A liderança da Série B foi mantida pelo Botafogo ainda na terça-feira, vencendo o Oeste fora de casa. Somente a vitória deixaria o Timbu na cola. No Serra Dourada, não chegou nem perto disso. O Náutico perdeu do Atlético-GO por 2 x 0, pondo fim à sua melhor arrancada na Segundona. Queimou um pouco a gordura acumulada e ainda tem dois pontos de vantagem.
Enquanto isso, com menos de quatro mil torcedores no Arruda, o Santa Cruz ficou no empate sem gols com o Boa Esporte, segundo tropeço seguido como mandante. Terminou a rodada no Z4, um ponto atrás do 16º lugar. E na próxima semana terá outro “confronto direito”…
No G4, um carioca, um pernambucano, um paraense e um maranhense.
A 8ª rodada dos representantes pernambucanos
16/06 (19h30) – Náutico x Paysandu (Arena Pernambuco)
20/06 (16h30) – Ceará x Santa Cruz (Castelão)
A invencibilidade do Náutico caiu na Segundona. Após sete rodadas, o Timbu terminou um jogo sem pontuar. E no Serra Dourada, com 1.108 testemunhas, não fez por merecer. Diante do frágil Atlético-GO, então na vice-lanterna, os pernambucanos cederam espaço nas laterais, sem contar a pouca eficácia no ataque. A derrota por 2 x 0 não tirou o time do G4, ainda com dois pontos de vantagem sobre o 5º colocado (16 x 14). Contudo, apertou um pouco a situação, o que era esperado mais cedo ou mais tarde, tamanho o equilíbrio no torneio.
Em Goiânia, o encaixe tático formado por Lisca se desfez rapidamente, sentindo a falta de três peças. Pior ainda foi ficar em desvantagem tão cedo. Aos cinco minutos, os atleticanos marcaram usando o ponto fraco do Alvirrubro, uma queixa do próprio Lisca. Numa bola alçada na área, Fabiano Eller e Diego deixaram o atacante Juninho livre no meio. Ele só teve o trabalho de desviar a bola para as redes de Júlio César. Até ali, o time sofrera apenas dois gols na Série B, mas ainda assim havia a preocupação na jogada. Dito e feito.
No outro extremo, Rogerinho pouco fez. Não só ele, claro, mas neste caso trata-se da cota de teimosia do treinador, como Émerson Santos no Santa, através de Ricardinho, e Mike no Sport, com Eduardo Batista. O “atacante tático” teve a grande chance pernambucana no sábado, quando o placar já apontava 2 x 0, no segundo tempo. Dentro da pequena área, recuou para o veterano Márcio. Em casa, diante da tevê, a torcida viu mais um motivo para cobrar mudanças no setor ofensivo, que carece de reforços para uma duradoura campanha.
Era um confronto direto contra o rebaixamento, segundo aponta a classificação. Uma partida na qual apenas a vitória tiraria o Santa Cruz da zona de descenso da Série B. Dando sequência ao desempenho pífio, nesta sétima rodada, o Tricolor ficou no 0 x 0 com o Boa Esporte, um adversário pobre tecnicamente, mas que se defendeu com muita garra no Arruda. Pior para o atual campeão pernambucano, com apenas 5 ganhos dos 21 disputados (23%).
No primeiro tempo, algumas boas oportunidades foram criadas pelos corais, a partir das articulações dos meias João Paulo e Daniel Costa. Faltou, mais uma vez, qualidade nas definições – bola no travessão à parte. Essa conhecida limitação vem custando pontos importantes, sobretudo em casa. Na etapa complementar, o ritmo do jogo caiu bastante, beneficiando, claro, o visitante, satisfeitíssimo com o resultado. Recuado estava, recuado ficou. Enquanto isso, um apático Bruno Mineiro foi novamente substituído. Contratado para ser o “matador” tricolor, o centroavante é uma decepção até aqui.
No fim, com cinco minutos de acréscimo, nem o abafa trouxe perigo real à meta mineira, com vaias no Mundão. A pressão sobre Ricardinho só não foi maior porque o público foi diminuto, com o Mundão vazio. Apenas 3.985 tricolores deixaram a má fase de lado e ignoraram o péssimo horário, 21h50 de uma sexta. Agora, o Tricolor vai ao Castelão para outro confronto direto no Z4, contra o Ceará. Continuar relembrando essa situação o tempo todo só atrapalha…
As centenárias marcas de Sport, Náutico e Santa Cruz valem R$ 156,7 milhões.
Para se chegar ao valor absoluto das marcas dos clubes, em 2015, a consultoria BDO RCS Auditores Independentes fez um cálculo com 21 variáveis em três frentes: dados financeiros (marketing, estádio, sócios e mídia, à parte das transferências de atletas), torcida (tamanho, faixa etária, nível de renda e distribuição geográfica) e mercado local (informações econômicas e sociais sobre a região em que os clubes atuam).
A projeção local aumentou em 30,5 milhões de reais sobre 2014 (que era de R$ 126,2 millhões), correspondendo a um acréscimo de 24%, curiosamente o mesmo percentual anterior. Produzido anualmente desde 2009, o levantamento é feito pelo braço brasileiro da companhia britânica de mesmo nome.
Ao se manter na primeira divisão sem sustos, aumentando as suas receitas (e a visibilidade), o Sport registrou a sua maior marca no quadro, com 87 milhões de reais, num aumento de quase 40% sobre o dado anterior, seu recorde até então. Porém, o Leão (16º) segue atrás do Bahia (15º) entre os nordestinos. Quem também cresceu foi o Santa, de volta à Série B. Com isso, elevou em 7,6 milhões a sua marca, passando pela primeira vez da casa dos R$ 30 milhões. Enquanto isso, o Náutico regrediu, após três anos de evolução. A baixa de quase 5% também derrubou o clube na ranking, passando do 20ª para o 23º lugar.
Apesar do aumento geral no quadro local, o valor ainda é baixo no cenário nacional. Só o Atlético-PR, em 13º lugar no ranking, foi avaliado em R$ 146 milhões. Pendeu a favor do Furacão o poder econômico do estado do Paraná.
Lá no topo, dois times brasileiros já ultrapassaram a barreira de R$ 1 bilhão. Sem surpresa, Flamengo (R$ 1,243 bi) e Corinthians (R$ 1,241 bi). Por sinal, o time carioca tomou a ponta após cinco anos de liderança do Timão.
Confira a evolução dos recifenses, tanto nos valores quanto no ranking nacional.
Sport
2015 (16º) – 87,4 mi (Série A), +39.6%
2014 (17º) – 62,6 mi (Série A), +50.8%
2013 (19º) – 41,5 mi (Série B), -0.9%
2012 (17º) – 41,9 mi (Série A), +6.6%
2011 (16º) – 39,3 mi (Série B), +5.3%
2010 (15º) – 37,3 mi (Série B)
Náutico
2015 (23º) – 36,4 mi (Série B), -4.9%
2014 (20º) – 38,3 mi (Série B), +0.7%
2013 (20º) – 38,0 mi (Série A), +23.3%
2012 (20º) – 30,8 mi (Série A), +16.2%
2011 (21º) – 26,5 mi (Série B), -1.8%
2010 (19º) – 27,0 mi (Série B)
Santa Cruz
2015 (25º) – 32,9 mi (Série B), +30.0%
2014 (25º) – 25,3 mi (Série B), +16.5%
2013 (25º) – 21,7 mi (Série C), +0.9%
2012 (24º) – 21,5 mi (Série C), +10.8%
2011 (23º) – 19,4 mi (Série D), +4.3%
2010 (23º) – 18,6 mi (Série D)
Desde o primeiro dado, em 2010, o trio, então com 82,9 milhões, valorizou 89%.
A 141ª edição do 45 minutos trouxe um convidado especial, o comentarista esportivo Cabral Neto, da Rádio Transamérica Recife 92.7. Jornalista com o maior número de seguidores no twitter em Pernambuco (57 mil), Cabral falou sobre os bastidores do jornalismo, sobretudo na rádio, do seu comportamento nas redes sociais, analisou os esquemas táticos de Sport, Náutico e Santa Cruz no Brasileiro e ainda mostrou a sua expectativa sobre a Seleção Brasileira na Copa América 2015. Tudo isso no formato já conhecido do podcast.
O podcast, com 1h35min, conta com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Num 45 minutos dedicado basicamente à Série A, a partir da campanha do Sport, analisamos o jogo no Maraca, contra o Flu, e a boa sequência em casa nas próximas rodadas. O Leão segue fazendo gordura contra o rebaixamento ou já está pontuando por algo mais nobre no campeonato? Nesta 140ª edição também traçamos um paralelo nos desempenhos de Náutico e Santa Cruz no Brasileiro, em qualquer divisão, ao longo da história e nos últimos onze anos, que corresponderam ao jejum do Timbu. Quem se saiu melhor?
O podcast, com 1h29min, conta com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O melhor momento do Náutico sob a gestão do MTA, com a presença folgada no G4 da Série B, incluindo o papel de Lisca no processo, abre a nova edição do 45 minutos, que analisou ainda as consequências do empate do Santa Cruz em Lucas do Rio Verde, parando uma série de três derrotas no Brasileiro. Acalmou o ambiente? Ainda é preciso mudar? Respondemos no programa. A venda de Joelinton, por 2,2 milhões de euros, também entrou na pauta, assim como a categórica conquista do Barcelona na Champions Leagues, com a consagração de Neymar.
O podcast, com 1h20min, conta com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O gol de Nathan aos 33 minutos do segundo tempo, no Passo das Emas, foi de uma importância ímpar para o Santa Cruz. Até ali, o campeão pernambucano ia somando a quinta derrota, numa crise sem fim na Série B. Perdia de virada, com todos os gols anotados na primeira etapa, e o Luverdense parecia mais próximo de ampliar do que o contrário. O visitante pouco fazia, ainda mais com um zagueiro expulso. Foi assim até o lançamento do meio campo e uma arrancada fulminante, com um toquinho deslocando o atabalhoado goleiro, 2 x 2.
O empate foi visto basicamente pela torcida tricolor, uma vez que o restante do mundo estava sintonizado na final da Champions League, mas a sua consequência poderá ser sentida por todos. O resultado acalma, em tese, o ambiente no Arruda, conturbado após o entrevero entre o técnico Ricardinho e o gerente de futebol Sandro Barbosa. O segundo deixou o clube por não concordar com a permanência do treinador, que “cobrava bastante”.
A cobrança principal do treinador? Salário em dia e um centro de treinamento (prometido) para trabalhar. Os bastidores do Mundão ainda devem se agitar mais um pouco até a próxima sexta-feira, data da partida contra o Boa Esporte, em casa. Até lá, mais pedidos por reforços e por um ambiente estável. À diretoria, o dever de proporcionar esse cenário. Acredite, o gol de Nathan pode ter sido o primeiro passo para um entendimento entre as partes.
Ao vencer o América-MG por 2 x 1, numa instigada Arena Pernambuco, o Náutico chegou a uma sequência impressionante na Série B, com cinco vitórias e um empate nas seis primeiras rodadas. E a marca vai além. Essa série invicta já se tornou a melhor arrancada da história do Alvirrubro na segunda divisão nacional, com 17 participações desde a pioneira edição em 1971. Com o resultado positivo diante do Coelho, o clube superou a marca de 2001.
Até a noite desta sexta-feira, as duas campanhas estavam empatadas, com quatro vitórias e um empate. Aquela largada só parou num revés para o Sergipe, 5 x 0, fora de casa. Não houve apagão desta vez. Houve, sim, a manutenção, de um futebol de muita disposição e obediência tática. Diego abriu o placar no primeiro tempo, com o mandante até cedendo o empate, após belíssima jogada mineira. Porém, um gol de pênalti aos 29 minutos da etapa complementar valeu pelo volume de jogo imposto. Como há três dias, Hiltinho foi derrubado na área. O batedor de praxe, Ronaldo Alves, passou a vez, machucado. Coube a valorizado Douglas bater com muita vontade, refletindo todo o time de Lisca.
A esta estatística pra lá de positiva, vale uma observação sobre o histórico vermelho e branco. Em 1981, o Náutico obteve a sua maior sequência invicta na Segundona, com onze jogos! Foram cinco vitórias e seis empates, sendo três vitórias e três empates nas seis primeiras rodadas. Como uma campanha assim não terminou em título? Porque no confuso regulamento da época, havia o acesso à elite no mesmo ano, e o Náutico, com essa campanha disputou, claro, a elite a partir da segunda fase. Enquanto isso, os “eliminados” seguiram na segunda divisão até a “final”, numa fórmula adotada de 1980 a 1985.
A vitória do Sport sobre o Goiás, a terceira dos rubro-negros na Série A, é o tema principal desta edição do 45 minutos, com uma análise tática da equipe, das peças necessárias para a reposição no ataque e um balanço dos próximos jogos. As próximas apresentações de Náutico (América-MG, em casa) e Santa (Luverdense, fora) também entraram na pauta, assim como os pitacos para a decisão da Champions League, entre Barça e Juventus.
Confira um infográfico com as principais atrações desta edição aqui.
Neste podcast, com 1h33min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!