Eurico e Severino, os heróis de uma tarde dedicada a Ariano.
Saídos diretamente de O Santo e a Porca e O Auto da Compadecida.
Chicó, o maior personagem, vestiu a 9, mas não esteve em seu melhor dia. Contudo, a obra do escritor rubro-negro é vasta. Do tamanho do Sertão.
Havia espaço para vários outros nomes.
Os atleticanos, no embalo de uma Recopa erguida em Minas, bem que tentaram acabar com um domingo em memória a Suassuna.
Pressionaram bastante, com muita qualidade. Tardelli, Maicossuel, Jô…
Pararam em João Grilo, vulgo Magrão.
Pois é. Do outro lado, encontraram adversários rebatizados, encarnando nomes já gravados na cultura nordestina… e brasileira.
Após um tempo de pouca ação do time de Ariano, a bronca no intervalo. Responsável pela formação, Eduardo Batista vai usando uma criatividade armorial para fazer o Sport render. Vem conseguindo.
Para isso, era preciso fazer a equipe acordar na marcação, melhorar as jogadas pelos lados e, sobretudo, chutar mais.
Não há reino mágico que faça isso tudo surgir sem esforço… E houve.
A tarde de alegria, como foi a vida de Ariano, começou com Severino, outrora Durval, lançando para Eurico, o improvável Felipe Azevedo. Bola nas redes.
Seguiu com o próprio Severino, regenerado, ampliando no buruçu.
No fim, o rebuliço ainda foi grande, mas Ariano teve uma merecida vitória, 2 x 1.
Foi uma partida dificílima na velha Ilha, mas só sei que foi assim…
Outro sábado trágico para o futebol pernambucano na segunda divisão. No Arruda, novamente liberado para a torcida (17.248 presentes), o Tricolor perdeu de virada para o líder Ceará. No Serra Dourada vazio (1.743 pessoas), o Alvirrubro até controlou o empate no primeiro tempo, mas no segundo, sem qualidade ofensiva, foi facilmente batido pelo Atlético Goianiense.
Os rivais, que disputarão o Clássico das Emoções dentro de duas rodadas, estão numa faixa da tabela cada vez mais próxima ao Z4.
No G4, dois catarinenses, um cearense e um mineiro.
A 14ª rodada dos representantes pernambucanos
29/07 – Náutico x Icasa (21h00)
02/08 – América-RN x Santa Cruz x Ceará (16h20)
A tabela segue com um jogo adiado. Na 5ª rodada, devido à greve da PM, Náutico x Vasco foi reagendado para 12 de agosto.
Rendimento técnico à parte, a semana no Náutico foi marcada pela dificuldade em controlar o ambiente, pesado por causa da crise financeira.
O Serra Dourada às moscas parecia uma pressão a menos. Porém, isso não basta (não mesmo) para o atual momento do Alvirrubro, o mais delicado desta nova gestão.
Antes dos cinco minutos, o goleiro Alessandro já havia feito uma grande defesa.
Seria pressão o tempo todo do Atlético-GO? O Náutico responderia? Nada disso. A partir dali, o primeiro tempo seria marcado pelo marasmo.
A vontade timbu de ao menos manter o empate – pois ofensivamente fio nulo – foi para o ralo aos nove minutos da etapa complementar.
Numa boa trama, a bola foi para Júnior Viçosa, que mandou no ângulo.
O técnico Sidney Moraes ainda mexeu, colocando Marcos Vinícius no lugar de Vinícius. Não adiantou.
Com o time estático, a derrota por 2 x 0 foi consolidada logo depois, aos 23, com André Luís, concluindo um cruzamento. Eram quatro alvirrubros na área.
Com 15 pontos, o Náutico soma quatro a mais que o Z4. Com o futebol apresentado, sem perspectivas de mudanças radicais, não é bom ignorar o cenário…
Nos jogos contra Vasco, Vila Nova e Ceará, o ataque do Santa Cruz marcou 5 gols.
Número de razoável para bom. O time balançou as redes nas três partidas, todas pela Série B a realizadas somente após a parada da Copa do Mundo.
Teoricamente, o Tricolor deveria ter galgado algumas colocações na tabela. Porém, o sistema defensivo vem pecando demais, comprometendo o rendimento.
Na Arena Pantanal, entre outros problemas táticos, Sandro Manoel esteve muito mal na cabeça de área. No Serra Dourada, a falta de atenção da zaga nos contragolpes foi fatal. Neste sábado, no Arruda, os espaços dados para o adversário produzir jogadas na linha de fundo matou a disputa.
Assim, os corais somaram três derrotas na segunda divisão, com 10 gols sofridos.
Dez! Algo preciso ser feito, pois a deficiência do setor – de Renan Fonseca, Everton Sena, Memo etc – vinha sendo alertada antes mesmo do Mundial.
Num jogo com duas viradas no placar ainda no 1º tempo, o Ceará fez 3 x 2 e manteve a liderança.
A volta do povão ao Arruda, após a pena aplicada pelo STJD, terminou com uma sonora vaia. Uma vaia que friamente seria dada para um setor específico…
O incomum formato do Campeonato Pernambucano, iniciado em dezembro do ano anterior à edição vigente, foi implantado nesta temporada.
As equipes do interior começaram a jogar em 8 de dezembro de 2013, enquanto os grandes só entraram em 9 de fevereiro de 2014, dois meses depois.
No entanto, desde a concepção deste regulamento houve a dúvida sobre como seria a realização do Estadual caso um grande tivesse que disputar a primeira fase, paralela à reta final do Campeonato Brasileiro.
Bastaria não obter a classificação ao Nordestão no ano anterior e o buruçu estaria armado. Dito e feito, logo na pioneira edição desta fórmula.
Como o Santa Cruz terminou em 4º lugar no certame local, o clube não conseguiu a vaga à Copa do Nordeste de 2015.
Disputará o Troféu Miguel Arraes (o 1º turno estadual)? Não exatamente…
Ao blog, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, adiantou que já foi criado um esboço para evitar que isso aconteça – valendo também para Náutico e Sport em caso de fiasco no Estadual dos próximos anos.
Assim, o Campeonato Pernambucano de 2015 terá um regulamento diferente pelo quarto ano seguido, bem diferente do que preza o Estatuto do Torcedor.
A partir de agora, o time que disputar as Séries A, B ou C já garantirá a presença na segunda fase local, mesmo fora do Nordestão.
A 1ª fase agora só tem um sentido: oferecer um lugar na Série D. Todos os envolvidos passariam automaticamente à 2ª fase, se juntando ao time de uma divisão superior que esteja fora do regional. Aí sim, uma etapa classificatória (e com chance de rebaixamento).
O Campeonato Pernambucano de fato, incluindo os participantes do regional, seria portanto a terceira fase (anteriormente era a segunda).
Só depois viria o mata-mata tradicional, com semifinal e final.
Sobre o número de partidas e datas, a FPF deve divulgar mais detalhes até setembro. Contudo, o esboço já está na mesa… Passa no arbitral?
“A Copa do Brasil é um torneio bem mais rentável que a Copa Sul-Americana”.
A frase é dita há tempos, numa verdade quase absoluta.
Ganhou ainda mais força em 2013 por causa do regulamento absurdo criado pela CBF, que obriga os clubes do país a escolher um torneio. A participação não pode ser paralela, o que ocorre com os torneios a partir das oitavas de final da Copa do Brasil. Desta forma, para competir na Sul-Americana é preciso ser eliminado no torneio nacional até a terceira fase.
Mas a frase supracitada deve cair em desuso em 2014. Basta ter atenção.
A premiação oficial do torneio da Conmebol, em dólar, teve um acréscimo de 64% para esta temporada, o que na prática significa um aumento de dois milhões de reais (mesmo com a cotação menor). Abaixo, os dados de 2013 e 2014 da “Sula”, mas com um adendo. O blog somou as cotas iniciais da Copa do Brasil – afinal, o clube receberia esta cota de toda maneira.
Assim, um time da Série A que sair da Copa do Brasil na 3ª fase (o máximo possível) e alcançar o título internacional, terá uma premiação absoluta de R$ 6 milhões, apenas R$ 135 mil abaixo do campeão da Copa do Brasil. Em 2013, a diferença neste mesmo contexto era muito maior, de R$ 1,974 milhão.
Como a Sul-Americana está diretamente atrelada à Copa do Brasil, nada mais justo que observar as verbas à disposição de um clube nas duas frentes…
2014 (US$ 1 = R$ 2,23)
Fase brasileira: US$ 150 mil (R$ 334,5 mil)
Oitavas: US$ 225 mil (R$ 501,7 mil)
Quartas: US$ 300 mil (R$ 669 mil)
Semifinal: US$ 360 mil (R$ 802,8 mil)
Vice: US$ 550 mil (R$ 1.226,5 milhão)
Campeão: US$ 1,2 milhão (R$ 2,676 milhões)
Total para o campeão da Sula de 2014: US$ 2,235 milhões (R$ 4.984.050)
Acumulado título + 3ª fase da Copa do Brasil – R$ 6.054.050
Acumulado título + 2ª fase da Copa do Brasil – R$ 5.624.050
Acumulado título + 1ª fase da Copa do Brasil – R$ 5.304.050
Total para o campeão da Copa do Brasil de 2014 – R$ 6.190.000
2013 (US$ 1 = R$ 2,44)
Fase brasileira: US$ 100 mil (R$ 244 mil)
Oitavas: US$ 140 mil (R$ 342 mil)
Quartas: US$ 180 mil (R$ 439 mil)
Semifinal: US$ 220 mil (R$ 537 mil)
Vice: US$ 300 mil (R$ 732 mil)
Campeão: US$ 600 mil (R$ 1,464 milhão)
Total para o campeão da Sula de 2013: US$ 1,24 milhão (R$ 3.025.600)
Acumulado título + 3ª fase da Copa do Brasil – R$ 4.025.600
Acumulado título + 2ª fase da Copa do Brasil – R$ 3.625.600
Acumulado título + 1ª fase da Copa do Brasil – R$ 3.325.600
Total para o campeão da Copa do Brasil de 2013 – R$ 6.000.000
Obs. O Sport recebeu duas cotas do torneio nacional em 2014. Ou seja, o acumulado máximo na campanha internacional seria de R$ 5,6 milhões.
O sorteio das chaves da Copa Sul-Americana de 2014 foi realizado no dia 20 de maio, num hotel de luxo em Buenos Aires.
O evento foi transmitido ao vivo pelo canal Fox Sports. Na cerimônia houve a exibição de painéis com os chaveamentos (acima). Relembre aqui.
Dois meses depois, na surdina e sem um motivo aparente, a Conmebol mexeu no tabuleiro. A mudança – notada por Emerson Santiago, torcedor do Sport – foi na ordem das composições da segunda fase, atingindo diretamente o Leão, agora com presença confirmada no torneio internacional.
Anteriormente, o vencedor do confronto Vitória x Sport (Brasil 1 x Brasil 8) foi apontado como o primeiro dos 16 duelos das oitavas da final, ou “O1”.
Em vez de enfrentar o O16, o adversário na fase seguinte agora será o O8.
Inicialmente, o Rubro-negro (pernambucano ou baiano) enfrentaria na fase internacional – a segunda do torneio – um desses quatro times: General Díaz (Paraguai) x Cobresal (Chile) e Deportivo La Guaira (Venezuela) x Atlético Nacional (Colômbia), que largam uma etapa antes dos clubes brasileiros. No formato anterior, justamente por ser o O1, jogaria a partida de volta em casa até a final.
Com a mudança, a fase preliminar no caminho do Leão (da Ilha ou da Barra) começará com o melhor da chave entre os vencedores de Itagüí (Colômbia) x Emelec (Equador) e Universidad Católica (Chile) x River Plate (Uruguai).
A bronca segue nas quartas de final, tendo como principais opositores o atual campeão Lanús (Argentina), o Peñarol (Uruguai) e o Deportivo Cali (Colômbia).
Na semifinal, os argentinos Boca Juniors e Rosário Centrale e os ainda desconhecidos “Brasil 3” e “Brasil 6”.
Na decisão? River Plate, Estudiantes de La Plata e os demais brasileiros.
Essa perspectiva é válida caso não ocorra uma nova transformação, como por exemplo a troca da posição destinada ao campeão do Nordeste (Brasil 8?). Pois é. Faltando menos de um mês para o início da competição, a CBF ainda não confirmou isso…
O Paysandu voltou a eliminar o Sport da Copa do Brasil na Ilha. Desta vez num contexto bem diferente. Em 2012, o Leão vivia uma crise técnica, sob o comando de Mazola. Foi arrasado em casa, com o Papão aplicando 4 x 1.
Em 2014, apesar do discurso, o Leão tinha um claro objetivo no torneio: ser eliminado antes das oitavas de final. Tudo para confirmar a vaga na Copa Sul-Americana, conquistada com o título nordestino. Conquistada, mas não sacramentada – numa situação constrangedora criada pela CBF.
Seguindo o regulamento à risca, tendo que abrir mão de uma competição, o Rubro-negro irá disputar novamente uma copa internacional. Será a 4ª participação do clube em torneios da Conmebol, com a Libertadores em 1988 (14º) e 2009 (11º) e a Sul-Americana em 2013 (16º) e 2014.
Um passaporte carimbado através de uma eliminação. A vitória por 3 x 2 sobre o time paraense, nesta quinta, com todos os gols marcados no primeiro tempo, foi insuficiente para avançar, pois perdeu no Mangueirão por 2 x 1.
Não por acaso a Ilha do Retiro esteve deserta, com apenas 1.276 pessoas, num cenário de luto por causa do escrito Ariano Suassuna, rubro-negro.
Para este jogo, o discurso da diretoria e da comissão técnica do Leão sobre a vontade em campo não convenceu a torcida na bilheteria. De toda forma, a contragosto, a missão foi cumprida. Copa do Brasil à parte, agora é curtir a América mais uma vez… com casa cheia.
O sorteio dos grupos da Copa do Nordeste de 2015 será realizado em setembro, no Recife, num evento transmitido para todo o país pelo canal Esporte Interativo. A cerimônia oficial, com a presença da direção da CBF, será a terceira do tipo no torneio, após as edições em Fortaleza (2012) e Salvador (2013).
Os nomes das bolinhas do globo já estão definidos. O regional terá 20 clubes, com cinco grupos com quatro equipes cada. Abaixo, a lista completa, após a assembleia da CBF que mudou a distribuição de vagas, e um resumo do histórico de cada clube na competição.
Além, dos quatro times do Piauí e do Maranhão, estados que nunca haviam participado do torneio, outras quatro equipes irão estrear no regional.
Por outro lado, os cinco campeões oficiais, desde 1994, estão presentes.
No início de junho, a poucos dias da abertura da Copa do Mundo de 2014, os presidentes das nove federações estaduais do Nordeste se reuniram na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
Em pauta, as diretrizes do Nordestão de 2015, que irá sofrer uma reformulação.
A aguardada adesão dos clubes do Piauí e do Maranhão está mais do que confirmada, mas o formato desrespeitou a ata votada em 17 de fevereiro, com uma (grave) consequência direta ao futebol pernambucano.
Há cinco meses, participaram representantes dos 16 times do regional de 2014, os presidentes das federações, o mandatário da Liga do Nordeste, Alexi Portela, e a direção do canal Esporte Interativo, com direito à foto oficial (abaixo).
Naquela ampliação do regional, de 16 para 20 clubes, a divisão seria a seguinte:
3 vagas – Bahia e Pernambuco 2 vagas – Alagoas, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe 1 vaga – Maranhão e Piauí 1 vaga – Atual campeão nordestino 1 vaga – Ranking da CBF, válido apenas para os times da região
Agora, esqueça esse modelo.
O presidente da FPF, Evandro Carvalho, confirmou ao blog que ao apresentar o formato na assembleia, acabou tendo uma surpresa na votação…
“Os presidentes das federações da Bahia e do Ceará acharam que Pernambuco ficaria muito forte com essa divisão de vagas e acabaram votando contra. Todos os outros estados seguiram o caminho. Meu voto foi o único nessa opção”.
Ou seja, derrota por 8 x 1 numa votação sobre uma ideia consumada, documentada. Nos bastidores, a política ignorou completamente a ata.
O estado teria quatro clubes em 2015, pois o Sport, campeão nordestino desta temporada, “abriria” uma vaga extra, no caso ao 4º lugar do Estadual, o Santa Cruz. Fora da competição, o Tricolor deixará de arrecadar no mínimo a cota de R$ 350 mil da primeira fase. Campeão, o Leão recebeu R$ 1,9 milhão.
No modelo aprovado, Pernambuco e Bahia seguem com três vagas, enquanto os demais têm duas, incluindo as federações incluídas. Eis os classificados:
Pernambuco – Sport, Náutico e Salgueiro Bahia – Bahia, Vitória e Serrano Alagoas – Coruripe e CRB Ceará – Ceará e Fortaleza Maranhão – Sampaio Corrêa e Moto Club Paraíba – Botafogo e Campinense Piauí – River e Piauí Rio Grande do Norte – América e Globo Sergipe – Confiança e Socorrense
Desta forma, o campeão regional segue sem vaga automática – um erro que fez com que o Campinense, campeão em 2013, ficasse ausente este ano por não ter conseguido a vaga no Estadual.
“Quando os outros presidentes tiveram a perspectiva de que Pernambuco e Bahia já têm três vagas, eles alegaram que o campeão do Nordeste ficaria entre os dois em 90% das vezes, dando sempre uma vaga a mais e enfraquecendo os outros. Na consequência disso, o Santa Cruz está fora. “
O novo formato deve ser com 5 grupos de 4 times, passando às quartas de final os líderes e os três melhores segundos colocados. Depois, mata-mata.
Apesar do revés político, a FPF ao menos realizará em setembro o sorteio do torneio. Fortaleza e Salvador foram as sede em 2012 e 2013, respectivamente.
No sorteio, por sinal, a saia justa parece certa… basta lembrar da ata rasgada.