Náutico apresenta a 6ª arena no Grande Recife. Futuro dos Aflitos ou sonho?

Arena do "Projeto Casa", do Náutico, apresentado em 2015. Crédito: Náutico/divulgação

Uma arena com 30 mil cadeiras, todas cobertas, além de camarotes e restaurantes panorâmicos. Há dois anos, o projeto, cuja única imagem vazada lembra o Independência, em Belo Horizonte, vem sendo idealizado no Náutico, uma ambição apresentada somente nos últimos dias da gestão de Glauber Vasconcelos. O presidente no biênio 2014/2015 sempre foi um entusiasta do “retorno aos Aflitos”, em busca de uma brecha no contrato com a Arena Pernambuco. Até hoje, não encontrou e o clube segue amarrado por 30 anos.

Mesmo sem encontrar uma saída legal, foi encomendado junto ao arquiteto Múcio Jucá uma ideia de reorganização dos Aflitos, mantendo o estádio lá. Denominado de Projeto Casa, o plano ainda teria duas quadras, um parque aquático, um empresarial, um hotel e até uma praça para a comunidade. Custo? Ainda não se sabe, mas calcule o de sempre, acima de R$ 300 milhões. A receita viria da parceria com uma construtora (três teriam se interessado). Nada muito diferente da situação imaginada pelo Sport, cujo projeto travou na crise.

Política alvirrubra à parte, uma vez que a arena surgiu na véspera de uma eleição, focada entre atuar numa versão modernizada dos Aflitos ou arrendar a área para gerar receita através de um centro comercial, o fato é que este foi o sexto projeto de uma arena para o Grande Recife. O próprio Alvirrubro já havia lançado um há seis anos. O consórcio incluiria a Camargo Corrêa, a Conic Souza e a Patrimonial Investimentos. Contudo, foi abortado em 17 de outubro de 2011, data da assinatura do contrato para mandar os jogos em São Lourenço.

Relembre as cinco arenas anteriores na região metropolitana…

Arena Timbu
Local: Engenho Uchôa (Recife)
Data: 18/11/2009
Capacidade: 30.000
Custo: R$ 300 milhões

Arena Timbu. Crédito: Náutico/divulgação

Arena Sport
Local: Ilha do Retiro (Recife)
Data: 17/03/2011
Capacidade: 45.000
Custo: R$ 400 milhões (depois, o complexo subiu para R$ 750 milhões)

Arena Sport. Crédito: Sport/divulgação

Arena Pernambuco
Local: Jardim Penedo (São Lourenço da Mata)
Data: 15/01/2009
Capacidade: 46.214
Custo: R$ 532 milhões (toda a Cidade da Copa custaria R$ 1,59 bilhão)

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Arena Coral
Local: Arruda (Recife)
Data: 28/06/2007
Capacidade: 68.500
Custo: R$ 190 milhões

Arena Coral. Crédito: Santa Cruz/divulgação

Arena Recife-Olinda
Local: Salgadinho (Olinda)
Data: 29/05/2007
Capacidade: 45.500
Custo: R$ 335 milhões

Arena Recife-Olinda. Crédito: divulgação

Contratado para fazer o Projeto Casa, Múcio Jucá também foi o responsável pela criação da Arena Recife-Olinda, engavetada após o lançamento, por parte do governo do estado, da Arena Pernambuco, o único estádio construído, ainda carente de um plano de mobilidade e longe de uma boa taxa de ocupação

Gramados padronizados no Brasil em 2016, com mudanças na Ilha e no Arruda

Gramado

O pedido havia sido feito em maio, pelos próprios técnicos da Série A, liderados por Levir Culpi, então no Atlético Mineiro. Para melhorar o sistema de jogo, se exigiu a padronização das dimensões dos campos, seguindo as definições dos torneios da Fifa. Ou seja, 105 metros de comprimentos por 68 metros de largura. Em 2015, sete estádios tinham tamanhos diferentes, todos eles maiores. Agora, em dezembro, a resposta da confederação brasileira de futebol. Através do diretor de competições da entidade, Manoel Flores, a CBF comunicou que os estádios inscritos nas duas principais divisões nacionais deverão contar com a dimensão unificada a partir de 2016.

A medida terá um reflexo imediato em Pernambuco, uma vez que, curiosamente, os campos da Ilha do Retiro e do Arruda são os maiores da primeira divisão – na segundona, o Náutico não terá problema algum na Arena Pernambuco. Os dois gramados têm mais de 1.000 metros quadrados de diferença em relação ao novo “tamanho-padrão”. Sport, Santa Cruz e os demais administradores de estádios receberão da CBF os instrumentos específicos para indicar, exatamente, os trechos que devem ser pintados.

Oficialmente, as medidas permitidas pela Fifa são de 90 a 120 metros de comprimento e de 45 a 90 metros de largura, resultando em um formato retangular, obviamente. Aos poucos, vai se buscando um padrão internacional, já adotado na Copa do Mundo, Eurocopa, Copa América, Olimpíadas…

Confira as dimensões atuais dos estádios do Brasileirão 2016
8.250 m² (110m x 75m) – Ilha do Retiro (Sport)
8.190 m² (105m x 78m) – Arruda (Santa Cruz)
7.869,7 m² (108,25 x 72,7m) – Morumbi (São Paulo)
7.848 m² (109m x 72m) – Couto Pereira (Coritiba)
7.437,7 m² (105,8m x 70,3m) – Vila Belmiro (Santos)
7.350 m² (105m x 70m) – Barradão (Vitória)
7.350 m² (105m x 70m) – Orlando Scarpelli (Figueirense)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena Pernambuco (Sport e Santa Cruz)
7.140 m² (105m x 68m) – Itaquerão (Corinthians)
7.140 m² (105m x 68m) – Allianz Parque (Palmeiras)
7.140 m² (105m x 68m) – Moisés Lucarelli (Ponte Preta)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena Condá (Chapecoense)
7.140 m² (105m x 68m) – Maracanã (Flamengo, Fluminense e Botafogo)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena Grêmio (Grêmio)
7.140 m² (105m x 68m) – Beira-Rio (Internacional)
7.140 m² (105m x 68m) – Mineirão (Cruzeiro e Atlético-MG)
7.140 m² (105m x 68m) – Engenhão (Botafogo)
7.140 m² (105m x 68m) – Independência (Atlético-MG e América-MG)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena da Baixada (Atlético-PR)

Brasil x Uruguai, a possível estreia da Seleção Brasileira na Arena Pernambuco

Brasil x Uruguai

Ao término do empate em 1 x 1 entre Brasil e Argentina, no Monumental de Nuñez, com um gol de Lucas Lima, ex-Sport, o locutor Milton Leite encerrou a transmissão no canal de tevê por assinatura SporTV anunciando Brasil x Uruguai na Arena Pernambuco. O jogo, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, está agendado entre os dias 21 e 24 de março de 2016. Seria a terceira partida seguida da seleção principal no Nordeste, após Fortaleza (Venezuela) e Salvador (Peru). Escudo contra as críticas?

Já havia a expectativa da partida no Recife, comentada pelo presidente da FPF, Evandro Carvalho, desde o anúncio do amistoso da Seleção Olímpica na Ilha do Retiro. Contudo, nem FPF, CBF ou Conmebol confirmaram o jogo – muito menos o consórcio que administra a arena em São Lourenço da Mata. Entretanto, a declaração dada numa emissora de alcance nacional e, sobretudo, detentora dos direitos de transmissão dos jogos do Brasil, logo repercutiu.

Caso confirmada, será a estreia da Seleção no Arena, substituindo o Mundão, que recebeu todos os jogos desde 1978. Seria também a 18ª partida da seleção principal no estado, sendo o segundo clássico entre brasileiros e uruguaios aqui. Em 1985, diante de 59.946 torcedores no Arruda, vitória com gols de Careca e Alemão. Em relação à fase classificatória para o Mundial, a última apresentação foi em 2009, contra o Paraguai. Em partidas oficiais, ou seja, contra seleções nacionais, a Canarinha jamais perdeu em Pernambuco…

Avenida Malaquias
27/09/1934 – Brasil 5 x 4 Sport
30/09/1934 – Brasil 3 x 1 Santa Cruz
04/10/1934 – Brasil 8 x 3 Náutico
07/10/1934 – Brasil 5 x 3 Seleção Pernambucana
10/10/1934 – Brasil 2 x 3 Santa Cruz

Ilha do Retiro
01/04/1956 – Brasil 2 x 0 Seleção Pernambucana
13/07/1969 – Brasil 6 x 1 Seleção Pernambucana

Arruda
13/05/1978 – Brasil 0 x 0 Seleção Pernambucana
19/05/1982 – Brasil 1 x 1 Suíça
02/05/1985 – Brasil 2 x 0 Uruguai
30/04/1986 – Brasil 4 x 2 Iugoslávia
09/07/1989 – Brasil 2 x 0 Paraguai
29/08/1993 – Brasil 6 x 0 Bolívia
23/03/1994 – Brasil 2 x 0 Argentina
29/06/1995 – Brasil 2 x 1 Polônia
10/06/2009 – Brasil 2 x 1 Paraguai
10/09/2012 – Brasil 8 x 0 China

Arena Pernambuco
21/03/2016 – Brasil x Uruguai*
*A confirmar.

O preço do aluguel de uma partida nos Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda

Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda através do Google Maps, em agosto de 2015. Crédito: arte de Cassio Zirpoli sobre imagens do Google

O futebol pernambucano tem uma particularidade em relação aos demais estados no Nordeste, com os três grandes clubes locais possuindo estádios particulares com capacidade acima de 20 mil pessoas. É assim desde 1972, quando o Arruda foi oficialmente inaugurado –  e só mudou em 2013, com a abertura da Arena Pernambuco. Apesar disso, não foram raras as vezes que um dos times precisou utilizar a casa do rival. Seja pela troca do gramado, realização de um show, manutenção, ampliação etc.

Entre 1980 e 1982, na construção do anel superior do Arruda, o Santa Cruz se revezou na Ilha do Retiro e nos Aflitos. Na sequência, entre 1982 e 1984, com a construção das gerais e a ampliação da cadeira central da Ilha, o Sport fez o mesmo. Já o Náutico, devido à capacidade dos Aflitos antes da reforma entre 1996 e 2002, mandou inúmeros clássicos no Mundão – foi lá onde estabeleceu a sua melhor média de público na Série A, com 30.918 torcedores em 1983.

Cordialidade à parte, atuar no estádio alheio tem um custo – se o clube quiser cobrar. Em 2012, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, tabelou os valores para evitar mais discussões no Campeonato Pernambucano, pois alvirrubros e rubro-negros não estavam se entendendo sobre o aluguel dos Aflitos. Cada praça recebeu um dado de acordo com as suas dimensões, variando entre partidas diurnas e noturnas. Em 2015, os dados foram apenas corrigidos pela inflação. O blog calculou através do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).

2012
Aflitos
Dia – R$ 10.000
Noite – R$ 12.000

Ilha do Retiro
Dia – R$ 12.000
Noite – R$ 14.000

Arruda
Dia – R$ 16.000
Noite – R$ 18.000

2015 (corrigido pela inflação)
Aflitos
Dia – R$ 12.780
Noite – R$ 15.337

Ilha do Retiro
Dia – R$ 15.337
Noite – R$ 17.893

Arruda
Dia – R$ 20.449
Noite – R$ 23.005

De acordo com o diretor técnico da FPF, Murilo Falcão, em competições organizadas pela CBF (Nordestão, Copa do Brasil e Brasileiro) o valor do aluguel é definido pelos próprios clubes – podendo usar a tabela já existente, é claro. E ainda vale um adendo, tanto em torneios locais quanto nacionais: além do aluguel é preciso pagar a taxa de manutenção do estádio (limpeza, gramado, iluminação e funcionários). No Arruda, por exemplo, o presidente do Santa Cruz, Alírio Morais, estipula em R$ 50 mil custo do estádio a cada jogo.

Bandeiras de Santa Cruz, Náutico e Sport lado a lado pela Seleção Olímpica

Torcedores de Santa Cruz, Náutico e Sport na Ilha do Retiro, no amistoso da Seleção Olímpica, em 2015. Foto: Benjamim Júnior/divulgação

A Seleção Olímpica já pediu passagem no Recife, seguindo a sua caminhada rumo aos Jogos do Rio de Janeiro. Ainda sem Neymar e sem chamar tanta atenção, apesar de alguns nomes promissores no time. Na Ilha do Retiro, onde o Brasil venceu os Estados Unidos, pouca gente acompanhou, mas com um comportamento cada vez mais incomum, infelizmente.

Sem qualquer rusga, camisas e bandeiras de Santa Cruz, Náutico e Sport ficaram lado a lado na arquibancada, entre as amarelas da Seleção Brasileira, misturadas entre os sete mil espectadores. Claro, a rivalidade surgiu em alguns momentos, mas apenas com gritos de guerra dos clubes – nada de brados desrespeitosos das organizadas. Nas cadeiras da Ilha do Retiro, o cazá cazá foi mais forte, naturalmente. Mas, acredite, também puxaram o N-A-U-T-I-C-O ali. O grito timbu foi abafado pelos rubro-negros, é verdade, mas o jogo seguiu.

No mesmo setor, dirigentes rivais acompanharam o amistoso, como Constantino Júnior, vice do Tricolor. Até o treinador coral, Marcelo Martelotte, compareceu. Nada de escolta, não precisava. O clima era mesmo outro, bom. Algo que a Seleção, com toda a sua crise técnica, ainda consegue promover…

Amistoso em 2015, Brasil (olímpico) 2x1 EUA. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A customização da Ilha do Retiro através da CBF

A Ilha do Retiro também passou por um processo de customização temporária para receber a Seleção Olímpica do Brasil, como ocorreu no centro de treinamento do Sport em Paratibe, com uma sala de imprensa a la Granja Comary. Os banners no estádio rubro-negro, localizados na arquibancada, torres de iluminação, bancos de reservas e saída dos vestiários, foram trocados por emblemas azuis com o distintivo da CBF, feitos sob medida por uma empresa terceirizada e sem qualquer patrocínio, uma vez que o estádio fica com “mando da confederação” nos amistosos da Canarinha no país.

As mudanças visuais também ocorreram internamente, no corredor de acesso ao gramado e no vestiário, estilizado para os 20 jogadores convocados para a partida contra o Estados Unidos – tudo devido divulgado pelos canais oficiais da CBF,através do site oficial, twitter e canal de tevê. Por fim, uma sala de imprensa numa estrutura armada no estacionamento do estádio. Esse trabalho de marketing visa focar apenas a imagem da Seleção, dando uma cara exclusiva ao palco do amistoso. Já havia sido executado na Arena da Amazônia em 2015, neste início de preparação do time Sub 23, e também foi montado (em três dias é possível finalização a ação) no Mangueirão, encerrando a agenda desta temporada.

Arquibancada frontal

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Portão de entrada para a arquibancada

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Banco de reservas

O banco de reservas da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Túnel de acesso

Saída do vestiário da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA. Press

Vestiário

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: CBF/Twitter

Sala de imprensa

Sala de imprensa montada na Ilha do Retiro. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A preparação da Seleção Olímpica no Recife

Treino da Seleção BrasileiroaTreino da Seleção Olímpica no CT do Sport, em 09/11/2015. Crédito: CBF/youtube no CT do Sport

A CBF disponibilizou um vídeo com bastidores da preparação da Seleção Olímpica do Brasil centro de treinamento do Sport, em Paratibe, visando o amistoso contra os Estados Unidos, na Ilha do Retiro.

O trabalho comandado pelo técnico Rogério Micale (Dunga, o comandante da principal, também deverá ser o treinador nos Jogos Olímpicos de 2016) começou na academia do CT, seguindo no campo principal, já à noite.

A movimentação noturna só aconteceu porque foi alugado um gerador de energia para as quatro torres de iluminação, construídas no local visando a Copa do Mundo de 2014, obra também realizada no CT do Náutico.

A diminuição da capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro a cada laudo

A diminuição na capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro. Arte: Fred Figueiroa/DP/D.A Press

No auge da capacidade de público, descontando as superlotações, obviamente, o Arruda e a Ilha do Retiro já tiveram 160 mil lugares à disposição. Haja diferença para o cenário atual, de 2015, após a recomendação do Ministério Público de Pernambuco. Por questão de segurança, como a capacidade de evacuação de torcedores, o órgão solicitou (e foi atendido) a redução dos dois estádios, que hoje têm 78.017 lugares somados, menos da metade do máximo já liberado. São 50 mil na casa coral e 27 mil no reduto rubro-negro. A partir disso, o blog recuperou as capacidades oficiais ao longo dos anos. As aferições foram feitas várias vezes, a pedido dos clubes, da FPF e até da CBF, com dados distintos a cada laudo de engenharia. Da época com todos em pé aos assentos marcados.

Nesse tempo todo, entre outros motivos, como exigências dos Bombeiros e Polícia Militar, a mudança também está relacionada ao cálculo de cada assento, que até a década de 1990 era 30 centímetros por espectador. Hoje, 50 cm.

E olhe que Arruda e Ilha receberam, não faz muito tempo, públicos superiores às novas capacidades: 60.040 em 2013 e 28.766 em 2014, respectivamente.

Ilha do Retiro (após as obras para a Copa do Mundo de 1950)
1950 – 20.000 lugares
1960 – 36.000 (+16.000) *ampliação da cadeira central e da arquibancada
1984 – 45.000 (+9.000) *construção das gerais e a ampliação da cadeira central
1998 – 50.000 (+5.000) *construção da ‘curva especial’ (obra de 1997)
2001 – 45.000 (-5.000)
2005 – 32.500 (-12.500)
2006 – 30.520 (-1.980)
2007 – 34.500 (+3.980) *construção da ‘curva da ampliação’
2012 – 34.200 (-300)
2013 – 32.983 (-1.217)
2015 – 27.435 (-5.548)

Recorde: 56.875 (Sport 2 x 0 Porto, em 07/06/1998)

Arruda (após a conclusão do anel inferior, para a Copa da Independência)
1972 – 64.000 lugares
1982 – 110.000 (+53.000) *construção do anel superior
1993 – 85.000 (-25.000)
2001 – 75.000 (-10.000)
2005 – 65.000 (-10.000)
2012 – 60.044 (-4.956)
2015 – 50.582 (-9.462)

Recorde: 96.990 (Brasil 6 x 0 Bolívia, em 29/08/1993)

Lampejo de Granja Comary no CT do Sport

A sala de imprensa montada pela CBF para a Seleção Olímpica no CT do Sport, em Paratibe. Foto: Caio Wallerstein/DP D.A Press

A Seleção Olímpica, que jogará na Ilha do Retiro contra os EUA, escolheu o centro de treinamento do Sport, em Paratibe, para a preparação de dois dias até o amistoso. No local, além dos painéis no campo com as marcas da CBF e de seus patrocinadores, a direção da entidade montou uma sala de imprensa emulando de longe a infraestrutura da Granja Comary, em seus dias mais movimentados com a seleção principal.

Em vez de 300 lugares, como no grande salão em Teresópolis, 15 cadeiras no mesmo estilo, de forma compacta e organizada.

A sala de imprensa montada pela CBF para a Seleção Olímpica no CT do Sport, em Paratibe. Foto: Caio Wallerstein/DP D.A Press

O ambiente chamou a atenção justamente porque o espaço para entrevistas coletivas (jornais, rádios e tevês) ainda é uma grande lacuna no CT rubro-negro, bem equipado em quase todos os outros setores. A estrutura temporária será desmontada pela confederação logo após a partida, mas já deixou a ideia sobre o que é possível fazer até a construção de um espaço definitivo (e necessário).

Na própria Ilha do Retiro, um esquema especial para a zona mista foi criado, semelhante ao trabalho feito no Arruda em 2012, noa goleada sobre a China.

A sala de imprensa montada pela CBF para a Seleção Olímpica no CT do Sport, em Paratibe. Foto: Caio Wallerstein/DP D.A Press

A Seleção Brasileira na Ilha do Retiro

A escolha da Ilha do Retiro para um amistoso da Seleção Olímpica, contra os Estados Unidos, em 11 de novembro de 2015, trouxe a camisa verde a amarela ao estádio rubro-negro após quatro décadas de hiato, desde a geração de Pelé. Antes de o Arruda se tornar a casa da Seleção no Recife, em 1978, o reduto do Sport também teve vez, com duas partidas da seleção principal contra a seleção pernambucana. Aqui, registros do Diario de Pernambuco nos embates Canarinha x Cacareco, em dois domingos. Nos dois casos, a cobertura só foi publicada dois dias depois, na terça-feira, uma vez que o jornal não circulava nas segundas, a folga dos jornalistas.

Venceu como quis a Seleção Brasileira
01/04/1956 – Brasil 2 x 0 Pernambuco
Gylmar; Djalma Santos (Paulinho de Almeida), De Sordi, Zózima e Nilton Santos; Belangero (Formiga), Sabará, Walter Marciano e Gino; Didi (Álvaro) e Canhoteiro (Escurinho) 
Gols da Seleção: Didi e Escurinho

O jogo da Seleção Brasileira na capital pernambucana, o primeiro em 22 anos, contou até com uma preliminar. Antes da entrada do astro Didi, nada de Náutico, Santa ou Sport. O cotejo foi entre Destilaria, do Cabo, e Colombo, de Limoeiro, com o placar de 3 x 2. A renda foi de Cr$ 601.970, com casa cheia, mas sem público oficial, pois até então divulgava-se apenas a bilheteria. Na ocasião, a arquibancada frontal da Ilha ainda estava em construção. Apesar do placar enxuto, o Diario analisou a atuação do time montado pela FPF como “abaixo da crítica”.

Amistoso na Ilha do Retiro, em 1956: Brasil 2 x 0 Pernambuco. Foto: Arquivo/DP

Amistoso na Ilha do Retiro, em 1956: Brasil 2 x 0 Pernambuco. Foto: Arquivo/DP

Amistoso na Ilha do Retiro, em 1956: Brasil 2 x 0 Pernambuco. Foto: Arquivo/DP

Brasileiros encerram giro no Nordeste com goleada
13/07/1969 – Brasil 6 x 1 Pernambuco
Félix (Lula); Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo; Piazza, Gérson, Tostão e Pelé; Jairzinho (Paulo Borges) e Edu 
Gols da Seleção: Edu (3), Jairzinho, Tostão e Pelé

Com 26.929 pagantes e renda de NCr$ 262.114, a Ilha do Retiro teve uma tarde de domingo de lotação e falta de serviço aos torcedores, acabando ainda no primeiro tempo o estoque de refrigerante e refresco. O público passou “sede”, segundo o relato do jornal. No intervalo, a atração foi o pouso no gramado de sete paraquedistas da brigada aérea. Após a goleada, ficou a bronca do técnico João Saldanha, por causa do cerco da imprensa ao Rei Pelé, perto de chegar a 1.000 gols na carreira.

Amistoso na Ilha do Retiro, em 1969: Brasil 6 x 1 Pernambuco. Foto: Arquivo/DP

Amistoso na Ilha do Retiro, em 1969: Brasil 6 x 1 Pernambuco. Foto: Arquivo/DP

Amistoso na Ilha do Retiro, em 1969: Brasil 6 x 1 Pernambuco. Foto: Arquivo/DP