CBF, a entidade sem fins lucrativos com meio bilhão de lucro entre 2007 e 2015

Sede da CBF. Crédito: CBF

Em 30 de abril de 2007, a CBF divulgou o seu balanço financeiro referente ao exercício do ano anterior. Por sinal, 2006 foi a última temporada com prejuízo para a entidade, de R$ 22.133.000. E olhe que a confederação recebeu na ocasião um adiantamento da Isec, a International Sports Events Company, sobre os direitos dos amistosos da Seleção Brasileira por quatro anos. Desde então, ainda que a administração na entidade tenha seguido rigorosamente a mesma linha, com foco na seleção em detrimento dos clubes de futebol – a não ser para se manter no poder -, o lucro líquido em nove anos chegou a meio bilhão de reais! Mais precisamente, R$ 503 milhões.

O cenário não mudou nem mesmo com o conturbado 2015. Corrupção na Fifa, enfraquecimento político, negociações isoladas dos clubes, fuga de patrocinadores, troca de presidentes etc. Em relação ao balanço passado, o lucro subiu 41%, chegando a R$ 72.081.000. O faturamento com patrocínios caiu (5,5%), terminando em R$ 339.604.000, mas acabou “recompensado” com a redução das despesas administrativas, de R$ 167 mi para R$ 119 mi (28%).

O blog encontrou os saldos dos últimos nove balanços da confederação, todos positivos, totalizando R$ 503 milhões no período. Se no último déficit o faturamento anual foi de R$ 99 milhões, a parti dali o aumento foi considerável. Imagina-se o motivo de tanta vontade de permanecer na sede no Rio de Janeiro – mesmo sem estar na cadeira de fato. Não por acaso, fomenta-se o apoio, com R$ 123 milhões distribuídos no ano entre as 27 federações estaduais.

Lucro da CBF
2007 – R$ 10 milhões
2008 – R$ 32 milhões
2009 – R$ 72 milhões

2010 – R$ 83 milhões
2011 – R$ 73 milhões
2012 – R$ 55 milhões
2013 – R$ 55 milhões
2014 – R$ 51 milhões
2015 – R$ 72 milhões

Faturamento da CBF
2007 – R$ 114 milhões
2008 – R$ 152 milhões
2009 – R$ 233 milhões
2010 – R$ 271 milhões
2011 – R$ 313 milhões
2012 – R$ 360 milhões
2013 – R$ 436 milhões
2014 – R$ 519 milhões
2015 – R$ 518 milhões

A CBF é uma “pessoa jurídica de direito privado, de caráter desportivo, sem fins lucrativos, conforme os arts. 1º e 6º do seu Estatuto”. Há tempos, luta com todas as forças para manter tal status, sem uma regulação de fato.

O novo recorde de público da Arena Pernambuco: 44.739 espectadores

Arena Pernambuco. Foto: Odebrecht/divulgação

O novo recorde de público da Arena Pernambuco foi garantido antes de a bola rolar. Em apenas quatro dias de venda pela internet foi esgotada a carga de 44.739 bilhetes para o duelo entre os craques Neymar e Luis Suárez, já somando as entradas promocionais da confederação brasileira de futebol, distribuídas junto aos parceiros comerciais. Foram 38 mil ingressos para o público geral, todos com uma inesperada “taxa de conveniência” de 15% devido à venda online. A título de curiosidade, considerando a entrada mais barata (R$ 57,50), a arrecadação bruta será de pelo menos R$ 2,18 milhões.

Inicialmente, por questão de segurança, seriam no máximo 43 mil espectadores no jogo válido pelas Eliminatórias da Copa, mas o número acabou sendo ampliado. Agora, para a ocupação total das cadeiras vermelhas, restam 1.475 assentos. Com o público recorde já garantido na projeção, o borderô irá superar a marca estabelecida na Série A de 2015, na vitória leonina sobre os são paulinos, com quase 42 mil torcedores presentes. Como o jogo da Seleção ainda não ocorreu, obviamente, a entidade pode receber pedidos de cancelamentos. Mas, de toda forma, os ingressos devolvidos seriam revendidos.

A evolução dos recordes da Arena
26.803 – Náutico 1 x 1 Sporting-POR (22/05/2013)
41.705 – Espanha 2 x 1 Uruguai (16/06/2013)
41.876 – Alemanha 1 x 0 Estados Unidos (26/06/2014)
41.994 – Sport 2 x 0 São Paulo (19/07/2015)
44.739 – Brasil x Uruguai (25/03/2016)

Abaixo, os recordes dos principais estádios do Grande Recife:

Arruda
96.990, o recorde de público (Brasil 6 x 0 Bolívia, 29/08/1993)
60.044, a capacidade atual
161%, a taxa de ocupação do recorde
80.203, o recorde entre clubes (Náutico 0 x 2 Sport, 15/03/1998)

Arena Pernambuco
44.739, o recorde de público (Brasil x Uruguai, 25/03/2016)
46.214, a capacidade atual
96%, a taxa de ocupação do recorde
41.994, o recorde entre clubes (Sport 2 x 0 São Paulo, 19/07/2015)

Ilha do Retiro
56.875, o recorde de público (Sport 2 x 0 Porto, 07/06/1998)
32.983, a capacidade atual
172%, a taxa de ocupação do recorde 

Aflitos
31.061, o recorde de público (Náutico 1 x 0 Sport, 21/07/1968)
22.856, a capacidade atual
135%, a taxa de ocupação do recorde 

Sobre o Arruda, com invasões e borderôs não contabilizados, clique aqui.

Novo presidente da Fifa, Gianni Infantino promete Copa do Mundo com 40 seleções

Gianni Infantino, o presidente-eleito da Fifa em 2016. Foto: Fifa/twitter

No segundo turno da eleição em Zurique, o que não acontecia desde 1974, o suíço Gianni Infantino foi eleito para a presidência da Fifa pelos próximos quatro anos. Candidato com status de secretário-geral da Uefa, o dirigente tem como primeira meta, claro, tentar limpar a imagem da Fifa, arruinada pelo escândalo de corrupção, desarticulado pelo FBI. Bem difícil. Entre as promessas de campanha, saindo da estrutura política, uma ideia chama atenção. Trata-se da ampliação da Copa do Mundo, passando de 32 para 40 países! O formato atual, tecnicamente já inchado, foi estabelecido em 1998, na França. O controverso torneio no Catar, em 2022, será o sétimo assim. Durante a campanha, Gianni lançou a proposta, em 19 de janeiro, baseada na “representatividade”. O europeu afirma também ter simpatia pela ideia de um mundial regional, semelhante à edição organizada simultaneamente entre Japão e Coreia do Sul. Contudo, ele destaca que pode ocorrer em até mais de dois países…

“Deveríamos dar a mais oito países a possibilidade de aproveitar do febre da Copa do Mundo de uma forma passional. E também conseguiríamos uma maior representação em todo o mundo no processo.” 

“A Fifa deveria explorar a possibilidade de organizar a Copa do Mundo não só em um ou dois países, mas em toda uma região. Assim, permitiria que diversos países aproveitassem a honra e os benefícios de receber a Copa do Mundo.”

Vale lembrar que Argentina e Uruguai já articulam, em conjunto, uma candidatura para 2030, quando o torneio completará um século, iniciado justamente em Montevidéu. A seguir, a quantidade de participantes em todas as copas.

1930 – 13 seleções (18 jogos)
1934 – 16 seleções (17 jogos)
1938 – 15 seleções (18 jogos)
1950 – 13 seleções (22 jogos)
1954 – 16 seleções (26 jogos)
1958 – 16 seleções (35 jogos)
1962 – 16 seleções (32 jogos)
1966 – 16 seleções (32 jogos)
1970 – 16 seleções (32 jogos)
1974 – 16 seleções (38 jogos)
1978 – 16 seleções (38 jogos)
1982 – 24 seleções (52 jogos)
1986 – 24 seleções (52 jogos)
1990 – 24 seleções (52 jogos)
1994 – 24 seleções (52 jogos)
1998 – 32 seleções (64 jogos)
2002 – 32 seleções (64 jogos) – 2 sedes
2006 – 32 seleções (64 jogos)
2010 – 32 seleções (64 jogos)
2014 – 32 seleções (64 jogos)
2018 – 32 seleções (64 jogos)
2022 – 32 seleções (64 jogos)
2026 – 40 seleções? (76 jogos?) – 3 sedes?

Sobre a eleição, Gianni, de 45 anos e não citado nas investigações, recebeu 115 dos 207 votos, garantindo um mandato até 2019. Ele será o 9º presidente da história da entidade. Eis as dez propostas do novo homem-forte do futebol:

1) Implementar uma boa governança e cumprir as reformas
2) Indicar um novo secretário-geral da Fifa
3) Encontros estratégicos com membros das associações ainda em 2016
4) Encontro com parceiros comerciais para retomar a confiança para o mercado
5) Articular novos regulamentos de desenvolvimento do futebol
6) Foco em projetos nacionais e regionais para ajudar as confederações
7) Iniciar o processo de organização da Copa do Mundo de 2026
8) Criar um programa de estágio para a cooperação em todos os níveis
9) Introduzir reformas concretas para o sistema de transferência
10) Criar um grupo de “renomes” para ações sociais no futebol 

Eleição na Fifa. Crédito: Fifa/twitter

O raio x dos salários dos 28 mil jogadores profissionais em atividade no Brasil

Registro e transferência de jogadores, segundo a CBF

A CBF abriu a caixa preta com os registros dos jogadores profissionais, através da diretoria de registro e transferências, que incorporou um no sistema em 2015. O balanço foi dividido em três partes (registro, transferências e salários), traçando um raio x em relação aos rendimentos jogadores. O quadro – uma fagulha de transparência – deixa claro que os grandes salários do futebol representam uma parcela mínima da categoria.

Dos 28 mil jogadores em atividade no país na última temporada, 82% recebem até R$ 1 mil, pouco mais de um salário mínimo. Pior. A maioria desses atletas ficou sem atividade no segundo semestre, após o fim dos já deficitários estaduais. Considerando um salário mensal acima de R$ 10 mil, apenas 725 jogadores chegam a tal valor, o que corresponde a 2,5% dos atletas em atividade, espalhados nas Séries A e B.

Divisão dos salários dos jogadores brasileiros em 2015
Até R$ 1 mil – 23.238 jogadores (82,40%)
R$ 1 mi a R$ 5 mil – 3.859 jogadores (13,68%)
R$ 5 mil a R$ 10 mil – 381 jogadores (1,35%)
R$ 10 mil a R$ 50 mil – 499 jogadores (1,77%)
R$ 50 mil a R$ 100 mil – 112 jogadores (0,40%)
R$ 100 mil a R$ 200 mil – 78 jogadores (0,28%)
R$ 200 mil a 500 mil – 35 jogadores (0,12%)
Acima de R$ 500 mil – 1 jogador (Alexandre Pato, do São Paulo)

Segundo o balanço, de janeiro a dezembro vigoraram 28.203 contratos dos mais variados formatos, envolvendo 776 clubes profissionais, um número ainda maior que o listado pelo movimento Bom Senso FC, de 684 – dos quais apenas 101 teriam atividade durante todo o ano. Além disso, o relatório da confederação também incluiu os clubes amadores e formadores, chegando a 435.

Contrato/definitivo – 28.203
Vínculos não profissionais – 22.782
Contrato/empréstimo – 1.674
Rescisão de contrato – 7.973
Rescisão judicial – 131
Transferências nacionais – 14.331

Em relação às transferências internacionais, em 2015 a entidade registrou a saída de 1.212 jogadores brasileiros para o exterior, sendo 232 amadores (jovens) e 771 profissionais, movimentando nada menos que R$ 679,7 milhões. No sentido inverso foram 648 atletas, sendo 68 amadores e 580 profissionais, com um investimento de R$ 114,3 milhões.

Mesmo jogando mal, Sport vira o placar em João Pessoa na estreia do Nordestão

Copa do Nordeste 2016, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x2 Sport. Foto: Pedro Henrique/Esp. DP

Falcão teve que quebrar a cabeça para escalar o Sport, improvisando um lateral no ataque e com volantes na criação. Reflexo de uma irresponsável montagem de elenco até o momento, sem um meia de ofício com dois torneios em andamento. Em João Pessoa seria mesmo preciso superar obstáculos. A começar pela torcida, que aguardou até o último instante para para saber se entraria, após a recomendação do Ministério Público da Paraíba por causa das obras de um viaduto no entorno do Almeidão. Se não havia condições, então o veto deveria ser duplo, pois o Estatuto do Torcedor regulamenta a torcida visitante. Acabaram liberando torcedores sem uniformes. Decisão tosca.

Em campo, o rubro-negro também não se fazia presente. Tanto pelo padrão azul quanto pelo rendimento. Apesar da posse de bola, em 60%, o Sport não criou nada no primeiro tempo, numa atuação lamentável, em desvantagem desde os 11 minutos após mais uma falha de Matheus Ferraz nesta temporada. A bola sobrou limpa para Müller Fernandes, na cara do gol. Quanta diferença em relação ao time que terminou o Brasileirão. A falta de um pensador na equipe acabou gerando um estilo completamente distinto, basicamente uma busca incessante pela linha de fundo e bolas alçadas para Túlio de Melo.

Com tantos desfalques, a base foi lançada outra vez de maneira forçada. Ao menos um nome funcionou, Fábio. Deu um mínimo de mobilidade a um meio-campo marcador, porém acéfalo, mesmo diante de um adversário frágil. Ainda assim, os gols saíram, sem surpresa, em cruzamentos. Com Túlio de Melo pegando a sobra de um escanteio e com Rithely, a dez minutos do fim, se antecipando entre os marcadores, 2 x 1. Uma vitória na camisa, essencial nesta primeira fase do Nordestão. Sobretudo se o futebol continuar assim, pobre.

Copa do Nordeste 2016, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x2 Sport. Foto: Pedro Henrique/Esp. DP

Os campeões do Nordeste e a antiga discussão sobre a chancela dos títulos

Os campeões da Copa do Nordeste: 1994 (Sport), 1997 (Vitória), 1998 (América-RN) e 1999 (Vitória); 2000 (Sport), 2001 (Bahia), 2002 (Bahia) e 2003 (Vitória); 2010 (Vitória), 2013 (Campinense), 2014 (Sport) e 2015 (Ceará)

Post atualizado 25/05/2017

Desde 1946, quando foi realizado um quadrangular em Natal, vencido pelo Fortaleza, foram disputados 38 torneios de futebol de amplitude regional no Nordeste – com pesos diferentes, naturalmente. A antiga discussão acerca da chancela oficial dos títulos segue com a CBF, que evita tocar no assunto sobre as competições anteriores a 1994, data da primeira Copa do Nordeste, também denominada de “Taça Governador Geraldo Bulhões”. Curiosamente, foi a única reconhecida posteriormente, quando a confederação passou a cuidar da Lampions League. Em setembro de 2014 o presidente da liga, Alexi Portela, encaminhou à direção de competições da entidade uma lista de “campeões oficiais”, incluindo o Torneio José Américo de 1975 e 1976. Até hoje, sem resposta.

Em 2012, devido à publicação do Guia Oficial da CBF, com os títulos informados pelos próprios clubes presentes, o Vitória passou a se proclamar pentacampeão nordestino, somando a taça de 1976. No entanto, o próprio site do clube se contradiz ao considerar o título de 1997 como o primeiro (veja aqui).

Historicamente, o Nordestão – alcunha popular há décadas – sempre foi  intermitente no calendário. Retomado em 2013, após um acordo na justiça entre a Liga do Nordeste e a CBF (que escapou de uma indenização milionária), o torneio está garantido pelo menos até 2022. Cada vez maior, saltando para 20 clubes e premiação de R$ 18,5 milhões em 2017, a Copa do Nordeste já surge como um título mais qualificado e desejado que o Estadual. Até hoje, apenas sete clubes ergueram a taça. A “orelhuda dourada”, aliás, já teve outros nove modelos oficiais. Entretanto, vale relembrar as demais disputas com tradição reconhecida, algumas até no período da precursora CBD. No levantamento do blog, seriam onze torneios, considerando até a recém-criada Taça Asa Branca. 

Nordeste:

Copa Cidade de Natal – 1946 
O torneio foi realizado para celebrar a instalação do sistema de iluminação do estádio Juvenal Lamartine, em Natal, que abrigou todas as partidas.

1946 Fortaleza (4 participantes)

Torneio dos Campeões do Nordeste – 1948
Foi o primeiro torneio com representantes de cinco estados. Todos os jogos ocorreram no Recife. O Santa Cruz , campeão pernambucano no ano anterior, estreou na semifinal.

1948 Bahia (6)

Torneio José Américo de Almeida Filho – 1975/1976
A competição foi organizada em homenagem ao estádio homônimo, o Almeidão, em João Pessoa, inaugurado no mesmo ano. Na temporada seguinte, o torneio foi ampliado, com direito à curiosa participação do Volta Redonda, do Rio de Janeiro.

1975 CRB (6)
1976 Vitória (12)

Copa do Nordeste – 1994/2015 (oficial)
Em 1994, a FPF firmou uma parceria com o governo de Alagoas para organizar a “1ª Copa do Nordeste”, como a competição foi lançada. Com o sucesso, acabou ganhando a chancela da CBF, que passou tomar conta do regional em seu período mais duradouro, a partir de 1997, conferindo ao campeão, inclusive, uma vaga na Copa Conmebol. Desde 2014, o campeão vai à Sul-Americana.

1994 Sport (16)
1997 Vitória (17)
1998 América-RN (16)
1999 Vitória (16)
2000 Sport (16)
2001 Bahia (16)
2002 Bahia (16)
2003 Vitória (12)
2010 Vitória (15)
2013 Campinense (16)
2014 Sport (16)
2015 Ceará (20)
2016 Santa Cruz (20)
2017 Bahia (20)

Taça Asa Branca – 2016
É a única disputa com apenas dois clubes envolvidos, com um jogo. Além do caráter amistoso. Ainda assim, mesmo questionável (no entendimento do blog), a Asa Branca se faz presente por um critério claro: é organizada pela Liga do Nordeste. A taça reúne o atual campeão nordestino (o mandante) e um convidado – o Flamengo foi o primeiro convidado. Em 2017 foi chamado o campeão da Copa Verde (por sinal, essa evolução para “Recopa N-NE” funcionaria melhor).

2016 Ceará (2)
2017 Santa Cruz (2)

Norte e Nordeste:

Torneio dos Campeões do Norte-Nordeste – 1951/1952
A premissa do torneio era uma ampliação da competição realizada na capital pernambucana em 1948. Três anos depois, o Norte foi incorporado, com o Remo chegando na final contra o Ypiranga, campeão baiano pela última vez. No ano seguinte, o Náutico, campeão estadual em 1951, entrou na semifinal do torneio, realizado no Recife.

1951 Ypiranga (8)
1952 Náutico (8)

Copa dos Campeões do Norte – 1966
Apesar do nome, a copa reuniu os vencedores da fase Norte-Nordeste da Taça Brasil. Até 1966, apenas clubes nordestinos haviam vencido. Todos os participantes se enfrentaram em jogos ida e volta na Fonte Nova, PV, Aflitos e Ilha do Retiro.

1966 Náutico (5)

Torneio Hexagonal Norte-Nordeste – 1967
Apesar das duas regiões envolvidas, foram incluídos apenas três estados, com dois pernambucanos, dois cearenses e dois paraenses em jogos de ida e volta.

1967 Santa Cruz (6)

Taça Almir de Albuquerque – 1973
A competição foi, na verdade, a primeira fase do Brasileirão. Na ocasião, foi criado um troféu ao melhor time em homenagem ao atacante Almir Pernambuquinho, revelado pelo Sport em 1956 e que faleceu justamente em 1973. A taça foi instituída a pedido da FPF.

1973 América-RN (16)

Copa Norte – A fase Norte-Nordeste da Taça Brasil – 1959/1968
Agora unificada ao Brasileirão, a pioneira Taça Brasil surgiu em 1959 como a competição que indicaria o representante do país à Taça Libertadores do ano seguinte. Com a precária estrutura de deslocamento de um país continental, o torneio de mata-mata foi regionalizado. Na fase Norte, que compreendia o Norte-Nordeste, o campeão tinha direito a vaga na semi ou na final nacional – sem definição prévia. Os vencedores do zonal celebravam as conquistas regionais, ainda que não fossem um torneio à parte.

1959 Bahia (8)
1960 Fortaleza (9)
1961 Bahia (9)
1962 Sport (11)
1963 Bahia (10)
1964 Ceará (11)
1965 Náutico (11)
1966 Náutico (11)
1967 Náutico (10)
1968 Fortaleza (11)

Torneio Norte-Nordeste – 1968/1970 (oficial)
Paralelamente ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa, agora unificado ao Brasileirão, a CBD organizou o interregional oficial para movimentar os clubes, uma vez que não havia sistema de divisão, ou mesmo de classificação, pois a participação no Robertão era via convite.

1968 Sport (23)
1969 Ceará (26)
1970 Fortaleza (36)

Campeões oficiais do Nordeste e do Norte-Nordeste (17):
4 – Vitória e Sport
3 – Bahia
2 – Ceará

1 – Fortaleza, América-RN, Campinense e Santa Cruz

Estados: Bahia (7), Pernambuco (5), Ceará (3), Rio Grande do Norte (1) e Paraíba (1)

Campeões do Nordeste e do Norte-Nordeste, oficiais e não-oficiais (38):
7 – Bahia
5 – Náutico, Vitória e Sport
4 – Fortaleza e Ceará
3 – Santa Cruz
2 – América-RN

1 – Ypiranga, CRB e Campinense 

Estados: Pernambuco (13), Bahia (13), Ceará (8), Rio Grande do Norte (2), Alagoas (1) e Paraíba (1)

Umbro, Nike e Penalty, as bolas oficiais dos pernambucanos na temporada 2016

Os clubes pernambucanos vão usar até três bolas distintas nas competições do primeiro semestre em 2016. No caso, Santa, Salgueiro e Sport. Modelos com costuras de gomos completamente diferentes. A grande surpresa é a troca no Nordestão, com a Umbro tomando o lugar da Penalty. O modelo especial para a Lampions seria a Asa Branca III, apresentada em 25 de setembro, no mesmo evento em os cinco grupos foram sorteados. Seria produzida em Itabuna.

Porém, na semana que antecedeu ao início do torneio, sem qualquer divulgação dos organizadores, os clubes receberam as novas bolas oficiais do regional, a Neo, da Umbro. O motivo foi um contrato mais vantajoso. No cenário nacional, a nova pelota da Nike é a “Ordem CBF Brasil”, feito de 40% em couro sintético, 30% borracha, 20% poliéster e 10% algodão. Começará na Copa do Brasil, a partir de 16 de março, seguindo em campo até dezembro, no Brasileirão. 

Vale lembrar que a primeira a rolar é a Bola 8, que mantém a Penalty como a fabricante do Campeonato Pernambucano pelo 9º ano seguido. Será que esse revezamento a cada quatro dias atrapalha? Bronca para os goleiros. No Clássico das Multidões serão usados, pelo menos, dois tipos. Para também jogar com a Neo, será preciso um duelo no mata-mata da Copa do Nordeste, o que ocorreu em 2014. Já o Clássico das Emoções pode ter duas bolas, caso o confronto seja confirmado na segunda fase da Copa do Brasil, uma tendência.

E ainda pode surgir uma quarta bola na Sul-Americana, com a Nike Ordem 3

Relembre as bolas utilizadas nas competições oficiais de 2015 clicando aqui.

Umbro (Neo) – Copa do Nordeste

Bola Neo Campo, da Umbro, a nova bola do Nordestão

Nike (Ordem CBF Brasil) – Séries A e Copa do Brasil 

Bola oficial do Campeonato Brasileiro de 2016. Crédito: Nike/divulgação

Penalty (Bola 8)- Campeonato Pernambucano

Bola 8, da Penalty, o modelo do Pernambucano 2016. Crédito: Penalty/divulgação

O estudo da CBF sobre a setorização de ingressos da Arena para Brasil x Uruguai

A CBF confirmou o jogo Brasil x Uruguai na Arena Pernambuco, em 25 de março, mas não revelou os valores dos ingressos. Na coletiva na sede da federação pernambucana, o diretor de competições da confederação, Manoel Flores, informou que a venda começará no dia 24 de fevereiro, inicialmente pela internet. Evitou comentar até mesmo o patamar financeiro – no último jogo, na Fonte Nova, a arquibancada foi de R$ 30 a R$ 120.

O dirigente disse que a entidade ainda está avaliando a setorização de bilhetes para o estádio, que poderá receber até 44 mil espectadores (sendo 38 mil pagantes). Neste caso, vale relembrar os três modelos adotados (o tradicional, adotado nos jogos de Náutico, Santa e Sport, e os mapas da Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo 2014). A ideia é ter cadeiras marcadas nos bilhetes, prática utilizada somente nos torneios da Fifa.

Setorização tradicional
À parte dos camarotes, nos jogos do Trio de Ferro a arena é dividida em oito setores de “arquibancada”, com a premium (o mais caro), leste e norte/sul no anel inferior e oeste/leste e norte/sul no anel superior. Os valores mais baratos ficam atrás das barras, no nível superior.

Setorização tradicional da Arena Pernambuco

Setorização da Copa das Confederações 2013
A Fifa modelou o estádio com os mesmos valores nos dois anéis. A diferença no preço seria de acordo com o ângulo da cadeira, com quatro valores. Os ingressos mais caros ficaram nas laterais do campo.

Setorização da Arena Pernambuco na Copa das Confederações

Setorização da Copa do Mundo 2014
No Mundial, 60% da carga ficou na categoria 1, a mais cara (R$ 350), com os valores caindo nas categorias seguintes (R$ 270, R$ 180 e R$ 60). O ingresso mais barato ficou bem atrás da barra, com a apenas 3 mil lugares, com dois lances de cadeiras no anel inferior e quatro no superior.

Setorização da Arena Pernambuco na Copa do Mundo

Consórcio cede à pressão e a Arena Pernambuco receberá Brasil x Uruguai

Brasil (Neymar) x Uruguai (Suárez), na Arena Pernambuco, pelas Eliminatórias da Copa 2018. Arte: Fred Figueiroa/DP

Atualizado em 25/02, após o anúncio oficial da venda de ingressos.

Demorou quatro meses, mas o clássico entre Brasil e Uruguai foi confirmado na Arena Pernambuco. O duelo, com a presença de Neymar e Luis Suárez, estrelas do Barça, será em 25 de março, às 21h45, no feriado da Sexta-feira Santa. A expectativa para a partida, válida pela quinta rodada das Eliminatórias da Copa 2018, começou em 28 de setembro do ano passado, através do presidente da FPF, Evandro Carvalho. Ganhou força logo depois, no anúncio do amistoso da Seleção Olímpica na Ilha. Desde então, bastava formalizar o palco em São Lourenço e a data. O que parecia uma escolha óbvia se transformou numa intensa negociação. À parte da estrutura da arena, com a nota máxima na avaliação do Ministério do Esporte, a viabilidade econômica do jogo foi o entrave.

Pelo custo apresentado pelo consórcio que administra o empreendimento, a CBF não achou “vantajoso” (repito, à parte da indiscutível estrutura). Em 12 de janeiro surgiu a notícia de que a confederação estaria considerando a hipótese de indicar o Arruda, devido à maior capacidade de venda (50 mil x 38 mil, fora as gratuidades). Duas semanas depois, a especulação tornou-se realidade após a vistoria oficial nos dois estádios do Grande Recife. No fim das contas, a pressão deu certo e o consórcio refez a planilha de custos, reduzindo a pedida. A transferência do mando seria um golpe duríssimo para a arena, já marcada pelos balanços negativos, e, sobretudo, para o governo do estado, cuja gestão atual, de Paulo Câmara, é uma sequência de Eduardo Campos, mentor do projeto. E a própria CBF teria trabalho para explicar a decisão de preterir um estádio que abrigou a Copa do Mundo há dois anos, diga-se.

O jogo marca a estreia da Seleção Brasileira no Arena, substituindo o Mundão, que recebeu todos os jogos desde 1978. Ao todo, será a 18ª partida da seleção principal no estado, sendo o segundo clássico contra os uruguaios na terrinha, 31 anos após o amistoso vencido pelos brasileiros, com gols de Careca e Alemão. Em relação à fase classificatória para o Mundial, a última apresentação foi em 2009, contra o Paraguai. Em partidas oficiais, ou seja, contra seleções nacionais, a Canarinha jamais perdeu em Pernambuco.

Em relação à venda de ingressos (de R$ 50 a R$ 300), confira aqui.

A data do jogo foi revelada pela AUF, a associação uruguaia de futebol.

Avenida Malaquias (5 jogos)
27/09/1934 – Brasil 5 x 4 Sport (público não divulgado)
30/09/1934 – Brasil 3 x 1 Santa Cruz (n/d)
04/10/1934 – Brasil 8 x 3 Náutico (n/d)
07/10/1934 – Brasil 5 x 3 Seleção Pernambucana (n/d)
10/10/1934 – Brasil 2 x 3 Santa Cruz (n/d)

Ilha do Retiro (2 jogos)
01/04/1956 – Brasil 2 x 0 Seleção Pernambucana (n/d)
13/07/1969 – Brasil 6 x 1 Seleção Pernambucana (26.929 torcedores)

Arruda (10 jogos)
13/05/1978 – Brasil 0 x 0 Seleção Pernambucana (42.621)
19/05/1982 – Brasil 1 x 1 Suíça (59.732)
02/05/1985 – Brasil 2 x 0 Uruguai (59.946)
30/04/1986 – Brasil 4 x 2 Iugoslávia (54.249)
09/07/1989 – Brasil 2 x 0 Paraguai (76.800, Copa América)
29/08/1993 – Brasil 6 x 0 Bolívia (96.990, Eliminatórias)
23/03/1994 – Brasil 2 x 0 Argentina (90.400)
29/06/1995 – Brasil 2 x 1 Polônia (24.000)
10/06/2009 – Brasil 2 x 1 Paraguai (55.252, Eliminatórias)
10/09/2012 – Brasil 8 x 0 China (29.658)

Arena Pernambuco (1 jogo)
25/03/2016 – Brasil x Uruguai (Eliminatórias)

A evolução das sete cotas de premiação da Copa do Brasil, de 2012 a 2016

Copa do Brasil 2016

Em cinco anos, de 2012 a 2016, a premiação ao campeão da Copa do Brasil subiu de R$ 4,2 milhões para R$ 10,74 milhões, num aumento de 155%. Os valores correspondem à soma das cotas de participação nas sete fases do mata-mata, até o título. Repetindo o sistema de distribuição, com verbas diferenciadas nas duas primeiras etapas, a 28ª edição tem três grupos de clubes, de acordo com o ranking nacional. Com o acesso à elite, o Santa Cruz passou a figurar no grupo 2, junto ao Sport, presente desde 2014. Náutico e Salgueiro, os outros dois representantes locais, estão no pote 3.

A verba é paga de forma integral, diretamente pela confederação brasileira, ao fim de cada fase. Abaixo, as cotas fase por fase. Confira também o histórico dos seis pernambucanos que já participaram da competição clicando aqui.

Observações
1) Sport e Santa podem faturar até R$ 1,56 milhão e ainda garantir a vaga na Sula, desde que sejam eliminados até a terceira fase da Copa do Brasil.

2) O futebol pernambucano ganhará R$ 1,32 milhão em cotas só na 1ª fase.

3) Em caso de título, Sport ou Santa ganhariam ao todo R$ 10,56 milhões. Já Náutico e Salgueiro chegariam a R$ 10,2 milhões.

Premiação de 2016
1ª fase (64 avos) – R$ 480 mil (grupo 1) / R$ 420 mil (2) / R$ 240 mil (3)
2ª fase (32 avos) – R$ 600 mil (grupo 1) / R$ 480 mil (2) / R$ 300 mil (3)
3ª fase (16 avos) – R$ 660 mil
Oitavas de final – R$ 840 mil
Quartas de final – R$ 960 mil
Semifinal – R$ 1,2 milhão
Vice-campeão – R$ 2 milhões
Campeão – R$ 6 milhões

Cota máxima do campeão: R$ 10,74 milhões
Grupos dos pernambucanos: 2 – Sport e Santa Cruz; 3 – Náutico e Salgueiro

Premiação de 2015
1ª fase (64 avos) – R$ 400 mil (grupo 1) / R$ 350 mil (2) / R$ 200 mil (3)
2ª fase (32 avos) – R$ 480 mil (grupo 1) / R$ 420 mil (2) / R$ 240 mil (3)
3ª fase (16 avos) – R$ 560 mil
Oitavas de final – R$ 690 mil
Quartas de final – R$ 820 mil
Semifinal – R$ 1 milhão
Vice-campeão – R$ 2 milhões
Campeão – R$ 4 milhões

Cota máxima do campeão: R$ 7,95 milhões
Grupos dos pernambucanos: 2 – Sport; 3 – Náutico e Salgueiro
Cotas: Sport R$ 1,33 milhão, Náutico R$ 1 milhão, Salgueiro R$ 440 mil

Premiação de 2014
1ª fase (64 avos) – R$ 320 mil (grupo 1) / R$ 280 mil (2) / R$ 160 mil (3)
2ª fase (32 avos) – R$ 320 mil (grupo 1) / R$ 280 mil (2) / R$ 160 mil (3)
3ª fase (16 avos) – R$ 430 mil
Oitavas de final – R$ 530 mil
Quartas de final – R$ 740 mil
Semifinal – R$ 850 mil
Vice-campeão – R$ 1,8 milhão
Campeão – R$ 3 milhões

Cota máxima do campeão: R$ 6,19 milhões
Grupos dos pernambucanos: 2 – Sport; 3 – Náutico e Santa Cruz
Cotas: Santa R$ 750 mil, Sport R$ 560 mil, Náutico R$ 320 mil

Premiação de 2013
1ª fase (64 avos) – R$ 300 mil (grupo 1)  / R$ 265 mil (2) / R$ 150 mil (3)
2ª fase (32 avos) – R$ 300 mil (grupo 1) / R$ 265 mil (2) / R$ 150 mil (3)
3ª fase (16 avos) – R$ 400 mil
Oitavas de final – R$ 500 mil
Quartas de final – R$ 700 mil
Semifinal – R$ 800 mil
Vice-campeão – R$ 1,8 milhão
Campeão – R$ 3 milhões

Cota máxima do campeão: R$ 6,0 milhões
Grupos dos pernambucanos: 2 – Náutico; 3 – Santa Cruz, Sport e Salgueiro
Cotas: Salgueiro R$ 1,2 milhão, Santa R$ 300 mil, Sport R$ 300 mil, Náutico R$ 265 mil

Premiação de 2012
1ª fase (32 avos) – R$ 250 mil (grupo 1) / R$ 220 mil (2) / R$ 120 mil (3)
2ª fase (16 avos) – R$ 250 mil (grupo 1) / R$ 220 mil (2) / R$ 120 mil (3)
Oitavas de final – R$ 300 mil
Quartas de final – R$ 400 mil
Semifinal – R$ 500 mil
Vice-campeão – R$ 1,5 milhão
Campeão – R$ 2,5 milhões

Cota máxima do campeão: R$ 4,2 milhões
Grupos dos pernambucanos: 2 – Náutico e Sport; 3 – Santa Cruz
Cotas: Náutico R$ 440 mil, Sport R$ 440 mil, Santa R$ 120 mil

Gráfico com a evolução das premiações acumuladas por campanha: