport (1987), Bahia (1988), Vasco (1989) e Corinthians (1990)

CBF mantém o bizarro critério de classificação à Sul-Americana 2017

Regulamento da Série A de 2016. Crédito: CBF

Em 2013, numa redistribuição das vagas brasileiras à Copa Sul-Americana, a CBF atrelou a classificação ao torneio internacional, na época com a “pré-vaga” no Brasileiro, também à eliminação precoce na Copa do Brasil. Tudo por uma questão de calendário, uma vez que as duas copas ocorrem simultaneamente no segundo semestre. Acabou por esvaziar as duas, na visão do blog.

Para um clube jogar a Sula, não podia chegar nas oitavas da Copa do Brasil, tendo que ser eliminado até a terceira fase. Ser eliminado para ir à Sula? Incompreensível. Logo, o formato tornou-se alvo de críticas de clubes, torcedores e imprensa, com a direção da CBF avaliando a possibilidade de mudança. Esperava-se um novo critério para 2017, mas não será possível. A entidade divulgou o regulamento oficial do Brasileirão de 2016, com o artigo 6º mantendo a fórmula sobre a classificação da Sula. São seis vagas via campeonato nacional e outras duas no Nordestão e na Copa Verde.

E olhe que a CBF criou, em 18 de fevereiro, um comitê de reformas composto por 17 integrantes com o objetivo de avaliar mudanças na estrutura do futebol do país. Infelizmente, essa pauta, pra lá de importante, ainda não foi analisada…

Pernambucanos classificados à Sula (e eliminados na Copa do Brasil):
2013 – Náutico (12º na A de 2012) e Sport (17º na A de 2012)
2014 – Sport (Copa do Nordeste 2014)
2015 – Sport (11º na A de 2014)

Confira a “fila de espera” da Sula 2016, com Sport e Santa, clicando aqui.

A tabela do Náutico na Série B de 2016

Série B 2016, com o Náutico

A CBF divulgou a tabela oficial da Série B de 2016, que neste ano terá o Náutico como único representante pernambucano. A estreia do Alvirrubro será entre os dias 13 e 14 de maio – a data exata ainda será anunciada pela confederação, uma vez que esta foi a tabela básica. Na primeira rodada o time irá à Santa Catarina, para enfrentar o Criciúma no estádio Heriberto Hülse. A campanha será encerrada em 26 de novembro, em casa, contra o Oeste.

Na competição, o Timbu uma cota de transmissão de R$ 5 milhões, assim como outros 16 clubes. Enquanto isso, Vasco (R$ 100 milhões), Bahia (R$ 35 mi)e Goiás (R$ 35 mi) receberão valores à parte, devido ao contrato fixo com a Rede Globo. Como ocorre desde 2006, um formato de pontos corridos, com 38 rodadas e os quatro primeiros colocados ascendendo à elite.

Acessos do Náutico à Série A: 1988 (2º), 2006 (3º) e 2011 (2º).

A tabela da Série A de 2016, com as caminhadas de Sport e Santa Cruz

Sport e Santa Cruz na Série A de 2016

A Confederação Brasileira de Futebol divulgou a tabela básica da Série A de 2016, que volta a ter dois times pernambucanos após quatro anos. Sport e Santa Cruz disputarão juntos, o que não acontecia desde 2001. A competição desta temporada começará em 14 de maio – a tabela detalhada será divulgada em breve. A estreia leonina será contra o Flamengo, como visitante, provavelmente no Mané Garrincha, pois o Maracanã está entregue à Olimpíada.

Será a 5ª vez que os dois rubro-negros se enfrentam na primeira rodada, com o time pernambucano invicto neste contexto – duas vitórias (1971 e 1975) e dois empates (1994 e 2012). Já o Santa Cruz irá jogar contra o Vitória, no Arruda. Curiosamente, um repeteco da última partida na Segundona. Na última estreia na elite, em 2006, o Tricolor ficou num empate sem gols com o Figueirense, também em casa. Na última rodada, em 4 de dezembro, o Leão receberá o Figueirense e a Cobra Coral enfrentará o São Paulo no Morumbi.

Clássicos das Multidões
Rodadas 5, no Arruda (1 ou 2 de junho), e 24, na Ilha (10 u 11 de setembro)

O confronto pernambucano já aconteceu 13 vezes no Brasileirão, com 5 vitórias do Sport, 4 vitórias do Santa Cruz e 4 empates. Relembre aqui.

Cotas: Sport R$ 35 milhões e Santa R$ 26 milhões. Veja as demais cotas aqui.