Os caminhos paralelos de Ciro e Lessa, da revelação ao ostracismo em seis anos

Anderson Lessa no Cruzeiro em 2010 e no Náutico em 2008. Ciro no Sport em 2008 e no Fluminense em 2011

Os atacantes Ciro e Anderson Lessa surgiram como craques. Aos 19 anos, ambos eram as maiores esperanças de Sport e Náutico para um grande negócio.

O primeiro marcou 32 gols nos Estadual de juniores daquele ano. O outro foi o vice-artilheiro, com 30 gols. Mal se conheciam, mas já escreviam uma história bem parecida…

No mesmo ano o futebol pernambucano realizou a sua melhor campanha no Brasileiro Sub 20, organizado anualmente no Rio Grande do Sul. O Clássico dos Clássicos foi uma das semifinais da competição. Nos dois times, Lessa e Ciro eram as principais atrações, ambos com contratos bem amarrados, até dezembro de 2012 e agosto de 2013, respectivamente.

Claro, foram negociados. Estão entre os 24 atletas vendidos no estado por pelo menos um milhão de reais. O primeiro a sair foi o alvirrubro, em 2010, com destino ao Cruzeiro, por R$ 2,6 milhões. Na temporada seguinte foi a vez do rubro-negro, por R$ 4,1 milhões, ao Fluminense.

Se mandaram ao eixo principal do futebol no país. Pra mudar de vida. Ganharam oportunidades, mas nunca deslancharam.

Escassez de gols, lesões, falta de confiança, transferências para clubes menores…

…e seis anos depois, hoje aos 25 anos, tentam voltar às suas primeiras casas.

Lessa foi dispensado do ASA e Ciro está encostado no Figueirense.

Ambos deram entrevistas ao Globo Esporte, em momentos distintos, relatando a falta de cabeça nos primeiros anos de estrelato. É quase uma regra diante da brusca mudança da base, sem o lastro da estrutura familiar.

Certamente, estão mais maduros. Devem ter aprendido com os erros.

Uma nova chance nos Aflitos e na Ilha do Retiro? Houve quase um pedido por isso.

Antes de uma oportunidade em campo, Anderson e Ciro poderiam ajudar repassando as suas histórias aos jovens ainda sem fama e dinheiro no Sub 15, Sub 17 e até Sub 20 nos grandes clubes pernambucanos.

Afinal, os dois atacantes não foram os primeiros a cair nesta armadilha do futebol. Porém, o fato de duas vidas terem sido tão parecidas diz muito sobre o rápido processo de profissionalização que o mercado exige…

A 10ª vitória alvirrubra estimula de vez o sonho do acesso

Série B 2014, 22ª rodada: Ceará x Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A chegada de Dado Cavalcanti parece mesmo ter transformado o ambiente do Náutico, mais leve. Procurou alternativas táticas e soube controlar a crise financeira.

Em sete partidas sob seu comando, são cinco vitórias alvirrubrs, um empate e apenas uma derrota. A briga contra o rebaixamento, que parecia certa, ficou no passado nesta Segundona.

O sonho agora é real, mirando o alto da tabela. Com 34 pontos, o Náutico está a apenas quatro da zona de classificação à elite nacional. Portanto, em vez de Z, o G4. Uma recuperação com nome e sobrenome e com a força (quem diria) da Arena Pernambuco…

Com Sassá inspirado no primeiro tempo, concluindo um cruzamento após falha da zaga e batendo cruzado (chegando a 3 gols em 9 partidas), o Timbu venceu a bem armada equipe do Ceará por 2 x 1, nesta chuvosa sexta-feira. O Vozão até procurou o ataque, mas se viu encurralado pelo enorme espaço dado para os contragolpes.

Na etapa complementar, a partida foi mais disputada, com o veterano atacante Magno Alves ganhando da defesa da casa e diminuindo aos 16. Foi o seu 13º gol na Série B e o 30º no ano (é artilheiro do país em 2014).

O gol, obviamente, trouxe o time alvinegro ao campo timbu, mas a barreira vermelha e branca se manteve bem postada, na raça. Manteve o sonho vivo, para a alegria do crescente público em São Lourenço…

Série B 2014, 22ª rodada: Ceará x Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Bíblia do Flamengo admite que havia o cruzamento com o Sport em 1987

Bíblia do Flamengo. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A redação do Diario de Pernambuco costuma receber dezenas de livros todos os anos. As publicações são enviadas ao jornal tanto pelas editoras quanto pelos próprios autores. O fato ocorre até na editoria de esportes.

Por aqui, chegou a Bíblia do Flamengo, já em sua segunda edição, de 2010.

Do livro de 205 páginas escrito por Luís Miguel Pereira, com prefácio do ídolo Zico, houve o interesse imediato do blog, claro, sobre a versão do rubro-negro carioca acerca do polêmico Campeonato Brasileiro de 1987.

Para a minha surpresa, a bíblia flamenguista não esconde o ponto-chave do caso, com a previsão dos cruzamentos entre os módulos amarelo e verde, com um cruzamento envolvendo Sport, Guarani, Flamengo e Internacional.

Eis a íntegra do texto presente na página 65. Um versículo importante do futebol.

Os trechos sublinhados são as observações do blog…

Resposta a verdade de um título

Em 1987, o Campeonato Brasileiro foi dividido em dois módulos, verde e amarelo. O Flamengo venceu o primeiro enquanto o Sport ganhou o segundo. O regulamento previa o cruzamento dos dois campeões para apurar quem ficava com título desse ano. Mas o Flamengo se recusou a defrontar o Sport, por considerar a vitória no módulo verde chegava para ser campeão. A CBF promoveu então um encontro Sport e Guarani – 1º e 2º do módulo amarelo – para apurar o vencedor. O Sport venceu e foi declarado oficialmente campeão brasileiro de 1987. Mas o Flamengo e a maioria da opinião pública atribuiu sempre o título aos rubro-negros, no caso, o tetracampeonato, já que o campeonato do módulo verde foi organizado pelo Clube dos 13, integrando os clubes brasileiros mais fortes. Em 2009, na festa de comemoração do hexacampeonato para o Flamengo, a CBF – através do seu presidente, Ricardo Teixeira – reconheceu pela primeira vez que o título de 1987 também foi ganho pelo Flamengo. “Desejo boa sorte para a Patrícia (presidente do Flamengo) e, por favor, quero ser heptacampeão”, disse Ricardo Teixeira confirmando o hexa e, por consequência, o tetra 87.

Bíblia do Flamengo, página 65. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Podcast 45 minutos (59º) – Vitória do Sport, Patric, Neto Baiano e prévia da B

Edição do 45 minutos voltada à vitória rubro-negra sobre o Santos, na Arena Pernambuco. Análise da partida, da atuação de Patric e das reclamações de Neto Baiano, que ficou no banco. No fim, análise sobre os próximos jogos de Náutico e Santa na Série B – o podcast sobre as últimas apresentações de alvirrubros e tricolores está aqui.

O 59º podcast teve 1h23min de gravação. Estou na discussão com Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser!

Classificação da Série A 2014 – 20ª rodada

Classificação da Série A 2014, na 20ª rodada. Crédito: Superesportes

A bela vitória sobre o Peixe, na Arena Pernambuco, fez o Sport subir novamente na tabela de classificação do Brasileirão. Voltou ao 7º lugar. Esta tabela, com número par, revela um visual mais correto da tabela (na opinião do blog), com todos os participantes com o mesmo número de jogos como mandante e visitante (hoje, 10/10).

Na liderança, o Cruzeiro virou o jogo sobre o Bahia e manteve a vantagem, de 7 pontos. Na próxima rodada, a primeira “final” do ano, no jogo contra o São Paulo, no Morumbi.

A 21ª rodada do representante pernambucano
13/09 – Chapecoense x Sport (18h30)

Jogos em Santa Catarina pela elite: nenhum.

O duro caminho do sócio coral no Arruda

Acesso às sociais do Arruda em 9 de setembro de 2014 (Santa Cruz 1x0 Portuguesa). Foto: Crhis Maciel/twitter

A imagem é degradante. Um corredor escuro, manchado, poças d’água, lodo…

Acredite, esse é o caminho de acesso dos sócios do Santa Cruz ao seu espaço especial no estádio do Arruda, embaixo das cabines de rádio e tevê.

A imagem foi feita por um torcedor no jogo contra a Portuguesa, na estreia do padrão alvinegro, em 9 de setembro.

Ao mesmo tempo em que foto espanta (e infelizmente não é nova), gera curiosidade a repulsa de alguns torcedores corais, entre eles muitos sócios, ao fato de o clube mandar algumas partidas na Arena Pernambuco.

O estádio da Copa do Mundo em São Lourenço da Mata irá abrigar quatro partidas dos corais na Serie B. Existe uma negociação para levar uma quinta partida, o duelo contra o Bragantino.

Arena à parte, o patrimônio do Tricolor merece mais cuidado (dos rivais idem).

A última grande reforma no local foi em meados de 2009, orçada em R$ 4 milhões, na então gestão de Fernando Bezerra Coelho, que articulou junto a investidores de Suape. Desde então, pequenas obras e pinturas na área externa.

Cinco anos depois, velhos problemas voltam a constranger o torcedor tricolor internamente, embaixo das arquibancadas…

O maior orgulho do Santa Cruz merece uma atenção geral. Seu sócio também.

Sociais do Arruda em 2014. Foto: http://www.santacruzpe.com.br

A boa aceitação do plano de sócios e a inexplicável baixa adesão no Recife

Programa de sócios de Náutico, Santa Cruz e Sport. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O resultado da enquete do blog sobre a opinião das torcidas em relação aos planos de sócios dos clubes foi bem contraditório. Mais da metade das três grandes torcidas do estado apontaram como “bom” o plano de 2014.

No âmbito geral, foram 897 participações, com a seguinte divisão: bom 59,19%; regular 26,53%; ruim 14,27%. No fim da postagem, os dados separados de cada time local. A contradição desses dados vem do fato do número de torcedores associados em dia. Primeiramente, vamos ao ranking da campanha nacional de descontos para sócios torcedores criada pela Ambev.

Futebol Melhor (sócios titulares e dependentes com pelo menos 18 anos):
1º) Santa Cruz – 20.518
2º) Sport – 13.655
3º) Náutico – 4.013

A direção da Ambev vem fazendo uma varredura nos quadros de sócios de todos os times brasileiros inscritos no programa, com o objetivo de evitar que associados que não estejam em dia sigam com o benefício do desconto em mais de 600 produtos no país. O Leão, por exemplo, chegou a ter 23 mil pessoas cadastradas no ranking nacional, mas o número foi revisado.

O ranking nacional da Ambev, em vigor há um ano e meio, não leva em conta o quanto de fato os clubes arrecadam com mensalidades. Assim, é preciso relatar o número atualizado de sócios titulares na Ilha do Retiro, Arruda e Aflitos.

Sócios títulares em dia*:
1º) Sport – 9,6 mil
2º) Santa Cruz – 8,5 mil
3º) Náutico – 3,9 mil

* Número informado pelos próprios clubes.

No Recife, o trio de ferro conta com apenas 22 mil sócios titulares em dia. É um dado baixíssimo considerando o universo estimado nas pesquisas de torcida. Menos de 1%, na verdade. Eis a quantidade absoluta mais recente no estado, de acordo com o estudo do Ibope, em agosto de 2014…

1º) Sport – 2.421.848
2º) Santa Cruz – 2.210.052
3º) Náutico – 488.053

Ou seja, considerando somente os sócios titulares de cada rival, esses números representariam na quantidade geral de cada time: Sport 0,39%, Santa Cruz 0,38%, Náutico 0,79%. Somando as três massas pernambucanas, com 5.119.953 torcedores, a adesão no quadro de associados é pífia, de 0,42%.

O plano pode ser até bom… mas a adesão não está coerente.

O que você acha do plano de sócios do seu clube, entre vantagens e custo?

Rubro-negro – 405 votos
SportBom – 58,52%, 237 votos
Regular – 29,38%, 119 votos
Ruim – 12,09%, 49 votos

Tricolor – 367 votos
Santa CruzBom – 62,12%, 228 votos
Regular – 24,52%, 90 votos
Ruim – 13,35%, 49 votos

Alvirrubro – 125 votos
NáuticoBom – 52,80%, 66 votos
Ruim – 24,00%, 30 votos
Regular – 23,20%, 29 votos

Incendiando o ataque, Patric marca três vezes contra o Santos

Série A 2014, 20ª rodada: Sport x Santos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Eduardo Batista surpreendeu ao colocar Neto Baiano no banco. Manteve Felipe Azevedo e Érico Júnior no ataque, numa dupla improvável, e que não surpreenderia ninguém na noite. Não eles, mas um certo lateral sim.

O primeiro tempo do Sport foi muito ruim, com o time completamente envolvido pelo Santos. O Peixe abriu o placar aos 24 minutos, com Thiago Ribeiro, e só não ampliou por causa da morosidade nas conclusões e por causa de uma defesaça de Magrão.

Sobre o gol paulista, é válido relatar a falta claríssima sofrida por Ibson no início do lance. O árbitro deixou o jogo correr o tempo todo, irritando bastante os jogadores dos dois times, diga-se.

No finzinho da primeira etapa, num lance isolado, Danilo cruzou e Patric apareceu de surpresa, cabeceando para empatar. O gol, claro, acordou a torcida, que já vinha numa pressão danada em alguns altlas, sobretudo Érico e Ferron.

A chuva apertou no segundo tempo. Com estrutura, o campo da Arena Pernambuco continuou em bom estado. Vitor voltou no lugar de Érico para dar mais agilidade ao lado direito, dando total liberdade ao camisa 2.

Ali, eram quatro laterais e apenas um atacante em campo. Contudo, isso vale apenas na nomenclatura, pois Patric jogou demais. Como atacante…

O Santos até voltou melhor, mas o Sport reagiu rapidamente. Num longo lançamento, o ala virou o jogo, pegando de primeira. Eram sete minutos, com a chuva cada vez mais forte. Na conta, dois gols do centroavante na noite. E ainda havia tempo…

A partida ficaria complicada depois disso, com o alvinegro buscou demais o empate, com o Sport bem retraído. O visitante ainda teria um gol mal anulado aos 36 minutos, pois não havia impedimento na jogada.

Aos 45, em outro lançamento, desta vez Patric dominou, ganhou do zagueiro na corrida e bateu cruzado, 3 x 1. Outro gol de quem deveria vestir a 9!

Com cinco gols, Patric é o artilheiro do Sport no Brasileirão. Diz muito.

Série A 2014, 20ª rodada: Sport 3x1 Santos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

O camisa 1 com o uniforme 1

Magrão com uma camisa especial no jogo contra o Santos, na Arena Pernambuco, em 10 de setembro de 2014. Foto: Sport/facebook

Após dez anos atuando no Sport, Magrão enfim foi agraciado com o uniforme tradicional do clube, com as listras rubro-negras.

Na posição de goleiro, sempre teve que vestir, claro, padrões especiais, em cores distantes. Verde, azul, cinza, dourado etc. Rubro-negro, jamais.

Numa ação de marketing ao lado da Adidas, no lançamento do terceiro padrão do time (laranja) contra o Santos, pela Série A, a direção decidiu homenagear o experiente ídolo leonino.

No país, o pioneirismo coube ao São Paulo, com o goleiro Rogério Ceni jogando sempre com a camisa de “linha”. Quando o time joga de branco, ele usa o padrão tricolor listrado verticalmente.

Fluminense e Coritiba também já haviam adotado a ideia com seus goleiros…

Rogério Ceni com a camisa tradicional do São Paulo. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Podcast 45 minutos (58º) – Vitórias de alvirrubros e tricolores e prévia do Sport

As apertadas vitórias de Santa Cruz e Náutico na segunda divisão foram debatidas, com análise sobre o rendimento em campo e o que a tabela aponta para o futuro. Espaço também para a volta do Sport à Arena Pernambuco, com novo padrão. Tudo isso na nova edição do 45 minutos.

O 58º podcast teve 1h20min de gravação. Estou na discussão com Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser!