Classificação da Série B 2017 – 1ª rodada

A classificação da 1ª rodada da Série B de 2017. Crédito: Superesportes

Favorito absoluto ao título, com o vice-campeonato podendo ser apontado como vergonhoso, o Internacional estreou com tudo na Série B do Brasileiro. A primeira partida do colorado fora da elite foi no Estádio do Café, onde goleou o mandante, o Londrina. Tendência de “G3” em 2017.

Por sinal, entre os clubes que caíram, três estrearam com vitória. Também fora de casa, o Santa venceu o Criciúma, largando em 5º lugar. Não por acaso, nesta segundona esses clubes largam com os maiores repasses da tevê (de 6,0 a 6,4 mi), após o novo formato de divisão de cotas. O América empatou com o Náutico na arena e foi o único rebaixado sem vitória. Curiosamente, o timbu, 5º colocado na Série B de 2016, é o remanescente de maior cota.

No G4, dois gaúchos, um paulista e um paraense.

A 2ª rodada dos representantes pernambucanos
20/05 (16h30) – Santa Cruz x Guarani (Arruda)
20/05 (16h30) – Figueirense x Náutico (Orlando Scarpelli)

Santa Cruz joga mal em Criciúma, toma pressão e vence de virada na estreia da B

Série B 2017, 1ª rodada: Criciúma 1 x 2 Santa Cruz. Foto: Fernando Remor/Mafalda Press/Estadão conteúdo

Quem assistiu ao jogo do Santa Cruz, pela tevê, viu uma vitória pra lá de surpreendente. Pelo futebol praticado durante toda a tarde, era difícil imaginar a virada no placar. Com desfalques de Pitbull e Léo Costa, este de última hora, e técnico pressionado, o tricolor viajou até o interior catarinense para a estreia na Série B, intercalando os mata-matas pelo Estadual e pela Copa do Brasil. Em tese, um pontinho no Heriberto Hülse seria interessante. Não que o dono da casa estivesse em ótima fase (não está), mas costuma prevalecer no seu mando de campo e o desempenho coral era bem questionável.

E seguiu assim, como previsto, com o Criciúma, aniversariante do dia, tomando conta do jogo e criando as melhores oportunidades. Quanto ao Santa, com os improdutivos atacantes Everton Santos e Julio Sheik em campo, o foco era na marcação. Com a bola dominada, pouca lucidez, com Thomás, envolto numa negociação com o rival, apagado. Já nos descontos do primeiro tempo, com o empate sem gols bem aceitável, Diogo Mateus recebeu voltando, na meia lua, e bateu colocado, abrindo o placar para o Tigre. Um gol para mudar completamente o vestiário.

No segundo tempo, o time continuou sem reagir. Acabou chegando ao empate depois da furada do zagueiro, que não cortou o passe de Primão. Vitor dominou e finalizou rápido, empatando. Script da Série B, com sofrimento e aproveitamento nas poucas chances (mínimo de eficiência, neste campeonato, vale muito). O ponto triste do sábado foi a grave lesão sofrida pelo lateral-direito, minutos depois – Vitor quebrou a perna na dividida. Tentando exercer o mando, o Criciúma, agora aos 70 anos, seguiu pressionando. E se expôs no finzinho, com os corais chegando na cara do gol duas vezes. Na primeira, André Luís acertou a trave. Na segunda, no minuto seguinte, aos 41, Barbio guardou. Entrou na ponta direita, onde parece ter mais personalidade – curiosamente, na vaga de Thomás. Na estreia, uma ótima vitória por 2 x 1, ótima pelo resultado. Pelo futebol, nem tanto…

Série B 2017, 1ª rodada: Criciúma 1 x 2 Santa Cruz. Foto: Criciúma/site oficial

Sem torcida na Arena, Náutico inicia Série B remendado e com empate com América

Série B 2017, 1ª rodada: Náutico 0x0 América-MG. Foto: América-MG/site oficial

O Náutico bateu na trave nos últimos dois anos, terminando a Série B em 5º lugar. A frustração em 2016 passou do ponto, com invasão de campo e a consequente punição do STJD, com a arena de portões fechadas na estreia da nova participação. Numa semana intensa, com troca de técnico e saída de jogadores importantes, o alvirrubro encarou o América Mineiro, rebaixado da elite, mas com superávit de R$ 10 milhões – comparativo importante, uma vez que o time pernambucano vem se afundando em dívidas.

Num cenário tão adverso, com Waldemar Lemos escalando seis jogadores da base, o Náutico empatou em 0 x 0. Por mais que Erick seja o ponto alto do CT, a sua maturidade para resolver está longe. Portanto, um pontinho aceitável nesta primeira rodada, intercalada a outra frente importante, a disputa contra o Santa Cruz pela terceira vaga do estado no Nordestão, já na próxima terça.

A disposição, praticamente a única exigência do novo técnico devido ao tempo escasso e à clara limitação técnica, pode ser um sinal, mas a reestruturação do elenco é necessária – sabe-se lá como, com o caixa vazio. A caminhada do Náutico começou nebulosa, sob poucos olhares… E será longa.

Série B 2017, 1ª rodada: Náutico 0x0 América-MG. Foto: América-MG/site oficial

A marca Cobra Coral entra oficialmente no mercado com a primeira linha do Santa

Novo uniforme do Santa Cruz para a temporada 2017. Foto: Santa Cruz/site oficial

A marca da Cobra Coral remete a uma frase emblemática na história do Santa Cruz. Em 1914, ano de fundação do clube, Alexandre Carvalho disse: “O Santa Cruz nasceu e viverá eternamente”. Daí, a emulação do infinito com a cobra, substituindo o logo da Penalty, presente nas últimas oito temporadas.

Junto à empreitada, com o clube assumindo toda a responsabilidade sobre a criação, produção, distribuição e venda dos produtos, foi lançada a primeira linha de uniformes oficiais. Para 2017, a camisa branca traz as faixas horizontais no estilo clássico, enquanto o padrão coral tem linhas verticais, modelo usado pela última vez como “número 1” em 1995, através da Rhumell.

A nova logo da "Cobra Coral", a marca de material esportivo do Santa Cruz

Em entrevista ao Superesportes, o diretor de marketing do tricolor, Dênis Vitor, deu alguns dados sobre o alcance dos produtos oficiais do clube.

Número de peças vendidas*
2015 – 80 mil
2016 – 45 mil
2017 – 60 mil (expectativa)
* Segundo o Santa Cruz

A estratégia do departamento de marketing para elevar a venda foi cercar a pirataria, oferecendo camisas de R$ 99, ou 120 reais a menos que a versão profissional. Com esta linha popular, o Santa espera um aumento de 33%, tendo um grande diferencial: o lucro líquido, em vez de royalties. Sem uma fornecedora como patrocinadora, o clube depende agora, exclusivamente, de sua torcida para que o símbolo da nova marca faça sentido.

Novos uniformes do Santa Cruz para a temporada 2017. Foto: Santa Cruz/site oficial

A expectativa sobre os pernambucanos no Campeonato Brasileiro de 2017

Os troféus das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. Fotos: CBF/divulgação

O jogo entre os campeões estaduais CRB e Ceará, no Rei Pelé, dá largada à nova temporada do Campeonato Brasileiro. Válido pela segundona, o confronto está marcado para as 19h15 do dia 12 de maio, uma sexta-feira, inciando a primeira rodadas nas três principais divisões do futebol no país. E são quatro pernambucanos envolvidos na disputa, com o Sport na Série A, Santa Cruz e Náutico na Série B e o Salgueiro na Série C.

Divisões diferentes e objetivos diferentes, mensurados na qualificação técnica e capacidade de investimento de cada um, de acordo com os níveis de adversários inscritos. Abaixo, quatro enquetes sobre a expectativa da torcida sobre os desempenhos locais. O caso rubro-negro é o único com quatro opções, uma vez que há uma subdivisão de participações internacionais – que podem ser ampliadas caso clubes campeões (da Copa do Brasil, Liberta e Sula em 2017) apareçam nelas. Para participar, basta logar no Twitter.

Confira as tabelas detalhadas: Série A, Série B e Série C.

Estreias pernambucanas
12/05 (21h30) – Náutico x América (Arena PE)
13/05 (16h30) – Criciúma x Santa Cruz (Heriberto Hülse)
14/05 (16h00) – Ponte Preta x Sport (Moisés Lucarelli)
15/05 (20h30) – Confiança x Sagueiro (Batistão) 

Obs. América, Central e Serra Talhada estão na D, que começa em 21/05.

Milton Cruz deixa o Náutico, que terá 3º treinador em apenas 126 dias no ano

Pernambucano 2017, disputa pelo 3º lugar. Náutico 1x2 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

A crise financeira no Náutico, numa soma de má administração e falta de resultados no campo, tendo como consequência o distanciamento da torcida, vai comprometendo toda a temporada. Caiu na primeira fase tanto na Copa do Brasil quanto no Nordestão. No Pernambucano, foi eliminado na semifinal e agora já pena para obter a vaga na próxima Lampions. Cinco horas após a derrota alvirrubra diante do Santa, na arena, no jogo de ida pelo 3º lugar, Milton Cruz e a direção decidiram encerrar o vínculo. Eis o comunicado:

“O técnico Milton Cruz deixou o comando do Timbu na noite desde sábado, após uma reunião com a diretoria. As duas partes chegaram a um acordo devido a readequação financeira que o clube passará na temporada (…)”

Portanto, o clube já demitiu dois técnicos em 126 dias, com 19 jogos oficiais disputadas em 2017 – o 20º teve o comando interino de Levi Gomes, que venceu o Belo Jardim, no hexagonal. Milton Cruz aceitara o convite, em 19 de fevereiro, após receber o aval de Muricy Ramalho. Porém, em Rosa e Silva, não encontrou lastro econômico, com atrasos na folha e falta de perspectiva sobre reforços. Naturalmente, deixa o mesmo cenário ao sucessor, que terá pela frente o campeonato mais importante do ano, a Série B…

O Náutico em 2017, somando Estadual, Nordestão e Copa do Brasil:

Milton Cruz (52,7%)
12 jogos
5 vitórias
4 empates
3 derrotas

Dado Cavalcanti (33,3%)
7 jogos
2 vitórias
1 empate
4 derrotas

A evolução financeira do G7 do Nordeste no triênio 2014-2016, via balanços oficiais

O G7 do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Os sete maiores clubes do Nordeste, concentrados nas cidades de Salvador, Recife e Fortaleza, arrecadaram quase meio bilhão de reais em 2016. Somando as receitas operacionais de Bahia, Vitória, Náutico, Santa, Sport, Ceará e Fortaleza, o montante exato foi de R$ 476.840.772, com um aumento de 53% sobre o ano anterior. Num dado bruto, R$ 165 milhões a mais no caixa. Animador? O Flamengo sozinho arrecadou R$ 510 milhões. Embora no cenário nacional a cifra local ainda precise de lastro, concentremos a análise na região. Até porque há, também, uma grande desigualdade interna.

Como se sabe, Bahia, Sport e Vitória, os primeiros da região acima de R$ 100 mi/ano, são cotistas da televisão há muito tempo – o leão baiano foi o último a entrar no bolo, em 1999. Se em 2015 o faturamento do trio representou 73% do G7, agora subiu para 77%. Esse distanciamento foi baseado na renovação dos contratos de televisão para o Campeonato Brasileiro, no meio da briga entre Rede Globo e Esporte Interativo. O Baêa acertou com o EI a exibição na tevê por assinatura, de 2019 a 2024, com luvas de R$ 40 milhões.

Enquanto isso, Vitória e Sport já haviam recebido 18 milhões de reais da Globo referentes às edições de 2019 e 2020 – neste caso, somando todas as plataformas; aberta, fechada, ppv, internet e sinal internacional. Porém, em 2016, ambos estenderam seus contratos até 2024. Somente o Vitória detalhou o novo recurso da Globo, de R$ 40 milhões! A tendência é que o Sport tenha recebido o mesmo. Portanto, os demonstrativos estão turbinados, cenário semelhante a 2012, no ciclo anterior dos acordos de transmissão.

Os outros quatros clubes também negociaram, Náutico e Santa com a Globo e Ceará e Fortaleza com o EI, mas com dados quase irrelevantes neste balanço – apenas o tricolor pernambucano mudou de patamar, não por este acordo, mas pela cota da Série A de 2016, quando recebeu R$ 23 milhões. Entre as consequências, a baixa competitividade – embora o Santa venha tendo ótimo desempenho no cenário local -, precarizando a estruturação. O caso timbu, hoje, é de colapso. O passivo já é 9x maior que a receita líquida.

Abaixo, os dados do G7, considerando receita operacional e o passivo, que é a soma dos passivos circulante e não circulante, com dívidas de curto e longo prazo, entre outros débitos e financiamentos. No geral, R$ 659 milhões (!), com parte já refinanciada no Profut. A divulgação pública desses balanços, com pareceres de auditores independentes, está prevista no artigo 46-A da Lei 9.615, de 24 de março de 1998. Mais conhecida como Lei Pelé. O prazo final é abril. O primeiro a divulgar a demonstração contábil nesta temporada foi o Bahia, em 29 de março. Todos apresentaram no prazo, em jornais e/ou site de federações, com o Sport sendo o último a publicar em seu site oficial.

Análise dos balanços financeiros de 2016: Náutico, Santa Cruz e Sport.

O podcast 45 minutos sobre o tema.

Pela primeira vez um clube da região ultrapassou a barreira centenária. Na verdade foi em dose tripla. Baseados em aumentos fora da curva, com Bahia (40,5 mi), Sport (41,9 mi) e Vitória (59,7 mi). Mesmo na Série C, o Fortaleza teve uma receita 39% maior que a do Náutico. Já no caso coral, o rebaixamento deve fazer com que o patamar volte ao de 2014/2015.

Balanço financeiro dos maiores clubes do Nordeste no triênio 2014-2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

O blog fez três quadros distintos, com o G7, com os cotistas (Bahia, Sport e Vitória) e os não cotistas (Santa, Ceará, Fortaleza e Náutico), considerando os contratos tradicionais da tevê. Enquanto a receita do “G3” subiu 62% no último ano, o faturamento dos outros quatro evoluiu 28%. Por sinal, a receita do quarteto, R$ 105 milhões, é inferior ao menor faturamento do G3 (111 mi).

Balanço financeiro dos maiores clubes do Nordeste no triênio 2014-2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Para terminar, um gráfico com a evolução da receita operacional no último triênio. Enquanto as três primeiras colocações parecem fixas, a briga pelo 4º lugar é baseado numa participação na Série A, recebendo a cota principal – uma vez que Bahia, Sport e Vitória recebem a cota da elite mesmo na Série B, com 100% no primeiro ano e 85% a partir do segundo ano por lá.

O balanço financeiro do Náutico em 2016, com a dívida chegando a R$ 155 milhões

O balanço financeiro do Náutico de 2011 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Náutico vive uma séria instabilidade política. Embora seja salutar a alternância no comando, há três gestões os palanques não são desmontados. Atualmente, o executivo é comando por um grupo e o conselho deliberativo por outro outro, com seguidas divergências na aprovação e execução de projetos ($). Inclusive no balanço financeiro, divulgado sem alarde no site oficial. O documento (íntegra abaixo) traz nas cinco páginas o seguinte alerta na cor vermelha: “sujeito a ajustes após conclusão de auditoria/aprovação do conselho fiscal”. Logo, a publicação sobre a operação em 2016 pode ter sido protocolar, para cumprir a lei federal, mas com os dados sob análise interna.

Em campo, o alvirrubro viveu a 12ª temporada sem títulos. No fim do ano, com o técnico Givanildo Oliveira, reagiu e quase voltou à Série A. Perdeu o acesso num duro revés em plena arena, para o quase rebaixado Oeste. Com isso, a (triste) certeza de que o desidratado patamar financeiro seguirá em 2017. No último exercício, o clube teve cerca de R$ 1,3 milhão/mês. Dinheiro para bancar o futebol (profissional e base), para quitar débitos (despesas de gestão e dívidas antigas), para a manutenção do CT etc. Quase inviável numa disputa com os rivais tendo R$ 3 mi (Santa) e R$ 10 mi (Sport) mensais.

Ao todo, o clube faturou R$ 16,7 milhões, com 38% através das cotas de televisão da Série B, do Estadual e da Copa do Brasil (R$ 6,5 mi). Em 2017 a receita do Brasileiro será de R$ 5,8 milhões, num aumento de R$ 600 mil – por sinal, o executivo tentou adiantar uma parte para sanar salários atrasados, mas o conselho vetou. No ano passado, a situação só não foi pior por causa do patrocínio firmado com a Caixa Econômica Federal, de R$ 1,2 milhão, valor superior ao patrocinador-master do tricolor, uma divisão acima.

Mesmo com as certidões negativas atualizadas, após anos tentando, o clube de Rosa e Silva segue se endividando. O blog publica os balanços do Trio de Ferro desde 2011, e em todos o Náutico registrou déficit. Não por acaso, viu o seu passivo subir pela 4ª vez seguida, chegando a R$ 155 milhões, o maior do futebol pernambucano. É quase dez vezes a receita! Bronca. Ao menos o patrimônio, mesmo com o estádio dos Aflitos inviabilizado, segue inalterado, com R$ 134 milhões, valor não atualizado pelo mal detalhado balanço.

Receita operacional
2011 – R$ 19.236.142
2012 – R$ 41.089.423 (+113%)
2013 – R$ 48.105.068 (+17%)
2014 – R$ 15.956.176 (-66%)
2015 – R$ 18.363.286 (+15%)
2016 – R$ 16.723.513 (-8%)

Passivo
2011 – R$ 62.442.207 
2012 – R$ 71.979.517 (+15%)
2013 – R$ 87.916.127 (+22%)
2014 – R$ 137.364.572 (+56%)
2015 – R$ 149.267.447 (+8%)
2016 – R$ 155.639.544 (+4%)

Superávit/déficit
2011 (-1.643.179)
2012 (-392.993)
2013 (-721.320)
2014 (-13.346.684)
2015 (-10.839.793)
2016 (-4.608.166)

Confira a postagem sobre o balanço anterior do alvirrubro aqui.

CBF, a entidade sem fins lucrativos com R$ 546 milhões de lucro em uma década

Sede da CBF. Crédito: CBF

A demonstração financeira da CBF sobre 2016 foi apresentada e aprovada durante a assembleia geral da entidade, em 18 de abril. E pelo décimo ano consecutivo a confederação registrou lucro no exercício. Milionário, claro. A última temporada com prejuízo foi em 2006, com R$ 22,13 milhões. E olhe que na ocasião houve um adiantamento da Isec, a International Sports Events Company, sobre os direitos dos amistosos da Seleção Brasileira por quatro anos. Desde então, ainda que a administração tenha seguido rigorosamente a mesma linha, com foco na seleção (que jogou doze vezes) em detrimento dos clubes de futebol – a não ser para se manter no poder, com três presidentes distintos -, o lucro líquido acumulado chegou a R$ 546 milhões!

Mesmo com Marco Polo del Nero sendo investigado pelo FBI e evitando sair do país para acompanhar a Seleção, segue ascendente a estrutura financeira dentro do bunker no Rio de Janeiro. O faturamento com patrocínios aumentou 21% no último ano, chegando a R$ 410 milhões, ou 68% de toda a receita. Apesar disso, o lucro foi menor, caindo 40% devido ao maior investimento nas seleções (principal, base e feminina), mas ainda assim em R$ 43.721.000. Para poucos. Por sinal, o investimento em seleções subiu 43%, enquanto no cenário nacional, com federações e competições, o acréscimo foi de 14%

O relatório financeiro da CBF sobre o ano de 2016. Crédito: CBF/reprodução

O blog encontrou os saldos dos últimos dez balanços da entidade. Se no último déficit o faturamento anual foi de R$ 99 milhões, a parti dali o aumento foi considerável, de 503%. Daí, o apego pela permanência no comando. Não por acaso, fomenta-se o apoio entre as 27 federações estaduais, cujos votos foram ampliados. Agora, cada federação tem peso 3, com os clubes da Série A tendo peso 2 e os da Série B 1. Ou seja, federações 81 x 60 clubes…

Lucro da CBF
2007 – R$ 10 milhões
2008 – R$ 32 milhões
2009 – R$ 72 milhões

2010 – R$ 83 milhões
2011 – R$ 73 milhões
2012 – R$ 55 milhões
2013 – R$ 55 milhões
2014 – R$ 51 milhões
2015 – R$ 72 milhões
2016 – R$ 43 milhões

Faturamento da CBF
2007 – R$ 114 milhões 
2008 – R$ 152 milhões
2009 – R$ 233 milhões
2010 – R$ 271 milhões
2011 – R$ 313 milhões
2012 – R$ 360 milhões
2013 – R$ 436 milhões
2014 – R$ 519 milhões
2015 – R$ 518 milhões
2016 – R$ 597 milhões

A CBF é uma “pessoa jurídica de direito privado, de caráter desportivo, sem fins lucrativos, conforme os arts. 1º e 6º do seu Estatuto”. Há tempos, luta com todas as forças para manter tal status, sem uma regulação de fato.

O calendário do futebol pernambucano até 31/05, com 25 jogos em 6 torneios

Fórmula

Com o Sport disputando quatro torneios oficiais simultaneamente, o calendário de 2017 foi asfixiado. E olhe que o rubro-negro está na verdade em cinco torneios, com o Brasileirão começando após o fim do Estadual. Obviamente, tamanha agenda não é culpa do clube, que conquistou as classificações no campo. Entretanto, o desempenho mostrou a fragilidade da agenda programada pela FPF e pela CBF, sem datas vagas para casos do tipo.

Por isso, a tabela das oitavas de final da Copa do Brasil acabou refletindo nas fases decisivas da Copa do Nordeste e do Campeonato Pernambucano, com mudanças de datas e consequências inclusive nos rivais. A semifinal das multidões no regional, que começaria em 26 de abril, foi adiada para o sábado, com a data original sendo preenchida por Botafogo x Sport. A volta? Até a publicação deste post, seguia sem data, mas Constantino Júnior, vice-presidente coral, adiantou a terça-feira como dia possível. Ou seja, ida e volta em horários alternativos, sem tevê aberta e com públicos comprometidos.

O blog compilou todas as datas marcadas (e anunciadas). Analisando com cuidado, é difícil imaginar que a tabela não seja flexibilizada até junho.

A seguir, a tabela geral, com jogos separados em intervalos de 48 horas ou até menos. Lembrando que isso já aconteceu nesta temporada, com o Sport jogando duas partidas em menos de 26 horas, com o Nordestão no domingo e o Estadual na segunda. Caso aquele cenário não tivesse ocorrido (com o Sub 20 atuando no torneio local), a bola de neve estaria ainda maior…

Agenda atualizada em 24/04

Tabela geral (25 jogos)
22/04 – Santa Cruz x Salgueiro (Estadual, semifinal, volta)
23/04 – Náutico x Sport (Estadual, semifinal, volta)
26/04 – Botafogo x Sport (Copa do Brasil, oitavas, ida)
29/04 – Sport x Santa Cruz (Nordestão, semifinal, ida)
03/05 – Santa Cruz x Sport (Nordestão, semifinal, volta)
05/05 – Final do Estadual/Decisão do 3º lugar (Estadual, ida)*
09/05 – Final do Estadual/Decisão do 3º lugar (Estadual, volta)*
10/05 – Santa Cruz x Atlético-PR (Copa do Brasil, oitavas, ida)*
11/05 – Danubio x Sport (Sul-Americana, 1ª fase, volta)
12/05 – Náutico x América (Série B, 1ª rodada)
13/05 – Criciúma x Santa Cruz (Série B, 1ª rodada)
14/05 – Ponte Preta x Sport (Série A, 1ª rodada)
17/05 – Final do Nordestão (ida)
20/05 – Santa Cruz x Guarani e Figueirense x Náutico (Série B, 2ª rodada)
21/05 – Sport x Cruzeiro (Série A, 2ª rodada)
23/05 – CRB x Santa Cruz (Série B, 3ª rodada)
24/05 – Final do Nordestão (volta)
27/05 – Náutico x Ceará (Série B, 3ª rodada)
29/05 – Sport x Grêmio (Série A, 3ª rodada)
30/05 – Brasil x Náutico (Série B, 4ª rodada)*

31/05 – Sport x Botafogo* e Atlético-PR x Santa (Copa do Brasil, oitavas, volta)
* Datas sob revisão

Agenda do Sport (de 11 a 13 jogos em 39 dias)
23/04 – Náutico x Sport (Estadual, semifinal, volta)
26/04 – Botafogo x Sport (Copa do Brasil, oitavas, ida)
29/04 – Sport x Santa Cruz (Nordestão, semifinal, ida)
03/05 – Santa Cruz x Sport (Nordestão, semifinal, volta)
05/05 – Final do Estadual/Decisão do 3º lugar (Estadual, ida)
09/05 – Final do Estadual/Decisão do 3º lugar (Estadual, volta)
11/05 – Danubio x Sport (Sul-Americana, 1ª fase, volta)
14/05 – Ponte Preta x Sport (Série A, 1ª rodada)
17/05 – Final do Nordestão (ida)*
21/05 – Sport x Cruzeiro (Série A, 2ª rodada)
24/05 – Final do Nordestão (volta)*
29/05 – Sport x Grêmio (Série A, 3ª rodada)
31/05 – Sport x Botafogo (Copa do Brasil, oitavas, volta)
* A definir

Agenda do Santa Cruz (de 9 a 11 jogos em 40 dias)
22/04 – Santa Cruz x Salgueiro (Estadual, semifinal, volta)
29/04 – Sport x Santa Cruz (Nordestão, semifinal, ida)
03/05 – Santa Cruz x Sport (Nordestão, semifinal, volta)
05/05 – Final do Estadual/Decisão do 3º lugar (Estadual, ida)
09/05 – Final do Estadual/Decisão do 3º lugar (Estadual, volta)
10/05 – Santa Cruz x Atlético-PR (Copa do Brasil, oitavas, ida)
13/05 – Criciúma x Santa Cruz (Série B, 1ª rodada)
17/05 – Final do Nordestão (ida)*
20/05 – Santa Cruz x Guarani (Série B, 2ª rodada)
23/05 – CRB x Santa Cruz (Série B, 3ª rodada)
24/05 – Final do Nordestão (volta)*
31/05 – Atlético-PR x Santa Cruz (Copa do Brasil, oitavas, volta)
* A definir

Agenda do Náutico (7 jogos em 39 dias)
23/04 – Náutico x Sport (Estadual, semifinal, volta)
05/05 – Final do Estadual/Decisão do 3º lugar (Estadual, ida)
09/05 – Final do Estadual/Decisão do 3º lugar (Estadual, volta)
12/05 – Náutico x América (Série B, 1ª rodada)
20/05 – Figueirense x Náutico (Série B, 2ª rodada)
27/05 – Náutico x Ceará (Série B, 3ª rodada)
30/05 – Brasil x Náutico (Série B, 4ª rodada)