Como mandante de ocasião na Arena, o Central vencia o Santa de virada, com direito à gol de bicicleta de Lessa. Jogava melhor e já havia desperdiçado alguns boas chances para a ampliar. O jogo já se aproximava do finzinho, com Aílton, cérebro do time, sendo substituído por um zagueiro. Segurar o resultado, diante de um inoperante tricolor parecia bem possível. Àquela altura, aos 40 do segundo tempo, o bicampeão estadual já havia sido vaiado duas vezes pelos 1.735 espectadores. No intervalo e na última mudança, com foco em Eutrópio, chamado de burro com apenas cinco jogos. Veio, então, o imponderável.
Na entrada da própria área, o centroavante alvinegro Jaílson fez uma falta infantil – ele conseguiu comprometer no ataque e na defesa. Na cobrança, Anderson Salles. O zagueiro já cobrara uma vez com perigo. Na segunda, mandou no ângulo, num empate já comemorado – suficiente para manter o lugar no G4 do hexagonal. Pois o time não ficou nisso. Já com chuva forte, os corais foram para o abafa, diante de um “mandante” atordoado. Virou aos 43, com Everton Santos ajudado pelo desvio do zagueiro, e ampliou aos 47, com Barbio recebendo livre na pequena área, para lamentação do goleiro Murilo, silenciado após o apito final.
Para o Santa, a primeira vitória no Pernambucano – e a segunda seguida na temporada – serve de ânimo. Tecnicamente, ficou devendo demais! O 4 x 2 valeu pela dedicação, pela reação, pela emoção. Não pela coletividade, com o time apresentando sérios problemas na saída de jogo. À frente, segue sem referência ofensiva, com os atacantes caindo pelos lados e o centro esvaziado de jogadas. A equipe deve ser reforçada por dois atacantes, o argentino Parra e o veterano Júlio César. Opções para um setor ainda desorganizado – mas, que, como contraponto, anotou três dos quatro gols da noite.