Após a gravação do podcast detalhando o acesso do Santa à Série A, o 45 minutos focou Sport e Náutico, também com compromissos no fim de semana no Brasileiro. O empate sem gols na Ilha, de portões fechados, deixou o Leão com 1% de chance de ir à Libertadores. Hora de analisar os outros caminhos possíveis? Pois foi o tema do debate, já com as carências do time para 2016. O Brocador merece ficar? No Náutico, a vitória sobre o Bahia de nada adiantou. De novo na Série B, o foco é a disputa presidencial, com o embate entre o MTA (ou o que restou) e o antigo grupo político que comandou o clube por 15 anos.
Nesta 191ª edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto. Ouça agora ou quando quiser!
O empate sem gols entre Sport e Atlético-PR deixou o time pernambucano praticamente fora da briga por uma vaga na Libertadores. Sendo didático: o Leão teria que vencer seus dois jogos e São Paulo e Inter tropeçarem duas vezes cada. Os paulistas pegam Figueira e Goiás, enquanto os gaúchos jogam contra o Flu e o Cruzeiro. Mas não são 3 pontos de diferença? Pois é, em caso de igualdade o Sport perderia no número de vitórias. Ah, ainda há o Santos. Neste caso, bastaria uma derrota do Peixe (Vasco e Atlético-PR) ou o título da Copa do Brasil para o Peixe… À vera, a disputa parece polarizada entre os dois times com 56 pontos. Ao Sport, ao menos a confirmação de sua melhor campanha na Série A, na era dos pontos corridos, com 53 pontos (superou 2008 e 2014, ambos com 52).
Já campeão brasileiro, o Corinthians enfiou 6 x 1 no São Paulo e recebeu a taça oficial. Já na briga lá embaixo, o Joinville perdeu do Vasco e é o primeiro rebaixado.
A 37ª rodada do representante pernambucano
29/11 (16h00) – Sport x Corinthians (Arena Pernambuco)
Histórico no Recife pela elite: 8 vitórias leoninas, 4 empate e 6 derrotas.
Em uma Ilha do Retiro silenciada pelo STJD, punindo o clube pelo vandalismo da Torcida Jovem, uma organizada proibida pela direção rubro-negra, o Sport ficou no 0 x 0 com o Atlético-PR. O time pernambucano sentiu a falta da pressão exercida no estádio, onde somou a maioria dos seus 53 pontos no Brasileirão. Ainda assim, lutou bastante, o suficiente para lamentar bastante o empate.
Após um primeiro tempo equilibrado, com o Leão reclamando um pênalti em Marlone, o time sufocou o Furacão na retomada do jogo. Foram inúmeras oportunidades. Brocador (no lugar do suspenso André, um baita desfalque), Régis, Diego Souza… Quase sempre parando no goleiro Weverton, fazendo por merecer os 200 jogos com a camisa paranaense. Quando a bola passou por ele, a trave também ajudou o visitante. A partida tensa, mesmo numa noite vazia, se estendeu até os 49 minutos, com o Sport todo no ataque.
No último lance, Durval recebeu na ponta da área e chutou, com a bola batendo no braço do defensor atleticano, que visivelmente tentou proteger o rosto. Em situações normais, sem polêmica. Bola na mão. Porém, nessa orientação da CBF aos árbitros desta Série A, vários lances bem parecidos foram marcados. Na última rodada, por exemplo, a favor do Cruzeiro contra o Sport. De nada adiantou reclamar. Apesar de alguns torcedores terem assistido ao jogo num telão do lado de fora, o clima de fim de feira imperou na Ilha. O time está a três pontos do G4 a duas rodadas do fim. Matematicamente, possível. Na prática, o que já era bem difícil pode ter ficado para uma próxima…
A triunfal chegada do Santa Cruz no Recife. Do desembarque no Aeroporto Internacional dos Guararapes, o time seguiu numa carreata até o Arruda, com buzinaço, festa, fogos e uma alegria sem igual. Confira um álbum com 25 fotos, produzidas pela assessoria coral e pelo Superesportes.
A saga do Santa Cruz nesta volta à primeira divisão, numa caminhada iniciada em 2011, ainda na Série D, pautou a edição especial do 45 minutos. Foi um verdadeiro “SantaCast”, com 1h36. Analisamos a campanha, a importância de Marcelo Martelotte e Grafite, a gestão de Alírio Moraes, com Constantino Júnior à frente do futebol (esse esteve presente nos três acessos), a possível reformulação do elenco coral para a Série A em 2016, a possibilidade de jogar a Copa Sul-Americana já na próxima temporada (ganhar do Vitória e terminar como vice-campeão da Série B ajudaria muito) e as mudanças na receita do clube com a possível cota de R$ 25 milhões da televisão. Um raio x tricolor.
Confira um infográfico com as principais atrações do programa aqui.
Nesta 190ª edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto. Ouça agora ou quando quiser!
Os quatro títulos estaduais nos últimos cinco anos sacudiram a autoestima, mas sair do limbo nacional era questão de honra para um clube tão grande, tão tradicional, tão querido. A cada acesso conquistado no campo, legitimamente, uma letra erguida pelo povão simbolizando novos ares no futebol.
Treze, Betim e Mogi entraram às avessas na vida do Santa. Do nervosismo diante de 59 mil pessoas contra os paraibanos, quando o calvário começou a acabar. No gol de Caça-Rato, ao vivo para todo o Brasil, dando ao clube a decência de um calendário completo. Por fim, a goleada em Itu, com 1.400 tricolores presentes e outros tantos torcendo de longe. Juntas, as três letras têm um significado único.
Os dois clubes mais populares de Pernambuco estão na Série A de 2016. A volta do Santa Cruz após uma década oscilando nas divisões nacionais recebeu os parabéns do futuro adversário na elite, o Sport. Através da conta oficial no Twitter, os leoninos levantaram a bandeira do futebol nordestino. Os tricolores agradeceram a gentileza virtual e também enalteceram o crescimento regional.
Rivais, sim. Inimigos, jamais.
Relembre as 13 edições do Clássico das Multidões no Brasileirão aqui.
Obs. Corinthians e Botafogo, campeões das Séries A e B, e a CBF também deram os parabéns aos corais via rede social.
O Clássico das Multidões está de volta ao Brasileirão. Santa Cruz e Sport vão se enfrentar na primeira divisão após 15 anos, com dois confrontos agendados em 2016. Com 13 partidas disputadas, o retrospecto aponta equilibrado, com uma leve vantagem para os rubro-negros no número de vitórias (5 x 4). Em relação ao público, fazendo valer o apelido, até hoje foram 333.559 torcedores contabilizados no borderô, com uma média de 25.658 espectadores.
O clássico mais popular do estado tem uma história formada basicamente pela década de 1970, com dez partidas no período. Nos últimos 35 anos foram apenas três partidas na Série A, sendo o hiato atual o maior já visto. Estava mais que na hora de voltar. Abaixo, registros fotográficos do Diario de Pernambuco de todos os confrontos.
5 vitórias do Sport (17 gols) 4 vitórias do Santa (15 gols) 4 empates
Curiosidade: o jogo com mais gols ocorreu em 1975, no Arruda, num empate pela primeira fase do campeonato. Foram seis gols, todos marcados no primeiro tempo! E cada time ainda teve um jogador expulso…
21/10/2001 – Sport 1 x 2 Santa Cruz
Gols: Fabinho (S); Luizinho Vieira e Grafite (SC)
Público: 22.082
04/10/2000 – Santa Cruz 0 x 3 Sport
Gols: Adriano e Leonardo (2) (S)
Público: 47.924
04/09/1988 – Santa Cruz 0 x 1 Sport
Gols: Baiano (S)
Público: 18.014
21/10/1979 – Santa Cruz 0 x 1 Sport
Gols: Denô (S)
Público: 14.942
02/07/1978 – Santa Cruz 3 x 0 Sport
Gols: Joãozinho, Fumanchu e Nunes (SC)
Público: 39.678
23/04/1978 – Santa Cruz 1 x 0 Sport
Gols: Betinho (SC)
Público: 25.761
06/11/1977 – Santa Cruz 1 x 1 Sport
Gols: Fumanchu (SC); Mauro Madureira (S)
Público: 25.723
04/09/1976 – Sport 1 x 0 Santa Cruz
Gols: Assis Paraíba (S)
Público: 22.775
23/11/1975 – Sport 1 x 3 Santa Cruz
Gols: Luciano (S); Carlos Alberto e Fumanchu (2) (SC)
Público: 27.020
28/09/1975 – Santa Cruz 3 x 3 Sport
Gols: Pedrinho, Fumanchu e Ramon (SC); Dadá Maravilha (2) e Perez (S)
Público: 30.653
05/06/1974 – Santa Cruz 0 x 3 Sport
Gols: Ditinho, Fumanchu e Rubem Salim (S)
Público: 19.406
25/11/1973 – Santa Cruz 1 x 1 Sport
Gols: Luciano (SC); Odilon (S)
Público: 29.948
24/10/1971 – Sport 1 x 1 Santa Cruz
Gols: Vanderlei (S), Ramon (SC)
Público: 9.723
A história do Santa Cruz é fundamentada na inclusão social. Popular desde 1914, o Tricolor já ostentou diante do seu povo um dos grandes times de futebol do país, pentacampeão pernambucano e com craques brigando pelo título brasileiro até o fim. Há quatro décadas tem no Arruda o seu sinônimo de gigantismo, erguido para abrigar a todos, nas boas e nas más.
As grandes vitórias e multidões vistas no Mundão, sem distinção, estão num lugar de honra nos verbetes sobre o clube. Mas há de se considerar que os últimos anos reescreveram o significado do Santa Cruz Futebol Clube. Da primeira divisão até o porão, numa derrocada testemunhada pela incredulidade, o clube sobreviveu à margem das migalhas de quem banca o esporte. Se manteve acordado por sua torcida. Exclusivamente por sua fiel torcida. Uma prova de amor de quem incluiu o Santinha em sua vida muito além do futebol.
Dos anéis de concreto abarrotados na Série D, sem paralelo com os representantes em campo, à já memorável invasão em Itu cercada de ansiedade pela volta à elite e com um time empolgante, vimos uma retomada sem precedentes no Brasil. Nem mesmo no exterior é fácil encontrar um time que caiu tanto e voltou ao topo no campo. Ainda mais num intervalo de dez anos, uma década de emoções que jamais sairão da aura do torcedor coral.
Ser tricolor, hoje, é saber que nenhum, literalmente nenhum outro torcedor no país passou por algo parecido em relação à entrega, devoção e renascimento.
Sabemos todos, o povão jamais irá largar o Santa Cruz.
Contudo, a verba se torna ínfima se comparada ao maior estadual do país, o Paulistão. E nem se trata apenas de Corinthians, São Paulo, Palmeiras ou Santos, com mercados bem maiores (audiência e renda per capita). Cada um receberá R$ 17 milhões, via Globo SP, segundo a coluna Painel FC, da Folha de S. Paulo. O verdadeiro contraponto é a Ponte Preta, na zona intermediária.
Pelo novo acordo, a Macaca receberá R$ 5 milhões por 15 jogos na primeira fase. Em Pernambuco, a participação no hexagonal significa dez partidas. Ou seja, enquanto a Ponte receberá R$ 333 mil por apresentação, alvirrubros, tricolores e rubro-negros ganharão R$ 95 mil. Nem somando o Nordestão (R$ 505 mil na fase de grupos) a situação muda. E olhe que até os pequenos de São Paulo, como Ituano e Mogi Mirim, receberão mais, com R$ 3 milhões…
Paulistão (por 15 jogos na primeira fase)
R$ 17 milhões – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos
R$ 5 milhões – Ponte Preta
R$ 3 milhões – Os outros 15 participantes
Por jogo: R$ 1,13 milhão (grandes), R$ 333 mil (Ponte) e R$ 200 mil (pequenos)
Pernambucano (por 10 jogos no hexagonal)
R$ 950 mil – Náutico, Santa Cruz e Sport
R$ 110 mil – Os outros 9 participantes
Por jogo: R$ 95 mil (grandes) e R$ 11 mil (pequenos)
Após os quatro meses de aperto, vem o Brasileirão. E o buraco aumenta…