Chile supera a Argentina de novo e é bi da Copa América em menos de um ano

Copa América Centenário 2016, final: Argentina (2) 0 x 0 (4) Chile. Foto: Conmebol/site oficial

Faz nem um ano que o Chile ganhou o seu primeiro título da Copa América. Aconteceu em 4 de julho de 2015. Passados 359 dias, o bi. Novamente diante da Argentina, outra vez numa final sem gols, decidida nos pênaltis. Sob olhares de 82 mil torcedores no Metlife Stadium, nos States, os chilenos mantiveram a aura de sua melhor geração futebolística. Time copeiro, de um senso coletivo de altíssimo nível. La Roja mereceu, passando o mata-mata da Copa América Centenário sem sofrer gols, contra mexicanos, colombianos e argentinos. Após um século de mãos vazias, duas taças em menos de uma temporada?

A proeza, acredite, não é inédita. O Uruguai foi o primeiro a levantar a taça sul-americana duas vezes em menos de um ano, em 02/12/1923 e 02/11/1924. Duas décadas depois, o bi dos argentinos, em 25/02/1945 e 10/02/1946. Falando em Argentina, o país mantém a seca de títulos desde 1993. E ainda viu o seu principal jogador, o melhor do mundo, Lionel Messi, isolar a sua cobrança.

Copa América Centenário 2016, final: Argentina (2) 0 x 0 (4) Chile. Foto: Conmebol/twitter (@conmebol)

Na véspera da final, houve uma confusão sobre o peso da Copa América Centenário, mas a situação foi esclarecida pela Conmebol, contabilizando o torneio como a 45ª edição. Contudo, o caráter especial do torneio em conjunto com a Concacaf fez com que a antecessora, a Copa América de 2015, presente no calendário regular, fosse o classificatório à Copa das Confederações de 2017, mantendo o status de “campeão vigente” até 2019, no Brasil – com os dois títulos chilenos, francamente, a resolução tornou-se indiferente.

Em 2019 o Brasil organizará o torneio pela quinta vez, após um hiato de três décadas. Até lá, o jejum das maiores potências do continente vai aumentando…

Ano do último título sul-americano e o tempo de jejum (total de títulos)
2016 – Chile, atual campeão (2)
2011 – Uruguai, 5 anos (15)
2007 – Brasil, 9 anos (8)
2001 – Colômbia, 15 anos (1)
1993 – Argentina, 23 anos (14)
1979 – Paraguai, 37 anos (2)
1975 – Peru, 41 anos (2)
1963 – Bolívia, 53 anos (1)

Copa América Centenário 2016, final: Argentina (2) 0 x 0 (4) Chile. Foto: Conmebol/site oficial

Argentina e Chile decidem novamente a Copa América, na 19ª final em 100 anos

A decisão da Copa América de 2016, Argentina x Chile. Crédito: Conmebol/twitter (@conmebol)

Separados pela Cordilheira dos Andes, argentinos e chilenos encaram um cenário inédito no futebol do continente, decidindo a Copa América em dois anos seguidos. Após a inédia conquista de La Roja em 2015, em casa, um novo confronto entre Messi, Vidal, Higuaín e Alexis Sánchez, agora em campo neutro. Bem longe, nos Estados Unidos, que recebem o torneio pela primeira vez, numa composição especial com dez seleções filiadas à Conmebol e seis à Concacaf.

Em 45 edições, esta é a 19ª final. Inicialmente chamado de Campeonato Sul-Americano, o torneio já teve inúmeros formatos. Começou com turno único, tendo uma decisão (“jogo desempate”) em caso de igualdade na pontuação. Assim, a primeira final ocorreu nas Laranjeiras, em 1919, no duelo entre brasileiros e uruguaios. Este clássico, aliás, é o mais recorrente, com quatro finais ao longo de um século. Em apenas três casos a decisão ocorreu em mais de um jogo, entre 1975 e 1983, com o formato sem sede fixa, em jogos de ida e volta. Em caso de empate, disputava-se um terceiro jogo em campo neutro.

Alguns jogos históricos, com status de final, na verdade aconteceram na última rodada de quadrangulares decisivos, como em 1989, com 132 mil pessoas no Maracanã assistindo ao gol de Romário sobre a Celeste. A partir de 1993, todas as edições tiveram fase de grupos, quartas, semi e final. Até hoje, considerando decisões de fato e de direito, foram onze confrontos distintos valendo a taça.

As finais da Copa América
1ª) 1919 – Brasil 1 x 0 Uruguai (Rio de Janeiro)
2ª) 1922 – Brasil 3 x 0 Paraguai (Rio de Janeiro)
3ª) 1937 – Argentina 2 x 0 Brasil (Buenos Aires)
4ª) 1949 – Brasil 7 x 0 Paraguai (Rio de Janeiro)
5ª) 1953 – Paraguai 3 x 2 Brasil (Lima)
6ª) 1975 – Peru x Colômbia: 0 x 1 (Bogotá), 2 x 0 (Lima) e 1 x 0 (Caracas)
7ª) 1979 – Paraguai x Chile: 3 x 0 (Assunção), 0 x 1 (Santiago) e 0 x 0 (B. Aires)
8ª) 1983 – Uruguai x Brasil: 2 x 0 (Montevidéu) e 1 x 1 (Salvador)
9ª) 1987 – Uruguai 1 x 0 Chile (Buenos Aires)
10ª) 1993 – Argentina 2 x 1 México (Guayaquil)
11ª) 1995 – Uruguai (5) 1 x 1 (3) Brasil (Montevidéu)
12ª) 1997 – Brasil 3 x 1 Bolívia (La Paz)
13ª) 1999 – Brasil 3 x 0 Uruguai (Assunção)
14ª) 2001 – Colômbia 1 x 0 México (Bogotá)
15ª) 2004 – Brasil (4) 2 x 2 (2) Argentina (Lima)
16ª) 2007 – Brasil 3 x 0 Argentina (Maracaibo)
17ª) 2011 – Uruguai 3 x 0 Paraguai (Buenos Aires)
18ª) 2015 – Chile (4) 0 x 0 (1) Argentina (Santiago)
19ª) 2016 – Argentina x Chile (Nova Jersey)

Finais mais repetidas
4 – Brasil x Uruguai
3 – Brasil x Paraguai e Brasil x Argentina
2 – Argentina x Chile
1 – Peru x Colômbia, Paraguai x Chile , Uruguai x Chile, Argentina x México, Brasil x Bolívia, Colômbia x México e Uruguai x Paraguai

O mata-mata da Eurocopa 2016, com módulo amarelo e módulo verde

Mata-mata da Eurocopa 2016. Crédito: twitter.com/euro2016

O chaveamento da fase final da Eurocopa 2016 deixou as maiores forças do continente agrupadas em um lado. Alemanha, Itália, Espanha, França e Inglaterra, as seleções campeãs mundiais. Do ouro lado, os emergentes. Não há sequer um campeão europeu, com Portugal e Bélgica entre os principais nomes. O mata-mata lembra uma composição com Módulo Amarelo e Módulo Verde, num paralelo conhecido do torcedor pernambucano, remetendo a 1987.

Após 36 jogos na fase de grupos, 16 dos 24 países avançaram às oitavas de final do torneio em andamento na França. Aliás, esta 15ª edição é a primeira com esta fase. De 1996 a 2012, o mata-mata começava nas quartas, enquanto de 1960 a 1992 ocorria ainda mais cedo, na semi. Com a ampliação da Euro, agora é preciso jogar sete vezes para levantar a taça. Tal formato, com alguns terceiros colocados passando da fase de grupos, é idêntico ao Mundial de 90 e 94. Curiosamente, o período de maior crítica acerca do nível técnico.

Pitacos do blog para a formação das quartas de final:

Polônia x Portugal, Gales x Bélgica, Alemanha x Itália e França x Inglaterra.

Confira a agenda da fase final do torneio europeu aqui.

Confira o retrospecto dos 18 países que já alcançaram ao menos a semifinal, com 8 deles ainda na disputa. Sendo cinco no “verde” e três no “amarelo”.

Os países que já ficaram entre os quatro melhores na Eurocopa de 1960 a 2012. Crédito: Wikipedia

Fifa 2017 x Pro Evolution Soccer 2017

Imagens dos jogos Fifa 2017 e PES 2017. Crédito: reprodução

Trailer lá e trailer cá. Confira os vídeos e compare. Qual a maior expectativa? 

As versões de 2017 das maiores franquias de futebol nos videogames, Fifa Football e Pro Evolution Soccer, foram apresentadas na E3, a maior feira de games do mundo, realizada anualmente em Los Angeles, nos EUA. Com lançamento mundial agendado para setembro, o Fifa e PES vão disputar o mercado no Playstation 4, Playstation 3, Xbox One, Xbox 360 e PC. 

Possivelmente, ambos devem contar com Sport e Santa Cruz licenciados..

Após o teaser, com direito à narração de Mourinho, a EA Sports liberou um novo vídeo com a grande novidade desta edição, o modo história. Numa espécie de “RPG”, o jogador controlará Alex Hunter, uma fictícia promessa londrina de 17 anos. Através de decisões e atuações, o rumo da carreira será escrito. Diversão offline, pois as disputas online devem seguir populares.

Principal concorrente da franquia, há 16 anos, a nova versão do Pro Evolution Soccer aposta na inteligência artificial dos jogadores, estendendo as possibilidades de jogo, como fintas e passes, incluindo ponto futuro. O primeiro vídeo do game, com um duelo entre Arsenal e Atlético de Madrid, levanta a bola do Control Reality, a ferramenta de edição da Konami para o novo PES.

O mata-mata da Copa América Centenário

Quartas de final da Copa América de 2016. Crédito: Conmebol/twitter

A primeira fase da Copa América Centenário teve 24 partidas, com a pujante média de 41 mil torcedores. A maior surpresa foi negativa, a eliminação precoce do Brasil em um grupo com Equador, Peru e Haiti. A Seleção, aliás, só conseguiu vencer a fraquíssima equipe haitiana. A campanha ridícula – foi a primeira vez que o país não ficou entre os oito melhores em 35 participações – resultou na saída de Dunga do comando técnico. Já a outra favorita de sempre, a Argentina, cumpriu bem o seu papel, ganhando os três jogos. Entre os 16 participantes, apenas os hermanos conseguiram a campanha perfeita.

O torneio especial de 2016, nos Estados Unidos, correspondendo à 45ª edição da história, já tem o mata-mata definido. Grandes nomes do futebol seguem na disputa, como Lionel Messi, James Rodríguez, Arturo Vidal, Di María, Guerrero, Agüero, Alexis Sánchez, Chicharito. Afunilando cada vez mais, até a decisão no Metlife, em Nova Jersey, no dia 26 de junho.

Estados Unidos/Equador x Argentina/Venezuela
Peru/Colômbia x México/Chile

Pitacos para a semifinal?
Para o blog, EUA x Argentina e Colômbia x Chile…

Entre os oito classificados, o número de semifinais/participações (1916-2015):
Argentina – 33 semifinais/40 participações (82,5%), com 14 títulos
Chile – 20/33 (60,6%), com 1 título
Peru – 15/30 (50,0%), com 1 título
Colômbia – 7/20 (35,0%), com 1 título
México – 5/9 (55,5%), com 2 vices
Equador – 2/26 (7,6%)
Estados Unidos – 1/3 (33,3%)
Venezuela – 1/16 (6,2%)

As medalhas olímpicas do Rio em 2016

As medalhas da Olimpíada de 2016. Foto: Rio 2016/twitter

Em 2016, no Rio de Janeiro, serão distribuídas 5.130 medalhas nas premiações, sendo 2.488 olímpicas e 2.642 paralímpicas. A peças, apresentadas pelo comitê organizador, foram produzidas pela Casa da Moeda do Brasil, com mais de 30% da prata e do bronze oriundos de reciclagem. Entre as novidades, os guizos nos modelos paralímpicos, sendo possível distinguir através do som a tipo da premiação, ouro, prata ou bronze. Inclusão, com o slogan “Um Mundo Novo”.

Confira as medalhas de ouro de 1996 a 2016 clicando aqui.

De 1920, quando a delegação brasileira estreou, até 2012, o país ganhou 108 medalhas, sendo 23 ouros, 30 pratas e 55 bronzes. Para esta edição, o COB projeta 27 medalhas no quadro geral. Saiba mais aqui.

Abaixo, o vídeo com detalhes da produção das medalhas para o evento no Rio.

A maior Eurocopa da história, a caminho do 15º campeão. Alguma camisa nova?

Campeões da Europa de 1960 a 2012. Crédito: Euro (@UEFAEURO)

A 15ª edição da Eurocopa, em 2016, é a maior da história do torneio, com 24 seleções. Com a França de país-sede pela terceira vez, após 1960 (a primeira, com apenas quatro times na fase final) e 1984, a chamada “Copa do Mundo sem Brasil e Argentina” reúne a nata do futebol no velho continente.

No sorteio dirigido, ficaram no pote 1 França, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Portugal e Bélgica. A Itália, em eterna crise (mas sem nunca deixar de ser favorita), caiu no pote 2, com outras boas equipes ainda mais abaixo, como Suécia, Irlanda e Turquia. Acima, os uniformes de todos os campeões europeus, desde a Союз Советских Социалистических Республик (a abreviação CCCP), o equivalente a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)

Nas últimas duas décadas, apenas um campeão inédito, com a surpreendente conquista da Grécia em 2004, diante dos portugueses, donos da casa e treinados por Felipão. A organização da Euro divulgou os uniformes de todos os campeões. Há espaço para uma camisa nova no pódio desta edição?

Campeões da Euro
1960 – União Soviética (extinta)
1964 – Espanha
1968 – Itália
1972 – Alemanha Ocidental (unificada)
1976 – Tchecoslováquia (extinta)
1980 – Alemanha Ocidental (unificada)
1984 – França
1988 – Holanda
1992 – Dinamarca
1996 – Alemanha
2000 – França
2004 – Grécia
2008 – Espanha
2012 – Espanha

Confira o retrospecto dos 18 países que já alcançaram ao menos a semifinal…

Os países que já ficaram entre os quatro melhores na Eurocopa de 1960 a 2012. Crédito: Wikipedia

Sport e Santa Cruz já articulados para o game Fifa 2017. Juntos após nove edições

Meme: a "capa" do Fifa 2017, com Diego Souza (Sport) e Grafite (Santa Cruz). Arte: Paulo Lima /divulgaçãoi (‏@cravo19)

Os clubes brasileiros começaram a ser licenciados no game Fifa Football em 2001, ainda para Playstation 1 e 2. Até então, versões genéricas. E o processo cresceu, na exigência da documentação e na riqueza de detalhes de cada equipe, com alguns estádios do país já digitalizados, no embalo do avanço tecnológico. Apenas quatro versões contaram com representantes pernambucanos, sendo uma nos últimos sete anos, com o Náutico. Para o 2017, os dois times mais populares do estado devem estar presentes.

O jogo, com lançamento agendado para 29 de setembro, para PS4, PS3, Xbox One e Xbox 360, mira o futebol do país após uma turbulência burocrática. Sport e Santa já entraram em contato com a EA Sports, a produtora, para oficializar a presença. Ato importante, pois a demora tirou o clube do lançamento anterior – apenas 16 times assinaram. Já o tricolor entrou no “mercado” ao retornar à elite, prerrogativa básica – só em casos excepcionais um time da segunda divisão é contratado. Rubro-negros e tricolores não aparecem com nome, escudo, uniforme e elenco oficiais desde 2009 e 2008, respectivamente.

Em relação aos jogadores – leoninos e corais já estão recebendo os contratos para uso de imagem -, astros como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo ganham trabalhos minuciosos de digitalização, mas não se surpreenda se Diego Souza e Grafite também chegarem com versões digitais num Clássico das Multidões com a devida chancela. Quanto à capa no post, trata-se de uma versão fictícia. Contudo, em um mercado hiperlocalizado dá para imaginar a vendagem…

Clubes brasileiros no Fifa
2001 – 13 times
2002 – 13 times
2003 – 15 times
2004 – 16 times
2005 – 16 times
2006 – 16 times
2007 – 22 times (Santa Cruz)
2008 – 24 times (Náutico, Santa Cruz e Sport)
2009 – 26 times (Náutico e Sport)
2010 – 20 times (N. Recife e S. Recife, os genéricos de Náutico e Sport)
2011 – 20 times
2012 – 20 times
2013 – 20 times (N. Recife e S. Recife)
2014 – 21 times (Náutico)
2015 – sem times brasileiros
2016 – 16 times
2017 – quantidade indefinida (Santa Cruz e Sport)

Assista ao primeiro trailer do Fifa 2017.

Dunga e Taffarel de volta ao Rose Bowl

Tetracampeões em 1994, Gilmar, Taffarel e Dunga caminham no Rose Bowl em 2016. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

Nostalgia pura a passagem de Dunga, 52 anos, o técnico da Seleção Brasileira, e Taffarel, 50, o preparador de goleiros da equipe, no gramado do Rose Bowl, palco da final da Copa do Mundo de 1994. Se no presente o trabalho da comissão é contestado, há 22 anos a idolatria foi construída, com ambos entre os principais nomes do tetra, encerrando um longo jejum no futebol do país.

Então capitão, numa patente justa, Dunga marcou o terceiro gol da série, que terminaria no chute isolado por Baggio, enquanto Taffarel, dono absoluto da camisa 1, defendeu a cobrança de Massaro, diante de 94.194 torcedores.

Nesse tempo todo, o Brasil só voltou a Pasadena uma vez, num amistoso conta os donos da casa, há quinze anos. O destino recolocou a Seleção no estádio na estreia da edição centenária da Copa América, em 2016. Na véspera da partida, a dupla fez um passeio no gramado (novo), também na companhia de Gilmar Rinaldi, terceiro goleiro do tetra. Lembranças de quem fez história. Assista.

Jogos da seleção principal no Rose Bowl
13/07/1994 – Brasil 1 x 0 Suécia (semifinal da Copa do Mundo)
17/07/1994 – Brasil (3) 0 x 0 (2) Itália (final da Copa do Mundo)
03/03/2001 – Brasil 2 x 1 Estados Unidos (amistoso)
04/06/2016 – Brasil x Equador (estreia da Copa América)

Os dez nomes dos Refugiados Olímpicos, representando mais de 60 milhões

Time dos refugiados nos Jogos Olímpicos de 2016. Crédito: unhcr.org

Pela primeira vez na história, a Olimpíada irá acolher uma equipe de refugiados durantes as competições. Uma equipe pequena, mas que representa um duro tema atual, com números exorbitantes. Somente em 2015, segundo a ONU, mais de 60 milhões de pessoas que fugiram de seus países devido às guerras e perseguições, na maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial.

Oficialmente chamado de Team Refugee Olympic Athletes (Team ROA), a delegação terá dez nomes, já confirmados pelo comitê olímpico internacional após uma seletiva com 43 candidatos. Com tratamento idêntico às 206 nações filiadas, o “Time de Refugiados” participará de todo o programa no Rio de Janeiro, como as boas vindas na cerimônia de abertura no Maracanã, marchando à frentes do país-sede, inclusive, e alojamento na Vila Olímpica, tomada por quase 11 mil competidores. Em qualquer representação do time, incluindo algum pódio, a bandeira e o hino serão os temas olímpicos oficiais.

O grupo, formado por seis atletas, dois nadadores e dois judocas, recebeu suporte para treinamento, incluindo técnicos e preparados físicos. A pretensão é simples. Literalmente, competir. Todos os custos são providos pela organização assistencialista Olympic Solidarity, numa ajuda que deve se estender após o evento na Cidade Maravilhosa e às próximas edições, ampliando a equipe.

Treinamento da equipe de atletismo do time de refugiados. Crédito: unhcr.org

Conheça os atletas da 207ª delegação dos Jogos Olímpicos de 2016…

James Nyang Chiengjiek, 28 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalidade: atletismo (800 metros)
“Correndo bem, eu estarei fazendo algo bom para ajudar os outros”

Yusra Mardini, 18 anos
Naturalidade: Síria
Refúgio: Alemanha
Modalidade: natação (200 metros livres)
“Eu quero mostrar a todos que depois da dor, depois da tempestade, vêm dias calmos”

Yolande Mabika, 28 anos
Naturalidade; Congo
Refúgio: Brasil
Modalidade: judô (peso médio)
“Judô nunca me deu dinheiro, mas me deu um coração forte”

Paulo Amotun Lokoro, 24 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalide: atletismo (1.500 metros)
“Antes de eu chegar aqui, eu não tinha nem tênis para treinar”

Rami Anis, 25 anos
Naturalidade: Síria
Refúgio: Bélgica
Modalidade: natação (100 metros borboleta)
“A piscina é a minha casa”

Treinamento da equipe de natação do time de refugiados. Crédito: unhcr.org

Yiech Pur Biel, 21 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalidade: atletismo (800 metros)
“Eu posso mostrar aos meus companheiros refugiados que eles têm chance e esperança na vida”

Rose Nathike Lokonyen, 23 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalidade: atletismo (800 metros)
“Eu estarei representando o meu povo no Rio”

Popole Misenga, 24 anos
Naturalidade: Congo
Refúgio: Brasil
Modalidade; judô
“O judô me ajudou dando-me serenidade, disciplina e compromisso”

Yonas Kinde, 36 anos
Naturalidade: Etiópia
Refúgio: Luxemburgo
Modalidade: atletismo (maratona)
“Nós podemos fazer tudo no campo de refugiados”

Anjelina Nadai Lohalith, 21 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalidade: atletismo (1.500 metros)
“No último ano, a fome foi muito difícil”

Treinamento da equipe de judô do time de refugiados. Crédito: unhcr.org