A apresentação não foi a de um time com cara de campeão. A atmosfera, sim. Barateando os ingressos e entendendo a importância da pressão das arquibancadas, a direção do Sport teve uma resposta à altura. Esqueça o borderô, que apontou 21 mil espectadores, pois é cada vez mais difícil levar a sério os números em dias de lotação. A Ilha do Retiro estava cheia, pulsando. E como esse cenário fazia falta! Ao time e ao próprio torcedor, que se motiva ao ver os seus a caminho do mesmo lugar, consciente da missão a cumprir.
O jogo seria complicado, mas a tal missão não parecia a mais difícil da história do clube. Vencer o CRB pelo placar mínimo, em casa, é um resultado bem acessível, com todo respeito. Se em Maceió o Leão oscilou com bom futebol no primeiro tempo e apatia no segundo, no Recife a atuação foi “regular” nos noventa minutos, com muita raça e pouca imposição tática. No meio-campo, o volante Rithely, comemorando 250 jogos com a camisa rubro-negra, foi um gigante, desarmando, se movimentando e arriscando passes verticais. Ao seu lado, Serginho destoou demais, o que não virou um grande problema pois o alvirrubro alagoano veio disposto a se defender. Quase não se arriscou.
Enquanto isso, o Sport cansou de fazer ligação direta, mesmo com Diego Souza em campo. Danilo Fernandes saía jogando com um zagueiro (Durval ou Henriquez) e o beque mandava um lançamento, cortado facilmente pela zaga adversária. Não sei exatamente o que Falcão pretende com isso, mas é algo recorrente e sem tanta eficácia. Tocando a bola, a diferença na qualidade técnica poderia aparecer mais. Porém, por mais que tentasse, mal conseguia entrar na área, desperdiçando as poucas chances, através de Vinícius Araújo.
O tempo foi passando e o apoio da torcida ficou ameaçado de virar apreensão. Não chegou a tanto. Aos 28 da segunda etapa, Renê recebeu um ótimo passe de DS87 e definiu a vitória, 1 x 0. A reação do time de Mazola foi mínima, até porque passara o sábado fazendo uma cera miserável, num estilo “copeiro” que quase deu certo. Só restou a bola alçada para Neto Baiano, sem convicção, sem sucesso. Uma Ilha já vibrante festejou o apito final, com a terceira classificação seguida à semifinal do Nordestão, garantindo uma cota acumulada de R$ 1,38 milhão nesta edição. Com a Ilha assim, o Sport vai por mais.