Empurrado pela multidão, o Santa Cruz reage no fim e conquista o Nordestão

Nordestão 2016, final: Campinense 1x1 Santa Cruz. Foto: Yuri de Lira/DP

Repetindo o roteiro dos últimos anos, de se agigantar nos mata-matas, na hora decisiva, o Santa Cruz chegou ao ápice de sua centenária história. Em um final de jogo emocionante em Campina Grande, o Tricolor reagiu, empatou com o Campinense e conquistou a Copa do Nordeste. Com todos os méritos possíveis. No Amigão, uma multidão de tricolores, bem acima da expectativa de três mil. Foi quase o dobro. Uma torcida que viajou 198 quilômetros para cantar e apoiar até o fim. Sendo recompensada com lágrimas de uma emoção inédita.

Era preciso trabalhar a vantagem do empate, mas sem perder as características do time nessa passagem de Milton Mendes. Tanto que o Santa largou sem João Paulo, preocupação durante a semana, mas o técnico manteve a escalação do Arruda, bem ofensiva, com jogadores leves no meio-campo e três atacantes. Por linhas tortas, a formação acabou mudando para a ideal aos 14 minutos, quando Leandrinho sentiu a coxa. João Paulo foi acionado, indo para o sacrifício. Literalmente, sem deixar espaço para o adversário. Um dado que ilustra isso é a posse de bola da Raposa, 57%. Girou, girou e quase não criou chances efetivas, com Rodrigão com marcação dupla – Neris e alguém na sobra.

Nordestão 2016, final: Campinense 1x1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Enquanto isso, o Tricolor, armado para o contragolpe, teve a chance para matar aos 26. Grande jogada de Arthur, que deixou Grafite livre, na marca do pênalti. Um quique na bola atrapalhou o camisa 23, que isolou. No intervalo, o elétrico técnico Francisco Diá fez uma mudança ousada, tirando o camisa 10, Roger Gaúcho. De fato, o meia não acertou nada e a Raposa precisava de agilidade. Com o sol caindo, o segundo tempo seria mesmo mais nervoso. Seguiu com poucas chances e muitas divididas até os 25 minutos. Num lance quase fatal, o Campinense tocou bem a bola, num espaço mínimo. E realmente bastou um centímetro de vacilo para Rodrigão guardar. Recebeu e tocou com categoria, no canto esquerdo de Tiago Cardoso. O 9º gol do artilheiro, invertendo a situação.

Logo depois, Bruno Moraes entrou no lugar de Vitor, com o time pernambucano indo para o all in. Apostando tudo, na pressão e com o coração, o Tricolor chegou lá. Em outra jogada decisiva de Keno, a bola rolou para Arthur empatar. A partir dali, o copeirismo imperou, com o 1 x 1 eternizado em uma campanha com 7 vitórias, 3 empates e apenas 2 derrotas. Parabéns, Santa Cruz! Ah, o clube ainda ganhou R$ 1 milhão e vagas na Sul-Americana de 2016 e 2017…

Nordestão 2016, final: Campinense 1x1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Camisa de campeão produzida na véspera? Errado seria não fazer

Supostas de camisas do título da Copa do Nordeste de 2016. Crédito: twitter/reprodução

Na véspera da decisão do Nordestão, entre Santa e Campinense, a polêmica da vez foi o compartilhamento nas redes sociais de imagens de supostas camisas comemorativas, relacionadas ao título de 2016. Produzidas pelos clubes? Encomendadas por torcedores? Confeccionadas pelos próprios rivais, como contrainformação? Francamente, pouco importa. Faz parte do jogo e há algum tempo os campeões vestem camisas de título após o apito final. É claro que o material é criado com antecedência e a ideia é que a camisa não seja vazada.

Indo além, é preciso destacar que se ganha dinheiro com isso. Nos esportes americanos os campeões da NFL e NBA comercializam produtos (camisas, bonés, chaveiros, copos etc) em seus sites no instante seguinte aos títulos. Na pilha de uma decisão, há quem ache a divulgação prévia determinante para o resultado, motivando o adversário. Na prática, só um time desconcentrado reage a tal influência. O que não parece ser o caso de corais e raposeiros.

Em caso de título, uma dessas camisas aparecerá no gramado? Talvez. De fato, os modelos oficiais podem ser outros. O que importa é o pensamento do clube com esse viés de marketing. Como provocação, Corinthians (Copa do Brasil 2008), Sport (Estadual 2011) e Náutico (fase internacional da Sul-Americana) já tiveram versões encalhadas, feitas pelos clubes e por torcedores. Acontece.

As cidades das finais do Nordestão, com Campina Grande recebendo a 13ª edição

Divisão das torcidas de Campinense e Santa Cruz, na final do Nordestão, no Amigão. Crédito: Campinense/twitter

A cidade de Campina Grande é a única do interior a receber uma decisão da Copa do Nordeste. Em 2016, o populoso município no agreste paraibano chega à segunda finalíssima, com Campinense e Santa Cruz na disputa pela cobiçada taça dourada. Para se ter uma ideia, o Recife, um dos principais centros futebolísticos da região, até hoje só recebeu uma final, numa lista de seis cidades que tem uma folgada liderança de Salvador, com cinco aparições.

Com a capacidade liberada para 20 mil torcedores, a mesma carga em 2013, o Amigão será ocupado em 1º de maio por 17 mil raposeiros e 3 mil corais, com a disposição das torcidas já estabelecida pelo mandante – além disso, os dois estados poderão ver o jogo na tevê aberta. De 1994 a 2015, os mandantes ganharam sete títulos, enquanto os visitantes levaram a melhor em cinco.

As sedes das 13 decisões do Nordestão
1994 – Rei Pelé, Maceió-AL (CRB (2) 0 x 0 (3) Sport*)
1997 – Fonte Nova, Salvador-BA (Vitória* 1 x 2 Bahia)
1998 – Machadão, Natal-RN (América* 3 x 1 Vitória)
1999 – Fonte Nova, Salvador-BA (Bahia 1 x 0 Vitória*)
2000 – Ilha do Retiro, Recife-PE (Sport* 2 x 2 Vitória)
2001 – Fonte Nova, Salvador-BA (Bahia* 3 x 1 Sport)
2002 – Barradão, Salvador-BA (Vitória 2 x 2 Bahia*)
2003 – Barradão, Salvador-BA (Vitória* 0 x 0 Fluminense)
2010 – Frasqueirão, Natal-RN (ABC 1 x 2 Vitória*)
2013 – Amigão, Campina Grande-PB (Campinense* 2 x 0 ASA)
2014 – Castelão, Fortaleza-CE (Ceará 1 x 1 Sport*)
2015 – Castelão, Fortaleza-CE (Ceará* 2 x 1 Bahia)
2016 – Amigão, Campina Grande-PB (Campinense x Santa Cruz)
* Os clubes campeões

Ranking de cidades
5 – Salvador
2 – Natal, Fortaleza e Campina Grande
1 – Maceió e Recife

Ranking de estádios
3 – Fonte Nova
2 – Barradão, Castelão e Amigão
1 – Rei Pelé, Machadão, Ilha do Retiro e Frasqueirão

Podcast 45 (237º) – Analisando a final do Nordestão e as chegadas Oswaldo e Gallo

A pauta principal da nova edição do 45 minutos foi, sem dúvida, o primeiro jogo da final da Copa do Nordeste, com vitória do Santa sobre o Campinense no último lance. Foram 48 minutos analisando o jogo, o comportamento da arbitragem, a atuação dos principais nomes e as previsões para o jogo de volta, domingo, em Campina Grande. Qual é o tamanho da vantagem coral? Na sequência, dois temas semelhantes, com os novos técnicos de Náutico e Sport, Alexandre Gallo e Oswaldo de Oliveira, respectivamente. Os dois clubes saíram ganhando? Também comentamos as possíveis mudanças táticas.

Confira um infográfico com as atrações (e tempo) de cada time aqui.

Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Do sonho à glória, quatro dias de ansiedade na vida do Santa Cruz

Nordestão 2016, final: Santa Cruz 2x1 Campinense. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Entre os 36 mil tricolores no Arruda, na largada da decisão do Nordestão, alguns torcedores não escondiam o sonho de materializar o troféu dourado. Que lá estava, exposto num púlpito sob todo os olhares, com fitas nas cores dos dois finalistas. Ficou mais perto após a vitória por 2 x 1, arrancada nos descontos.

A próxima exibição da “orelhuda” mais cobiçada da região será no domingo, no estádio Amigão. Novamente à beira do gramado, mas com um destino certo, para as mãos do capitão do clube campeão. A cartolina emulando o objeto de desejo é um clássico nas arquibancadas do futebol brasileiro, sempre precedendo dias intensa ansiedade. Será assim com os corais até lá.

Quinta-feira, falta pouquinho.
Sexta-feira, está chegando a hora.
Sábado, chega segunda e não chega domingo.
Domingo, é hoje, tem que ser hoje…

A cada dia, a cada tarde, a cada noite, pensamentos vão tomar conta da torcida. Quem poderá decidir? Grafite de novo, Tiago Cardoso salvando, um improvável Vítor. Como? De cabeça, num chutaço, defendendo pênalti. Onde? De fora da área, na cara do gol. Quando? Com poucos segundos, no último lance. Infinitas dúvidas sobre como será possível buscar a glória, a um empate do Santa. Os últimos dias para que o troféu de verdade possa ir para as mãos do povo…

Bruno Moraes marca no último lance e Santa vence a primeira batalha da final

Nordestão 2016, final: Santa Cruz x Campinense. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Final complicada no Arruda, com o Campinense atuando com personalidade, encaixado na defesa e arriscando contragolpes com o artilheiro Rodrigão. Arrancava o 1 x 1 até os descontos, pavimentando uma boa vantagem para Campina Grande. Enquanto isso, o Santa sentia a falta de João Paulo, suspenso. A saída não era eficiente, com Uillian Correira sobrecarregado. Só que o futebol costuma reservar espaço para heróis, mesmo longe da bola. Como Bruno Moraes, que entraram no fim, apagado. Ali, Grafite parecia ter cumprido a missão do ataque, após mais uma colaboração de Glédson.

Eis que, aos 47, numa jogada pela direita de Raniel (outro acionado no decorrer), o general recebeu livre e bateu certeiro. Um gol para explodir um mundão de gente, 2 x 1. Inverteu as previsões, deixando o Tricolor a um empate do inédito título do Nordestão. Para o domingo, fica a expectativa sobre João Paulo, pois também se recupera de lesão. Ele é primordial para o esquema e Milton Mendes, que no Arruda foi ultraofensivo. À parte de Uillian Correia, apenas jogadores de características ofensivas: Leandrinho (tentando emular JP), Lelê, Arthur, Keno e Grafite. O objetivo era claro, matar o confronto na ida.

Nordestão 2016, final: Santa Cruz x Campinense. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Pois o Tricolor não perto disso, encontrando um bom rival, que já havia superado Salgueiro e Sport. Outra vez, o Campinense iniciou propondo uma aproximação dos setores, com a bola passando, limpa, nos pés de Roger Gaúcho. Além disso, mostrou um futebol de entrega. Curiosamente, quando Grafite testou para as redes, aos 33, a Raposa era melhor. No empate paraibano, através do zagueiro Tiago Sala, já aos 26 da segunda etapa, o contexto era o oposto. Nota-se que a partida estava aberta, controlada pelo árbitro pernambucano Nielson Nogueira, que substituiu Arílson Bispo da Anunciação, machucado.

Obviamente, a participação do juiz local seria contestada pelo visitante. Nielson precisaria conter a pressão. Sai tendo como maior polêmica a reclamação de uma penalidade, numa bola na mão na área coral – naquela eterno debate sobre a “norma brasileira”. Mais molho para um jogo já apimentado. O que não deixou qualquer margem de dúvida foi a finalização de Bruno Moraes, mantendo o Santa numo ao título, com resultados no limite. Foi assim com Ceará e Bahia. Não seria diferente agora. O time não fez a sua melhor apresentação no mata-mata – longe disso -, mas vai centrada para buscar a taça no Amigão.

Nordestão 2016, final: Santa Cruz x Campinense. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Cara ou coroa para o título do Nordestão

Moeda do árbitro na final da Copa do Nordeste de 2016. Foto: Esporte Interativo/instagram

A escolha do lado do campo e a posse de bola inicial na largada da final do Nordestão de 2016 será definida pelo árbitro Arílson Bispo da Anunciação através de uma moeda especial. De um lado, o troféu da Copa do Nordeste, e do outro, o mascote Zeca Brito – uma versão melhorada de 2015, veja aqui.

Com a moeda dourada alçada, surgem as primeiras escolhas de Santa e Campinense em um confronto histórico. Com os corais em busca de um título inédito, sacramentando uma retomada de 2011, hoje marcada pela presença no primeiro degrau do futebol nacional e por uma sede insaciável de taças. E com os raposeiros lutando por um improvável bicampeonato. Improvável mesmo, pois, assim como na primeira final, ainda buscam uma vaga na quarta divisão. Cenário incompatível com uma campanha deste porte na Lampions League.

Cara ou coroa, Arruda ou Amigão…?

A certeza é que o Nordeste terá um novo grande campeão. Digno demais.

Moeda do árbitro na final da Copa do Nordeste de 2016. Foto: Esporte Interativo/instagram

O perfil da audiência de futebol na televisão aberta no Recife, via Globo

A cada ano a Globo Nordeste elabora um plano comercial para negociar as inserções de patrocinadores nos jogos do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste. O documento sempre traz dados relacionados à audiência de futebol, assim como o perfil do público. O relatório de 2016 aponta uma audiência de 974 mil pessoas a cada minuto de transmissão, somando os jogos exibidos nos dois torneios, de acordo com Kantar Ibope Media Workstation. Numa visível evolução, as mulheres já representam metade da audiência.

No último ano, 14 jogos no estadual e 10 no regional tiveram transmissão aberta para a capital pernambucana. Todos lideraram a audiência, com 38,5% do público que assistiu à primeira partida acompanhando todos os jogos na grade – o número representa 1,2 milhão de recifenses. Apesar de o quadro focar na capital, o alcance da emissora chega a 54 municípios, com 5.205.882 telespectadores potenciais – as demais cidades têm a cobertura de outras filiadas, a TV Asa Branca, de Caruaru, e a TV Grande Rio, de Petrolina.

Voltando ao “perfil”, vale comparar com alguns dados apresentados no plano de 2012, na ocasião com 500 mil telespectadores por minuto – o que expõe a atual influência dos mata-matas do Nordestão. Sobre o Pernambucano, o canal paga R$ 3,84 milhões aos clubes, por edição. O contrato vai até 2018.

2012 – 52% masculino, 48% feminino
2015 – 50% masculino, 50% feminino
2012 – 24% A/B, 53% C, 23% D/E
2015 – 20% A/B, 47% C, 32% D/E 

Abaixo, os gráficos com o perfil do telespectador/torcedor no Recife:

Perfil do telespectador do Campeonato Pernambucano de 2016. Crédito: Rede Globo Nordeste/plano de mídia

Perfil do telespectador do Campeonato Pernambucano de 2016. Crédito: Rede Globo Nordeste/plano de mídia

Perfil do telespectador do Campeonato Pernambucano de 2016. Crédito: Rede Globo Nordeste/plano de mídia

Podcast 45 (236º) – Mais uma final das multidões e seca de títulos do Náutico

O Campeonato Pernambucano de 2016 terá a final mais comum em toda a história do futebol local, Sport x Santa Cruz. Será a 24ª vez. Os dois foram buscar a classificação na condição de visitante, os corais com uma enorme vantagem e os leoninos no sufoco, estendendo a disputa às penalidades. No 45 minutos, analisamos os dois jogos do domingo e já projetamos a decisão das multidões, que terá como fator de influência o rendimento do Tricolor na final do Nordestão, nesta semana. Sobre o Náutico, agora há 12 anos sem taça, uma pressão interminável. Caminhos abertos para um longo debate, de 1h49!

Confira um infográfico com os temas e tempos de cada time aqui.

Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Reformulação do Nordestão em pauta para 2018. Difícil é ver o lado positivo

Copa do Nordeste

A Copa do Nordeste passaria por um estágio de obervação de 2015 a 2017, com a presença de clubes do Piauí e do Maranhão, finalmente inseridos no torneio. A condição de “ouvintes” se refletia nas finanças, sem cotas na primeira fase. Somente a partir das quartas os clubes dos dois estados receberiam as verbas acordadas. Conforme dito pela Liga do Nordeste na época, após o triênio haveria uma avaliação dos resultados técnico e econômico com os novos participantes. Logo, 2018 poderia marcar um novo Nordestão, inclusive com a projeção de outra ampliação. Ao que parece, a mudança é muito mais drástica, enxugando a competição de 20 para 16 times. Trata-se de uma disputa entre as federações mais fortes (Bahia, Ceará e Pernambuco) e os sete clubes mais populares (Bahia, Vitória, Ceará, Fortaleza, Náutico, Santa e Sport). Clubes dos 7?!

Enquanto as entidades brigam por mais datas nos campeonatos estaduais, hoje numa clara condição de coadjuvantes, os times almejam um regional ainda mais rentável, sem espaço para surpresas. Neste caso, entende-se a recorrente ausência dos grandes, perdendo as vagas em campanhas ruins no Estadual – Náutico, Santa, Vitória, Fortaleza e, agora, Ceará, passaram por isso.

Inicialmente, a ideia seria implantar uma classificação via ranking – no caso dos clubes, essa ideia seria apenas a ponte para uma reforma maior, com participantes fixos (detalhes abaixo). A federações também alegam um melhor nível técnico com menos jogos, com uma consequente melhor distribuição das receitas. Difícil é não relacionar isso ao aumento dos respectivos campeonatos, a fonte absoluta de receita das federações. O Pernambucano, por exemplo, só tem 14 datas, e a taxa sobre as rendas dos jogos é de 8%.

Outro entrave para o enxugamento passa no vigente acordo judicial (Liga/CBF), com a garantia de dez edições da Lampions (até 2022) e contrato de tevê assinado pelo mesmo período. Com a receita crescente – de R$ 5,6 milhões em 2013 para R$ 14,8 milhões em 2016 -, qualquer mudança redutiva torna-se arriscada sobre o acordo nos tribunais. Ainda mais se passar pela grade de transmissão, até 25% menor. Como aumentar o faturamento com uma exposição menor? Em tese, a aposta dos articuladores é baseada na presença dos maiores clubes, com mais clássicos regionais, em vez de partidas sem tanto apelo. O que não pode ficar de fora é a execução de um justo critério técnico, para que o tal Clube dos 7 não lembre os ideais do Clube dos 13…

Vamos aos possíveis modelos trabalhados nos bastidores:

Copa do Nordeste, como é hoje…
20 clubes, oriundos dos estaduais (3 vagas para PE e BA e 2 para os demais)
5 grupos de 4 times
Os cinco líderes e os três melhores vice-líderes avançam às quartas
Quartas de final, semifinal e final em jogos de ida e volta
12 datas
74 jogos (14 no mata-mata, 18%)

Obs 1. Se falou até em uma reformulação já em 2017, mas não há base legal, pois as vinte vagas do torneio já foram asseguradas via estaduais de 2016.

Copa do Nordeste, como as federações querem em 2018
16 times, com nove campeões estaduais e sete via Ranking da CBF
4 grupos de 4 times
Os dois melhores de cada chave avançam às quartas
Quartas de final, semifinal e final em jogos únicos
9 datas
55 jogos (7 no mata-mata, 12%)

Obs 2. O formato seria permanente, mantendo os campeonatos estaduais como torneios de acesso ao regional, sem nenhuma participação fixa. 

Copa do Nordeste, como os sete maiores clubes querem em 2018
16 times, com nove campeões estaduais e sete via Ranking da CBF
4 grupos de 4 times
Os dois melhores de cada chave avançam às quartas
Quartas de final, semifinal e final em jogos de ida e volta
12 datas
62 jogos (14 no mata-mata, 22%)

Obs 3. A edição de 2018 seria uma transição para compor o torneio da nova fase, a partir de 2019, com a mesma fórmula, mas com a participação via acesso/rebaixamento com uma segunda divisão, esta formada pelos estaduais.

Na visão do blog, os dois modelos especulados reduzem a importância do Nordestão, em calendário e mérito esportivo. A proposta dos clubes para 2018, sem a participação fixa, parece a melhor, desde que se mantenha assim. Ao jornal O Povo, o presidente da federação cearense de futebol, Mauro Carmélio, confirmou a articulação, inclusive junto à CBF e à Liga do Nordeste. Ao Diario de Pernambuco, o mandatário da federação pernambucana, Evandro Carvalho, se esquivou do assunto e disse que somente depois do regional de 2016 o futuro regulamento será discutido. Para entender melhor esse posicionamento, é preciso dizer que o dirigente vem participando do Grupo de Reformas da CBF.

Você concorda com a possível mudança? Qual é a melhor proposta?