Prejuízo milionário na Arena Pernambuco pelo terceiro ano seguido. O estado paga

Arena Pernambuco. Foto: Odebrecht/divulgação

Os três balanços anuais da Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. foram fechados com prejuízo na operação. Um rombo de R$ 73,1 milhões. O relatório de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015 foi divulgado dois meses após o prazo original por causa do distrato entre o governo do estado e a Odebrecht, com o empreendimento voltando para o poder público. O quadro é recheado de cifras, com inúmeros caminhos para a análise. O blog optou por dar sequência ao modelo apresentado pelo próprio consórcio na última temporada, com dados operacionais. No caso, o balanço publicado no Diario Oficial de Pernambuco, neste 5 de julho de 2016, traz um saldo negativo R$ 19 milhões. A despesa foi quase o dobro do faturamento, auditado em R$ 24 mi.

A receita operacional soma bilheteria, comercialização de camarotes, realização de eventos não esportivos, alimentação, estacionamento e a parcela anual do naming rights, cujo acordo com a Itaipava também foi rescindido. Já o custo operacional contabilizou administrativo, pessoal, gastos com a realização dos jogos, manutenção de itens como ar condicionado, elevadores e escada rolante, segurança, limpeza e despesas comercias. Em março já havia sido revelado o estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre os dois primeiros anos da arena, com apenas 20% do faturamento previsto. De julho de 2013 a junho de 2015, a receita projetada foi de R$ 226 milhões, com a realidade em R$ 47 milhões.

Entre os motivos para o fiasco financeiro – além da elevadíssima projeção no contrato, muito acima da realidade do futebol pernambucano -, é possível apontar a mobilidade falha (e ainda incompleta!), jogos às 22h e falta de mais partidas de Sport e Santa Cruz, com públicos (e rendas) maiores que as do Náutico. Por sinal, em 2015 foram disputados 41 jogos, dois a menos que em 2014 – no lançamento do projeto, em 2009, na gestão de Eduardo Campos, a proposta estipulava ao menos 60 jogos. Com o déficit milionário, a contraprestação pública seguiu no mesmo nível. Na agora extinta parceria público-privada, o governo tinha que cobrir o rombo no faturamento anual caso a receita fosse abaixo de 50% da (inatingível) meta de R$ 110 milhões. 

Esse formato inviável de operação acabou. Porém, o governo de Pernambuco terá que pagar R$ 246,8 milhões à construtora pela quebra de contrato, num prazo de 15 anos, deixando claro que o problema está longe do fim…

Relatório administrativo da Arena PE em 2015: parte 1, parte 2 e parte 3.

Receita operacional
2015 – 24.600.000
2014 – 23.423.000
2013 – 9.890.956

Despesa operacional
2015 – 43.684.000
2014 – 47.823.000
2013 – 39.590.956

Prejuízo operacional
2015 – 19,0 milhões
2014 – 24,4 milhões
2013 – 29,7 milhões

Público e arrecadação com o Trio de Ferro
2015
Jogos: 41
Público: 437.893 pessoas (média: 10.680)
Ocupação: 23,1%
Renda: R$ 11.017.089 (média: R$ 268.709)
Tíquete: R$ 25,16

2014
Jogos: 43
Público: 529.146 pessoas (média: 12.305)
Ocupação: 26,6%
Renda: R$ 14.467.554 (média: R$ 336.454)
Tíquete: R$ 27,34

2013
Jogos: 21
Público: 247.604 pessoas (média: 11.790)
Ocupação: 25,5%
Renda: R$ 6.360.142 (média: R$ 302.863)
Tíquete: R$ 25,68

Flamengo x Corinthians, o Clássico da TV, sai da grade de Pernambuco pela 1ª vez

Pernambuco destacado no mapa do Brasil

Flamengo e Corinthians são reconhecidos como os dois times mais populares do Brasil há décadas. Ainda assim, o confronto nunca foi apontado como o maior clássico interestadual, seja pela ausência de partidas decisivas ou mesmo rivalidade. Porém, desde que os clubes passaram a receber uma cota diferenciada da televisão (leia-se Rede Globo), em 2011, o jogo passou a ser comercializado como o “Clássico Nacional”, com transmissões abertas para quase todo o país. É o modo para fazer valer o investimento na dupla, que em 2016, por exemplo, recebeu R$ 340 milhões, ou 27% de todo o bolo da Série A.

Em termos de torcida, tomando como base a última pesquisa nacional do Ibope, em 2014, Fla e Timão teriam a preferência de 29,8% da população, ou 59,9 milhões de aficionados. É gente demais, mas não uniforme. Em Pernambuco, nesta mesma pesquisa, ambos teriam apenas 9,6%. Logo, contemplam uma fatia mínima do mercado, embora territorialmente sejam relevantes no Sertão e em boa parte do Agreste. Um dado insuficiente para evitar que o jogo se tornasse onipresente. Nesta década, a partir do novo tratamento para Flamengo x Corinthians, somente no 10º duelo, agendado para São Paulo em 3 de julho de 2016, o estado ficou de fora da grade da Globo, com Botafogo x Santa Cruz sendo a exceção no país, num lampejo de resistência. Ou acaso da tabela.

Nos nove “clássicos nacionais” exibidos anteriormente pela Globo, variando de 18 a 26 estados, Pernambuco sempre absorveu os principais “concorrentes” nacionais do Trio de Ferro. E olhe que só uma vez não houve representante da capital na elite. Mais. Apenas um Fla x Corinthians foi restrito à tevê paga. Por uma questão de datas, o jogo do returno de 2011 ocorreu numa quinta-feira. De toda forma, entrou na programação do Sportv em horário nobre. Escondido no pay-per-view às 21h do sábado ou às 11h de domingo? Improvável.

Número de estados que assistiram aos jogos na tevê aberta:
05/06/2011 – Flamengo 1 x 1 Corinthians (Engenhão) – 18 estados (com PE)
08/09/2011 – Corinthians 2 x 1 Flamengo (Pacaembu) – Sportv
18/07/2012 – Flamengo 0 x 3 Corinthians (Engenhão) – 18 estados (com PE)
10/10/2012 – Corinthians 3 x 2 Flamengo (Pacaembu) – 25 estados (com PE)
01/09/2013 – Corinthians 4 x 0 Flamengo (Pacaembu) – 26 estados (com PE)
24/11/2013 – Flamengo 1 x 0 Corinthians (Maracanã) – 26 estados (com PE)
27/04/2014 – Corinthians 2 x 0 Flamengo (Pacaembu) – 25 estados (com PE)
14/09/2014 – Flamengo 1 x 0 Corinthians (Maracanã) – 23 estados (com PE)
12/07/2015 – Flamengo 0 x 3 Corinthians (Maracanã) – 26 estados (com PE)
25/10/2015 – Corinthians 1 x 0 Flamengo (Itaquerão) – 25 estados (com PE)
03/07/2016 – Corinthians x Flamengo (Itaquerão) – 26 estados (sem PE)

Pesquisas de torcida do Ibope em 2014: Brasil e Pernambuco.

ESPN inaugura estúdio no Recife, sendo o terceiro canal pago com estrutura local

ESPN Nordeste, o estúdio pernambucano do canal

Inaugurada em 1995, a ESPN Brasil passa contar, a partir de 4 de julho de 2016, com um estúdio no Recife, reduzindo uma antiga lacuna de cobertura em relação ao futebol nordestino. Com o espaço montado na Boa Vista, a emissora se junta a Sportv (via Globo Nordeste) e Esporte Interativo, que também contam com estrutura e profissionais na capital pernambucana, com inserções regulares em programas ao vivo em rede nacional.

No caso da ESPN, Pernambuco passa a ser sede do Bate-Bola Bom Dia Nordeste, um bloco com duas edições semanais no primeiro Bate-Bola da grade, comandado pelo comentarista Léo Medrado, com experiência em jornalismo esportivo tanto na tevê quanto na rádio. No programa inaugural, os presidentes de Náutico, Santa e Sport e o vice do canal, João Palomino. Anteriormente, a participação era limitada a algumas participações via Skype. A expansão enxerga o óbvio, pois a audiência sempre existiu.

No Sportv as inserções locais ocorrem no Redação Sportv e no Seleção, enquanto no Esporte Interativo há um programa específico, o Resenha Esporte Clube. Nos demais canais de tevê paga, voltados para o futebol, seguem sem estúdios no estado a Fox Sports e a Band Sports.

Observação: Os direitos de transmissão da Copa do Nordeste seguem com o EI até 2022. Neste ano, a ESPN manifestou desejo na exibição…

Arena Pernambuco recebe 1ª escolinha oficial do Barcelona no Nordeste

FCBEscola Soccer Camp, em Chicago. Foto: divulgação

A Arena Pernambuco foi escolhida para o primeiro “Camp” do Barcelona na região. Trata-se de uma escolinha de verão. Em dezembro de 2016, o palco será utilizado durante cinco dias por crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, num projeto já estabelecido nos Estados Unidos, com nove camps anuais. O Recife já havia recebido um projeto semelhante do Milan, mas fechado em um resort. O evento do Barça, o primeiro num estádio, deve contar com 192 inscritos, divididos em vagas pagas (cerca de R$ 1.000) e vagas sociais.

Como ocorre nos outros camps blaugranas pelo mundo, sob plena influência de Lionel Messi e Neymar, os participantes ganham camisas, calções e meias, com a escolinha aberta a meninos e meninas – a inscrição ainda será divulgada. A programação terá turnos na manhã e à tarde, num cenário de imersão, com dois instrutores da base do clube coordenando treinos técnicos e táticos. No último dia, provavelmente um sábado, todos devem participar juntos.

No Brasil, existem quatro escolas fixas do Barça, sendo duas em São Paulo, uma no Rio e outra em Santa Catarina. Em outras localidades, ações pontuais, através dos camps. Tudo sob a vistoria do pentacampeão Edmílson, ex-jogador do clube e embaixador do projeto no país, que esteve no estado para o evento solidário Jogo do Bem, na própria arena. A concorrência do Barcelona com os times locais, em termos de preferência infantil, já começava a ficar forte na televisão. Agora, torna-se presencial, com possíveis efeitos a longo prazo. Por outro lado, mostra in loco o trabalho a ser feito com a faixa etária.

Saiba mais sobre o Barcelona Soccer Camp clicando aqui.

FCBEscola Soccer Camp, em Fort Lauderdale. Foto: divulgação

Balanço do 1º ano do ranking de camisas da Centauro, com Sport, Santa e Náutico

O Top 3 de venda de camisas de clubes brasileiros nas lojas da Centauro em Pernambuco, de julho de 2015 a junho de 2016

O ranking de venda de camisas de clubes brasileiros criado pela Centauro completou um ano. Lançado em julho de 2015, o levantamento (mensal) contabiliza 150 lojas no país (seis no estado) e e-commerce da maior rede da América Latina, rankeando o principal segmento de produtos oficiais dos clubes. O blog detalhou as colocações e percentuais nos cenário nacional e local.

Em Pernambuco (gráfico acima), o Sport (Adidas) liderou em onze meses e o Flamengo em um, com o Santa Cruz (Penalty) na vice-liderança em onze oportunidades. Ou seja, além das vendas nas lojas oficiais (e no caso leonino, também na Adidas), o público consumidor dos dois clubes mais populares do estado dão conta em outras frentes. O que parece não ocorrer com o Náutico, que não figurou no Top 3 nenhuma vez, embora seus produtos estejam à disposição. Pesa neste caso a exclusividade de alguns uniformes, durante o lançamento, na Timbushop – no período, teve camisas da Umbro e da Topper.

As diferenças (para mais ou menos) são pontuadas pela chegada de novos produtos, falta de estoque e momento da equipe. O Santa tem dois exemplos, na falta de camisas em alguns momentos (a principal rusga com a Penalty) e o pico de vendas pelo desempenho em campo, na arrancada ao acesso em novembro de 2015, com 43,1% do mercado local. No Sport, o boom em junho de 2016 é explicado pelos dois novos padrões (rubro-negro e preto) na praça, com 74% das vendas na Centauro. Nacionalmente, o Fla começou à frente, mas nos últimos meses o destaque ficou com o São Paulo, via Under Armour. 

Confira o top 3 pernambucano numa resolução maior aqui.

Brasil – Top 3
07/2015 – 1º Flamengo (39,0%), 2º Vasco (9,0%), 3º São Paulo (8,0%)
08/2015 – 1º Flamengo (30,3%), 2º Botafogo (12,3%), 3º Corinthians (9,0%)
09/2015 – 1º Flamengo (27,2%), 2º São Paulo (11,9%), 3º Corinthians (11,8%)
10/2015 – 1º Corinthians (28,8%), 2º São Paulo (15,4%), 3º Flamengo (9,9%)
11/2015 – 1º Flamengo (22,7%), 2º Corinthians (19,1%), 3º São Paulo (15,3%)
12/2015 – 1º São Paulo (23,1%), 2º Palmeiras (15,4%), 3º Flamengo (12,8%)
01/2016 – 1º São Paulo (21,7%), 2º Flamengo (12,2%), 3º Palmeiras (10,6%)
02/2016 – 1º São Paulo (24,8%), 2º Flamengo (15,2%), 3º Palmeiras (10,1%)
03/2016 – 1º São Paulo (20,8%), 2º Flamengo (16,2%), 3º Fluminense (11,4%)
04/2016 – 1º São Paulo (33,9%), 2º Palmeiras (11,6%), 3º Flamengo (10,5%)
05/2016 – 1º São Paulo (34,2%), 2º Palmeiras (18,1%), 3º Vasco (11,7%)
06/2016 – 1º Palmeiras (28,7%), 2º São Paulo (19,7%), 3º Vasco (13,8%)

Brasil – Trio de Ferro
07/2015 – 11º Sport (2,0%), 12º Náutico (1,0%), 15º Santa (1,0%)
08/2015 – 10º Sport (2,6%), 13º Santa (1,8%), 29º Náutico (0,2%)
09/2015 – 14º Santa (0,8%), 23º Sport (0,5%), 38º Náutico (0,1%)
10/2015 – 9º Sport (3,2%), 14º Santa (0,9%), 39º Náutico (0,1%)
11/2015 – 8º Santa (2,3%), 9º Sport (2,3%), 66º Náutico (0,0%)
12/2015 – 11º Sport (2,1%), 14º Santa (0,8%), 67º Náutico (0,0%)
01/2016 – 12º Sport (2,8%), 15º Santa (1,2%), 43º Náutico (0,1%)
02/2016 – 11º Sport (2,2%), 15º Santa (0,6%), 39º Náutico (0,1%)
03/2016 – 8º Sport (3,2%), 12º Santa (1,2%), 30º Náutico (0,2%)
04/2016 – 7º Sport (3,9%), 9º Santa (2,6%), 33º Náutico (0,1%)
05/2016 – 8º Sport (2,9%), 13º Santa (1,0%), 33º Náutico (0,1%)
06/2016 – 6º Sport (4,8%), 25º Santa (0,1%), 60º Náutico (0,0%)

Pernambuco – Trio de Ferro
07/2015 – 1º Sport (35,0%), 2º Santa (23,0%), 4º Náutico (18,0%)
08/2015 – 1º Sport (45,8%), 2º Santa (31,3%), 4º Náutico (3,5%)
09/2015 – 2º Santa (24,4%), 3º Sport (15,4%), 9º Náutico (2,3%)
10/2015 – 1º Sport (62,6%), 2º Santa (16,9%), 11º Náutico (0,5%)
11/2015 – 1º Sport (43,5%), 2º Santa (43,1%), 15º Náutico (0,3%)
12/2015 – 1º Sport (59,1%), 2º Santa (22,5%), 11º Náutico (0,5%)
01/2016 – 1º Sport (57,8%), 2º Santa (25,0%), 14º Náutico (0,2%)
02/2016 – 1º Sport (61,5%), 2º Santa (17,2%), 7º Náutico (1,8%)
03/2016 – 1º Sport (58,5%), 2º Santa (22,1%), 6º Náutico (1,5%)
04/2016 – 1º Sport (50,1%), 2º Santa (33,1%), 10º Náutico (0,8%)
05/2016 – 1º Sport (59,3%), 2º Santa (16,6%), 7º Náutico (1,9%)
06/2016 – 1º Sport (74,9%), 8º Náutico (0,8%), 15º Santa (0,3%)

Arena de Pernambuco, a 4ª denominação do estádio. O nome é o menor problema

Arena de Pernambuco ou Arena Pernambuco? A identidade visual no facebook

O consórcio Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. já é passado. A rescisão da concessão administrativa foi assinada, com o empreendimento voltando para as mãos do governo do estado, numa operação provisória até uma nova licitação – cujos termos dificilmente darão uma vantagem tão grande ao interessado quanto o primeiro contrato, com faturamento mínimo assegurado através de uma meta inatingível, de R$ 100 milhões/ano.

Enquanto não ocorre o processo, cabe à secretaria de turismo, esportes e lazer mediar acordos com os clubes de futebol, sobretudo o Trio de Ferro, além de shows e eventos no complexo, em falta desde a inauguração. Para um jogo de médio porte, o custo operacional chega a R$ 70 mil, sem surpresa o maior da capital. Entre tantos problemas ao alcance do estádio, com seguidos balanços negativos, eis a mudança de nome. De Arena Pernambuco para Arena de Pernambuco, com o “de” simbolizando a posse do povo, nesta volta do governo.

Francamente, que essa ideia de rebatizar o estádio – tendo que convencer o público, naturalmente – seja a última preocupação da gestão. De toda forma, a nova identidade visual já vem sendo adotada nos perfis oficiais da arena…

2009/2010 – Arena Capibaribe (na apresentação do projeto)
2010/2013 – Arena Pernambuco (inaugurada em 22/05/2013)
2013/2016 – Itaipava Arena Pernambuco (via naming rights)
2016 – Arena de Pernambuco

Desde 27 de agosto de 2009, um ano antes do início da obra do estádio, foi publicada no Diário Oficial de Pernambuco a lei nº 13.859, denominando o palco de “Estádio Governador Carlos Wilson Campos”. Tal nome, quase secreto, jamais foi utilizado pelo governo estadual, cuja primeira placa no canteiro, curiosamente em 27 de agosto de 2010, trouxe o nome “Arena Pernambuco”.

Da saída ao retorno ao Recife, 441% de gourmetização no futebol de Rogério

Rogério em 2011 e Rogério chegando no São Paulo em 2015. Fotos: Lucas Oliveira/Esp. DP e Erico Leonan/São Paulo FC.net

Após cinco anos no Náutico, incluindo três empréstimos, Rogério foi negociado no fim de 2015 junto ao São Paulo, que pagou R$ 1,2 milhão ao clube alvirrubro, que detinha 65% dos direitos econômicos. Como o atacante estava no Vitória na ocasião, o time baiano tomou uma parte, R$ 200 mil, como “vitrine”. No Morumbi, onde chegou como “Neymar do Nordeste”, Rogério nunca se firmou como titular, fazendo alguns bons jogos e chegando a balançar as redes na Libertadores, ajudando na classificação do time à fase de grupos.

Em nove meses no São Paulo, 7 gols em 32 jogos. E uma volta ao Recife, desta vez para o Sport, que, segundo o globoesporte.com, teve que adquirir 25% dos direitos do atleta para selar a contratação. Um percentual calculado sobre a nova projeção de mercado, agora de R$ 10 milhões. Logo, os leoninos teriam desembolsado R$ 2,5 mi. Surreal. No total, o jogador valorizou R$ 8,15 milhões, ou 441%! Ah, numa articulação paralela, os são-paulinos compraram os 35% restantes, pertencentes ao Porto de Caruaru, pelo valor anterior, fixado.

De acordo com o site alemão Transfermarkt, especializado em negociações no futebol, Rogério seria o 17º nome mais caro do elenco paulista, estimado em 1,5 milhão de euros. Ou seja, R$ 5,79 milhões, bem abaixo da pedida tricolor. Não é a primeira vez que um jogador precisa sair do Recife para ser realmente valorizado, mas, com esses números, é o caso mais alarmante…

Valorização de Rogério (100% dos direitos):

09/2015 – R$ 1,84 milhão
O Náutico vende 65% por R$ 1,2 milhão 

06/2016 – R$ 10 milhões
O Sport compra 25% por R$ 2,5 milhões

Após sete anos, Santa rescinde com a Penalty e anuncia nova marca: Penalty

Camisas da Penalty para a temporada 2016 do Santa Cruz. Crédito: Santa Cruz/divulgação

A linha de uniformes corais para 2016 foi apresentada no aniversário do clube, em 3 de fevereiro. Na ocasião, o próprio Santa esvaziou o lançamento, ao anunciar o fim do contrato com a Penalty, que tinha validade até 2019.

“O uniforme será o último produzido pela Penalty, encerrando parceria que começou em 2009, e terá edição limitada. O Santa Cruz negocia com os outros fornecedores de material esportivo para o Campeonato Brasileiro da Série A.” 

Na ocasião, foram dois modelos, o coral horizontal e o branco, utilizados nas vitoriosas campanhas no estadual e no regional. Enquanto isso, a direção aguardava os trâmites burocráticos para anunciar uma nova fornecedora. Com a Dry World, o clube projetava o “maior contrato do Nordeste”. Nos bastidores, o triplo da Penalty, com direito a um “jogador midiático”. Passados quatro meses, com a marca canadense enfrentando problemas de entrega de produtos (a Galo e Flu) e de pagamento de luvas (ao próprio Santa), o clube recuou. 

A Umbro, que acabara de sair da capital após a rescisão do Náutico, surgiu como opção aceitável junto à torcida. Também não andou. E numa reviravolta daquelas, o Santa anunciou a nova marca: a própria Penalty. Agora até 2018, com o compromisso da empresa – cujo presidente, César Ferreira, veio ao Recife para a reativação – para otimizar a distribuição (a maior queixa). Além disso, a reformulação livrou o clube da multa pela rescisão. E se financeiramente foi a melhor proposta, com o tricolor precisando de grana, não havia outra saída. 

Tricolor, o que você achou da nova parceria entre Santa e Penalty?

Cada vez mais desigual, G12 se reagrupa. Inicialmente, sem times fora do eixo

Clube dos 13

G12 se reagrupa, sem “forasteiros”
Implodido há cinco anos, o Clube dos 13 começa a ser articulado novamente. Ao menos a sua ideia original, de 1987, concentrando uma casta do futebol brasileiro. Assim como o número já não fazia sentido na versão anterior – já eram vinte clubes, na verdade -, agora também seria distinto, com doze participantes. Aqueles de sempre. Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio e Inter. Eixo Rio-SP-MG-RS. A negociação em bloco, com níveis bem divididos (e já com queixas) dentro do próprio C13, durou até 2011, quando Corinthians e Flamengo passaram a negociar os seus direitos de transmissão de forma individual, tomando boa parte do bilionário do contrato com a televisão. Sendo claro: R$ 340 milhões do bolo de R$ 1,23 bilhão (ou seja, 27%).

A nova costura…
Desde então, o modelo segue em xeque, numa espanholização clara – negada basicamente por corintianos e flamenguistas. Com o formato já esgotado, apesar do contrato acertado até 2018, com vários times estendidos até 2024 (!), os próprios clubes (e a emissora de tevê) já admitem conversar. Hora, então, de reagrupar a velha guarda. Num primeiro momento, em março de 2016, no Morumbi, os doze times se reuniram com vinte nomes tradicionais do continente para criação da liga sul-americana. Em junho, já estariam trilhando caminho solo. Ao jornal Folha de S.Paulo, a direção do Atlético Paranaense alegou que o clube foi vetado na associação. Também não houve convite ao Coritiba. Nem mesmo ao Bahia, outrora membro fundador do C13. Idem com o Sport. Imagine então com Santa e Náutico, que sequer fizeram parte da união anterior.

A força do CEP na formação da casta
Em relação à torcida, o G12 não é nada uniforme – nunca foi, aliás. O grupo concentra 63,8% da população brasileira, segundo pesquisa do Ibope em 2014, o que corresponderia a 128 milhões de torcedores. Porém, apenas Fla e Timão somam 59,9 milhões, ou 29,8% do total. Não por acaso, nesta última pesquisa nacional o Bahia apareceu empatado com o Botafogo (1,7% cada). O que difere um do outro na hora de definir a presença em uma associação do tipo? Conquistas? Possivelmente, o mercado consumidor, o CEP. Os demais, à princípio de fora desta movimentação – que sabe-se lá até onde vai, como a liga nacional -, somam 12,8%, ou 27,7 milhões de seguidores. Tecnicamente, ostentam doze títulos nacionais, entre Brasileiro, Copa do Brasil, Taça Brasil e Copa dos Campeões. Em tese, faria diferença em qualquer negociação…

Primórdios do Clube dos 13
Originalmente, lá nos idos de 1987, a premissa era a mesma, de negociar patrocínios e diretos de televisão. Na ocasião, também seriam doze clubes. Campeão de público do Brasileiro em 1985 e 1986, ano em que também terminou a competição em 5º lugar, o Bahia acabou chamado para compor o grupo. Além do mérito técnico (e mercado/torcedor), um outro objetivo no convite foi incorporar o Nordeste, tentando tirar o rótulo de elitista – o que jamais aconteceria. Assim, em 11 de julho daquele ano, surgiu o Clube dos 13. O Módulo Verde, correspondendo à metade da competição, com 16 times, foi vendido por US$ 3,4 milhões.

Ampliações
06/1997 – Sport, Goiás e Coritiba (16 clubes)

12/1999 – Guarani, Atlético-PR, Vitória e Portuguesa (20 clubes)

Mesmo após rescisão, Umbro lança a linha do Náutico para 2016/2017

Uniformes do Náutico, via Umbro, para 2016. Fotos: João de Andrade Neto/DP

Acima, a linha da Umbro para a temporada 2016/2017

Em maio, o Náutico acertou a rescisão com a Umbro para poder assinar com a Topper, em busca de um contrato mais vantajoso. O acordo anterior tinha validade até junho de 2017. Até o rompimento, a marca inglesa seguia o processo de criação e produção da linha, que seria a terceira da parceria. Tanto que quando houve o distrato o primeiro lote de uniformes 2016/2017 já estava pronto. Daí a confusão com duas linhas alvirrubras presentes no mercado.

Em 1º de junho, a Topper apresentou os dois primeiros padrões, em um evento nos Aflitos. Na Timbushop, cada camisa foi estipulada em R$ 209,9. Uma semana depois, chegaram às lojas recifenses os dois modelos produzidos pela Umbro, pela metade do preço, R$ 99,9, no ritmo de “queima de estoque”. Ou seja, duas linhas “oficiais” no mercado para o mesmo período. Concorrência interna? Sem dúvida alguma, um cenário pra lá de incomum…

Abaixo, a linha da Topper para a temporada 2016/2017

Linha da Topper para a temporada 2016/2017 do Náutico. Crédito: reprodução