Pernambucano em 2 linhas – 8ª/2012

Pernambucano 2012: Santa Cruz 3 x 1 Porto. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Média de três gols. Dado para deixar claro que a 8ª rodada da #PE2012 foi bem animada. Os 18 gols movimentaram bastante a tabela, tanto no G4 quando no Z2. Por causa do número de gols marcados, o Santa Cruz ultrapassou o Petrolina na 4ª posição. Já o Ypiranga deixou a zona de rebaixamento aos 47 minutos do segundo tempo. Empurrou o rival alvinegro de Caruaru.

O Pernambucano chegou a 126 gols em 48 partidas. A média subiu de 2,57 para 2,62.

Hoje, as semifinais seriam Salgueiro x Sport e Náutico x Santa Cruz.

Na artilharia, Vanderlei, atacante do Bode e goleador da Série B de 2006, com 21 gols, assumiu a liderança com seis gols. Marcou três e passou o alvirrubro Souza.

Santa Cruz 3 x 1 Porto – O Gavião até ameaçou, mas Dênis Marques empurrou a bola três vezes para as redes e comandou a reação no Arruda. Branquinho e Caça-Rato!?

Central 0 x 1 Serra Talhada – Após um bom giro no Recife, a Patativa voltou a decepcionar e Alemão caiu.  Kássio, de pênalti, acabou com o jejum do Cangaceiro.

Petrolina 1 x 0 Belo Jardim – Souza fez o solitário gol da Fera, mas o resultado não o manteve no G4. Perde no número de gols marcados para o Santa, mas segue bem.

Araripina 4 x 2 América – O Mequinha até empatou o jogo em 2 x 2, mas Vanderlei (3 gols) e Rosembrick marcaram os tentos da 2ª vitória “bodeira”. América em off.

Salgueiro 3 x 2 Náutico – Na briga pela liderança, o Carcará chegou à vitória em mais uma lambança da arbitragem. Timbu, todo desfalcado, viu Waldemar expulso de novo.

Sport 0 x 1 Ypiranga – O jogo bem mais ou menos. O Sport nem chegou a sufocar. Domínio territorial e só. A Máquina, de técnico novo, venceu na Ilha depois de 17 anos.

Confira a tabela da competição clicando aqui.

Destaque da rodada: Dênis Marques. Estreia com três gols. Mais que a dupla anterior.

Carcaça da rodada: Mazola. Não conseguiu montar a meiuca do Sport sem Marcelinho.

Classificação do Pernambucano após 8 rodadas

Uma crise costurada na Ilha

Pernambucano 2012: Sport 0x1 Ypiranga. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

Seis anos. Mais de dois mil dias de invencibilidade contra times intermediários…

A última derrota do Sport na Ilha do Retiro para um time de pequeno porte no campeonato pernambucano havia diante do Central.

Na ocasião, em 25 de janeiro de 2006, a Patativa surpreendeu ao golear por 4 x 1.

Agora, na noite de 8 de fevereiro de 2012, outro revés surpreendente, para o Ypiranga.

Não pelo placar, um enxuto 1 x 0 a favor da Máquina de Costura.

O resultado saiu da vala comum pela forma como foi construído, com um gol de Danilo Lins aos 47 minutos do segundo tempo.

Foi o ponto alto de uma noite inoperante do time rubro-negro, acéfalo. Que Marcelinho é o único meia de criação do elenco, até o torcedor mais fanático deve concordar.

Aos 36 anos, Marcelinho Paraíba é o único com qualidade suficiente para articular as jogadas de um clube a poucos meses de uma Série A. Faltam peças. É óbvio demais.

Portanto, qualquer atleta que assuma a posição entra com status de “improvisado”.

Desta vez, nem isso. A equipe entrou no gramado recheada de volantes. Não houve nem o improviso. Milton Júnior foi quem mais chegou perto do papel, sem cacoete algum.

Algumas chances até foram criadas, na base da pressão dentro de casa, do duelo grande x pequeno. Aos poucos, o Ypiranga foi encaixando o seu jogo, matando as poucas jogadas do Sport.

No finzinho, em um contragolpe pelo lado esquerdo, um gol para mudar a estrutura de uma Ilha frustrada, como há seis anos.

Naquela noite de 2006 foram 8.454 torcedores. Desta vez, 16.042.

Há seis anos, Dorival Júnior suportou as críticas e ainda faturou o título pernambucano.

Será que Mazola Júnior tem o mesmo lastro para suportar tanta pressão dos leoninos?

Pernambucano 2012: Sport 0x1 Ypiranga. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

Carcará deu o bote em alvirrubros, rubro-negros e tricolores

Pernambucano 2012: Salgueiro 3x2 Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Em seu novo alçapão, o Carcará se agigantou no futebol pernambucano.

Segue com um aproveitamento de 100%, devorando um a um os adversários.

Após tirar a invencibilidade de Santa Cruz e Sport, chegou a vez de enfrentar o Náutico.

Uma briga direta pela liderança do Estadual na noite desta quarta-feira.

O clube sertanej0 teria um adversário com seis desfalques. Se mesmo com o rival completo as vitórias já estavam acontecendo, imagine assim? Acredite, não foi fácil…

O ultra-remendado time alvirrubro, com seis desfalques, constando aí todo o meio-campo, apertou a marcação e até abriu o placar no Cornélio de Barros.

Siloé desviou de costas uma falta cobrada por Eduardo Ramos e fez 1 x 0.

Fabrício Ceará, com ótima presença de área, e o zagueiro Alemão viraram o placar no segundo tempo. A pressão no estádio, lotado como sempre, já era enorme.

O mesmo Siloé foi buscar novamente o empate aos 41 minutos da etapa complementar…

Aos 45 minutos, no lance final, o gol da vitória. Com polêmica, como preza o Estadual.

Falta inexistente para o Carcará, no lado esquerdo da defesa timbu.

Após a cobrança, o goleiro Rodrigo Carvalho, substituto de Gideão em noite infeliz, se atrapalhou todo e Élvis empurrou para as redes, decretando a vitória por 3 x 2.

Os desfalques alvirrubros fizeram muita falta. Waldemar, irritado, sabe disso…

O Salgueiro, que não tem nada a ver com isso, venceu a sexta partida e reassumiu a ponta. No embalo do seu estádio, o clube vai fomentando o sonho do interior…

Como curiosidade, vale lembrar que os três jogos contra o grandes ocorreram à noite.

Portanto, a velha desculpa da capital, sobre o forte sol na testa, não serve desta vez…

Pernambucano 2012: Salgueiro 3x2 Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

DM9 convenceu a todos. Inclusive a si mesmo

Pernambucano 2012: Santa Cruz 3 x 1 Porto. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Desacreditado, Dênis Marques chegou no Arruda como uma aposta.

Sim, uma “aposta”. E não era jogo de cena…

O atacante de 30 anos estava há muito tempo fora dos gramados. Um ano e oito meses. Deixando o claro o tamanho do hiato sem a pelota: 600 dias.

Goleador, forte e veloz, Dênis Marques acabou invertendo todo o seu perfil. Encostado no Flamengo, terminou desestimulado. As lesões só agravaram o desejo de parar.

É claro que esse não era o desejo do jogador, outrora ídolo do Atlético Paranaense, onde brilhou entre 2004 e 2007, sendo pretendido por clubes de ponta do país.

Surgiu uma proposta do Santa Cruz… Avaliou, negociou e aceitou recomeçar.

Demorou para adquirir um bom condicionamento físico. Os piques não eram os mesmos. Obviamente, os tricolores precisavam de um pouco de paciência.

O investimento (ou aposta, segundo alguns) valeria a pena.

Regularizado, ele praticamente se escalou com bons treinamentos e foi para o jogo.

Estreia contra o Porto, em casa, na noite desta quarta-feira. Viu um adversário bem organziado, jogando melhor até. E o Gavião abriu o placar… Hora de mostrar estrela?

Foi o que aconteceu, com um hat-trick. Com oportunismo, o atacante marcou três gols. Após tanto tempo sem comemorar com a torcida, ele foi à forra.

Empatou aos 45 do 1º tempo. Na etapa final, balançou as redes aos 13 e aos 16.

A 15 minutos do fim, chegou a hora de ser ovacionado. Dênis Marques deixou o campo, esgotado fisicamente. Foi substituído por Renatinho.

Convenceu os 22.685 torcedores presentes no Mundão na vitória por 3 x 1.

O mais importante foi convencer a si mesmo de que ainda tem qualidade e capacidade de sobra para continuar jogando em de alto rendimento, com a sigla DM9.

Há muito pela frente, Dênis Marques. O primeiro passo foi dado. Na verdade, três…

Pernambucano 2012: Santa Cruz 3 x 1 Porto. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Os primeiros 20 anos

Pelé, Neymar e Joseph Blatter. Foto: Fifa/divulgação

Neymar completou 20 anos no dia 5 de fevereiro de 2012.

Um domingo, com clássico contra o Palmeiras.

De cabeça, a estrela santista chegou ao 100º gol na carreira (veja aqui).

É um dado impressionante.

Mas outro ainda mais incrível, quase de outro mundo, literalmente, pertence a Pelé.

O vigésimo aniversário do Rei foi em 23 de outubro de 1960.

O camisa 10 do Peixe também jogou no dia festivo, contra a Ponte Preta.

Pelé também marcou um gol ao completar 20 anos.

Só não foi o centésimo… Foi o 343º.

Para completar o trio, vale destacar que Joseph Blatter completou 20 anos em 10 de março de 1956. Estava iniciando o curso de Administração e Negócios, na Suíça.

Revista Placar com Pelé e Neymar

A possível maior multidão da história do Arruda

Pernambucano 1999: Santa Cruz 1 x 1 Sport. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Era o primeiro clássico do argentino Mancuso com a camisa do Santa Cruz.

O seu rival seria o atacante Leonardo, em grande fase no Sport.

O palco? O gigante de concreto da Avenida Beberibe, sob enorme expectativa.

Nada de Todos com a Nota ou Futebol Solidário.

Ingresso à disposição na bilheteria para todos os setores. Arquibancada a R$ 6 e geral a R$ 3. Hoje em dia, os valores corrigidos seriam de R$ 28 e R$ 14, respectivamente.

Sem surpresa, uma multidão tomou conta do Arruda. Tricolores em grande maioria, mas com os rubro-negros apinhados na arquibancada do lado da Rua das Moças.

O jogo começaria às 16h. Desde as 14h já havia empurra-empurra na entrada.

Resultado de uma desorganização histórica, quase mortal.

A Polícia Militar chegou atrasada, acredite. Paralelamente a isso, o clube tricolor não conseguiu conter a avalanche de bilhetes “iô-iô”.

Torcedor sufocado, passando aperto nas catracas. Muita gente pulou as catracas…

Cálculo da PM com o público fora do estádio com a partida em andamento: 15 mil.

Dentro, um recorde infeliz. O maior número de pessoas atendidas nas ambulâncias dentro de um estádio em Pernambuco. Foram 93 torcedores socorridos…

Se você não lembra deste episódio, o jogo ocorreu em 21 de fevereiro de 1999, 1 x 1.

No borderô oficial, 71.197 pagantes. Público total: 78.391. Mais fotos aqui e aqui.

Pernambucano 1999: Santa Cruz 1 x 1 Sport. Foto: Ricardo Borba/Diario de Pernambuco

No papel, a capacidade do estádio na época era de 85 mil pessoas. Cabia mais alguém?

Esta pergunta pautou a imprensa durante uma semana após a partida. O Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) foi acionado pela FPF para reavaliar a capacidade do Arruda.

Em vez da medida antiga, de 30 centímetros por pessoa, a projeção utilizou o novo dado da Fifa, de 50 centímetros. A capacidade, portanto, caiu para 60.044 pessoas.

O blog mergulhou no acervo do Diario de Pernambuco para trazer à tona fatos sobre aquela multidão. Em 28 de fevereiro de 1999, um off jornalístico intrigante…

“Há quem ache, inclusive dirigentes corais, que havia mais de 90 mil espectadores no clássico.”

Há quem ainda ache, na verdade. Esse Clássico das Multidões acabou relegado pelos números, não por quem viveu aquela tarde de domingo…

O recorde entre clubes seria o da final do Supercampeonato de 1983, entre tricolores e alvirrubros, com 76.636 pagantes e relatos de até 83 mil presentes. Naquele dia, 60 pessoas foram socorridas. Nos pênaltis, os corais ficaram com a taça.

Considerando o público através do borderô oficial, Náutico 0 x 2 Sport, em 1998, fica à frente, com 80.203 pessoas, todas elas inseridas na campanha Todos com a Nota.

Se até hoje não existe um recorde definitivo para o Mundão, a culpa disso é da quase eterna falta de organização dos jogos no Recife. Estamos falando de 13 anos atrás…

Pernambucano 1999: Santa Cruz 1 x 1 Sport. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Habemus calendário coral

Papa Bento XVI

Nos últimos anos, o grande temor do Santa Cruz foi a ausência de um calendário.

Um clube com o respaldo das massas sem jogos para disputar no segundo semestre? Era o que acontecia na Série D, com uma primeira fase com apenas oito partidas.

Era um tiro curto. Prejudicava a preparação da equipe e as finanças, já debilitadas.

Vice-campeão da 4ª divisão, o Tricolor fez apenas 16 partidas. Na Série C não seria muito diferente, uma vez que a primeira fase teria apenas oito jogos. Teria…

A CBF, aleluia, modificou o formato da competição, valorizando o torneio e tornando o seu calendário mais encorpado, com um mínimo de 18 partidas e máximo de 24.

A entidade foi pressionada pelos 20 clubes e enxergou o óbvio. Até porque há mercado para o torneio, já comercializado ao SportTV. Canais de TV aberta já conversam…

Serão dois grupos de dez times, com jogos de ida e volta dentro das respectivas chaves. Os quatro melhores avançam para as quartas de final. Logo no primeiro mata-mata, o acesso em jogo. São quatro vagas para o Brasileiro da Série B em 2013.

Alinhada às duas primeiras divisões, a Terceirona não terá jogos no meio de semana.

Para completar a boa notícia não só para o Santa como também ao Salgueiro, a CBF ainda vai bancar um aporte para os clubes, com a despesa de deslocamento (25 passagens aéreas, hospedagens etc). Algo que já ocorria nas duas castas principais.

Com uma boa dose de fé, a situação melhorou para o Santinha…

Saiba mais sobre as modificações na Série C de 2012 aqui.

Os maiores públicos de todas as regiões de Pernambuco

Caminhão lotado...

Confira os recordes de públicos dos principais estádios do futebol pernambucano.

Recife
Arruda – 96.990 pessoas, em 29/08/1993. Brasil 6 x 0 Bolívia

Ilha do Retiro – 56.875 pessoas, em 07/06/1998. Sport 2 x 0 Porto

Aflitos – 31.061 pessoas, em 21/07/1968. Náutico 1 x 0 Sport

Zona da Mata
Carneirão, em Vitória – 10.081 pessoas, em 05/04/1998. Vitória 1 x 1 Náutico

Agreste
Lacerdão, em Caruaru – 24.450 pessoas, em 22/10/1986. Central 2 x 1 Flamengo

Sertão
Cornélio de Barros, em Salgueiro  – 9.044 pessoas, em 01/02/2012. Salgueiro 2 x 0 Sport

Pré-arena, as três décadas do Colosso

Ampliação do Arruda, em 1980. Foto: Diario de Pernambuco

Esta temporada marca o aniversário de 30 anos de um apelido que orgulha o Mundão.

Com um megaprojeto, o Arruda começcou a ser erguido aos poucos em 1965, com sucessivas ampliações bancadas pela torcida coral.

Em 1971, o governador Eraldo Gueiros liberou um empréstimo ao Tricolor de US$ 850 mil, através do Bandepe, junto ao grupo financeiro Campina Grande S/A, para a conclusão das obras. O craque Pelé assinou o documento como testemunha do financiamento.

O objetivo era transformar o Recife em subsede da Copa da Independência de 1972, que teve a participação de 20 seleções. Sport e Náutico também tentaram obter o investimento, mas uma comissão do governo apontou o Arruda como o mais viável.

O estádio José do Rêgo Maciel começaria a ser ampliado novamente em 1980, quando a sua capacidade aumentou para 85 mil pessoas, após a inauguração do anel superior em 1º de agosto de 1982, dando origem ao apelido “Colosso do Arruda”.

Visando o centenário do clube tricolor, em 2014, foi lançado em 2007 o audacioso projeto “Arena Coral”, com o mesmo arquiteto do Arruda original, Reginaldo Esteves.

Os tricolores tentaram, sem sucesso, emplacar o estádio no Mundial de 2014. Sem apoio político e financeiro, o projeto segue parado. O sonho, jamais…

Arena Coral. Crédito: Santa Cruz/divulgação

Separados por 40 anos e um 3D

Ilha do Retiro na década 1970. Crédito: Revista Placar

Quarenta anos de diferença.

Do histórico clube em preto e branco ao ousado projeto em três dimensões.

Foto de 1971 e design elaborado em 2011.

O prédio da sede será mantido numa remodelagem da arena. Exigência da torcida.

A foto acima foi publicada na revista Placar e encontrada pelo site Futuro Sport.

O mesmo Sport Club do Recife nas duas imagens, mas com realidades bem distintas.

Desde que a imagem abaixo deixe de ser um arquivo 3D…

Arena da Ilha do Retiro. Crédito: Sport/divulgação