Há quase um ano, a Fifa confirmava o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014. Uma responsabilidade daquelas para o país, que recebeu o evento apenas uma vez, em 1950. E há quase um ano também segue a dúvida sobre as subsedes do Mundial. Algumas cidades já foram confirmadas (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília), mas e a proposta pernambucana? A candidatura conjunta Recife/Olinda foi bem recebida pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, até mesmo porque existe um novo estádio no projeto (capacidade para 42 mil pessoas). Mas é aí que começa a série de dúvidas sobre o pleito pernambucano.
A Arena Recife-Olinda (ilustração acima)- projeto do governo do estado junto à iniciativa privada – seria construída no bairro de Salgadinho em Olinda. O elevado custo para desapropriar a área (mais de R$ 100 milhões) vem inviabilizando a execução da obra. Aliás, para ela sair do papel, o estado precisa ser confirmado como subsede. É o gato correndo atrás do rabo. O Náutico, por sua vez, anunciou em outubro de 2007 que construirá um novo estádio (a Timbarena, em local a ser confirmado), através de uma parceria com a empresa potuguesa Lusoarenas. Dificilmente, porém, Pernambuco comportará dois estádios multiuso. Por isso, o presidente do Náutico, Maurício Cardoso, vem tentando há 15 dias uma audiência com o governador Eduardo Campos, para conversar sobre o assunto. O governo tem total interesse que um clube local administre o estádio.
Vale lembrar ainda que o Santa Cruz divulgou, também no ano passado, o projeto Arena Coral, com o objetivo de modernizar todo o Arruda. Projetos, projetos, projetos… É animador sim. Mas será ainda mais se pelo menos um deles chegar pelo menos à etapa da “pedra fundamental“. Pernambuco ganharia bastante. Apesar de todo esse rebuliço, alguns setores já se mexem. O Sindicato de Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco/PE) promoveu hoje o Seminário Copa 2014, no Recife Palece, que teve como objetivo reunir representantes do governo do estado e das prefeituras de Olinda e Recife (além de empresários), até mesmo porque Pernambuco terá que se estruturar bastante para receber a Copa. Que é um desejo de todos. Por mais que não pareça, ainda.
Que um centro de treinamento é fundamental para a sobrevivência técnico-financeira de um clube de futebol, todo mundo sabe. Mas mesmo assim, os três grandes do Recife ainda não estão 100% inseridos nesse contexto. No entanto, o Náutico já saiu na frente. O Centro de Treinamentos Wilson Campos, criado em 1999 no bairro da Guabiraba, às margens da BR-101, passará por uma profunda reforma até o final de 2009. Andando de forma lenta, mas andando, o CT timbu – que tem uma área de 49 hectares – está estruturando o Alvirrubro para um futuro que já deveria ser passado há muito tempo.
O presidente Maurício Cardoso informou que o clube já comprou a grama do tipo Bermuda (a mesma do Maracanã) suficiente para refazer os quatro campos do CT. Um campo tinha a grama Esmeralda, outros dois estão cobertos por mato e o quarto ainda está sendo finalizado. A intenção do mandatário é ceder um campo para cada categoria amadora do clube. Vamos lá então: Sub-20, Sub-17, Sub-15… E Sub-13! Esta última será aberta apenas após a construção do campo.
O time profissional – que hoje treina no gramado dos juniores – deverá ter o seu também, até 2010. Até lá, também será construído um alojamento para 40 pessoas. Assim, o Náutico deixaria de treinar de vez nos Aflitos. O recursos para a ampliação do CT timbu – coordenado por Ricardo Malta – vêm do Conselho Deliberativo do clube, da diretoria executiva e de doações. Enquanto isso, o Sport ainda negocia a compra do CT do Intercontinental, em Paratibe (o valor é de cerca de R$ 2 milhões), e vem iniciando a construção de um segundo centro em Igarassu. E o Santa? Esse tem muita coisa para resolver, e, infelizmente, o CT vai ter que esperar um pouco.
Sobre o filme De volta para o futuro, de 1985, você pode saber mais AQUI. Um clássico da ficção científica.
Historicamente, sempre se convenciou a dizer que o futebol brasileiro tem “12 grandes clubes” (*). Eles, de fato, ainda ocupam as 12 primeiras posições do ranking oficial da CBF (liderado pelo Grêmio), por mais que o desempenho de alguns – há anos – mostre o contrário. Talvez por isso, a briga seja tão grande pelo posto de 13º maior clube do país. Apesar de combalido, o Guarani ainda aparece nessa posição. Isso porque a CBF só atualiza o ranking em dezembro. Caso já tivessem sido computados os pontos da Copa do Brasil, o Leão (que ganhou 30 pelo título), pularia do 16º para o 14º lugar, ficando na cola do Guarani.
Como disputa a Primeira Divisão, ao contrário do adversário, que está na Terceirona, o Sport tem tudo para finalizar 2008 como o maior clube fora do eixo futebolístico do Brasil. Atualmente, o Guarani ocupa a 3ª posição do grupo 23 da Série C. Se não se recuperar no returno da segunda fase e acabe eliminado, o Bugre ficará, no máximo, na 17ª posição da Terceirona. Assim, o time receberia apenas 4 pontos, chegando a 1.410. Hoje, o Sport ocupa o 9º lugar no Brasileirão. Se mantiver a regularidade e acabar nessa faixa, o Rubro-negro receberia 52 pontos, e passaria a somar 1.424, se tornando o 13º maior clube do país.
Por outro lado, se o Guarani se recuperar e vencer a Terceirona, o clube paulista ganharia 20 pontos e ficaria com 1.430. Neste caso, o Sport só terminaria o ano em 13º se for pelo menos o vice-campeão brasileiro. Mas de fato, a maior ameaça neste ano é mesmo o Coritiba, que está em 6º na Série A. Hoje, o Coxa chegaria aos 1.422 pontos. Um pouco mais abaixo, o Náutico luta para ultrapassar o Santa Cruz, hoje o 21º.
Ranking “atualizado” (já somando os pontos da Copa do Brasil)
Obs (*) – Para não haver dúvida, eis aqui os tais 12 grandes: São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos; Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense; Grêmio e Internacional; Cruzeiro e Atlético-MG. O bloqueiro aqui acredita que esse grupo está longe de ser homogêneo, e que pelo menos dois desses times (Atlético-MG e Botafogo) estão no mesmo patamar de Sport, Coritiba e Atlético-PR. Seja de torcida ou de títulos.
Nota: O ranking da CBF leva em consideração apenas as Séries A, B e C do Brasileiro e a Copa do Brasil. Ficaram de fora outras competições nacionais oficiais (todas extintas): Taça Brasil (1959/1968), Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970) e Copa dos Campeões (2000/2000). Também não foram levadas em consideração os torneios internacionais. Injusto, pois quem disputa a Libertadores está automaticamente fora da Copa do Brasil. Portando, enquanto briga por algo maior, acaba sendo preterido no ranking nacional.
Uma semana recheada para a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). Ontem começou a disputa da Copa Sul-Americana para os clubes brasileiros. Nesta quarta será a vez da disputa da Recopa, reservada neste ano apenas para dois clubes argentinos. Campeão da Libertadores de 2007, o Boca Juniors enfrentará o Arsenal de Sarandí, atual detentor do título da Copa Sul-Americana. O primeiro jogo acontecerá às 19h30, no estádio do Racing, o José Domingo Perón (ou “Cilindro”), em Avellaneda. O jogo de volta será no estádio La Bombonera, no próximo dia 27.
1989 – Nacional (Uruguai)
Vice – Racing (Argentina)
1990 – Boca Juniors (Argentina)
Vice – Atlético Nacional (Colômbia)
1991 – Olímpia (Paraguai)
Surreal. O clube paraguaio ganhou a taça automaticamente porque venceu a Libertadores e a Supercopa (anterior à Sul-Americana e disputada até 1997). O São Paulo fez o mesmo em 1993, mas para não entregar o troféu de maneira tão bizarra novamente, a Conmebol agendou uma disputa contra o Botafogo, campeão da extinta Copa Conmebol. Resumindo: em 1991 não houve vice-campeão. Provavelmente o menor campeonato de futebol da história.
1992 – Colo Colo (Chile)
Vice –Cruzeiro
1993 – São Paulo
Vice – Cruzeiro
Vamos viajar um pouco nos números. Ou quem sabe na maionese mesmo. Como já foi amplamente divulgado, a delegação olímpica do Brasil em Pequim é a maior que o país já enviou para os Jogos, desde a sua primeira participação, em 1920. Ao todo, foram 469 integrantes, sendo 277 atletas (representando 32 modalidades).
O expressivo número representa 58,3% da população da simpática Borá (foto), no interior de São Paulo. Borá foi emancipada de Paraguaçu Paulista em 1964 e conta com apenas 804 habitantes, sendo assim o menor município do país, segundo o IBGE. E olhe que eram 795 moradores em 2000… Nos últimos 15 anos aconteceram apenas umassassinato e um furto. Nos dois casos os acusados foram presos. Em tempo: Borá é uma espécie de abelha típica da região.
Brasil na Olimpíadas/2008
Total: 469 integrantes
Atletas: 277 (145 homens e 132 mulheres)
32 modalidades
Borá
População: 804 habitantes
IDH: 0,794
PIB per capta: R$ 13.948
Obs. O post só foi possível por causa da colaboração da repórter rubro-negra Ana Braga, do Diario. Que provavelmente não conhece Borá. E que caso um dia apareça por lá, acabará chamando a atenção da polícia, sempre atenta à presença de forasteiros nesse projeto de metrópole.
Chega a ser engraçada a relação entre e Sport e Náutico. Mais precisamente entre os dirigentes dos dois clubes, que sempre brigam – de forma velada – na montagem dos elencos. Somente para esta temporada, nada menos que seis jogadores foram alvo de disputa dos dois clubes. Muitas vezes, basta o nome ser especulado por um para que o outro corra atrás. Coisa de “menino buchudo”. Abaixo, a lista.
Daniel Paulista (volante) – Estava encostado no Corinthians quando foi contratado pelo Náutico. Líder nato, bom no desarme e eficiente tanto como primeiro volante quanto como “falso” zagueiro, Daniel logo se tornou o “capita” do Timbu. Após o final do Brasileirão/2007, o Alvirrubro fez de tudo para manter o jogador, que acabou trocando os Aflitos pela Ilha do Retiro (em 13 de dezembro), ao aceitar um salário de R$ 40 mil. O investimento rubro-negro valeu a pena, pois Daniel foi uma das peças-chave no título da Copa do Brasil e já vem sendo sondado pelo futebol do exterior.
Ticão (volante) – Menos de um mês após a perda de Daniel, o Timbu foi pesquisar no mercado um primeiro volante, estilo cão-de-guarda. Acabou encontrando pertinho de casa, na Avenida Sport Club do Recife. Aliás… Alguém que estava por ali, pois Ticão acabou não tendo o contrato renovado com o Leão. Fechou com o Timbu e vem mostrando que tem sim um futebol aplicado e eficiente.
Ruy (lateral-direito) – O “cabeça” estava no Figueirense, em 2007, quando começou a ser pretendido pelo Sport. A negociação durou mais de 15 dias, mas acabou não sendo fechada. O jogador acertou com ZTE, da Hungia (com um nome assim, esse time deveria disputar o Campeonato Alagoano, com CSA, CRB, ASA e CSE). Voltando ao jogador… Neste ano, o Sport voltou a cogitar o nome de Ruy, que não fechou mais uma vez. Mas em 24 de março, Ruy foi anunciado pelo Alvirrubro. Com um dos salários mais altos do elenco, ao lado do meia Geraldo.
Sidny(lateral-direito) – Jogando pelo Náutico, o ala de Xique-Xique marcou cinco gols na Série A do ano passado. A boa temporada rendeu uma transferência para o Livorno, da Itália. Como foi pouco utilizado na Europa, Sidny passou a ser sondado novamente pelo Timbu (que estava apenas com Ruy, lesionado). Mas ele acertou com quem? Com o Sport, é claro.
Guto (meia) – Meia revelação do Internacional. O presidente colorado, Vitório Pifferou, chegou a prometer o jogador para o Timbu, no último domingo. Na segunda, os leoninos negociaram diretamente com o jogador (será que os rubro-negros só tentaram melar o acordo timbu?), que aceitou a proposta. O mandatário do Inter, para evitar uma confusão ainda maior, sentenciou: “Ele não vai mais para o Recife”. Simples assim.
Hamilton (volante) – Volante essencial na campanha da Série B de 2006, quando o Leão conseguiu o acesso à elite depois de cinco anos. No mesmo ano ele já havia feito o gol do título pernambucano numa dramática final contra o Santa Cruz, decidida nos pênaltis. Acabou indo para a Turquia (R$ 1 para quem conseguir pronunciar corretamente o nome do time: Gençlerbirligi Spor Kulübü), mas sempre figurou na lista de possíveis reforços da torcida. Na semana passada, o Sport começou a negociar com o cabeça-de-área, que pediu um salário alto. Ontem, ele acertou com o Náutico até o final do ano, deixando os rubro-negros irados nos diversos fóruns de internet.
Começa hoje a 7ª edição da Copa Sul-Americana. Competição que ainda não foi vencida por um clube brasileiro. Na primeira fase, os oito brasileiros irão se enfrentar em quatro mata-matas. O primeiro deles será nesta terça, às 20h10, na Arena da Baixada, entre Atlético-PR e São Paulo. Na quarta-feira será a vez de Vasco x Palmeiras e Grêmio x Internacional (vale a pena conferir!).
Já na quinta, como o blog já disse abaixo, haverá Botafogo x Atlético-MG. Não tem como deixar de pensar que o Sport poderia estar nessa disputa. Bastava ao Leão vencer o já rebaixado Juventude, na última rodada da Série A do ano passado. No entanto, o time acabou sendo derrotado por 2 x 1, em Caxias do Sul, em 2 de dezembro. Fica para 2010 (em 2009 o clube não poderá se classificar, pois já está na Libertadores). Quem sabe o Náutico então!
2002
Campeão – San Lorenzo (Argentina)
Vice – Atlético Nacional (Colômbia)
2003
Campeão – Cienciano (Peru)
Vice – River Plate (Argentina)
As pegadas
Nenhuma rodada na zona da Libertadores (e precisa?)
11 rodadas na zona da Sul-americana
6 rodadas na zona neutra
2 rodadas na zona de rebaixamento
Náutico
Campanha
Posição: 15º
Pontos: 21
Pontos em casa: 17
Pontos fora: 4
Gols: 20 (19º melhor ataque)
Gols sofridos: 29 (7ª pior defesa)
Aproveitamento
Geral: 36,8% (6 V / 3 E / 10 D)
Em casa: 56,7% (5 V/ 2 E / 3 D)
Fora: 14,8% (1 V/ 1 E /7 D)
Diante dos 10 primeiros: 23,3% (2 V/ 1 E / 7 D)
Diante dos 9 últimos: 51,9% (4 V/ 2 E / 3 D)
O Botafogo de Futebol e Regatas completa hoje 104 anos de história. Apesar de ter contado com um timaço nos anos 60, cujo craque era simplesmente Mané Garrincha, o Fogão (Alvinegro, Estrela Solitária, Bota…) vive um momento de transição. O ponto de partida foi o arrendamento do estádio Engenhão, no ano passado. O time administrará o estádio pelos próximos 19 anos.
O maior título do Botafogo foi a conquista do Campeonato Brasileiro de 1995, numa polêmica final contra o Santos, no Pacaembu. O clube também conquistou a Taça Brasil de 1968. Fora das fronteiras do país, o Botafogo venceu a extinta Copa Conmebol, em 1993.
Depois de amarelar bastante nos últimos anos (principalmente diante do Flamengo), o Botafogo começa na próxima quinta-feira, contra o Atlético-MG, no Rio, a luta pelo título da Copa Sul-Americana. A taça, instituída pela Conmebol em 2002, ainda é inédita para o futebol brasileiro.
Curiosidade: O Botafogo aplicou aquela que é, até hoje, a maior goleada da história do futebol brasileiro. No dia 30 de maio de 1909, durante o Campeonato Carioca, o Fogão venceu o Mangueira por 24 x 0. Repito: 24 x 0.
O Brasil conquistou duas medalhas de maneira brilhante na manhã desta segunda-feira. O metal pode ter sido o menos nobre das Olimpíadas, mas os resultados de Leandro Guilheiro e Ketleyn Quadros surpreenderam. O primeiro conseguiu o seu segundo bronze olímpico, enquanto a segunda foi – “apenas” – a primeira mulher a ganhar uma medalha em provas individuais. Com os dois bronzes, o Judô se tornou o esporte com o maior número de pódios brasileiros nos Jogos (14 ao todo), ao lado da Vela. Com as duas medalhas de hoje, o Brasil já igualou o número de medalhas obtidas no judô a cada Olímipada desde 1996, em Atlanta/EUA. E olhe que Tiago Camilo – que foi eleito como o melhor do judoca do Mundial-2007, disputado no Rio de Janeiro – ainda não estreou.
Judô, Natação e Atletismo. Três dos esportes que mais chamam a atenção de jovens para a prática esportiva durante os Jogos. E uma boa participação nacional realmente colabora para isso. O blogueiro aqui, por exemplo, começou a ter aulas de judô em 1996, justamente após as medalhas de Aurélio Miguel e do mesmo Leandro Guilheiro, que detonou hoje. Parei na faixa laranja (a 5ª) e lembro o nome de pouquíssimos golpes. Cansei de ser derrubado também.
Atualização às 9h30 do dia 12/08: Com a estréia de Tiago Camilo, o Brasil faturou mais um bronze. Com 15 medalhas, o Judô é agora o esporte com mais medalhas para o país.