O abandono do estádio olindense para a Copa

Estádio de Rio Doce, em Olinda. Foto: Augusto Coutinho/divulgação

O cenário é desolador. Lixo, entulhos, barro acumulado, ferro retorcido e mato.

É difícil acreditar que trata-se de um estádio novo, milionário.

A ordem de serviço para a construção de um estádio de futebol com capaciadde para 16 mil torcedores em Rio Doce, em Olinda, foi assinada em 2008.

Na ocasião, foi oficializado o orçamento de R$ 7,1 milhões, com R$ 6 milhões do Ministério do Esporte e R$ 1,1 milhão da prefeitura de Olinda.

Foi feita a limpeza do terreno, a terraplenagem, fundação, arquibancadas…

Em junho de 2012, o ministro do esporte, Aldo Rebelo, visitou o canteiro já avançado junto ao prefeito do município, Renildo Calheiros (veja aqui).

Estádio de Rio Doce, em Olinda. Foto: Augusto Coutinho/divulgação

Na ocasião, Rebelo “se mostrou surpreso” com a evolução.

A expectativa do poder público era entregar a obra em dezembro, inscrevendo o estádio – o segundo sob a posse do município – para a seleção de centros de treinamento de seleções para a Copa do Mundo.

Passados nove meses do prazo, o completo abandono.

Um descaso total com dinheiro público e com o planejamento da cidade em relação à participação efetiva no Mundial.

Há tempo para recuperar a obra visando o Mundial no Brasil? Há. Contudo, resta saber o quanto essa “pressa” aumentaria o custo final…

Estádio de Rio Doce, em Olinda. Foto: Augusto Coutinho/divulgação

Os três baianos na presidência da Arena Pernambuco

Presidentes do Consórcio Arena Pernambuco: Marcos Lessa 2010/2013), Sinval Andrade (de abril a setembro de 2013) e Alexandre Gonzaga (desde setembro de 2013). Fotos: Cristiane Silva/Esp.DP/D.A Press e Odebrecht

Em seu primeiro ano de operação, o consórcio Arena Pernambuco Negócios e Participações Ltda acaba de anunciar o seu terceiro diretor-presidente.

Como os antecessores, outro executivo baiano assume o comando do estádio construído pela Odebrecht, também de origem da Boa Terra. Confira a cronologia sobre a presidência do empreendimento de R$ 650 milhões.

Marcos Lessa (2010/2013)
O administrador foi empossado logo na criação do consórcio, aos 37 anos. Ex-diretor de marketing da TV Bahia, afiliada da Globo, Lessa participou da concessão da Fonte Nova, cuja licitação também foi vencida pela Odebrecht.

Ele deixou a direção antes do início da operação oficial da arena, passando a se dedicar ao projeto da Cidade da Copa, o bairro projetado no restante da área em São Lourenço, num projeto orçado em R$ 1,5 bilhão.

Sinval Andrade (2013)
O engenheiro civil Sinval Andrade, de 50 anos, assumiu em março, na reta final da obra, então com 95% de avanço. Portanto, foi o primeiro diretor-presidente a trabalhar com o estádio de fato em relação à organização dos jogos locais, promoções de partidas com times de outras regiões e shows.

Com o Náutico em atividade e o Sport engatilhado para um contrato de cinco anos, Sinval partiu para o Rio de Janeiro, para atuar na operação do Maracanã, um dos quatro estádios erguidos pela construtora para o Mundial de 2014.

Alexandre Gonzaga (2013)
Aos 39 anos, o administrador de empresas já vinha sendo o braço direito de Sinval na Arena Pernambuco, tomando conta do departamento de marketing. Na entrevista concedida por Sinval ao Diario, em julho, Alexandre esteve presente. Passa a ficar à frente das decisões em setembro.

A missão baiana é integrar de vez a arena aos pernambucanos…

A inglória batalha timbu em São Lourenço

Série A 2013: Náutico x Grêmio. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Não existiu qualquer lampejo de uma possível Batalha da Arena.

Como superação, raça, transpiração, euforia. Não no mandante. Entre outras possíveis semelhanças, nada de acréscimo anormal ou expulsões. Nem mesmo um público abarrotado. Espaço não faltou, com apenas seis mil presentes.

O jogo entre alvirrubros e gremistas, na noite desta quarta, ficará registrado como um verbete um tanto modesto na história do confronto.

No lado do Náutico, apenas mais uma derrota em São Lourenço, transformando a campanha na elite em uma agonia com hora para acabar, em dezembro.

No Grêmio, ainda focado, mais uma vitória de um time bem armado, fazendo jus ao alto investimento na competição. Os gaúchos retornam ao Rio Grande do Sul com a sensação de dever cumprido. Nada de triunfo imortal, digno de cinema.

O revés timbu por 2 x 0, construído em um jogo até certo ponto chato, repetiu o cenário das derrotas anteriores na Arena Pernambuco. Esta foi a quinta seguida.

Exceção feita ao jogo contra o Atlético-PR, as apresentações pernambucanas foram parecidíssimas, com o Timbu se esforçando nos primeiros minutos, errando bastante nas conclusões e entregando os pontos ao sofrer o primeiro gol. Até mesmo porque o time não marca os seus…

A grande batalha do Náutico em 2013 é a busca por uma reação.

Ao todo, já são quatro jogos sem marcar um golzinho sequer. Vitória? Há dez jogos, uma velha lembrança…

Série A 2013: Náutico x Grêmio. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A primeira música internacional da Copa 2014, cantada por um pernambucano

The World is Ours, a música-tema da Copa do Mundo de 2014. Crédito: coca-cola/youtube

Um cantor pernambucano é o intérprete da música oficial da Copa do Mundo de 2014 para o público internacional.

Lenine? Alceu Valença? Não…

Foi David Correy – revelado no programa norte-americano The X Factor – o escolhido para interpretar a música da Coca-Cola para o Mundial.

Acompanhado pelo Monobloco, ele canta “The World is Ours”, o mundo é nosso. Assista abaixo à primeira das duas músicas oficiais em ingês para o torneio, ambas através de patrocinadores do evento.

Saiba mais detalhes sobre David Correy no hotsite.

Em junho, já havia sido lançada a música nacional da companhia para o torneio, com Gaby Amarantos, também em parceria com o Monobloco (veja aqui).

O reconhecimento do troféu do Nordestão

Troféu da Copa do Nordeste

Alguns troféus se confundem com as próprias competições.

Copa do Mundo, Eurocopa, Copa América, Liga dos Campeões e Libertadores são algumas das competições em que a taça dispensa legenda (veja aqui).

Obviamente, não é uma regra. Inúmeros campeonatos de futebol contam com novas peças a cada edição.

A Copa do Nordeste resolveu seguir o modelo dos principais torneios. A taça criada em 2013 continuará sendo erguida, no mínimo, até o regional de 2022.

Ainda mais após o resultado da pesquisa de mercado encomendada pelo canal Esporte Interativo, detentor dos direitos de transmissão do Nordestão.

Entre outras questões, as 1.552 pessoas ouvidas responderam sobre a fixação da taça e sobre o logotipo do torneio.

Pois a taça dourada, levemente inspirada no modelo da Champions League, foi reconhecida por 93,8% do público. Já a marca oficial da Copa do Nordeste foi lembrada por 88% dos entrevistados.

Jaguar: 0% de aproveitamento contra o Íbis

Jaguar, de Jaboatão dos Guararapes, em 2013. Fotos: Jaguar/facebook e Ibismania/facebook

Um feito incrível, condizente com a falta de estrutura que marca a segunda divisão profissional do futebol pernambucano.

Imagine quatro jogos contra o Íbis, todos eles no estádio Ademir Cunha, em Paulista. E diante do “pior time do mundo”, um restrospecto inexplicável. Pois é.

Quatro derrotas…

A Associação Desportiva Jaboatão dos Guararapes, o Jaguar, conseguiu a proeza de estabelecer o pior desempenho de um clube contra o Íbis.

O Pássaro Preto, com mais de 500 derrotas em 700 jogos oficiais, jamais havia sido tão carrasco na sua vida…

01/08/2012 – Íbis 3 x 2 Jaguar
26/09/2012 – Íbis 2 x 1 Jaguar
24/08/2013 – Íbis 1 x 0 Jaguar
11/09/2013 – Íbis 4 x 1 Jaguar

A estrutura do freguês alviazulino, com apenas um ano de história, justifica de certa forma o rendimento.

Não conta sequer com um estádio. Por mais que o objetivo na fundação, com o apoio da prefeitura, tenha sido representar o município no futebol local, o acanhado Jefferson de Freitas, no centro, segue sem condições até hoje.

Assim, vem atuando no Ademir Cunha, a 31 quilômetros de distância.

E os campos de treinamento? Começou no “Campo do 14 Bis”, no bairro de Socorro. Passou por outros gramados surrados. Segue andarilho. Nota-se que o Jaguar não é tão diferente do Íbis. Só não é famoso, ainda…

Para curtir a página oficial do Jaguar no facebook, clique aqui.

A 21ª classificação da Segundona 2013

Classificação da Série B 2013, na 21ª rodada. Crédito: Superesportes

O Sport já soma cinco jogos sem vitória na Série B, com quatro derrotas e um empate. Com a desandada em campo, despencou do G4 para a 8ª colocação, a seis pontos de distância do Joinville, que fecha o grupo dos classificados à elite.

Apesar da folha milionária, uma das maiores da segundona, o time apresenta um saldo negativo de gols, agora com a pior defesa da competição.

A 22ª rodada do representante pernambucano
14/09 – Sport x Figueirense (16h20)

Comissão técnica Neco/Bivar começa da pior forma no Leão

Série B 2013: ABC 4 x 2 Sport. Foto: FRANKIE MARCONE/FUTURA PRESS

Uma atuação vergonhosa do Sport. Não foi a primeira no ano, mas foi emblemática. Diante do lanterna da segunda divisão, o Leão foi goleado.

Derrota por 4 x 2, com amplo domínio do ABC, um carrasco em 2013. Em todos os gols, falhas gritantes da defesa. Posicionamento, lentidão, furada.

O goleiro Magrão, quase sempre contido, não escondeu a irritação com a quantidade de vezes que foi buscar a bola nas redes. Ao todo, já são 37 gols sofridos em 21 partidas. O adversário potiguar, por exemplo, levou 35.

Apesar da briga pelo acesso – que pelo futebol apresentado se parece mais com um sonho -, o Leão conseguiu a proeza de ocupar agora o status de defesa mais vazada da competição.

Na noite desta terça, em Natal, o fraquíssimo primeiro tempo em branco parecia indicar um jogo insosso. Na etapa final, com a desatenção do visitante, os gols do ABC saíram em escala industrial. Marcos Aurélio marcou um gol e acertou a trave três vezes, sendo um pingo de lucidez num mar de ostracismo técnico.

Em relação à marcação, em nenhum momento o esquema com três volantes deu certo. Pior. Fábio Bahia, que entrara no lugar do prata da casa Welton, nulo em campo, ainda foi expulso de forma infantil.

No fim, a certeza de muito trabalho para Neco. Sim, o interino foi efetivado como o técnico para o restante da Série B minutos antes da entrada no gramado.

Opção do presidente Luciano Bivar, que havia se queixado publicamente de Martelotte, por este não concordar com as suas “sugestões” na escalação. Supondo que isso tenha ocorrido já nesta partida, a comissão técnica Neco/Bivar começou da pior forma possível…

Série B 2013: ABC 4 x 2 Sport. Foto: FRANKIE MARCONE/FUTURA PRESS

Até a definição da CBF, o título nacional de 1986 segue gravado na marquise

Estádio Luiz Lacerda, do Central, em Caruaru. Foto: www.centralsc.com.br

Os estádios Luiz Lacerda, em Caruaru, e Presidente Vargas, em Campina Grande, têm alguns pontos em comum. Ambos alvinegros e localizados nas duas tradicionais capitais nordestinas do forró.

Porém, ao entrar nesses locais o torcedor se depara com mais um detalhe, de viés histórico, na mesma mensagem pintada de uma ponta a outra.

“Campeão brasileiro Série B – 1986”

Central e Treze. Os primeiros campeões nacionais de seus estados?

Curiosamente, Patativa e Galo não disputam a posse do mesmo título, até porque Criciúma e Inter de Limeira também entrariam na disputa.

Na verdade, os quatro clubes pleiteiam há quase três décadas a oficialização da disputa, num formato bem polêmico. Em 1986, a segundona nacional, até então chamada de Taça de Prata, foi substituída pelo “Torneio Paralelo da CBF”, dividido em quatro chaves, com nove times cada uma.

Os vencedores ascenderam à elite do Brasileirão no mesmo ano – fato comum naqueles tempos. Não houve uma final entre os quatro clubes, que desde então passaram a considerar a conquista, sem disputa pela exclusividade.

Posteriormente, Central e Treze foram incisivos no movimento à parte da falta de reconhecimento da CBF. Pediram autorização às respectivas federações estaduais para pintar em seus estádios o “título brasileiro”. Foram atendidos.

Já a Internacional de Limeira trata a conquista como Série B, mas ressalva a falta da chancela. O Criciúma, por sua vez, também lembra a trajetória em sua página na web, mas como Torneio Paralelo mesmo.

Registros nos sites oficiais: Central, Treze, Inter de Limeira e Criciúma.

Atas com pedidos de oficialização já foram encaminhados à CBF.

Nas mãos do diretos de competições da confederação, Virgílio Elísio, os documentos ainda estão sem respostas.

Nem sim nem não… Enquanto isso, os “títulos” seguem no Lacerdão e no PV.

Estádio Presidente Vargas, do Treza, em Campina Grande. Foto: www.trezefc.com.br

Tóquio 2016 e Rio de Janeiro 2020

Olimpíadas de 2016 (Rio de Janeiro) e 2020 (Tóquio)

O Rio de Janeiro será a primeira cidade sul-americana a sediar uma edição dos Jogos Olimpícos, o maior evento esportivo do planeta.

Em 2016, a Cidade Maravilhosa receberá o ciclo com um gasto estimado em 14,4 bilhões de dólares, com mobilidade, parque esportivo e organização na pauta, numa conta ainda aberta – e sem considerar o megainvestimento para o Mundial de 2014. Sem surpresa, tudo acontece às pressas.

Recém-eleita, Tóquio será o palco da olimpíada seguinte, em 2020. Com um plano bem metódico, a capital japonesa quer repetir a imagem deixada em 1964, em sua primeira seleção no Comitê Olímpico Internacional.

Desde já, um orçamento bem inferior ao brasileiro, de US$ 7,8 bilhões, com boa parte da verba investida na operação da Olimpíada.

Em relação à infraestrutura, as exigências para a metrópole asiática são mínimas. Com um sistema de transporte de ponta e segurança desenvolvida, o gasto com construções dever ser focado sobretudo na vila olímpica.

Com tantas renegociações de prazos e orçamentos no Brasil, em qualquer ação que tenha o poder público, rapidamente começou aquele pensamento de que se os dois eventos fossem invertidos, o Japão conseguiria cumprir o prazo antes.

Tóquio 2016 e Rio 2020?

Podem até parecer de complexo de vira-lata, e talvez até seja mesmo…

Contudo, é inegável que a ideia é bem plausível. Que não seja necessária!