O scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz na Sula

O vitória do Santa Cruz sobre o Sport, no segundo jogo da fase nacional da Copa Sul-Americana de 2016, garantiu a classificação coral às oitavas de final. Sem dúvida, foi uma partida mais disputada que a primeira, realizada uma semana antes, na mesma Arena Pernambuco. Sobre a partida, a Conmebol, através da DataFactory, divulgou um longo scout das duas equipes, melhorando a leitura da versão internacional do Clássico das Multidões. Números, posicionamento de arremates, faltas e roubadas de bola, mapa de calor e até as jogadas mais usadas por tricolores e rubro-negros. Vamos lá.

Para conferir o scout do jogo de ida, clique aqui.

Dados gerais com marcação leonina e efetividade coral
No jogo ida, apenas a quantidade de escanteios destoou entre os rivais, a favor do Santa. Desta vez, outros quesitos tiveram números bem distintos, com a troca de passes e as recuperações de bola, maiores do lado leonino. Apesar da marcação forte e da leve vantagem na posse, o Sport não soube o que fazer com a pelota nos pés, errando bastante. Como há uma semana, os corais buscaram mais, finalizaram mais. E conseguiram.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Enfim, finalizações na área (e gol)
Somando os dois clássicos foram 30 finalizações, das quais apenas doze nas duas barras. Dessas, uma foi parar no fundo das redes de Magrão. Como mostra o gráfico, no segundo jogo ocorreram onze tentativas dentro da área. No duelo anterior, apenas duas! Por sinal, a diferença de chutes nos dois jogos, 18 x 12, mostra que a volta foi, sim, melhor. Nem precisava muito, na verdade.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

1 falta a cada 2min34
Em um jogo mais disputado, o número de faltas também aumentou, de 30 para 35. Ao contrário da partida anterior, com scout igualado, neste os leoninos cometeram mais infrações, num jogo com pouca bola rolando. A concentração de faltas no meio, tanto dos leoninos quanto dos corais, é um dos motivos para pouca eficiência dos meias Diego Souza, Pisano e João Paulo, este mais recuado. Nos 180 minutos, Matheus Ferraz foi o mais faltoso, com 9 (amarelo na ida). Apesar do quadro, o trabalho do árbitro peruano Diego Haro repetiu o (bom) nível do chileno Julio Bascuñán. Ambos da Fifa.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Leão recuperando mais bolas e corais marcando à frente
A quantidade de bolas recuperadas pelo Sport impressiona: 30. No jogo anterior, onde também liderou a estatística, foram 13. Rithely, apagado há uma semana, foi o maior ladrão de bolas. Porém, com a bola dominada, o jogo rubro-negro não andou. No lado coral, Uillian Correia aliou a recuperação à saída de jogo, sendo um dos principais nomes da partida. Por sinal, o bote do camisa 5 foi quase sempre certeiro, sem falta. Outro destaque coral vai para a marcação adiantada, com muitas bolas já na entrada da área rival. Não por acaso, saiu assim o gol, num desarme em Serginho.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Sport com troca de passes na defesa e DS isolado
A primeira mudança do clássico ocorreu logo aos sete minutos, com Durval no lugar de Ronaldo Alves, lesionado. E o zagueiro, de volta após algumas semanas, foi o jogador com mais passes no Leão, defensivos e ofensivos, incluindo lançamentos. Segundo o scout, a linha de passe mais recorrente foi Durval/Mark e Rithely/Mark. O chileno, que no jogo passado, pelo Brasileiro, correu 11 quilômetros, voltou a se movimentar, mas sem resultados. Já Diego Souza, o camisa 30 neste torneio, especificamente, pouco fez, isolado. Em relação à ocupação do campo, o mapa de calor aponta justamente a área dos dois volantes, em outro indicativo que a saída de jogo esteve travada na arena.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Linha de passe no Santa em quatro frentes com Léo Moura
Conforme já dito, Uillian Correia teve um papel importante no jogo e na vitória. Foi o jogador com mais passes em toda a partida, 44. Só errou quatro toques, gerando um aproveitamento de 90,9% de acerto. Apesar da atuação discreta, na visão do blog, Léo Moura aparece com quatro linhas de passe no jogo, três defensivas (Danny Morais, Derley e Uillian) e uma ofensiva, com João Paulo. No posicionamento dos atletas, impressiona a distância de Grafite em relação aos companheiros. Ainda assim, nas poucas bolas que recebeu, conseguiu finalizar três vezes – uma delas, num incrível gol perdido. No mapa de calor, o corredor parece claro, com a sequência Léo-Derley-Pisano. 

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Santa elimina o Sport na Sula, garante viagem internacional e R$ 1,2 milhão

Sul-Americana, 2ª fase: Sport 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Conmebol/site oficial

O confronto se aproximava para os pênaltis. Dos 180 minutos programados, tricolores e rubro-negros já tinham jogado 172, em branco. Um primeiro jogo fraco e uma segunda partida mais disputada, com chances de gol (Edmílson e Grafite) e alguma dose de emoção, o que se esperava para um clássico tão importante, o primeiro num torneio internacional. A marcação do Santa na saída de bola do Sport, num duelo repleto de erros, de ambos os lados, era uma tática inteligente. Sobretudo tendo do outro lado o volante Serginho, contumaz. Ao receber a bola, o camisa 8 foi desarmado, num contragolpe evoluindo com Keno e sua jogada característica pela esquerda. Entrou na área, cortou e bateu no cantinho. Magrão espalmou, mas a bola sobrou limpa para Bruno Moraes.

O centroavante não havia sido nem relacionado nos jogos anteriores. Na arena, entrara no lugar de Grafite, machucado. E aproveitou bem demais a chance, empurrando a bola para as redes e correndo para a torcida, presente na ala sul. Santa Cruz 1 x 0, “eliminando o Leão” mais uma vez, no bordão que o povão não para de cantar. Em sua primeira participação na Copa Sul-Americana, o campeão nordestino já avança às oitavas, garantindo a primeira viagem oficial ao exterior. Colômbia e Paraguai como destinos possíveis, com Medellín sendo o destino mais provável após o 3 x 0 do Independiente no jogo de ida contra o Sportivo Luqueño. A definição do confronto será apenas em 15 de setembro.

Sul-Americana, 2ª fase: Sport 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Até lá, a torcida coral tem mais é que curtir a já histórica classificação e o status de único nordestino ainda presente no torneio. Sem contar o contexto óbvio que uma vitória traz a qualquer time, sobretudo a quem estava em falta. Ou seja, o benefício pode se estender à própria campanha no Brasileiro, onde precisa (bastante) ter a mesma disposição do clássico, com jogadores se cobrando em campo o tempo todo. Por fim, no viés do vencedor, o lado financeiro da vaga obtida. Além da cota inicial de 300 mil dólares (R$ 967 mil), o clube assegurou mais uma cota, agora de US$ 375 mil (R$ 1,2 milhão). Nada mal.

No Sport, nem a presença de Diego Souza resultou num futebol realmente competitivo. A eliminação diante do rival é um duro golpe na programação do clube, pois o presidente leonino havia apontado a Sul-Americana como prioridade na temporada, a ponto de sair da Copa do Brasil ainda na primeira fase, diante do modestíssimo Aparecidense. Na copa nacional, abriu mão de R$ 1 milhão. Na internacional, perdeu ainda mais. E se no rubro-negro há quem ache, hoje, que a eliminação não possa influenciar no rendimento na Série A, que mude de canal quando o Santa aparecer novamente em ação na Sula…

Sul-Americana, 2ª fase: Sport 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Com gol improvável de Vinícius Araújo, Sport empata no fim e deixa Inter no Z4

Série A 2016, 22ª rodada: Sport 1 x 1 Internacional. Foto: Peu Ricardo/DP

O Sport sem Diego Souza é um time extremamente previsível, com ataques apressados, gerando contragolpes na mesma intensidade. Quando resolve sair com um pouco mais de calma, a bola roda pelos zagueiros e pelos volantes, até alguma tentativa de bola enfiada por alguém do quarteto. Gabriel Xavier, que poderia exercer o papel, acaba quase sempre jogando mais à frente, nas pontas. Contra o Inter não foi diferente. Havia a expectativa pelo retorno do camisa 87, mas ele acabou ficando de fora mais uma vez. Rogério, contundido no clássico, também foi um desfalque. Dos mais importantes, pois trama velocidade e habilidade com mais eficiência que os companheiros de ataque. As ausências aumentaram a desconfiança dos sete mil espectadores na arena.

Diante de um time em crise, o Leão tinha a possibilidade de explorar a pressão proporcionada pelo longo jejum de vitórias (agora de 14 partidas). Os papéis foram invertidos em um pênalti bem questionável a favor dos gaúchos, convertido por Seijas. Nove minutos e um time completamente atrás da linha da bola. Com Celso Roth na área técnica, não havia qualquer surpresa. Tampouco a catimba, com um cai-cai sem fim. O preciosismo do árbitros (vamos dizer assim) também atrapalhou. Era sinalização de cobrança de falta com a bola rolando, lateral no lugar errado. Tudo de um lado, travando o jogo.

Mal em campo, o Sport ao menos batalhou. Correu e chegou ao empate, 1 x 1, aos 44 do segundo tempo, com Vinícius Araújo, vaiado ao ser anunciado como solução na última substituição. Antes de mandar para as redes, perdera uma chance incrível, mas enfim acertou a sua primeira finalização na barra neste Brasileirão – acredite. Valeu um ponto ao Sport e manteve o Colorado em baixa, sobretudo agora, no Z4. Agora, para voltar jogar de forma consistente e com a expectativa de uma pontuação melhor, a volta de DS87 ao leão é indispensável.

Série A 2016, 22ª rodada: Sport 1 x 1 Internacional. Foto: Peu Ricardo/DP

O scout de Santa Cruz 0 x 0 Sport na Sula

O empate sem gols entre Santa e Sport, no confronto de ida da fase nacional da Copa Sul-Americana, foi realmente um jogo insosso. Decepcionante, apesar da força máxima usada pelas duas equipes, desconsiderando contusões, naturalmente. Sobre a partida, a Conmebol, através da DataFactory, divulgou um longo scout das duas equipes, o que pode ajudar um pouco a entender o baixo nível técnico do primeiro clássico internacional entre os rivais pernambucanos. Números, posicionamento de arremates, faltas e roubadas de bola, mapa de calor e até as jogadas mais usadas por tricolores e rubro-negros. Vamos lá.

Dados gerais equilibrados
O empate se refletiu, na prática, na posse de bola, com a vantagem mínima para o tricolor (51%). Tanto o número de passes quanto o índice de acertos também foram parelhos. O único dado que destoou foi o de escanteios, com oito a mais para o Santa. Ainda assim, cobranças sem perigo.

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Chutes a gol sem perigo
Foram apenas 12 finalizações, com apenas quatro e direção ao gol. Uma do Santa, com Léo Moura, de fora da área, e três do Sport, todas sem força. A dificuldade de infiltração de ambos os lados fica evidente com o gráfico, com apenas uma chance, cada, dentro da área. O grito de gol passou longe.

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

1 falta a cada 3 minutos
O número de faltas foi elevado, 30. Como na maioria dos dados, equilíbrio. A falta de um armador no jogo talvez (talvez!) justifique o fato de nenhuma infração ter sido cometida no círculo central. Apesar do quadro, a condução rápida do árbitro chileno Julio Bascuñán ajudou no tempo de bola correndo, evitando atritos entre os jogadores e sem preciosismo com distância da marcação etc. 

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Roubadas de bola, pra perder em seguida
Foi um jogo de perde e ganha. Uillian Correia e Derley dando o bote de um lado, com a cobertura dos zagueiros, e Rithely e Paulo Roberto do outro – e Rodney como surpresa na lateral, bem defensivamente. A cada roubada de bola, uma jogada mal construída, num bate-volta sem fim. Quer dizer, durou 90 minutos…

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Faltou criatividade no Santa
A saída de jogo do Santa Cruz foi basicamente com os volantes. João Paulo pouco aparecendo apenas em 7º lugar entre os corais com mais passes (foram 11, nove certos e dois errados). A linha do gráfico conecta os jogadores com mais passes entre si, com Grafite e Keno isolados, sobretudo o camisa 23, brigando pela bola lá na frente. Em relação ao mapa de calor, o time se apresentou mais no campo de ataque que o adversário.

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Sport avançou longe do meio-campo
No Sport, na ausência de Diego Souza, Rithely foi o catalisador de jogadas do time, dialogando com Everton Felipe e Rogério (que não jogaram bem). Entretanto, quem mais tocou na bola foi Paulo Roberto, também líder em passes certos (22). Porém, o também volante ampliou a opção de passe, a ponto de não ter uma linha de destaque com nenhum companheiro. A dobradinha Ronaldo Alves/Rodney Wallace foi uma saída de jogo do Leão, sem sucesso ofensivo. Isolado, Edmílson quase desparece.

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Os 60 jogadores de Sport e Santa Cruz inscritos na Copa Sul-Americana 2016

A Conmebol divulgou a relação completa de jogadores inscritos por Sport e Santa Cruz faltando menos de duas horas para o primeiro Clássico das Multidões na Copa Sul-Americana de 2016. Com jogos agendados nos dias 24 e 31 de agosto, ambos na Arena Pernambuco, os rivais puderam inscrever, cada um 30 jogadores, tendo a possibilidade de mudar cinco nas oitavas de final.

Regulamento da Copa Sul-Americana de 2016

Segundo o regulamento do torneio, a numeração é fixa, 1 ao 30. Ou seja, alguns jogadores números pouco ortodoxos no futebol tiveram que mudar. No Leão, por exemplo, foram nada menos que seis: Apodi (32), Diego Souza (87), Rogério (90), Mansur (93), Everton Felipe (97) e Túlio de Melo (99). Já o Santa Cruz havia enviado uma lista prévia com 39 nomes! Da lista final, o principal nome, Grafite, se mantém com a camisa 23. Os dois clubes inscreveram quatro goleiros. No caso coral, a lista tem até Fred Campos, já desligado do clube…

Confira outros detalhes do regulamento, em relação ao clássico, clicando aqui.

Os 30 jogadores inscritos pelo Sport na Copa Sul-Americana 2016

Os 30 jogadores inscritos pelo Santa Cruz na Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/site oficial

Com três falhas de Magrão, Sport é goleado pelo Botafogo em Juiz de Fora

Série A 2016, 21ª rodada: Botafogo 3 x 0 Sport. Foto: Vítor Silva/SSPress/Botafogo

O Sport vinha numa boa sequência no Brasileirão, com quatro vitórias e dois empates. Com confiança suficiente para seguir pontuando em Juiz de Fora, contra o Botafogo. Mesmo sem Diego Souza, lesionado. Noventa minutos depois, com a história escrita, uma derrota acachapante, 3 x 0. Após uma atuação regular em boa parte do primeiro tempo, uma sucessão de erros defensivos. Como a afobada cobrança de lateral de Samuel Xavier, a 20 segundos do intervalo, com o placar ainda em branco, o passe atravessado de Paulo Roberto, gerando o primeiro gol, o corte errado de Renê já no segundo tempo, e, sobretudo, a péssima atuação de Magrão, irreconhecível.

Como há muito não se via, o goleiro rubro-negro falhou nos três gols. Tem crédito, mas foi decisivo para a goleada, no jogo isolado na noite de sábado. No primeiro tento, ainda que o quique (no péssimo gramado) tenha atrapalhado, a reação evidenciou a falha. No segundo, Magrão espalmou, a la manchete de vôlei, uma cobrança de falta de muito longe, para o miolo da área. Gol no rebote do ex-alvirrubro Sassá, mais um. No terceiro, já nos descontos, espalmou mal um chute cruzado, novamente para frente, com Camilo pegando mais um rebote.

A gordura acumulada nas rodadas anteriores mantém o Leão razoavelmente acima da zona de rebaixamento, fato que segue como objetivo. Entretanto, a goleada, a primeira sofrida nesta Série A, traz dúvidas acerca da escalação para a estreia na Copa Sul-Americana, quarta, no Clássico das Multidões. Como “corrigir” a falta de cadência de Gabriel Xavier na vaga de DS87? Paulo Roberto, de boa mobilidade, acabou dando chance a Serginho – que deve ser acionado na Sula. No ataque, Edmílson (nada fez) ou Ruiz (mais arisco, mas perdeu um gol feito)? A partir de agora, cobrança em dobro na Ilha, inclusive a Magrão.

Série A 2016, 21ª rodada: Botafogo 3 x 0 Sport. Foto: Vítor Silva/SSPress/Botafogo

Em jogo ruim, técnica e disciplinarmente, Sport arranca empate com o Figueirense

Série A 2016, 19ª rodada: Figueirense 1 x 1 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

No Orlando Scarpelli, o Sport teve uma ótima oportunidade para buscar mais três pontos como visitante. Pelo primeiro tempo, com bons contragolpes, desperdiçados por preciosismo, e pelo incrível gol perdido por Edmílson aos 41 minutos da segunda etapa, escorando um cruzamento na pequena área, com o gol escancarado. Acertou o goleiro Thiago Rodrigues. Àquela altura, o jogo com o Figueirense já estava 1 x 1, após o pênalti convertido por Túlio de Melo pouco antes. Esse resumo é apenas o lado bom da história, pois o time leonino, que atuou pela primeira vez nesta Série A sem Diego Souza (suspenso), foi muito mal após o intervalo.

Incontáveis passes errados, saída de jogo na base do chutão e reposição falha. Além de atuações individuais abaixo – problema já visto na rodada passada, contra o América. Magrão esteve inseguro (falhou no gol catarinense, no primeiro lance do segundo tempo), Gabriel Xavier não chegou nem perto de cumprir o papel de DS, Everton Felipe ficou na correria, Mancha (acionado no lugar de Serginho, outra vez pífio) não sabia nem onde jogar, chegando a ficar na ponta direita, Rogério fominha, Rodney Wallace indeciso entre apoiar e defender, Mark improdutivo… Com esse rendimento, o pontinho acaba sendo “ok”. E, futebol à parte, até foi, pois o Figueira, concorrente direto contra o descenso, segue invicto como mandante.

Por fim, a pior atuação da noite. O árbitro paulista Flávio Rodrigues de Souza, aspirante à Fifa, falhou disciplinarmente. Distribuiu sete amarelos, mas sem critério, pois lances idênticos passaram batidos. Poderia até ter expulsado um de cada lado após agressões claras sem a bola. Além da falta de critério nas faltas (e foram 31!), fez vista grossa numa segunda penalidade para os pernambucanos, no rebote do lance de Edmilson, com Rogério empurrado. O Sport saiu reclamando de outros dois (em Gabriel Xavier e numa bola na mão), mas o blog não concorda. Ao menos, Flávio acertou o último lance, anulando corretamente o gol dos donos da casa após falta (clara) em Magrão.

Série A 2016, 19ª rodada: Figueirense 1 x 1 Sport. Foto: Agência Estado

Sport joga muito mal e evita derrota para o lanterna aos 47 do segundo tempo

Série A 2016, 18ª rodada: Sport 1 x 1 América-MG. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Era uma chance de ouro para vencer, para entrar, pela primeira vez, na parte de cima da classificação. Na atmosfera positiva, três resultados positivos seguidos, 20 mil torcedores a favor e o time completo. Ah, o adversário era o lanterna, já distante da briga pela permanência. Como futebol não trabalha com lógica, o Sport teve que se contentar com um empate em 1 x 1 com o América. Os gol de Mark González, o seu primeiro em sete meses no clube, saiu aos 47 minutos do segundo tempo. Um sufoco para o time leonino, que jogou mal demais, pouco criou e ainda balançou as redes num lance irregular – o chileno estava um pouquinho adiantado no momento do levantamento de Samuel Xavier.

A derrota àquela altura não seria acaso. O time comandado por Enderson Moreria, que empatara com o Grêmio, na rodada passada, veio fechadinho. Atuou com os onze jogadores na linha de defesa. chegou a abdicar de contragolpes e usou bastante, como estratégia, o cai-cai. O Sport não chegou perto de furar o bloqueio. É verdade que teve uma chance claríssima com Edmílson, no comecinho, com o centroavante avançando livre, mas chutando em cima do goleiro. Depois, trocou passes até cansar, mas não entrou na área adversária. Acabou apelando para os cruzamentos, sem sucesso.

Túlio de Melo só foi acionado na etapa complementar, já entrando na reta final. Aí, o América passou a marcar as laterais, evitando as jogadas do Rubro-negro. Claro, só isso não seria suficiente. Também pesou o rendimento abaixo de muita gente. Everton Felipe (oscilou, normal para idade), Diego Souza jogou (muito adiantado, quase não produziu), Rogério (tabelou mal e finalizou ainda pior), Rithely (se complicou no domínio de bola, já na sobra), Rodney Wallace (sequer atacou)… Apesar do gol no finzinho, ficou o tropeço. Dos grandes.

Série A 2016, 18ª rodada: Sport 1 x 1 América-MG. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Diego Souza comanda a terceira vitória seguida do Sport, agora sobre o Furacão

Série A 2016, 17ª rodada: Sport 2 x 0 Atlético-PR. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O meia Diego Souza completou 100 jogos no Sport, uma marca até então improvável para um jogador de muito mercado, contratado em agosto 2014 para um período curto. Entre idas e vindas, já são três passagens, sempre presente na Série A, sempre decisivo. Ao cobrar uma penalidade com extrema categoria, contra o Atlético-PR, DS87 chegou a 31 gols no clube. Esmiuçando a marca, ela torna-se mais expressiva, pois são 22 tentos no Brasileirão, de maior demanda técnica. Foram quatro em 2014, nove em 2015 e, até agora, nove em 2016. Em 17 rodadas, atuando em todos os jogos, o meia chegou à vice-artilharia, num rendimento que o coloca, hoje, entre os melhores da competição.

O gol no primeiro tempo abriu o caminho para a terceira vitória seguida do Rubro-negro, que vive o seu melhor momento justamente após ter perdido três seguidas. O time voltou ao jogo, se distanciando do Z4, melhorando o ambiente. Aliás, que ambiente! Na Ilha do Retiro, com mais de 22 mil pessoas, a torcida não deu trégua ao Furacão, que veio ao Recife bem desfalcado – sem os atacantes Walter e André Lima, entre outros. Para não correr qualquer risco, Oswaldo de Oliveira manteve o time pressionando na segunda etapa, após um breve início de estudo, para ver a postura parananense, que quase não passou por Matheus Ferraz e Ronaldo Alves. Na frente, Everton Felipe arisco outra vez.

A vantagem 2 x 0, que seria definitiva, veio com oito minutos, com Edmilson pegando rebote. O centroavante, com suas muitas limitações, chegou a quatro gols, num índice até aceitável. Na base do tudo ou nada, o Atlético só levou perigo na reta final, com Magrão aparecendo bem e garantindo o placar em branco. Foi apenas a terceira vez até aqui, o que não bate com o atual desempenho ofensivo, com 27 gols (média de 1,58). Mas, francamente, quem imaginava isso na largada, com 1 mísero gol em quatro apresentações? Aí, voltamos à colaboração de Diego Souza, que participou diretamente de 20 dos 21 pontos do Leão, balançando as redes ou dando assistências. É muito fácil entender porque a torcida celebrou os 100 jogos do meia…

Série A 2016, 17ª rodada: Sport 2 x 0 Atlético-PR. Foto: Rafael Martins/DP

Sport vence o Cruzeiro no Mineirão após 38 anos, desta vez sob olhares da torcida

Série A 2016, 16ª rodada: Cruzeiro 1 x 2 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

A grande maioria da torcida do Sport jamais havia visto o time vencer o Cruzeiro no Mineirão. A até então única vitória em BH ocorrera em 1978, por 2 x 1. Além do tempo, com 38 anos corridos, a transmissão não ajudou, ainda nos tempos do rádio. Gols da partida na telinha? Somente no dia seguinte, em preto e branco. Contexto bem diferente do importantíssimo resultado obtido em 2016, pelo mesmo placar. Ao vivo na tevê aberta para a capital pernambucana, com cores reluzentes em alta definição, num jogo duro do começo ao fim. Num confronto direto na briga contra o descenso, o time celeste martelou a meta de Magrão. Ao todo, finalizou 30 vezes, contra apenas 7 do Sport.

Mas a tal da crise, ainda que a equipe seja tecnicamente boa, chega para qualquer um. À parte das finalizações afobadas – 18 de forma errada! -, o Cruzeiro parou no camisa 1 do rubro-negro, numa atuação soberba. Saídas apuradas, elasticidade nos chutes e cabeçadas, tempo de reação. Uma tarde para orgulhar a torcida, de dedos cruzados diante da televisão, percebendo a iminência de deixar o Z4. Os gols de Rogério, concluindo um lançamento de três dedos de Diego Souza e uma baita jogada de Everton Felipe, arrancando do meio-campo, desestabilizaram a equipe mineira, já pressionada pelo público. Em um segundo tempo melhor, no qual até Serginho mereceu elogios, o Sport foi abrindo espaço em busca de contragolpes. Marcando forte, alto. Ao menos duas vezes teve a chance de chegar ao terceiro gol.

Lá atrás, já com três volantes em campo – Mancha entrou no lugar de Edmílson, esforçado e esgotado -, a vitória ia sendo assegurada. Até tomou um susto aos 47, no gol de Willian, com mais um minuto de acréscimo. Alguns podem ter desligado o aparelho ou mudado de canal para fugir do pior, mas o apito final de Leandro Vuaden, no centro da tela, foi a imagem definitiva do 2 x 1 na maioria das casas recifenses. Mais um tabu indo embora, e em boa hora. Então, hora de deixar o sofá e ir à Ilha do Retiro, com dois jogos seguidos por lá, contra Atlético-PR e América. Por mais vitórias, agora in loco.

Série A 2016, 16ª rodada: Cruzeiro 1 x 2 Sport. Foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press