O superprêmio pelo título da Copa do Brasil de 2018, o maior da América do Sul

Evolução das cotas da Copa do Brasil. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A CBF anunciou o acerto com a Rede Globo sobre a renovação dos direitos de transmissão da Copa do Brasil por mais cinco temporadas, de 2018 a 2022. Serão mais de R$ 300 milhões por ano, considerando as cotas de participação, prêmios e logística. Segundo a entidade, o montante pago pela emissora é três vezes maior que o do contrato atual, que vai até 2017. No post, gráficos com a evolução financeira da competição desde 2012, já projetando o futuro.

Em termos de competitividade, chama a atenção o aumento para o título. Serão 50 milhões de reais para o campeão, à parte das fases anteriores. Considerando que o vice leva 20 mi, então na grande decisão, além da taça e da vaga na Libertadores, estará em jogo, de fato, um cheque de R$ 30 milhões. Hoje, neste contexto, não há comparação em torneios interclubes, considerando apenas só decisão. Nem mesmo a Champions League ou o Mundial da Fifa.

Na Série A, o principal campeonato do país, a diferença tornou-se quase “irrisória”. No Brasileirão desta temporada, o hiato entre o campeão (Palmeiras) e o vice (Santos) foi de R$ 6,3 milhões. Essa futura decisão tende a impactar qualquer receita. Em 2016, por exemplo, a previsão de faturamento do Sport é de R$ 113 milhões. Ou seja, só a hipotética final corresponderia a 26,5%. No caso do Náutico, o valor seria até superior a tudo o que o clube arrecadou.

A diferença é tão fora de ordem que chega a parecer um dado equivocado…

Diferença entre os prêmios de campeão e vice*
R$ 30,0 milhões – Copa do Brasil 2018 (50 mi x 20 mi)
R$ 15,7 milhões – Liga dos Campeões 2016 (52,4 mi x 36,7 mi)
R$ 10,4 milhões – Liga Europa 2016 (22,7 mi x 12,3 mi)
R$ 6,3 milhões – Série A 2016 (17,0 mi x 10,7 mi)
R$ 5,9 milhões – Libertadores 2016  (11,9 mi x 6,0 mi)
R$ 4,0 milhões – Mundial 2016 (19 mi x 15 mi)
R$ 4,0 milhões – Copa do Brasil 2016 (6 mi x 2 mi)

R$ 3,3 milhões – Sul-Americana 2016 (6,5 mi x 3,2 mi)
R$ 2,5 milhões – Paulista 2016 (4,0 mi x 1,5 mi)
R$ 2,2 milhões – Carioca 2016 (4,0 mi x 1,8 mi)

R$ 500 mil – Nordestão 2016 (1,0 mi x 0,5 mi)
* Nos torneios mata-matas, apenas os valores das finais 

Premiação total pelo título
R$ 68,7 milhões – Copa do Brasil 2018
R$ 30,6 milhões – Libertadores 2016
R$ 17,0 milhões – Série A 2016**
R$ 12,1 milhões – Sul-Americana 2016
R$ 10,7 milhões – Copa do Brasil 2016
R$ 2,3 milhões – Nordestão 2016
** No Brasileiro, os clubes recebem cotas à parte (e distintas) pela transmissão

Comparativo atualizado após a divulgação das cotas de 2017…

1) O vice de 2018 receberá 7,2 milhões a mais que o campeão de 2017
2) O semifinalista de 2018 receberá mais que o título de 2015
3) Chegar às quartas em 2018 valerá quase o mesmo do título de 2012 

2018
Título: R$ 50 milhões
Vice: R$ 20 milhões
Semifinal: R$ 8 milhões
Quartas de final: R$ 4 milhões
Campanha***: R$ 68,7 milhões

2017
Título: R$ 6 milhões
Vice: R$ 2 milhões
Semifinal: R$ 1,5 milhão
Quartas de final: R$ 1,195 millhão
Campanha***: R$ 12,8 milhões

2016
Título: R$ 6 milhões
Vice: R$ 2 milhões
Semifinal: R$ 1,2 milhão
Quartas de final: R$ 960 mil
Campanha***: R$ 10,74 milhões

2015
Título: R$ 4 milhões
Vice: R$ 2 milhões
Semifinal: R$ 1 milhão
Quartas de final: R$ 820 mil
Campanha***: R$ 7,95 milhões

2014
Título: R$ 3 milhões
Vice: R$ 1,8 milhão
Semifinal: R$ 850 mil
Quartas de final: R$ 740 mil
Campanha***: R$ 6,19 milhões

2013
Título: R$ 3 milhões
Vice: R$ 1,8 milhão
Semifinal: R$ 800 mil
Quartas de final: R$ 700 mil
Campanha***: R$ 6 milhões

2012
Título: R$ 2,5 milhões
Vice: R$ 1,5 milhão
Semifinal: R$ 500 mil
Quartas de final: R$ 400 mil
Campanha***: R$ 4,2 milhões

*** A soma das cotas de todas as fases disputadas

Evolução das cotas da Copa do Brasil. Arte: Cassio Zipoli/DP

As vendas milionárias dos clubes de futebol do Nordeste no Plano Real

O G7 do Nordeste

Inicialmente, o levantamento considerava apenas as vendas milionárias do futebol pernambucano, mas o blog resolveu expandir o ranking, com as maiores negociações em todo o Nordeste. Três clubes já conseguiram negócios acima de R$ 10 milhões, não coincidentemente os três clubes mais presentes na elite do futebol nacional – Bahia, Sport e Vitória, que somam 63 vendas, ou 66% de todas as vendas milionárias na região. Apesar do número de transações do leão pernambucano, a dupla de Salvador aparenta um trânsito melhor no mercado externo, refletido na regularidade de de vendas elevadas. Ao todo, seis estados já firmaram ao menos uma transferência milionária no período a partir do Plano Real, com a circulação iniciada oficialmente em 1º de julho de 1994. Até hoje, treze times conseguiram.

Número de jogadores vendidos (95 nomes até 13/03/2018):
25 – Vitória
19 – Bahia e Sport
10 – Náutico
6 – Santa Cruz
5 – Ceará
3 – Corinthians Alagoano
2 – Fortaleza
1 – ABC, ASA, Campinense, CRB, Porto e Sampaio Corrêa

Número de jogadores vendidos por estado:
44 – Bahia
36 – Pernambuco
7 – Ceará
5 – Alagoas
1 – Paraíba, Maranhão e Rio Grande do Norte

O ranking é apresentado tanto em reais quanto em dólares. Isso porque, em mais de duas décadas, o valor da moeda nacional já flutuou bastante. Se no início chegou a valer mais que o dólar, em determinado momento caiu para 1/4 da moeda americana. Embora o euro seja a versão mais utilizada, hoje, no futebol internacional, o blog opta pelo dólar uma vez que a moeda europeia só foi criada em 1999, sendo impossível calcular valores anteriores.

A pesquisa engloba valores oficiais e extraoficiais, esses divulgados na imprensa (jornais e sites), uma vez que os clubes raramente revelam os valores oficiais – ou mesmo suas receitas gerais. Na maioria dos casos, cada venda foi informada em um valor (real, dólar ou euro), com o blog convertendo nas duas colunas abaixo de acordo com o câmbio de cada época, precisamente no dia da notícia.

Ah, existe a possibilidade de algum ter sido esquecido. Caso lembre, pode deixar o seu comentário no post, que a lista será atualizada.

Observação: a cifra estabelecida por Jean Filho, em 22 de dezembro de 2017, pode ser ainda maior, uma vez que o Bahia tem direito aos direitos econômicos de mais um jogador, ainda em discussão junto ao São Paulo.

Calculando as cotas da Série A 2017 a partir do modelo da Premier League

Brasileirão x Premier League. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em 2017, o investimento da televisão no Brasileiro será de R$ 1,297 bilhão. Montante referente às cotas fixas, à parte do crescente pay-per-view. Paralelamente à já tradicional discussão sobre a distorção e distribuição das cotas, a Premier League sempre aparece como modelo ideal. Na elite do futebol inglês, a receita oriunda da tevê é dividida da seguinte forma a cada temporada: 50% em cotas iguais entre os vinte times, 25% pela classificação final no campeonato anterior e 25% pela representatividade de audiência de cada um.

Assim, em vez do atual sistema de (sete) castas no Brasil, com um hiato de R$ 147 milhões entre a maior cota (Flamengo e Corinthians) e a menor (Chape, Ponte, entre outros), a diferença máxima, caso fosse adotado o modelo britânico, seria de R$ 60 milhões, no caso entre Flamengo e Bahia, recém-promovido. Mais equilíbrio, sem dúvida. Vamos a uma projeção de valores considerando o atual contrato da Série A, válido para o triênio 2016-2018.

Projeção de cotas de TV na Série A de 2017 a partir do modelo da Premier League. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

No quadro inspirado no campeonato inglês, o blog projetou a cota conferindo os seguintes valores na divisão por classificação: 20x para o campeão (ou seja, 20 x R$ 1.544.047, o valor base), 19x para o vice, 18x para o 3º lugar e assim sucessivamente, até o 4º da Série B, com 1x. Já na coluna de audiência, o valor considerado foi 1/4 da verba que cada clube receberá de fato, pois trata-se da única fonte de informação para definir a atual visibilidade atual de cada um.

Sport no contrato oficial
2017 – R$ 35,0 milhões
2016 – R$ 35,0 milhões

2015 – R$ 27,0 milhões
Total – R$ 97,0 milhões

Sport via Premier League
2017 – R$ 51,9 milhões
2016 – R$ 61,7 milhões

2015 – R$ 40,5 milhões
Total – R$ 154,1 milhões

Após articulação entre clubes brasileiros, concorrência de canais de tevê e até projetos de lei (dois já engavetados, ambos de deputados pernambucanos, em 2011 e 2014), a Rede Globo resolveu incorporar a divisão proporcional, mas com um percentual particular. No caso, a partir do próximo contrato, em 2019, a divisão será 40% de forma igualitária, 30% por colocação e 30% de audiência. No Recife, Náutico, Santa Cruz e Sport já assinaram com a emissora até 2024.

Comparativo entre as cotas fixas das Série A e projeções calculadas via Premier League. Arte: Cassio Zirpoli/DP

As várias maquetes oficiais do Arruda, com capacidade entre 30 mil e 120 mil

Apresentação da maquete da ampliação do Arruda, em 20 de janeiro de 1980. Foto: Arquivo/DP

No acervo do Diario de Pernambuco foi possível recuperar imagens dos projetos originais do Arruda, com maquetes distintas tanto no primeiro anel (aberto em 1972) quanto na ampliação (finalizada em 1982). Detalhes a seguir…

Em uma reunião no Pina, a “Comissão Pró-Estádio Tricolor” foi criada em 5 de abril de 1955. Já naquele dia, antes de qualquer projeto ou previsão de gasto, já se sabia o nome da praça esportiva: José do Rego Maciel. Entre 1963 e 1964, o arquiteto Reginaldo Esteves elaborou ajustes na planta para a construção do estádio, no lugar do acanhado campo com arquibancadas de madeira. No primeiro projeto oficial, seriam 30 mil lugares. Era bem parecido com o projeto final, com o anel (único) ondulado, mas com dimensões mais modestas.

Maquete original do anel inferior do Arruda. Foto: Acervo/DP

Em 30 de agosto de 1964 o apelido ‘Colosso do Arruda’ fez total sentido, com a apresentação de um estádio de 70 mil lugares. Ao final da construção, visando a Copa da Independência, em 1972, a capacidade máxima seria de 64 mil.

Maquete oficial do anel inferior do Arruda. Foto: Acervo/DP

Em 20 de janeiro de 1980 o projeto de ampliação foi apresentado no Palácio do Campo das Princesas ao então governador de Pernambuco, Marco Maciel – o filho do nome oficial do Mundão. Ao contrário do estádio coral conhecido hoje em dia, a maquete trazia o anel inferior prolongado a um tamanho gigantesco.

Apresentação da maquete da ampliação do Arruda, em 20 de janeiro de 1980. Foto: Arquivo/DP

A ampliação original (acima) deixaria o estádio com 100 mil lugares. É bom não precisar, porque o dado (e o investimento, em financiamento junto ao Bandepe) mudaria bastante (abaixo), tanto por novos cálculos quanto por informações desencontradas da comissão no longo ano de articulação junto à Prefeitura do Recife, visando a liberação com a arquibancada em cima do canal.

Previsão de gasto com a ampliação
28/01/1980 – Cr$ 70 milhões
23/03/1980 – Cr$ 80 milhões
30/11/1980 – Cr$ 120 milhões
10/05/1981 – Cr$ 215 milhões
26/07/1981 – Cr$ 282 milhões

Previsão de capacidade com a ampliação
20/01/1980 – 110 mil
28/01/1980 – 115 mil
23/03/1980 – 100 mil
10/05/1980 – 110 mil
10/01/1981 – 120 mil
26/07/1981 – 100 mil

Em 19 de maio de 1980, pela primeira vez em publicação no Diario, foi revelada a existência de duas propostas de reforma, com o segundo plano (inédito na ocasião) sendo escolhido posteriormente. Eis o texto original da reportagem:

“Na verdade, o aumento da praça de esporte dos tricolores não está tão fora da realidade quanto se pensa, ou se propala. Existem dois projetos. O primeiro, denominado projeto “A”, bastante regular, é de grande beleza arquitetônica e implica na desapropriação de algumas casas na Rua das Moças e na Rua Rosa Gatorno. O segundo, conhecido como projeto “B”, constaria em se fazer arquibancadas sobrepostas o que viria a dispensar as desapropriações, entretanto, o custo é bem mais elevado e não ficaria a obra tão majestosa como no primeiro projeto.”

Um informe publicitário no jornal, em 18 de janeiro de 1981, trouxe a imagem do projeto final da ampliação (abaixo), com dois anéis (o superior assimétrico) e a chamada “Valeu a pena modificar – Aprovado novo aprovado”. Após um ano de obras, o Torneio Reabertura do Arruda, em 1º de agosto de 1982, reuniu Santa, Náutico, Sport e Central. Na ocasião foram 86.738 espectadores, com a capacidade liberada para… 110 mil. A lotação nunca chegou a tanto (o recorde é de 96.990), mas a carga chegou a ser posta à venda na final de 1983.

Maquete da ampliação do Arruda. Foto: Acervo/DP

Santa Cruz negocia João Paulo com o Botafogo, na 30ª venda milionária de PE

João Paulo em ação no Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Após duas temporadas vestindo a camisa do Santa Cruz, João Paulo acertou com o Botafogo, rendendo R$ 3 milhões ao clube pernambucano. Trata-se da 30ª venda milionária do futebol local, considerando o Plano Real, desde 1994.

Considerando a moeda nacional, foi a maior transação da história tricolor, a 6ª no geral. Porém, na conversão com o dólar, o jogador fica atrás dos atacantes Pantera (1996) e Gilberto (2011), entre os corais, e 16º entre todos os nomes. A ressalva é importante por causa da cotação do real, tendo peso maior ou menor no mercado ao longo dos anos – apesar de o euro ser a moeda mais utilizada hoje em dia no futebol internacional, o blog opta pelo dólar uma vez que a moeda europeia só foi criada em 1999, sendo impossível calcular valores anteriores.

Os números de João Paulo ainda podem aumentar consideravelmente, uma vez que o clube coral detinha 100% dos direitos econômicos e negociou apenas 60%. Ao todo, o meia valeria na prática R$ 5 milhões. Em caso de venda total, JP subiria para 3º (real) e 7º (dólar). O dado final será mensurado pelo desempenho no alvinegro carioca. Longe do Arruda, mas ainda rendendo…

Sobre as negociações milionárias no estado (R$):
Nº de jogadores vendidos (30): Sport 15, Náutico 9, Santa Cruz 5, Porto 1
Nº de jogadores comprados (7): Sport 6, Náutico 1

Abaixo, a lista de atletas negociados. O levantamento considera as receitas obtidas pelos clubes locais, à parte de percentuais de investidores.

Transfermarkt avalia elencos de Náutico, Santa Cruz e Sport após temporada 2016

Os valores dos elencos das Séries A e B de 2016 após o fim da competição. Crédito: Transfermarkt

Como ocorreu na temporada anterior, o blog traz a avaliação do Transfermarkt após a conclusão das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro. Os 40 elencos finalização a edição de 2016 valendo 1,058 bilhão de euros, segundo a moeda utilizada nos levantamentos do site alemão, especializado em direitos econômicos no futebol desde 2000. A grande mudança em relação ao início do campeonato foi, sem dúvida alguma, na Chapecoense, vítima de uma tragédia.

Com o acidente aéreo na Colômbia, com 71 mortos, incluindo 19 jogadores, o time catarinense acabou listando apenas 15 atletas (entre reservas e juniores), com € 7,65 mi. Há sete meses a projeção era de 21,2 milhões. Campeão da Série A, o Palmeiras viu o seu plantel valorizar de 72 mi para 80 milhões de euros, com o São Paulo, líder em maio, antes de o campeonato começar, despencando de 78 mi para 68 mi. O cálculo sobre os direitos econômicos de cada atleta é feito a partir do nível técnico, posição, idade e rendimento recente.

Entre os pernambucanos, algumas projeções polêmicas. O Santa Cruz, apesar do descenso, acabou tendo uma esperada valorização do elenco justamente por causa da presença (lastro) na elite – o acesso já havia evoluindo o dado em 92%! Ainda assim, é questionável o aumento estimado a Keno, bem abaixo do mercado (de fato). Passou de 500 mil para 750 mil euros, ficando abaixo de Mazinho (!). No caso do Sport, o valor foi quase o mesmo, mas o clube viu a desvalorização, segundo o Transfermarkt, de seus jogadores mais valorizados: Diego Souza (-500 mil, mesmo sendo artilheiro), Rithely (-500 mil) e Renê (-500 mil). Enquanto isso, na Série B, o Náutico começou e encerrou com o 6º elenco. Porém, chama a atenção o dado de Roni. Apontado como principal nome alvirrubro na campanha, o atacante é apenas o 10º mais caro do clube.

Variação dos pernambucanos, antes da 1ª rodada e após a 38ª rodada:
Sport – de 33,8 mi para 33,7 milhões (-100 mil)
Santa – de 12,05 mi para 18,4 milhões (+6,35 milhões)
Náutico – de 10,95 mi para 11,48 milhões (+530 mil)

Os 10 atletas mais valorizados nos clubes em 13 de dezembro de 2016 (em euros):

Sport (elenco com 33 jogadores: € 33,7 milhões)
1º) 5 milhões – Diego Souza (meia)
2º) 3,5 milhões – Rithely (volante)
3º) 2,5 milhões – Renê (lateral-esquerdo)
4º) 2,0 milhões – Apodi (lateral-direito)
5º) 1,6 milhão – Agenor (goleiro)
6º) 1,5 milhão – Rogério (atacante)
6º) 1,5 milhão – Samuel Xavier (lateral-direito)
8º) 1,25 milhão – Gabriel Xavier (meia)
8º) 1,25 milhão – Everton Felipe (atacante)
10º) 1,15 milhão – Paulo Roberto (volante) 

Santa Cruz (elenco com 36 jogadores: € 18,4 milhões)
1º) 3 milhões – Pisano (meia)
2º) 800 mil – Mazinho (meia)
3º) 750 mil – Tiago Cardoso (goleiro)
3º) 750 mil – Grafite (atacante)
3º) 750 mil – Keno
3º) 750 mil – Danny Morais (zagueiro)
3º) 750 mil – João Paulo (meia)
3º) 750 mil – Jádson (volante)
3º) 750 mil – Arthur (atacante)
3º) 750 mil – Uillian Correia (volante)
3º) 750 mil – Marion (meia)
3º) 750 mil – Mario Sérgio (lateral-direito)
3º) 750 mil – Wellington (volante) 

Náutico (elenco com 30 jogadores: € 11,48 milhões)
1º) 1,5 milhão – Vinícius (meia)
2º) 1,4 milhão – Léo Pereira (zagueiro)
3º) 1,35 milhão – Renan Oliveira (meia)
4º) 750 mil – João Ananias (volante)
4º) 750 mil – Rodrigo Souza (volante)
6º) 600 mil – Gastón Filgueira (lateral-esquerdo)
6º) 600 mil – Rafael Pereira (zagueiro)
8º) 550 mil – Júlio César (goleiro)
9º) 450 mil – Bérgson (atacante)
10º) 400 mil – Daniel Morais (atacante)
10º) 400 mil – Roni (atacante)

Os 20 jogadores mais caros inscritos no Brasileiro, todos na Série A:

Os 20 jogadores mais valiosos ao fim da Série A de 2016. Crédito: Transfermarkt

O preço de cada ponto somado no Campeonato Brasileiro de 2016

A relação cota de TV x pontuação na Série A de 2016. Arte: Tiago Nunes (twitter.com/TiagoJNunes)

A milionária diferença entre as receitas de televisão no Campeonato Brasileiro, com sete subdivisões de cotas fixas, vem afunilando a disputa pelas primeiras colocações. Quase sempre, o maior investimento obtém resultados satisfatórios. Quase, pois o Inter foi rebaixado pela primeira vez em sua história, mesmo com a 6ª maior cota de TV. E a relação dinheiro/ponto expõe o clube, com R$ 1,4 milhão (sem contar o PPV!) a cada pontinho somado na tabela. A interessante análise (e gráficos) sobre a eficiência de gasto foi feita por Tiago Nunes, calculando todas as cotas (fixas) de acordo com a classificação final da Série A. Não se trata de um quadro conclusivo, mas de um dado a mais para o debate.

Este ano, o Palmeiras ganhou o campeonato de forma incontestável, com nove pontos à frente do vice-campeão, o Santos. Ficou a um ponto do recorde nos pontos corridos, estabelecido pelo rival Corinthians, há um ano. Apesar disso, em termos de “administração”, o alviverde foi apenas o 16º. A Ponte, que terminou em 8º lugar, está no topo da lista, com 433 mil reais a cada ponto. Por sinal, a Macaca já havia liderado o levantamento em 2015, na ocasião com média ainda menor, de R$ 352 mil. A diferença foi o aumento da verba aos não-cotistas da tevê, passando de R$ 18 mi para R$ 23 milhões.

No fim da lista, o Corinthians, que gastou sete vezes mais que a Macaca para cada ponto, ficando apenas uma colocação à frente, com ambos indo à Sula. 

1º) Ponte Preta – R$ 433 mil/ponto (R$ 23 milhões de cota e 53 pontos)
2º) Chapecoense – R$ 442 mil/ponto (R$ 23 mi e 52 pts)
3º) Figueirense – R$ 621 mil/ponto (R$ 23 mi e 37 pts)
4º) Atlético-PR – R$ 614 mil/ponto (R$ 35 mi e 57 pts)
5º) Santa Cruz – R$ 741 mil (R$ 23 mi e 31 pts)
6º) Sport – R$ 744 mil/ponto (R$ 35 mi e 47 pts)
7º) Coritiba – R$ 760 mil/ponto (R$ 35 mi e 46 pts)
8º) Vitória – R$ 777 mil/ponto (R$ 35 mi e 45 pts)
9º) América – R$ 821 mil/pontos (R$ 23 mi e 28 pts)
10º) Atlético-MG – R$ 967 mil/ponto (R$ 60 mi e 62 pts)
11º) Botafogo – R$ 1,02 milhão/ponto (R$ 40 mi e 59 pts)
12º) Santos – R$ 1,13 milhão ponto (R$ 80 mi e 71 pts)
12º) Grêmio – R$ 1,13 milhão/ponto (R$ 60 mi e 53 pts)
14º) Cruzeiro – R$ 1,18 milhão/ponto (R$ 60 mi e 51 pts)
15º) Fluminense – R$ 1,20 milhão/ponto (R$ 60 mi e 50 pts)
16º) Palmeiras – R$ 1,25 milhão/ponto (R$ 100 mi e 80 pts)
17º) Internacional – R$ 1,40 milhão/ponto (R$ 60 mi e 43 pts)
18º) São Paulo – R$ 2,12 milhões/ponto (R$ 110 mi e 52 pts)
19º) Flamengo – R$ 2,39 milhões/ponto (R$ 170 mi e 71 pts)
20º) Corinthians – R$ 3,09 milhões/ponto (R$ 170 mi e 55 pts) 

Obs. Grêmio e Chape se classificaram à Liberta via Copa do Brasil e Sula.

Confira os dois gráficos em uma resolução maior clicando aqui e aqui.

A relação cota de TV x pontuação na Série A de 2016. Arte: Tiago Nunes (twitter.com/TiagoJNunes)

Com 30 jogos de clubes em 2016, Arena Pernambuco registra 17% de ocupação

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

A quarta temporada da Arena Pernambuco marcou a transição da operação, com o fim da parceria público-privada junto à Odebrecht, em rescisão tomada pelo governo. Agora, o empreendimento vem sendo administrado pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco (que organizou 20 dos 32 jogos em 2016), até que uma nova licitação seja realizada. Além disso, o ano também fica marcado pelos piores números do estádio, considerando os jogos oficiais do Trio de Ferro – como o blog apura desde a sua abertura, em 2013.

Baixa tanto em público quanto em bilheteria bruta. Neste caso, parece ter sido determinante a suspensão do programa Todos com a Nota, que subsidiava milhares de ingressos nos jogos com mando de campo de Náutico, Santa Cruz e Sport. Não por acaso, o número de jogos na arena caiu, com 11 partidas a menos – com forte ausência leonina, reduzindo de 10 para 3 apresentações. No total, foram 192 mil torcedores a menos nas cadeiras vermelhas do estádio, resultando numa taxa de ocupação foi de 17,7%, com média de 8 mil pessoas. Até então, nunca havia ficado abaixo de 20% e de 10 mil, respectivamente. Já em termos de arrecadação, o baque foi R$ 6,2 milhões em relação a 2015.

Como contraponto ao quadro desidratado, a primeira partida da Seleção Brasileira em São Lourenço estabeleceu um recorde duplo. O empate em 2 x 2 com o Uruguai foi assistido in loco por 45.010 torcedores (a capacidade máxima é de 46.214), com uma renda de R$ 4.961.890. Trata-e da maior bilheteria da história do futebol local, levando em conta os dados conhecidos – a Fifa não divulgou as bilheterias da Copa do Mundo e da Copa das Confederações.

Mesmo com o jogo das Eliminatórias da Copa 2018, o saldo do ano não deve ser bom no próximo relatório a financeiro, a ser divulgado em 2017. Lembrando que já são três anos seguidos com saldo negativo no balanço oficial: R$ 29,7 milhões em 2013, R$ 24,4 milhões em 2014 e R$ 19,0 milhões em 2015. Ao todo, R$ 73 milhões de déficit operacional do estádio, que ainda segue buscando o seu espaço entre tricolores e rubro-negros, essenciais para o negócio

Confira abaixo os quadros separados por cada clube e período.

Neste ano, a Arena Pernambuco registrou a pior média de público, pior taxa de ocupação, pior arrecadação, pior média de renda e pior tíquete médio. Apenas dois dados escaparam: número de jogos e público absoluto.

Balanço de público e renda do Trio de Ferro mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após a baixa em 2015, o Náutico melhorou um pouco os seus dados. Para isso, contou a flexibilização no preço dos ingressos – após a saída da Odebrecht. Com setores promocionais, chegou a registrar três jogos com 25 mil torcedores, no embalo da campanha de recuperação, que quase culminou com acesso.

Balanço de público e renda do Náutico mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após mandar dez jogos em 2015, com rendas milionárias, o Sport atuou apenas três vezes em 2016. A primeira delas, contra o Flamengo teve uma renda de R$ 802 mil, a maior do ano entre clubes na arena. Por outro lado, disputou lá o seu primeiro Clássico das Multidões como mandante com apenas 6.570 pessoas.

Balanço de público e renda do Sport mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Santa Cruz segue como o grande clube pernambucano mais distante da arena. Foram apenas duas partidas, o mesmo dado de 2015. Mas o público presente foi menor, com 11.490 de diferença. Em seu primeiro Clássico das Multidões como mandante lá, pela Copa Sul-Americana, apenas 5.517 pessoas.

Balanço de público e renda do Santa Cruz mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A quantidade jogos abaixo considera apenas os mandos do Trio de Ferro. Vale destacar que em 2013 houve o clássico carioca entre Botafogo e Fluminense, com 9.669 pessoas e R$ 368 mil de renda. Já em 2015 houve um jogo de portões fechados na Ilha, não computado. Em 2016, o América jogou na Ilha (2x) e no Arruda (1x), partidas também não consideradas no levantamento.

Número de jogos do Trio de Ferro no Recife. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Relembre os balanços anteriores: 20132014 e 2015.

A distribuição dos milhões das cotas de televisão nas Séries A e B de 2017

As cotas de TV do Campeonato Brasileiro da Série A em 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A volta de Vasco e Bahia, tendo como contrapartida, entre os cotistas, a queda do Inter, impulsionou a receita com televisão do Brasileiro de 2017 (acima). Ao todo, considerando apenas a cota fixa, pay-per-view à parte, a Série A irá distribuir quase R$ 1,3 bilhão. De maneira bem desigual, como se sabe. Apenas Fla e Timão representam 26,2%. São sete subdivisões, com a última reservada aos aos clubes sem contratos para o triênio 2016-2018 – a Rede Globo, detentora dos direitos assinou com apenas 18, independentemente da divisão.

Entre os cotistas está o Sport, com contratos do tipo desde 1997. Já o Santa Cruz, que em 2016 ganhou R$ 23 milhões pela participação na elite, volta à segunda divisão ganhando o mesmo que outros 18 times não-cotistas. Ou seja, R$ 5 milhões. Uma queda de 78%! Se os corais devem ter dificuldades financeiras, o Colorado, rebaixado pela primeira vez em sua história, mantém o montante recebido na primeira divisão (presente na 5ª subdivisão criada pela emissora responsável). Por sinal, o clube gaúcho, sozinho, representa 32,4% de toda a verba a ser repassada aos vinte times da segundona de 2017 (abaixo).

2017 (contrato 2016-2018)
Série A – R$ 1,297 bilhão (com 16 cotistas e 4 não-cotistas)
Série B – R$ 185 milhões (com 2 cotistas e 18 não-cotistas)
A segunda divisão representa 14,2% da primeirona 

2016 (contrato 2016-2018)
Série A – R$ 1,240 bilhão (com 15 cotistas e 5 não-cotistas)
Série B – R$ 255 milhões (com 3 cotistas e 17 não-cotistas)
A segunda divisão representa 20,5% da primeirona

2015 (contrato 2012-2015)
Série A – R$ 923 milhões (com 15 cotistas e 5 não cotistas)
Série B – R$ 150 milhões (com 3 cotistas e 17 não-cotistas)
A segunda divisão representa 16,2% da primeirona

Essa situação, sem amparo financeiro aos rebaixados, vai continuar até 2018, no último ano do contrato vigente. A partir de 2019, entram em vigor dois acordos distintos, um com a Globo (tevês aberta e fechada, PPV, sinal internacional e internet) e outro com o Esporte Interativo (tevê fechada), com períodos até 2024. Neste caso, alvirrubros e tricolores já têm contratos firmados com a Globo – espera-se verbas maiores em caso de campanhas na Série B.

Lembrando que esse levantamento apresentado pelo blog se refere apenas às cotas fixas. Ainda há o rateio de meio bilhão de reais no PPV, através do Premiere, calculado de acordo com o número de assinantes apurado em pesquisa do Datafolha, ampliando a disparidade. Em 2015, o Sport, com 1,4% dos assinantes, ganhou R$ 6,75 milhões. O Fla, com 19,2%, recebeu R$ 68 mi.

As cotas de TV do Campeonato Brasileiro da Série B em 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A classificação final da Série A 2016, com R$ 60 milhões em prêmios e 14 vagas

A classificação da Série A 2016 após 38 rodadas. Crédito: Superesportes

Terminou a 46ª edição da Série A do Brasileiro. Embora o Palmeiras tenha sido campeão de forma antecipada, a 38ª rodada definiu vários pontos, como o vice (Santos), os dois últimos classificados à Libertadores (Botafogo e Atlético-PR), mais três classificados à Sul-Americana (Corinthians, Cruzeiro e Sport) e o quarto rebaixado à segunda divisão. Além de América, Santa e Figueirense, também caiu o Internacional, pela primeira vez em sua história.

Os pernambucanos encerraram suas campanhas em 2016 de formas distintas. No Recife, o Sport venceu o Figueirense e se manteve, enquanto o Santa Cruz foi goleado pelo São Paulo por 5 x 0, na última imagem de uma campanha melancólica. Abaixo, a distribuição da premiação oficial da competição, contamplando os times que permaneceram na elite. Repassado pela CBF e bancado pela Rede Globo, o montante chega a R$ 60 milhões. Além disso, nada menos 14 (!) clubes se classificaram aos dois principais torneios da Conmebol.

Obs. A classificação tem um jogo a menos porque houve um W.O. duplo no duelo entre Chapecoense e Atlético-MG, na rodada final.

Colocações, premiações e vaga através do Brasileirão 2016
1º) Palmeiras – R$ 17 milhões, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
2º) Santos – R$ 10,7 milhões, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
3º) Flamengo – R$ 7,3 milhões, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
4º) Atlético-MG – R$ 5,3 milhões, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
5º) Botafogo – R$ 3,85 milhões, Libertadores/2ª fase e Copa do Brasil/oitavas
6º) Atlético-PR – R$ 2,6 milhões, Libertadores/2ª fase e Copa do Brasil/oitavas
7º) Corinthians – R$ 2,25 milhões e Sul-Americana/1ª fase
8º) Ponte Preta – R$ 1,95 milhão e Sul-Americana/1ª fase
9º) Grêmio* – R$ 1,7 milhão, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
10º) São Paulo – R$ 1,5 milhão e Sul-Americana/1ª fase
11º) Chape** – R$ 1,3 milhão, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
12º) Cruzeiro – R$ 1,15 milhão e Sul-Americana/1ª fase
13º) Fluminense – R$ 1 milhão e Sul-Americana/1ª fase
14º) Sport – R$ 900 mil e Sul-Americana/1ª fase
15º) Coritiba – R$ 800 mil
16º) Vitória – R$ 700 mil
* Vaga internacional através do título da Copa do Brasil
** Vaga internacional através do título da Copa Sul-Americana