Liga das camisas

Sete marcas esportivas patrocinam 32 seleções da Copa do Mundo de 2010. Como curiosidade, um post com a classificação por “pontos corridos” das empresas, considerando as 16 partidas da 1ª rodada do Mundial. Mesmo com 3 times a menos em relação à Adidas, a Nike lidera. É preciso agradecer à amarelada da Espanha.

Abaixo, a “Liga das Camisas”. Confira também a distribuição dos países em cada marca.

Uniformes da Copa do Mundo de 20101) Nike (4 V, 3 E, 2 D) = 15
2) Adidas (3 V, 5 E, 4 D) = 14
3) Puma (2 V, 3 E, 2 D) = 9
4) Brooks (1 V) = 3
5) Umbro (1 E) = 1
6) Joma (1 D) = 0
6) Legea (1 D) = 0

Adidas (12 seleções)
África do Sul, México, França, Argentina, Nigéria, Grécia, Alemanha, Japão, Dinamarca, Eslováquia, Paraguai e Espanha

Nike (9 seleções)
Coreia do Sul, Eslovênia, Estados Unidos, Sérvia, Austrália, Holanda, Nova Zelândia, Brasil e Portugal

Puma (7 seleções)
Copa do Mundo de 2010: Suíça 1 x 0 Espanha Uruguai, Argélia, Gana, Camarões, Itália, Costa do Marfim e Suíça

Umbro (1 seleção)
Inglaterra

Brooks (1 seleção)
Chile

Joma (1 seleção)
Honduras

Legea (1 seleção)
Coreia do Norte

Vale ressaltar que a Umbro foi comprada pela Nike, mas devido à tradição do English Team (campeã em 1966 com a marca), a Nike manteve a Umbro no uniforme britânico. Foto: Fifa.

Ferrolho de 8 horas

Copa do Mundo de 2010: Suíça x Espanha

A Suíça não estreava com vitória desde a Copa de 1954, quando jogou em casa. A badalada Espanha não perdia qualquer partida para uma seleção europeia há 37 jogos. A Suíça nunca havia vencido a Espanha…

Mas a Fúria, campeã da Eurocopa de 2008, enfrentou um time que passou o Mundial de 2006 sem levar um golzinho sequer. Um feito exclusivo na história da competição.

Um time que também não teve a meta vazada nesta quarta, chegando a 8 horas sem levar um gol na Copa do Mundo. O tradicional ferrolho (“riegel”), tática criada pela própria Suíça em 1935 (veja outras táticas AQUI).

Mas Durban também viu algo raro. Um gol a favor dos suíços, marcado pelo meia Gelson Fernandes, nascido em Cabo Verde, mas que foi criado em Sion. O gol mais feio da Copa até aqui. E talvez o mais importante, pois já reescreveu um grupo tido como absoluto para a Fúria. Impossível não pensar na palavra “amarelada”.

A Suíça venceu por 1  x 0. Acabou com vários tabus. E ainda manteve o seu! Um resultado que pode mudar muitos caminhos… Até o que foi dito no post anterior.

Foto: Fifa

Su rival en el camino

Copa do Mundo de 2010: Chile 1 x 0 Honduras

Grupo H. Passando de fase, o Brasil cruza logo com um time desta chave nas oitavas de final. Independentemente da colocação. A Espanha é a favorita para liderar. Nesta quarta o Chile mostrou que pode ser o segundo time.

Honduras já ensaiva uma fragilidade antes da Copa, mas os chilenos não deram espaço. Venceram por 1  x 0, ok. Mas foram 20 finalizações contra apenas 7 do pequeno país da América Central. Posse de bola: 56% a 44%.

E olhe que o Chile jogou sem o seu principal atacante, Suazo. O time é dirigido pelo argentino Marcelo Bielsa (aquele que pediu 1.000 camisa para a Copa – veja AQUI).

Em tempo: os números de Chile x Honduras são até parecidos com os de Brasil x Coreia do Norte, mas o nosso padrão de exigência é muito maior. Basta dizer que o Chile conquistou a sua primeira vitória num Mundial dede 1962, após 13 jogos de jejum.

Enfrentamos o Chile nas oitavas de 1998. Como eles passaram de fase? Três empates.

Foto: Fifa

Artilharia pesada. Falta calibrar

Copa do Mundo de 2010: Brasil 2 x 1 Coreia do Norte

Clima de “réveillon” no Recife, com uma movimentação incalculável e pelo mesmo motivo. Boa Viagem ficou parada. Um trânsito insuportável em toda a cidade. E o relógio marcava apenas 14h30 de uma terça-feira…

O adversário era a inexpressiva Coreia do Norte.  Mas o fato de ser em uma “Copa do Mundo” transforma tudo.  A Seleção Brasileira realmente para o país. Mexe demais com o país. Quase todo mundo de amarelo ou verde nas ruas.

Em campo, em Joanesburgo, uma vitória construída no segundo tempo, com gols pelo lado direito, com Maicon e Elano. No fim, Yun Nam marcou o gol asiático e virou herói nacional. Brasil 2 x 1.

Apesar da sonolência nos primeiros 45 minutos, o Brasil até que tentou na etapa final. Ao todo, foram 26 finalizações brasileiras. Muito? Sim. O recorde até aqui. Em 14 jogos realizados na Copa de 2010, até o momento, a marca pertencia à Argentina, com 20 chutes. O Brasil finalizou 26…

Se forem consideradas apenas as finalizadas certas, foram 10 chutes. Outro recorde. A Alemanha havia chutado na meta em dez oportunidades. Se bem que eles fizeram quatro…

Mas o Brasil já larga em vantagem. A Canarinha está a uma vitória das oitavas de final do Mundial. Essa é a missão do time de Dunga contra a Costa do Marfim, no domingo.

Foto: Fifa

Eles mereciam um gol

Copa do Mundo de 2010: Portugal 0 x 0 Costa do Marfim

Copa até agora: 13 jogos e 20 gols. Média de apenas 1,53 por partida.

Mas o empate sem gols entre Portugal e Costa do Marfim, nesta terça, foi injusto, em uma partida com os craques Cristiano Ronaldo e Drogba, recuperado para felicidade de todos os torcedores. Foi o segundo 0 x 0 no Mundial da África do Sul. Apesar do duelo ter sido até animado, com boas jogadas de ataque

Será que esse resultado seria o placar mais repetido na história dos Mundiais? Não. Mas é quase isso! Desde 1930, o também econômico 1 x 0 já acontece em 133 partidas.

Sobre o atacante Didier Drogba: jogou 25 minutos. Correu, lutou, arriscou e quase marcou no fim. E que jogue contra o Brasil.

Sobre Cristiano Ronaldo: jogou os 90 minutos e até mandou bola na trave. Foi eleito pela Fifa melhor em campo. E que também jogue contra o Brasil.

Foto: Fifa

Segunda tentativa

Diario de Pernambuco: 03/06/2006Diario de Pernambuco: 15/06/2010Finalmente o dia da estreia do Brasil.

Algo a temer?

Só mesmo uma grande pipocada. Uma vitória verde e amarela sobre a Coreia do Norte, a partir das 15h30 desta terça, deve ser a aposta mais fácil da Copa do Mundo de 2010 nesta primeira rodada. Goleada?

Algo até possível, por mais que o discurso seja o de respeito total ao adversário – algo correto, dentro do princípio da desportividade.

No entanto,  Brasil vai pela 8ª vitória seguida em estreias. Como se sabe, a Canarinha é a única seleção que esteve presente em todos os 18 Mundiais anteriores.

O retrospecto é excelente. São 14 vitórias, 2 empates e apenas 2 derrotas. A última delas há 76 anos. No domingo, o Diario publicou uma reportagem sobre as curiosidades de todas as estreias do Brasil. Confira a matéria AQUI.

A capa da esquerda do DP é a da estreia em 2010. A da direita foi a de 2006, na primeira tentativa do hexa. Agora vai? Pra frente, Brasil!

Distribuição dos 41 gols marcados pela Seleção em estreias (sofremos apenas 16):

26 na grande área (4 de cabeça)
3 na pequena área (1 de cabeça)
10 de fora da área
2 de pênalti

Seleção Brasileira rumo ao hexa1º tempo
De 0 a 15 min – 2 gols
De 16 a 30 min – 6
De 31 a 45 min – 8
Total: 16 gols (39%)

2º tempo
De 0 a 15 min – 6 gols
De 16 a 30 min – 11
De 31 a 45 min – 6
Total: 23 gols (56%)

O maior artilheiro na estreia é Leônidas da Silva, com 4 gols (1 em 1934 e 3 em 1938).

“O importante é competir”

Copa do Mundo de 2010: Eslováquia x Nova Zelândia

O título do post é o famoso lema olímpico, criado pelo Barão de Coubertin. A expressão se tornou famosa desde a Olimpíada de 1896. Mas a frase também vale para a Copa do Mundo. Principalmente nesta de 2010, com alguns times bem fraquinhos.

Nesta terça-feira, Nova Zelândia e Eslováquia disputaram um jogo pra lá de morno em Rustemburgo. Emoção é algo que passou longe. Até chegar nos descontos…

O empate em 1 x 1 (com muito vigor físico e técnica limitadíssima) embolou o  grupo F, já que Itália e Paraguai também empataram e pelo mesmo placar. E olhe que a Nova Zelândia marcou o seu gol, com Reid, aos 47 minutos do segundo tempo!

Mas os adversários que estrearam na segunda apresentaram um futebol bem mais competitivo. Uma classificação neozelandesa seria “a” zebra. A Eslováquia até pode surpreender (luta contra os paraguaios), mas o bom futebol parece ter ficado na outra metade da ex-Tchecoslováquia. Se bem que a República Tcheca também está fora…

De qualquer forma, vale o passeio pela África! 😎

Foto: Fifa

Uma gota perto de 2014

Copa do Mundo de 2010: Itália 1 x 1 Paraguai

Aconteceu algo raro em Mundiais nesta segunda-feira. Falha do sistema defensivo (catenaccio) da Itália? Não. Paraguai jogando de forma ofensiva? De forma alguma.

Foi algo bem mais simples. Natural, na verdade. Chuva!

Muita chuva… O belíssimo estádio Green Point recebeu 62.869 pessoas. Menos mal que elas estavam em assentos cobertos.

Mas, para completar o cenário atípico, uma congelante temperatura de 8 graus na noite sul-africana, com ventos de 21 km/h (veja AQUI).

Já em Rustemburgo (onde ingleses e norte-americanos também empataram em 1 x 1), o estádio Royal Bafokeng tem as arquibancadas descobertas, algo que não se via num Mundial desde o Vélodrome, em Marselha, na Copa de 1998.

A última Copa do Mundo disputada no inverno havia sido em 1978, na Argentina. Desde então, Copas no verão do hemisfério norte. A próxima no inverno? Em 2014. Entre junho e julho, no Brasil. Essa chuva na Cidade do Cabo foi apenas uma gotinha…

Foto: AFP

Azzurra não foge da história

O empate da tetracampeã Itália com o Paraguai, em 1 x 1, na Cidade do Cabo, foi surpreendente. E olhe que a Azzurra começou o confronto em desvantagem…

Mas basta uma rápida passagem pelo retrospecto do primeiro jogo dos times que defenderam o título ao longo das Copas para constatar que a Azzurra apenas deu sequência a uma “quizila” com zebras históricas na Copa do Mundo. Os campeões do mundo já defenderam o título em 17 oportunidades.

O detentor do troféu (Jules Rimet ou Fifa) saiu derrotado em 4 partidas. Ainda foram registrados 4 empates. Vitórias? Nove. Considerando o sistema de 3 pontos por vitória e 1 por empate (implantado em 1994), o aproveitamento dos campeões fica em 60%. Ruim. Confira abaixo (o “mandante” era o campeão vigente).

1934 – O Uruguai não quis participar da Copa
1938 – Itália 2 x 1 Noruega
Copa do Mundo de 2010: Itália x Paraguai1950 – Itália 2 x 3 Suécia
1954 – Uruguai 2 x 0 Tchecoslováquia
1958 – Alemanha 3 x 1 Argentina
1962 – Brasil 2 x 0 México
1966 – Brasil 2 x 0 Bulgária
1970 – Inglaterra 1 x 0 Romênia
1974 – Brasil 0 x 0 Iugoslávia
1978 – Alemanha 0 x 0 Polônia
1982 – Argentona 0 x 1 Bélgica
1986 – Itália 1 x 1 Bulgária
1990 – Argentina 0 x 1 Camarões
1994 – Alemanha 1 x 0 Bolívia
1998 – Brasil 2 x 1 Escócia
2002 – França 0 x 1 Senegal
2006 – Brasil 1 x 0 Croácia
2010 – Itália 1 x 1 Paraguai

Passando de faixa

Copa do Mundo de 2010: Japão 1 x 0 Camarões

Camarões x Japão. Quantos torcedores apostaram o bolão no time africano? Vários… Afinal, os Leões Indomáveis têm um time fisicamente muito forte e habilidoso e com um atacante do quilate de Samuel Eto’o. Camisa 9 e capitão.

No Japão, a obediência tática em estado bruto. Um país que disputa apenas a sua 4ª Copa do Mundo, mas que, curiosamente, esteve presente nas últimas quatro.

Em fevereiro de 1998, a Terra do Sol Nascente conseguiu a sua melhor posição na história do ranking da Fifa, com um 9º lugar. Mas foi uma colocação sem lastro. A péssima campanha no Mundial do mesmo ano baixou um pouco a animação oriental. Mas o futebol local, bem distante dos grandes centros (literalmente também), foi mudando.

Importou jogadores e técnicos. Mas também exportou atletas. O primeiro deles foi Kazuyoshi Miura, ou simplesmente Kazu, que jogou no futebol brasileiro nos anos 80.

O objetivo era aprender. Fortalecer um sistema dentro das limitações técnicas do elenco. Um pouco disso pôde ser visto nesta segunda-feira, com um time mecânico, mas que foi eficiente e bateu Camarões por 1 x 0.

O  gol de Honda saiu em uma jogada ensaiada que o time tentou inúmeras vezes na partida. Previsíveis cruzamentos na área, como nos velhos tempos da Inglaterra. Jogada conhecida como wing play.

Aos poucos, o Japão vai mudando de faixa. Agora é necessário aprender algo mais. Até a preta falta muita coisa. E Camarões? Falta a obediência tão presente no Japão.

Foto: Fifa