Foi uma partidaça de futebol, bem jogada, batalhada e com muitos gols. Brasil e Uruguai fizeram valer a expectativa na Arena Pernambuco, que nunca havia recebido um jogo da Seleção. No primeiro tempo, pleno destaque para Neymar, armando e atacando, liso em campo. Na retomada, o atacante caiu, junto como todo o time. Levando em conta que do outro lado havia um poderoso ataque, a situação ficou complicada diante dos hermanos, com Cavani e Suárez balançando as redes e pressionando para virar. Ao todo, 20 finalizações (Uruguai 12 x 8). Entre as 45 mil pessoas presentes, várias conseguiram a proeza de não fixar o olhar no impecável gramado. Algumas porque não conseguiram chegar a tempo, devido à mobilidade falha na estrada, mas outras tantas preferiram ficar entretidas nos shows da área vip e nos incontáveis selfies. Acabaram desperdiçando uma oportunidade única. Só lamento.
Quem prestou atenção, no campo ou na tevê, reconheceu o esforço inicial do time de Dunga, superior na primeira metade do confronto. No decorrer da noite apareceriam os problemas defensivos, técnicos e táticos – também reflexo dos 128 dias sem jogo do time -, diretamente relacionados à reviravolta no placar, desorganizando o conjunto de vez. O Brasil abriu dois gols de diferença em apenas 25 minutos, com Douglas Costa e Renato Augusto – na verdade, a vantagem vinha desde os 40 segundos! A equipe jogou para ampliar, mas deu espaço, sem tanta pegada no meio-campo. E isso é algo fatal, pois a Celeste é especialista em deixar um jogo encardido mesmo fazendo pouco (até então).
O maestro Tabárez passou a investir nas costas dos laterais brasileiros, e foi buscar o empate através dos atacantes do PSG e do Barça, aos 30 da primeira etapa e aos 2 da segunda. Suárez, aliás, chegou a quatro gols na arena, marcando nas três vezes em que esteve no local (Espanha, Taiti e Brasil). E o que era uma festa, com cara de goleada, virou o clássico de sempre, com o time charrúa chegando bem perto da virada, sobretudo em cima do zagueiro David Luiz, com uma idolatria incompreensível na arquibancada.
No finzinho, Alisson salvou o Brasil de uma derrota em casa pelas Eliminatórias. o que nunca aconteceu. Livre, Suárez perdeu, com a defesa comemorada como um grito de gol. Como a pressão adversária continuou nos descontos, a paciência foi embora, com vaias da torcida verde e amarela. Não pela diversão (futebolisticamente falando, houve), mas pelo resultado, naturalmente. O empate em 2 x 2 acabou com uma sequência de oito vitórias consecutivas da Seleção atuando em Pernambuco. A arrancada havia começado justamente contra o Uruguai, em 1985, no Arruda. Mas eles não desistem, nunca…