Acervo de Carlos Celso: a história do Sport em números desde 1905

Números do Sport. Arte: Maria Eugênia Nunes/DP

De Guilherme de Aquino, na introdução do futebol no Recife, passando por nomes como Ademir Menezes, Raúl Betancor, Dadá, Roberto Coração de Leão, Leonardo, Durval e Magrão, o Sport escreveu mais de um século de história no futebol. Sobretudo, em sua casa, a Ilha do Retiro, quase octogenária, de uma tradição incomparável para a sua torcida. Mergulhando no acervo de Carlos Celso Cordeiro, vamos a um apanhado de números dão consistência à história do Leão, com o retrospecto geral do clube no Campeonato Pernambucano, no Brasileirão e na Copa do Brasil, além do rendimento leonino atuando na Ilha do Retiro, os maiores artilheiros, quem mais vestiu a camisa rubro-negra e os maiores públicos.

Primeiro jogo: Sport 2 x 2 Englis Eleven, em 22/06/1905, no Derby.

Confira também as estatísticas de Náutico e Santa Cruz.

Dados atualizados até 25 de janeiro de 2016

Estadual 1915-2015 (ranking: 1º)
2.183 jogos (4.904 GP, 2.029 GC, +2.875)
1.384 vitórias (63,39%)
425 empates (19,46%)
374 derrotas (17,13%)
99 participações
40 títulos (entre 1916 e 2014)

Série A 1971-2015 (ranking: 17º)
819 jogos (941 GP, 987 GC, -46)
280 vitórias (34,18%)
232 empates (28,32%)
307 derrotas (37,48%)
34 participações
1 título em 1987

Copa do Brasil 1989-2015
102 jogos (163 GPC e 106 GC, +57)
48 vitórias (47,05%)
24 empates (23,52%)
30 derrotas (29,41%)
21 participações
1 título em 2008

Histórico em decisões no Estadual
Sport 12 x 11 Santa Cruz
Sport 11 x 6 Náutico

Sport na Ilha do Retiro (1937/2016)
2.081 jogos
1.284 vitórias (61,70%)
453 empates (21,76%)
344 derrotas (16,53%)

Maiores artilheiros
202 gols – Traçaia
161 gols – Djalma Freitas
136 gols – Leonardo
108 gols – Luís Carlos
105 gols – Naninho

Quem mais atuou
Magrão – 572 jogos

Clássico das Multidões (1916-2015)
544 jogos
227 vitórias do Sport
153 empates
164 vitórias do Santa

Clássico dos Clássicos (1909-2015)*
542 jogos
208 vitórias do Sport
154 empates
179 vitórias do Náutico
*Um jogo disputado em 29 de março de 1931, no Torneio Abrigo Terezinha de Jesus, possui resultado desconhecido.

Maiores públicos
Clássico
80.203 – Náutico 0 x 2 Sport, no Arruda (Estadual, 15/03/1998)

Outros adversários (torcida única)
56.875 – Sport 2 x 0 Porto, na Ilha (Estadual, 07/06/1998)

Pesquisa amplia a lista dos cinco maiores artilheiros de Náutico, Santa e Sport

Bita (Náutico), Traçaia (Santa Cruz) e Traçaia (Sport). Fotos: Aquivo DP/D.A. Press

Bita, Tará e Traçaia são os maiores artilheiros da história de Náutico, Santa e Sport. Num trabalho incessante de pesquisa, desde 2010, seus dados vêm sendo atualizados. Até então, eram 221 gols do alvirrubro, 198 do tricolor e 201 do rubro-negro. Porém, Carlos Celso Cordeiro revisou seus arquivos, colhendo novas informações no acervo público e contando com a ajuda de colaboradores.

O atacante coral subiu para 207 tentos, enquanto o leonino teve um gol achado em um amistoso na Espanha, em 1957. Já o “Homem do Rifle” dos Aflitos ampliou a sua marca em dois momentos. Primeiro com dois gols checados em 2012 e mais um em 2015, num amistoso contra o A. A. Serviço Gráfico, em 2 de outubro de 1971, no revés timbu por 2 x 1. Em contato com o historiador José Ricardo Caldas, de Brasília, com o envio da ficha técnica, a regra adotada por Carlos Celso, o artilheiro chegou a 224 gols em 339 jogos pelo clube.

Os três goleadores são os únicos com duas centenas de bolas nas redes pelos grandes clubes do Recife. Considerando os cinco principais artilheiros de cada um, são 887 gols alvirrubros, 795 gols tricolores e 712 gols rubro-negros. O nome mais recente é o de Kuki, que atuou de 2001 a 2009 no Náutico, artilheiro três vezes do Estadual. O baixinho soma 179 gols, mas poderiam ser 184, pois fez cinco na Copa Pernambuco, jogando no time “B”. No critério do pesquisador, entram os gols em amistosos e competições, mas no time principal.

Em comunicado enviado à imprensa, o próprio Carlos Celso Cordeiro deixa claro que o trabalho segue: “Pode ser que ainda existam gols escondidos.”

Os 5 maiores artilheiros de Náutico, Santa Cruz e Sport. Crédito: Carlos Celso Cordeiro/divulgação

15 goleadores que marcaram época em Pernambuco reunidos em um livro

Livro "Goleadores", da série Reis do Futebol em Pernambuco. Crédito: divulgação

Com 248 páginas, o livro Goleadores traz um histórico de 15 dos maiores goleadores que já brilharam no futebol pernambucano, entre clubes e seleção estadual. São atacantes que marcaram seus nomes em campeonatos, amistosos, clássicos e finais. É o segundo da série “Reis do Futebol em Pernambuco”, escrita pelos pesquisadores Carlos Celso Cordeiro, Roberto Vieira e Lucídio Oliveira. O primeiro foi sobre os maiores técnicos do estado.

Nesta publicação, cada capítulo traz textos com história e análise e também a lista de todos os gols dos craques, com passagens no Náutico, Santa Cruz e Sport e até nos times intermediários, como Central e América.

Os 15 nomes presentes no livro não correspondem necessariamente aos 15 maiores artilheiros. Onze deles figuram no ranking, inclusive o primeiro, Tará, com 207 gols pelo Tricolor, 61 pelo Alvirrubro e 26 por outros times. Outros quatro (Fernando Santana, Dario, Roberto Coração de Leão e Bizu) entraram através do contexto adotado pelos autores. Eis o critério adotado no livro:

“(…) nos apoiamos em critérios objetivos como: Títulos conquistados, Façanhas individuais e Número de gols marcados jogando por equipes pernambucanas. Dentro do universo assim estabelecido, adotamos o critério subjetivo, onde consideramos o nosso sentimento, para definir a lista final.”

Portanto, saíram Betinho (8º, 184 gols), Carlinhos Bala (9º, 166 gols), Djalma Freitas (10º, 161 gols) e Marcelo Rocha (12º, 148 gols).

Os 15 goleadores presentes no livro:
1º) Tará (1931-1949) – 294 gols
2º) Baiano (1980-1988) – 243 gols
3º) Bita (1962-1972) – 226 gols
4º) Fernando Carvalheira (1932-1942) – 218 gols
5º) Luciano Veloso (1968-1982) – 213 gols
6º) Traçaia (1955-1962) – 202 gols
7º) Kuki (2001-2009) – 185 gols
11º) Ramon (1969-1983) 153 gols
13º) Leonardo (1994-2010) – 140 gols
14º) Hamilton (1951-1956) – 135 gols
15º) Ivson (1952-1962) – 133 gols
17º) Dario (1975-1981) – 127 gols
18º) Fernando Santana (1967-1976) – 125 gols
19º) Roberto Coração de Leão (1976-1985) – 120 gols
21º) Bizu (1988-1994) – 114 gols

Confira um post com outros 40 livros dedicados ao futebol pernambucano aqui.

Os cinco maiores artilheiros da história de Náutico, Santa Cruz e Sport

Bita (Náutico), Traçaia (Santa Cruz) e Traçaia (Sport)

Silvio Tasso Lasalvia, Humberto de Azevedo Viana e José Roque Paes. Esses nomes podem até passar despercebidos entre a maioria dos torcedores pernambucanos, mas os seus apelidos não. Bita, Tará e Traçaia são os maiores artilheiros de Náutico, Santa e Sport, com 223, 207 e 202 gols, respectivamente.

São os únicos com duas centenas de bolas nas redes. Além de seus ilustres goleadores, o trio da capital conta com outros artilheiros tarimbados na história. O pesquisador Carlos Celso Cordeiro enumerou os cinco principais goleadores de cada clube. Como curiosidade, somando o quinteto de cada time, são 886 gols alvirrubros, 795 gols tricolores e 712 gols rubro-negros.

O nome mais recente da lista é o de Kuki, que atuou de 2001 a 2009 no Náutico, sendo três vezes artilheiro do Estadual. O baixinho soma 179 gols, mas poderiam ser 184, pois anotou cinco tentos na Copa Pernambuco, jogando no time “B” do Timbu. No critério de Carlos Celso, entrararam todos os gols em amistosos e jogos oficiais, mas somente no time principal de cada clube.

No Tricolor, há a curiosidade de quatro dos cinco principais artilheiros os jogando nadécada de 1970, a mais vitoriosa do clube. Já no Leão, Leonardo passou dos cem gols e se tornou o maior campeão do clube, com nove taças.

Os 5 maiores artilheiros de Náutico, Santa Cruz e Sport. Crédito: Carlos Celso Cordeiro/divulgação

Recorde de gols com cara retrô de Messi

Messi com a camisa retrô do Barça e o padrão oficial de 2014

Lionel Messi, o maior artilheiro da história do Barcelona.

Aos 26 anos, o agentino chegou a 371 gols pelo Barça, superando uma marca que vigorava desde 1927, com os 369 gols anotados por Paulino Alcántara.

Após o recorde – mais um em sua brilhante carreira -, Messi posou para uma foto com a camisa retrô do clube catalão. Quanta diferença para o padrão atual.

Confira a repercussão do recorde na imprensa internacional aqui.

Em tempo, eis os maiores artilheiros dos três grandes clubes pernambucanos, todos eles com camisas “retrô”, como Alcántara (veja aqui).

Bita (Náutico) – 223 gols aos 26 anos (1962/1968)
Tará (Santa Cruz) – 207 gols aos 34 anos (1931/1948)
Traçaia (Sport) – 202 gols aos 29 anos (1955/1962)

No dinâmico futebol atual, há chance de algum jogador quebrar a marca nos Aflitos, Arruda ou Ilha do Retiro? Comente.

Atualizando os gols dos maiores artilheiros de Náutico, Santa Cruz e Sport

Bita (Náutico), Traçaia (Santa Cruz) e Traçaia (Sport)

Os maiores artilheiros dos grandes clubes pernambucanos atuaram em épocas com pelo menos quatro atacantes nas formações. Eternizados nas imagens em preto e branco, Bita, Tará e Traçaia ostentam recordes quase inalcançáveis no futebol hoje em dia. Os três, nascidos em agosto, passaram dos 200 gols em seus clubes. Junto, o trio marcou 632 gols por Náutico, Santa e Sport. Números do passado, atualizados décadas depois.

Curiosamente, os dados dos três centroavantes foram corrigidos nos últimos cinco anos. Revisando os seus arquivos, colhendo novas informações no acervo público e contando com a ajuda de colaboradores, o pesquisador Carlos Celso Cordeiro encontrou fichas de jogos perdidos, adicionando 9 gols a Tará, 2 a Bita e 1 a Traçaia – este, aliás, foi o último registro encontrado, em 2012, em um amistoso do Leão contra o Osasuna, na Espanha, em 1957.

Segundo os dados de Carlos Celso, Bita é disparado o recordista vestindo apenas uma camisa no estado. No Náutico, o “Homem do Rifle” balançou as redes em 223 oportunidades, presente em todos os títulos do hexacampeonato estadual, no mais forte esquadrão já formado em Rosa e Silva.

No Arruda, Tará, ou “Mestre Tará”, foi o primeiro grande ídolo do Santa Cruz. Foi com ele em campo, rompendo as defesas adversárias, que o Tricolor ganhou os seus primeiros quatro títulos pernambucanos, na década de 1930. Em uma longa história coral, anotou 207 tentos.

Oriundo do Mato Grosso, Traçaia passou oito temporadas seguidas na Ilha do Retiro, com direito a cinco taças estaduais, excursão à Europa e até passagem na Seleção Brasileira. Pelo Sport foram 202 gols. Nota-se um perfil semelhante nos três famosos apelidos. Todos duraram vários anos nos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro, marcando centenas de gols e empilhando taças. Histórias assim, só mesmo em preto e branco…

Bita (Náutico) – 223 gols
Silvio Tasso Lasalvia
Nasceu em 11/08/1942 (Olinda-PE)
Morreu em 27/10/1992 (50 anos)

Náutico – 1962/1966 e 1967/1968
Títulos: campeão pernambucano em 1963, 1964, 1965, 1966, 1967 e 1968

Tará (Santa Cruz) – 207 gols
Humberto de Azevedo Viana
Nasceu em 29/08/1914 (Recife-PE)
Morreu em 07/11/2000 (86 anos)

Santa Cruz – 1931/1942 e 1948
Títulos: campeão pernambucano em 1931, 1932, 1933, 1935 e 1940

Traçaia (Sport) – 202 gols
José Roque Paes
Nasceu em 16/08/1933 (Cuiabá-MT)
Morreu em 21/06/1971 (38 anos)

Sport – 1955 a 1962
Títulos: campeão pernambucano em 1955, 1956, 1958, 1961 e 1962

Os maiores artilheiros dos grandes palcos

Bita (Náutico), Baiano(Santa Cruz) e Traçaia (Sport), os maiores artilheiros dos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro

O Brasil vive um período de grande transição nos estádios de futebol. São novos palcos surgindo, com os mais altos padrões, e outros passando por reformas, numa remodelagem completa. Como consequência, os estádios tradicionais, mas obsoletos, vão sendo aposentados.

Neste 2 de junho de 2013, dois exemplos. O Maracanã, a um custo bilionário, reabre as portas para mais uma Copa do Mundo em sua história.

No Recife, o Náutico se despede dos Aflitos, uma vez que sua nova casa será a moderna a Arena Pernambuco. Outros clubes do país deverão passar por isso. O Grêmio, por exemplo, também trocou o velho Olímpico por uma nova arena.

Mas a história escrita nos gramados não poderá ser apagada, jamais.

Sobretudo os gols… Dezenas, centenas, milhares.

Portanto, eis a lista com os maiores artilheiros dos principais estádios pernambucanos e do Maracanã. Protagonistas em suas épocas.

Aflitos – Bita, com 126 gols entre 1962 e 1968, pelo Náutico.

Arruda – Baiano, com 128 gols na década de 1980, sendo 70 pelo Náutico, 56 pelo Santa Cruz, 1 pelo Sport e 1 pelo Central. O maior artilheiro coral no Mundão é Betinho, com 98 gol na década de 1970.

Ilha do Retiro – Traçaia, com 114 gols entre 1953 e 1963, pelo Sport.

Maracanã – Zico, com 333 gols em 435 partidas nas décadas de 1970 e 1980, pelo Flamengo e pela Seleção Brasileira.

O 202º gol do maior artilheiro do Sport, Traçaia

Jornal ABC, de MadridUma atualização histórica no Sport.

O maior artilheiro do Leão é o atacante Traçaia. Jogou na Ilha do Retiro de 1955 a 1962.

Eram 201 gols com o uniforme rubro-negro. Agora, a lista subiu para 202.

O pesquisador Carlos Celso Cordeiro confirmou mais um tento, durante a excursão do Sport à Europa, no jogo contra o Osasuña, na disputa pelo Trofeo Corpus, em 1957.

Os espanhóis venceram por 3 x 2. Os gols pernambucanos eram desconhecidos, mas o registro do jornal ABC, de Madrid, confirma os tentos de Traçaia e Geo (veja aqui).

A ajuda ao pesquisador veio através do site Futuro Sport. É sempre válido reforçar a história do futebol pernambucano…

O maior artilheiro alvirrubro é Bita, com 223 tentos. O maior goleador coral é Tará, com 198, mas não há registro de alguns jogos dos anos 30 e o número pode ser maior.