A 3ª rodada do Pernambuco marcou a primeira artilharia isolada, com Joelson, do Santa. Arodada também registrou outro tropeço do Náutico diante de um intermediário. Resultado que tirou o Timbu do G-4. Ainda é cedo. Mas…
Sport 3 x 1 Porto – Jogo mais difícil do Leão até agora. Nos descontos, o time tentava segurar a vitória. Num contra-ataque, Ciro marcou um gol, finalmente!
Cabense 0 x 2 Santa Cruz – Joelson ou “Goelson”? O atacante marcou os dois gols da Cobra-Coral, recuperou o time e assumiu artilharia, com 4 gols.
Ypiranga 2 x 2 Náutico – No Limeirão, uma pedreira para o Timbu. Outra boa apresentação de Rosembrick. Mas Bala também foi bem. Empate justo.
Central 0 x 1 Salgueiro – A Patativa sempre complica a vida do Santa, mas basta pega um time do mesmo naipe que fracassa. O técnico Reginaldo Sousa já caiu.
Vera Cruz 3 x 3 Araripina – O Bode do Sertão esteve perto da 2ª vitória seguida, mas tomou o gol de empate no fim. Mesmo assim, Araripina já surpreende.
Sete de Setembro 0 x 0 Vitória – Placar não… Nota! No frio de Garanhuns, o Sete não conseguiu superar a retranca das tabocas e segue sem vencer.
O jornal gaúcho Zero Hora publicou uma reportagem interessante sobre o afunilamento dos grandes clubes do país. Historicamente, o futebol brasileiro seria formado por 12 grandes*. Com a implantação do sistema de pontos corridos na Série A, em 2003, o modelo econômico do país da bola mudou bastante. Inclusive o tal G-12.
Segundo um estudo da Crowe Horwath RCS, o futebol brasileiro ficará dividido em 3 blocos até a Copa do Mundo de 2014, no país: clubes ricos, remediados e sem dinheiro. No 1º bloco, apenas 7 times, com os escudos na imagem deste post: São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Grêmio, Internacional e Cruzeiro.
Algumas considerações sobre esse possível G-7: 😎
1) O futebol paulista mantém a hegemonia com 3 clubes, todos eles sediados na capital. Apenas o Santos, do litoral e com a menor torcida entre os grandes de SP, ficaria de fora. Já Corinthians, São Paulo e Palmeiras serão os 3 times de maior receita em 2010 (contratações, luvas e renovações), com R$ 118 milhões, R$ 70 mi e R$ 40 mi, respectivamente. Fica difícil competir!
2) No Rio de Janeiro, o Fla, atual campeão brasileiro, desponta como único gigante de um estado com 4 times tradicionais. Pesquisas de torcida apontam que o Rubro-negro teria mais de 50% dos torcedores do Rio. Com patrocínios cada vez maiores, o Mengo vem demonstrando poder para repatriar grandes estrelas, como o imperador Adriano.
3) Em Porto Alegre, a dupla Gre-Nal bate de frente contra o eixo Rio-SP. Com a receita das campanhas de sócios-torcedores (o Inter arrecada mais de R$ 3 mi por mês só com os sócios), os gaúchos vêm sempre brigando por vagas nas Libertadores.
4) Em Minas Gerais, o desbravador Cruzeiro, vice da última Libertadores, fecha o grupo. Trata-se de um clube consistente no Nacional e uma potência no cenário sul-americano, tanto que a Raposa irá, em 2010, para a sua 12ª Libertadores.
Você acredita que o futebol brasileiro esteja caminhando para um G-7?
Os times de PE vão ocupar qual grupo em 2014: remeadiados ou sem dinheiro?
* São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos; Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo; Grêmio e Internacional; Cruzeiro e Atlético-MG
Com cerca de 300 mil habitantes, o “País de Caruaru” também tem o seu campeonato “nacional” de futebol. Com quase 70 anos de história, a Liga Desportiva Caruaruense (LDC) é a associação amadora mais importante entre as 47 ligas filiadas à Federação Pernambucana de Futebol. Os números comprovam isso. São 32 times, distribuídos em quase todos os bairros da cidade e divididos em duas divisões, com acesso e descenso.
Em 2010, uma grande surpresa. A competição será transmitida ao vivo com exclusividade pela TV Criativa. Nunca ouviu falar? Trata-se de uma web-tv.
O contrato foi assinado no último dia 18 pelo presidente da LDC, Severino José da Silva, que está à frente da liga desde 1985. Agora, é aguardar a tabela e conferir o nível… A 1ª rodada será em 29 de janeiro. As últimas decisões da liga caruaruense (cujo ingresso custa R$ 3) tiveram um público médio de 1.500 pagantes. Nada mal. 😎
Até hoje, o torneio só não foi realizado em 1965 e 1966, por causa da decadência econômica da LDC após a saída do Central, que se filiou à FPF para disputar o Estadual de 1961. O Alvinegro deixou a Liga com o status de maior campeão (10 títulos). O recorde está mantido.
O regulamento do Pernambucano de 2010 abriu espaço para que uma equipe do interior dispute o título pra valer, com a realização das semifinais. Mas a fórmula também deu uma enorme para que o Santa Cruz (hoje na Série D) se reaproxime dos seus rivais, principalmente numa semifinal no Arruda, com pelo menos 50 mil tricolores.
Assim, é bem real a chance de sucesso um clube de uma divisão inferior à Série B, ponto “máximo” do estado nesta temporada, com Náutico e Sport.
Algum clube de uma divisão nacional inferior em relação ao rival já venceu o Estadual?
Sim…
Considerado que o sistema de acesso e descenso do Campeonato Brasileiro começou em 1988, confira abaixo as 4 reviravoltas no Pernambucano.
1990 – Santa Cruz campeão, na Série B (Náutico na Série A)
1995 – Santa Cruz campeão, na Série B (Sport na A)
2001 – Náutico campeão, na Série B (Sport e Santa Cruz na A 😯 )
2006 – Sport campeão, na Série B (Santa Cruz na A)
No âmbito nacional, é válido citar a Copa do Brasil como um torneio com surpresas do mesmo tipo. O mata-mata foi vencido em 1991 (Criciúma), 2004 (Santo André) e 2005 (Paulista) por clubes que estavam na Segundona. E olhe que o Brasiliense foi vice em 2002 quando estava na Terceirona!
A vitória do Araripina sobre o Ypiranga por 3 x 2, no domingo, foi histórica. Foi o 1º triunfo do Bode do Sertão na elite do Campeonato Pernambucano.
O destaque da partida foi o atacante Jessuí, que virou o jogo com 2 gols de cabeça. No segundo tento, ele reviveu a sua comemoração pra lá de original.
A “chuteira-fone”, simulando uma ligação de celular no gramado…
Durante a viagem pelo interior na produção do Guia do Pernambucano 2010, conversei com o jogador de 27 anos, que revelou com bom humor a origem da famosa comemoração.
Tudo começou em 2007, quando atuava no Serrano. O time de Serra Talhada enfrentaria o Santa Cruz no Arruda em 8 de março. Então com 25 anos, o jogador era o destaque do time do interior, tanto que foi o vice-artilheiro do Estadual, com 11 gols.
“Cara, aquela partida contra o Santa seria o jogo da TV, ao vivo. Era a chance de aparecer no futebol. Eu estava numa grande fase e precisava chamar a atenção, mesmo que fosse ridículo. Passei a noite toda na concentração pensando num jeito. E pensei esse… Tinha certeza que ninguém tinha feito algo assim. Só faltava fazer o gol de noite, e eu fiz. O jogo foi 1 x 1. Deu audiênca e nunca mais parei de fazer. Fiz até na Europa (ele jogou em Portugal e na Romênia). Vou continuar gastando os meus créditos na chuteira.” 😯
Durante décadas, o América foi o 4º representante da Região Metropolitana do Recife no Campeonato Pernambucano. Quando não jogava nos estádios dos grandes, o Mequinha mandava os seus jogos no Jefferson de Freitas, em Jaboatão dos Guararapes.
Nos anos 80, o Paulistano representou a Zona Norte em várias edições do Estadual, levando grandes públicos ao estádio Ademir Cunha.
Várias equipes já mandaram jogos no Grande Recife nos últimos 20 anos, como Íbis, Recife, Santo Amaro, Intercontinental, Ferroviário, Casa Caiada… Todos os times citados não estão mais na elite. Alguns já foram até extintos! 😯
Será mesmo que a RMR, com mais de 3,7 milhões de habitantes, tem espaço para apenas 3 clubes no regional?
O dado corresponde a quase metade da população de Pernambuco. Acredito que a RMR consiga absorver outro clube, de tamanho modesto, é verdade. Agora, a Cabense vem ocupando essa lacuna. O time vem transformando as arquibancadas tubulares do acanhado estádio Gileno de Carli em uma visão comum do nosso futebol.
Fundado em 1995 após o fim do Destilaria (mas com as mesmas cores e estrutura), o time do Cabo de Santo Agostinho já penou bastante na Segundona. Mas já conseguiu 2 acessos, com o vice em 2006 e 2008.
Em seu 2º ano seguido na elite, o time busca se consolidar como um representante digno de um município de 168 mil moradores e um dos prinpais polos de investimentos do estado.
Aos 61 anos, o técnico Givanildo Oliveira tem uma imagem consolidada como um comandante sério, detalhista e exigente. Ou até “chato”, para alguns.
Já era assim em 1994, quando o técnico – que sempre gostou de morar em Olinda – comandava o Sport pela 3ª vez – agora é a sexta. Uma das manias do treinador era ir várias vezes por semana até a banca de revistas localizada na Praça 12 de Março, em Bairro Novo, conhecida só como “Praça 12”. Colada à Sorveteria Bacana. Quem já foi uma vez em Olinda, sem ter sido no Alto do Sé, conhece…
Ele sempre ia comprar jornais do dia, uma ou outra revista e bater um papo com um dos donos, os irmãos “quase gêmeos” Cid e Celso.
Numa dessas passagens, um menino de 12 anos, que morava a menos de 200 metros da banca, lia uma revista Placar que havia acabado de chegar. Era a edição de nº 1094, de maio, sobre os “80 anos da Seleção Brasileira” (capa ao lado).
Uma compilação de todas as partidas do Brasil desde 1914 até então. Com as fichas técnicas, naturalmente. Fanatismo puro.
Apesar de ter comprado a revista, a mania do menino era começar a ler a revista ali mesmo. Foi quando Givanildo viu o título da revista e se aproximou para dar uma olhadinha.
Começou a ler a mesma edição do moleque. Com menos de 2 minutos, ele resolveu matar a curiosidade. Ele = o técnico.
“Menino, tem todos os jogos da Seleção aí mesmo? Todos!?”
O menino olhou, reconheceu – surpreso, é claro – o então treinador do Sport (que já havia sido bicampeão em 91/92) e respondeu:
“Sim. São todas as partidas, com ficha e tudo. Público, data…” (100% metódico)
Givanildo, então, pediu para checar se a revista era mesmo tão completa assim.
“Veja se o Brasil enfrentou a Itália em 1976, por favor.”
“Está aqui, ó. Jogou sim. Ganhou por 4 x 1. Oxe… Esse não foi o placar da final de 70 também?”, disse o menino, querendo demonstrar um mínimo de conhecimento de futebol para o treinador.
“Interessante… Falcão jogou, né? Ele foi substituído?”, retrucou o técnico.
“Falcão entrou como titular sim. E foi substituído!”, respondeu o garoto, mais uma vez.
“Quem entrou no lugar dele?”, questionou pela última vez o treinador.
“Givanildo…”, disse o menino, de olhos arregalados.
No papel daquele menino há quase 16 anos, posso assegurar que o técnico não correspondeu à tal imagem consolidada no início do post. No fim daquele ano, Givanildo terminaria com os títulos de campeão estadual e da Copa do Nordeste. E o menino continuou comprando a Placar na mesma banca, para tentar aprender um pouco mais.
Foram 3 pênaltis nesta 2ª rodada do Estadual. Todos os 5 pênaltis marcados até agora foram convertidos. Em Vitória de Santo Antão, um para cada lado.
No Gileno de Carli, o Sete até abriu o placar, mas tomou a virada da Cabense, que não precisou da penalidade máxima. Destaque negativo para a Acadêmica Vitória, que já cometeu 2 pênaltis.
Pênaltis a favor 1 pênalti – Central, Porto, Sport, Vitória e Sete de Setembro Nenhum pênalti – Araripina, Santa Cruz, Náutico, Vera Cruz, Cabense, Ypiranga e Salgueiro
Pênaltis cometidos 2 pênaltis – Vitória 1 pênalti – Salgueiro, Sport e Sete de Setembro Nenhum pênalti – Araripina, Santa Cruz, Náutico, Vera Cruz, Cabense, Ypiranga, Central e Porto
A 2ª rodada do Estadual teve uma ótima média de 3,8 gols por jogo. Foram 23 gols em 6 partidas. Destaque para a primeira goleada do campeonato, aplicada pelo Sport, fora de casa. No Arruda, o primeio tropeço no Recife. No Cabo, o primeiro candidato a zebra. Com investimento modesto, a Cabense arrancou com 100% de aproveitamento.
Náutico 2 x 1 Salgueiro – Nos Aflitos, Derley marcou os 2 gols da vitória timbu que teve, também, Carlinhos Bala como destaque.Triunfo de virada e sofrido!
Vitória 1 x 5 Sport – Foi o 1º jogo do Leão no interior. Nem o mais otimista torcedor esperava tanta facilidade. Wilson voltou a marcou os seus golzinhos.
Santa Cruz 1 x 1 Central – Quase 23 mil pessoas viram o novo clássico local. Como vem fazendo nos últimos anos, a Patativa deu bastante trabalho ao Tricolor.
Cabense 2 x 1 Sete de Setembro – De virada, a Cabense alcançou o Sport na ponta do Estadual. Já o time de Garanhuns caiu pela 2ª vez do mesmo jeito.
Porto 2 x 2 Vera Cruz – Os 4 gols aconteceram no 1º tempo. O Porto mostra ter um bom ataque. Já marcou 4 tentos. A defesa, porém, já levou 5. Saldo? Um ponto.
Araripina 3 x 2 Ypiranga – Jessuí, o folclórico atacante da chuteira-fone, marcou 2 vezes e comandou a histórica 1ª vitória do Bode do Sertão no Pernambucano.