Sport, Santa Cruz e Náutico renegados na abertura da Jeep, um cenário recorrente

Charge: Samuca, do DP/D.A Press (adaptada)

Anunciada em 2010, a fábrica da Fiat, em Goiana, previa um investimento de R$ 3 bilhões e 3,5 mil empregos. Quase cinco anos depois, a inauguração num cenário ainda melhor, com um aporte de R$ 6 bilhões e 5,3 mil empregos gerados, com a fábrica já especificada com a marca Jeep, um dos tentáculos da multinacional criada em 2014, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA).

O primeiro modelo produzido é emblemático, o Renegade. Quando a operação da planta chegar ao pico, a expectativa é de 10 mil pessoas empregadas. O número faz parte da projeção do produto interno bruto de Pernambuco, que deve dobrar até o fim desta década, batendo na casa de R$ 140 bilhões, incluindo o desenvolvimento no complexo de Suape.

Agora, o futebol. Nesse tempo todo, dirigentes de Náutico, Santa e Sport tentaram estreitar a relação com a empresa, através de encontros em bloco com a direção regional. Dentro da própria Fiat “parecia” haver a ideia de que um investimento nos três grandes clubes seria uma forma interessante de “marcar espaço na região” – em 2010, houve uma articulação sobre uma cota de R$ 200 mil, não firmada. Não seria a primeira vez. Em 2003, a Fiat bancou o patrocínio-master de Cruzeiro, Atlético-MG e América. Não por acaso, a montadora tem uma fábrica em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Contudo, a abertura da Jeep em Pernambuco coincidiu com a notícia do novo patrocínio ao Flamengo, inicialmente de R$ 4,5 milhões (barra traseira da camisa). A escolha partiu para um claro viés nacional. Em termos de mercado, é bem compreensível. E caso os clubes locais sigam renegados, este será mais um exemplo de um cenário já alertado, sobre a não reversão do crescimento econômico do estado para o esporte. Exceção feita à Itaipava, presente em Itapissuma, e com o naming rights da Arena Pernambuco e a exploração de espaços e bares no Arruda, nenhuma grande indústria aberta por aqui nos últimos tempos se articulou para patrocínio de camisa, o formato mais rentável.

No texto publicado há quatro anos, o blog fez o seguinte questionamento:
Inércia dos clubes, falta de interesse das indústrias ou negociações arrastadas?

Considerando a abertura do trio, talvez seja falta de interesse mesmo…

Todas as seleções oficiais do Campeonato Pernambucano, de 2003 a 2015

Troféu Lance Final

Os onze melhores do campeonato. Alguns renomados, incontestáveis. Outros de brilho fugaz, surpreendentes. Mas todos eles eleitos de forma democrática. A seleção oficial do Campeonato Pernambucano foi oficializada pela FPF em 2003, através do Troféu Lance Final, organizado pela Rede Globo.

Nas 13 edições, até 2015, foram entregues 143 taças especiais para os mais votados em cada posição, considerando a clássica formação 4-4-2 (lista completa abaixo). Ao todo, onze clubes foram agraciados. Nesta conta, 107 jogadores levaram a estatueta, alguns mais de uma vez, como o goleiro Magrão e o zagueiro Durval, os recordistas, com 6. Cinco atletas conseguiram vencer em clubes diferentes e um, Moacir, ganhou em duas posições distintas.

Ranking de premiações: Sport 61, Santa Cruz 40, Náutico 22, Central 6, Salgueiro 4, Itacuruba 3, Ypiranga 2, Porto 2, América 1, AGA 1 e Vitória 1.

Se fosse possível escalar um time só com os maiores vencedores de cada posição, desempatando a favor do primeiro premiado, eis a formação: Magrão (6); Osmar (2), Durval (6), Batata (2) e Dutra (3); Hamilton (4), Daniel Paulista (2), Geraldo (2) e Marcelinho Paraíba (2); Carlinhos Bala (3) e Kuki (3).

À parte da seleção, há o grande prêmio anual, para o melhor jogador do torneio. Kuki e Carlinhos Bala são os únicos eleitos em duas oportunidades.

Craque do campeonato (13 prêmios) – Sport 5, Santa Cruz 5 e Náutico 3.

Em relação ao sistema de votação, nos primeiros anos a escolha era aberta ao público na primeira fase, com uma comissão de jornalistas selecionando os mais indicados numa segunda etapa. Atualmente, são contabilizados apenas os votos dos profissionais da imprensa esportiva do estado.

2015 – Craque: João Paulo, meia, 24 anos (Santa Cruz)
Emprestado pelo Inter, o meia chegou como mais um entre os 17 reforços do Santa para o campeonato. Começou como segundo volante e foi ganhando a confiança de Ricardinho. Assumiu a corrdenação de jogadas e marcou três gols (um deles marcante, com o rosto ensanguentado, na Ilha). Eficiente.

Luciano (Salgueiro), Marcos Tamandaré (Salgueiro), Durval (Sport), Alemão (Santa Cruz) e Tiago Costa  (Santa Cruz); Rithely (Sport), João Ananias (Náutico), João Paulo (Santa Cruz) e Diego Souza (Sport); Candinho (Central) e Betinho (Santa Cruz). Técnico: Sérgio China (Salgueiro)

2014 – Craque: Neto Baiano, atacante, 31 anos (Sport)
Com oito gols na competição, o atacante foi sem dúvida o personagem do campeonato, com frase polêmicas. Em campo, brigou por todas as bolas, com muita raça em campo. Marcou um dos gols das finais.

Magrão (Sport); Patric (Sport), Durval (Sport), Ferron (Sport) e Renê (Sport); Ewerton Páscoa (Sport), Elicarlos (Náutico), Pedro Carmona (Náutico) e Zé Mário (Náutico); Neto Baiano (Sport) e Léo Gamalho (Santa Cruz). Técnico: Eduardo Batista (Sport)

2013 – Craque: Dênis Marques, atacante, 32 anos (Santa Cruz)
Artilheiro na temporada anterior, com 15 gols, DM9 marcou apenas sete gols na segunda participação local. Porém, foi decisivo nas finais, sobretudo nos clássicos.

Tiago Cardoso (Santa Cruz); Éverton Sena (Santa Cruz), William Alves (Santa Cruz), Maurício (Sport) e Tiago Costa (Santa Cruz); Anderson Pedra (Santa Cruz), Rithely (Sport), Lucas Lima (Sport) e Raul (Santa Cruz); Rogério (Náutico) e Dênis Marques (Santa Cruz). Técnico: Marcelo Martelotte (Santa Cruz)

2012 – Craque: Marcelinho Paraíba, meia, 36 anos (Sport)
Mesmo com a idade avançada, o meia conduziu o Leão em todo o campeonato. Marcando belos gols no Estadual, 14 ao todo, se manteve como artilheiro até a decisão, quando foi ultrapassado pelo atacante tricolor Dênis Marques.

Magrão (Sport); Marcos Tamandaré (Salgueiro), Alemão (Salgueiro), Bruno Aguiar (Sport) e Renatinho (Santa Cruz); Hamilton (Sport), Memo (Santa Cruz), Souza (Náutico) e Marcelinho Paraíba (Sport); Dênis Marques (Santa Cruz) e Joelson (Porto). Técnico: Neco (Salgueiro).

2011 – Craque: Tiago Cardoso, goleiro, 26 anos (Santa Cruz)
A defesa coral sofreu 25 gols em 26 partidas na vitoriosa campanha. Menos de um gol por jogo. Boa parte disso por causa da agilidade do camisa 1, sobretudo nos clássicos.

Tiago Cardoso (Santa Cruz); Roma (América) Leandro Souza (Santa Cruz), Thiago Mathias (Santa Cruz) e Renatinho (Santa Cruz); Everton (Náutico), Hamilton (Sport), Weslley (Santa Cruz) e Marcelinho Paraíba (Sport); Gilberto (Santa Cruz) e Paulista (Porto). Técnico: Zé Teodoro (Santa Cruz)

2010 – Craque: Eduardo Ramos, meia, 24 anos (Sport)
Emprestado pelo Corinthians, Eduardo chegou como “segundo volante”. Criativo, logo se destacou um pouco mais à frente, como observou o técnico Givanildo Oliveira.

Magrão (Sport); Gilberto Matuto (Santa Cruz), Igor (Sport), Tobi (Sport) e Dutra (Sport); Derley (Náutico), Zé Antônio (Sport), Eduardo Ramos (Sport) e Élvis (Santa Cruz); Ciro (Sport) e Jadilson (Vitória). Técnico: Dado Cavalcanti (Santa Cruz)

2009 – Craque: Gilmar, atacante, 25 anos (Náutico)
Variou bastante na criação de jogadas e na função de atacante. Velocista, ainda marcou 14 gols. Não foi campeão pernambucano, mas acabou valorizado.

Magrão (Sport); Moacir (Sport), Thiago Matias (Santa Cruz), Durval (Sport) e Dutra (Sport); Hamilton (Sport), Daniel Paulista (Sport), Paulo Baier (Sport) e Aílton (Central); Marcelo Ramos (Santa Cruz) e Gilmar (Náutico). Técnico: Nelsinho Batista (Sport)

2008 – Craque: Romerito, meia, 33 anos (Sport)
Chegou no ano anterior e viveu bastante tempo com as críticas. Batalhador em campo, passou a ser um vetor ofensivo no torneio local. Fez 10 gols. Fora a Copa do Brasil.

Magrão (Sport); Luizinho Netto (Sport), Vágner (Náutico), Durval (Sport) e Dutra (Sport); Daniel Paulista (Sport), Moacir (Central), Romerito (Sport) e Geraldo (Náutico); Wellington (Náutico) e Edmundo (Ypiranga). Técnico: Nelsinho Batista (Sport)

2007 – Craque: Vítor Júnior, meia, 20 anos (Sport)
Chegou como uma aposta na Ilha. Rápido, o jogador logo se transformou no condutor do time. Rápida também foi a sua passagem, pois foi negociado por R$ 500 mil após o título.

Magrão (Sport); Russo (Central), Marcelo (Central), Durval (Sport) e Bruno (Sport); Everton (Sport), Ticão (Sport), Fumagalli (Sport) e Vítor Júnior (Sport); Carlinhos Bala (Sport) e Marcelo Ramos (Santa Cruz). Técnico: Alexandre Gallo (Sport)

2006 – Craque: Carlinhos Bala, atacante, 26 anos (Santa Cruz)
No “bi” da premiação, Bala marcou 20 gols, mais do que o dobro do segundo artilheiro, Valdir Papel, do Estudantes, com 9. Lutou muito, mas foi vice no Estadual.

Rodolpho (Náutico); Osmar (Santa Cruz), Kleber (Sport), Durval (Sport) e Jorge Guerra (Ypiranga); Hamilton (Sport), Flávio (Náutico), Geraldo (Sport) e Rosembrick (Santa Cruz); Carlinhos Bala (Santa Cruz) e João Neto (Central). Técnico: Dorival Junior (Sport)

2005 – Craque: Carlinhos Bala, atacante, 25 anos (Santa Cruz)
Cria do Mundão, Bala tornou-se, enfim, protagonista no clube, acabando com uma fila de troféus de uma década. Foi o segundo goleador do campeonato, com 12 gols.

Cléber (Santa Cruz); Osmar (Santa Cruz), Roberto (Santa Cruz), Batata (Náutico) e Periz (Santa Cruz); Ramalho (Sport), Neto (Santa Cruz); Cleiton Xavier (Sport) e Marco Antônio (Santa Cruz); Carlinhos Bala (Santa Cruz) e Kuki (Náutico). Técnico: Givanildo Oliveira (Santa Cruz)

2004 – Craque: Kuki, atacante, 33 anos (Náutico)
Dessa vez foi decisivo, incluindo um gol no histórico 3 x 0 sobre os corais no Arruda. O atacante foi, também, o vice-artilheiro do Estadual, com dez tentos.

Nilson (Náutico); Daniel (Itacuruba), Valença (Santa Cruz), Batata (Náutico) e Xavier (Santa Cruz); Marcelo Cavalo (Itacuruba), Luciano (Náutico), Gil Baiano (Náutico) e Iranildo (Santa Cruz); Kuki (Náutico) e Kelson (Itacuruba). Técnico: Zé Teodoro (Náutico)

2003 – Craque: Kuki, atacante, 32 anos (Náutico)
O baixinho dos Aflitos sequer disputou a final, mas a artilharia da competição, com 16 gols, acabou pesando na pioneira escolha do prêmio, com um carro zero km.

Maizena (Sport); Adriano (Santa Cruz), Gaúcho (Sport), Silvio Criciúma (Sport) e Xavier (AGA); Ataliba (Sport), Fernando César (Sport), Nildo (Sport) e Cléber Santana (Sport); Adriano Chuva (Sport) e Kuki (Náutico). Técnico: Péricles Chamusca (Santa Cruz)

O novo sistema de acesso ao Arruda

Novo acesso ao Arruda. Arte: Santa Cruz/divulgação

Com 60.044 lugares, o Santa Cruz passa a ter um novo esquema de acesso, iniciado justamente na final do Campeonato Pernambucano de 2015.

Serão 71 catracas espalhadas em sete portões de acesso, incluindo dois para o anel superior, cuja entra conta com dois bilhetes distintos, o ingresso pago e o tíquete promocional do Todos com a Nota. Cabendo aos visitantes o portão 5.

Para evitar confusão, a direção coral optou por colocar 20 orientadores no entorno com a camisa “Posso ajudar?”, semelhante ao trabalho feito no mesmo Mundão em 2009, no jogo entre Brasil e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa.

As imagens do post estão no panfleto produzido pelo clube para a distribuição. De toda forma, todos os caminhos levam ao Arruda…

Novo acesso ao Arruda. Arte: Santa Cruz/divulgação

A evolução de público e renda do Nordestão no triênio 2013-2015

Copa do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O primeiro triênio da Copa do Nordeste, nesta sua volta ao calendário oficial da CBF, apresenta números significativos. Considerando a soma da renda bruta nas partidas e as cotas de participação, o regional movimentou R$ 53,8 milhões de 2013 a 2015, sendo R$ 27,1 mi em bilheteria e R$ 26,7 mi em premiações. A esse montante é necessário somar os investimentos dos patrocinadores, na ordem de R$ 18,2 milhões, totalizando uma movimentação financeira de R$ 72 milhões. Nada mal para um “período de teste” no mercado.

A recém-encerrada edição de 2015, vencida pelo Ceará, registrou a maior renda, tanto no número absoluto quanto na média, de R$ 152 mil. Colaborou bastante para este cenário a arrecadação de R$ 1,8 milhão na decisão no Castelão, com o recorde de público do regional (63.399 pagantes). O Vozão, aliás, parece ser o maior beneficiado no torneio até agora. Foi o clube que mais faturou (renda + cota) nos três regionais, nos quais foi semifinalista, vice e campeão, respectivamente. Ao todo, gerou R$ 12,1 milhões.

Em relação à média de público da Lampions, o índice varia entre 7.600 e 8.400 pagantes. A expectativa da Liga do Nordeste, segundo o presidente da liga, Alexi Portela, é alcançar o número de 20 mil espectadores em 2018, no “auge” do Nordestão, cuja previsão de faturamento atual é de R$ 50 milhões.

Confira os dados do Nordestão e dos clubes pernambucanos de 2013 a 2015:

2015
jogos 74 (1 de portões fechados)
Público: 570.777 pagantes (média: 7.818)
Renda: R$ 11.129.796 (média: R$ 152.462)
Cota: R$ 11,14 milhões
Total: R$ 22.269.796

2014
jogos 62 (1 de portões fechados)
Público: 463.749 pagantes (média: 7.602)
Renda: R$ 8.436.174 (média de R$ 138.297)
Cota: R$ 10 milhões
Total: R$ 18.436.174

2013
62 jogos (1 de portões fechados)
Público: 517.709 pagantes (média: 8.487)
Renda: R$ 7.577.603 (média de R$ 124.223)
Cota: R$ 5,6 milhões
Total: R$ 13.177.603

Movimentação financeira*
2015 – R$ 29 milhões
2014 – R$ 23 milhões
2013 – R$ 20 milhões
*O número leva em conta a soma de bilheteria dos jogos, cotas da televisão e patrocinadores.

2015
Maior arrecadação (cota + renda): Ceará (campeão), com R$ 5.895.664

Sport (4º)
Público: 62.796 pessoas em 5 jogos (média: 12.559)
Renda bruta: R$ 899.850
Cota: R$ 890 mil
Total: R$ 1.789.850

Salgueiro (7º)
Público: 19.102 pessoas em 4 jogos (média: 4.775)
Renda bruta: R$ 58.486
Cota: R$ 615 mil
Total: R$ 673.48

Náutico (9º)
Público: 4.027 pessoas em 3 jogos (média: 1.342 pessoas)
Renda bruta: R$ 49.585
Cota: R$ 365 mil
Total: R$ 414.585

2014
Maior arrecadação (cota + renda): Ceará (vice), com R$ 3.607.640

Sport (campeão)
Público: 83.777 pessoas em 5 jogos (média: 16.755)
Renda bruta: R$ 1,275 milhão
Cota: R$ 1,9 milhão
Total: R$ 3.175.000

Santa Cruz  (4º)
Público: 44.335 pessoas em 5 jogos (média: 8.867)
Renda bruta: R$ 785.210
Cota: R$ 850 mil
Total: R$ 1.635.210

Náutico (10º)
Público: 31.715 pessoas em 3 jogos (média: 10.571)
Renda bruta: R$ 763.275
Cota: R$ 350 mil
Total: R$ 1.113.275

2013
Maior arrecadação (cota + renda): Ceará (4º lugar), com R$ 2.615.434

Santa Cruz (6º)
Público: 91.758 pessoas em 4 jogos (média: 22.939)
Renda bruta: R$ 1.134.515
Cota: R$ 300 mil
Total: R$ 1.434.515

Sport (7º)
Público: 70.810 pessoas em 4 jogos (média: 17.702)
Renda bruta: R$ 791.015
Cota: R$ 300 mil
Total: R$ 1.091.015

Salgueiro (13º)
Público: 27.441 pessoas em 3 jogos (média: 9.147)
Renda bruta: R$ 249.460
Cota: R$ 300 mil
Total:R$ 549.460

Podcast 45 (125º) – Empate no Sertão, 3º lugar em Caruaru e título do Ceará

Uma quarta-feira decisiva na região. No Sertão, com dez mil espectadores no Cornélio de Barros, Salgueiro e Santa ficaram num empate sem gols, na pauta principal do 45 minutos. Arruda lotado e camisa são suficientes para o título coral em 2015? O podcast também debateu a tranquila vitória do Sport no Lacerdão, assegurando na prática a vaga no Nordestão de 2016. Falando no regional, o título histórico do Ceará tmabém chamou a atenção (entrou no “G4 do NE”?). Por fim, a prévia de Jacuipense x Náutico, pela Copa do Brasil.

Neste podcast, com 1h31min, estou ao lado de Celso Ishigami, João de Andrade, Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Santa Cruz segura o Salgueiro e leva a final para a multidão do Arruda

Pernambucano 2015, final: Salgueiro x Santa Cruz. Foto: Marlon Costa/FPF

Um empate sem gols na abertura da final pernambucana entre Salgueiro e Santa Cruz. Sem gols, mas animado. Em uma noite na qual o time sertanejo apresentou um bom futebol, saindo daquela postura focada apenas na defesa, os tricolores podem considerar o resultado como “favorável”. Além do fator Arruda no jogo de volta, com a expectativa de 50 mil torcedores, os corais ainda viram o adversário desperdiçar um pênalti, com Rogério Paraíba, e o experiente lateral Lúcio vacilar cara a cara com o gol, duas vezes.

Num Cornélio de Barros repleto, com 10.126 espectadores, o Salgueiro tentou a todo custo fazer o resultado, pois a pressão na finalíssima seria (será) enorme. Um dado a favor desta visão é a posse de bola. Nos dois jogos da semifinal contra os rubro-negros, o Salgueiro teve apenas 30%. Deu certo na ocasião, mas não poderia ser uma constante em mata-matas. Não mesmo. Num jogo de futebol, francamente, é preciso ter a bola nos pés para evoluir. Nesta quarta, o percentual subiu para 45%. Claro, o Santa teve 55%, mas de forma precavida.

Pernambucano 2015, final: Salgueiro x Santa Cruz. Foto: Marlon Costa/FPF

Durante a maior parte da peleja, o Santa tentou controlar o meio-campo, com João Paulo cadenciando, sem tanto apelo ofensivo como nas últimas partidas. Betinho, isolado, nada rendeu. A única chance real, a primeira do jogo, foi com Emerson Santos, esbarrando em Luciano. Como qualquer final, tivemos lances polêmicos – com muita reclamação dos tricolores. No primeiro, Marcelo de Lima Henrique apontou pênalti de Alemão em Kanu. A cobrança de Rogério – o mesmo zagueiro que converteu duas vezes contra Magrão – acertou a trave.

No segundo lance, um gol anulado dos corais. A assistente Fernanda Colombo assinalou impedimento de Alemão, pois considerou involuntária a bola desviada na zaga do Salgueiro. À parte disso, um jogo pegado e com a bola pingando mais na área coral. O time de Sérgio China seguiu perdendo até o fim a chance de ir ao Recife em vantagem. Com o 0 x 0, a final está aberta, com qualquer nova igualdade levando a disputa para os pênaltis – desempate que só ocorreu no Estadual em 1983 e 2006. Só que agora, a vantagem de jogar em casa pesará (bastante) do outro lado…

Pernambucano 2015, final: Salgueiro x Santa Cruz. Foto: Marlon Costa/FPF

Sport atropela o Central e praticamente assegura a vaga no Nordestão de 2016

Pernambucano, disputa de 3º lugar: Central 0x5 Sport. Foto: Rafael Lima, especial para o DP/D.A Press

Fora da decisão do campeonato estadual, o Sport entrou em campo no Lacerdão consciente de que estava vivendo a sua pior campanha desde 2005. Desde aquele 3º lugar foram seis títulos pernambucanos e três vices. Mas a série acabou encerrada no gol de Valdeir, do Salgueiro.

Ainda assim, a história nesta edição não havia acabado, longe disso. Repetir a 3ª colocação dez anos depois valeria vaga na Copa do Nordeste, com o calendário completo em 2016. O desânimo dos rubro-negros parecia ser o maior rival na insossa disputa, com gramado horrível e arquibancadas vazias.

Caberia ao técnico Eduardo Batista incutir no time a necessidade (moral e financeira) de classificação. Na Patativa, com ameaça de greve por salários atrasados, o objetivo tornara-se mais difícil justamente pela presença do Leão – a direção aguardava o Carcará para este mata-mata.

O temor alvinegro sobre o duelo acabou fazendo sentido, pois, mesmo sem forçar, o Sport passeou em Caruaru, marcando três gols logo no primeiro tempo (Diego Souza, duas vezes, e Elber). No segundo tempo, mais dois, com Felipe Azevedo e Joelinton, fechando a goleada por 5 x 0, garantindo, na prática, o lugar do Sport na Lampions League de 2016. Dos males, o menor.

Pernambucano, disputa de 3º lugar: Central 0x5 Sport. Foto: Rafael Lima, especial para o DP/D.A Press

A final do Estadual chega ao interior

Estádio Cornélio de Barros. Foto: Salgueiro AC/facebook

Com o Carcará, em 2015, o interior recebe pela primeira vez a grande final do Campeonato Pernambucano. Daí, percebe-se o enorme peso histórico para o futebol local na disputa entre Salgueiro e Santa Cruz no Cornélio de Barros, cuja capacidade de 12 mil lugares deverá chegar ao limite.

Ter o interior na rota do título estadual é uma lacuna há muito em falta. Dos 26 estados do país, apenas Pernambuco e Rio de Janeiro jamais consagraram um campeão do interior – e não cabe ao Tricolor mudar o cenário, claro. No entanto, ao longo dos anos, os clubes interioranos, mesmo de forma indireta, fizeram parte da “decisão” do campeonato, no Recife ou não. Desses sete casos, em apenas dois a taça foi erguida em estádios no próprio interior (fotos a seguir).

10/12/1967 – Náutico 4 x 1 Central (Aflitos, 3º turno)
O Alvirrubro goleou a Patativa na última rodada do terceiro turno, nos Aflitos, terminando a fase com um ponto a mais que o Sport. Com isso, foi campeão estadual por antecipação (penta, na verdade), uma vez que ganhou os três turnos. Assim, o vice-campeão foi o segundo maior pontuador, o Sport.

04/05/1972 – Santa Cruz 4 x 0 Central (Aflitos, 2º turno)
A Cobral Coral foi (tetra) campeã pernambucana com duas rodadas de antecipação no segundo turno, ao vencer o Central no Eládio de Barros Carvalho – a construção do Arruda estava quase pronta, para a Minicopa do Mundo. Curiosamente, quem brigou pelo turno com os tricolores foi próprio Náutico.

28/11/1982 – Sport 1 x 0 Central (Arruda, decisão do 3º turno)
Com o torneio disputado de novo em três turnos, o Leão venceu os dois primeiros e decidiu o terceiro com o Central, no Arruda. Àquela altura, claro, apenas o Alvinegro poderia impedir o título rubro-negro. Porém, como perdeu o turno, o vice-campeão foi o segundo maior pontuado geral, o Náutico.

Pernambucano 1997, Porto 0x2 Sport. Foto: Otavio de Souza/DP/D.A Press

15/06/1997 – Porto 0 x 2 Sport (Antônio Inácio, final da 2ª fase do 2º turno)
Foi a primeira volta olímpica no interior, mesmo sem final. O Leão ganhou o 1º turno e a primeira fase do 2º turno. Foi campeão antecipado vencendo o Gavião na final da segunda fase do 2º turno (acima). Este foi também o primeiro ano que o segundo maior pontuador foi um interiorano, o próprio Porto.

07/06/1998 – Sport 2 x 0 Porto (Ilha do Retiro, final extra)
Um regulamento sui generis. Mesmo vencendo os três turnos da competição, de forma invicta, o Sport foi obrigado a disputar uma final contra o segundo maior pontuador, o Porto. Ao menos, teve uma vantagem enorme – só seria vice perdendo quatro jogos seguidos. Ganhou o primeiro jogo e encerrou a série.

30/03/2005 – Petrolina 1 x 2 Santa Cruz (Associação Rural, 2º turno)
O Santa foi campeão de forma arrasadora, com 15 vitórias em 18 jogos. O título do 2º turno (e do campeonato), veio no Sertão do São Francisco, diante de apenas 2.189 espectadores (abaixo). No domingo seguinte, na última rodada, 40 mil celebraram o troféu no Clássico das Emoções – e o Timbu foi o vice geral.

16/04/2008 – Sport 1 x 1 Central (Ilha do Retiro, 2º turno)
A Patativa foi vice-campeã geral em 2007, mas no jogo decisivo, o Sport enfrentou o Náutico. O cenário foi exatamente o oposto no ano seguinte, com o Alvirrubro ficando com o vice e o Central presente no “jogo do título”. Nos dois casos, o Leão foi campeão direto, vencendo os dois turnos.

Somente a partir de 2010 o campeonato estadual passou a ter a obrigatoriedade de uma final, de forma contínua, sem turnos.

Pernambucano 2005, Petrolina 1x2 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

2.340 minutos de futebol ao vivo na TV no Campeonato Pernambucano de 2015

Campeonato Pernambucano de 2015 na televisão. Fotos: Paulo Paiva (Lacerdão e Arruda), Ricardo Fernandes (Arena Pernambuco), ambos o DP/D.A Press

A grade de transmissão do Campeonato Pernambucano de 2015 apontou 26 jogos na televisão, totalizando 2.340 minutos de futebol ao vivo. É o menor dado dos últimos anos, num claro indício do crescimento do Nordestão, disputado paralelamente, também com transmissão aberta e fechada. Além, claro, da própria redução do certame local. Como ocorre desde 2011, a exibição deste ano ocorreu mais uma vez através da Rede Globo Nordeste, para todo o estado, e nacionalmente no canal Premiere (PFC), num pacote de pay-per-view para quem adquiriu outros estaduais, como o Paulistão e o Carioca.

Nos últimos quatro jogos da competição local (abaixo), as finais ficaram com a tevê a aberta e a disputa pelo 3º lugar (ida e volta) com o canal por assinatura. Ou seja, nesta edição nenhum jogo teve transmissão simultânea, ao contrário de 2014, quando a decisão entre Náutico e Sport passou nos dois canais.

O número de partidas na telinha corresponde a 20,9% da tabela estadual de 2015. No ranking da tevê, Santa 12, Sport 11, Náutico 6. Foi a primeira vez, desde que o blog iniciou o balanço, que o Leão não liderou a lista absoluta.

Nº de jogos de Náutico, Santa e Sport transmitidos na televisão no Campeonato Pernambucano de 2012 a 2014. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Segundo plano comercial da Globo, os jogos têm uma audiência de 696 mil telespectadores. Confira os números do Ibope nos anos anteriores aqui.

Os direitos de transmissão do Pernambucano foram renovados juntos à emissora até 2018. Saiba mais detalhes clicando aqui.

Transmissão do Campeonato Perambucano 2015, com número de jogos de Náutico, Santa e Sport. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Salgueiro x Flamengo, a maior bilheteria da história do interior pernambucano

Borderô oficial de Salgueiro 0x2 Flamengo, pela 2ª fase da Copa do Brasil de 2015. Crédito CBF/reprodução

A CBF homologou em seu site o borderô do jogo Salgueiro 0 x 2 Flamengo, pela segunda fase da Copa do Brasil de 2015. A demora na publicação se deve ao fato de o clube carioca ter se recusado a assinar o documento, por não aceitar os números apresentados pelo Carcará – já o presidente do time sertanejo denunciou “uma evasão de renda”. Oficialmente, foram 7.553 espectadores e uma renda de R$ 570.200, a maior da história do interior pernambucano.

A curiosidade é o fato de que apenas 4.751 pessoas pagaram ingresso (com valores entre R$ 100 e R$ 200). Entre os outros 2.802, foram 800 entradas para autoridades, 100 para a patrocinadora Traffic, 800 para o patrocinador do próprio clube e 1.102 crianças. Ou seja, 37% do público presente entrou de graça.

Como o confronto foi definido em apenas uma partida, o Fla ficou com 60% da renda líquida (R$ 221 mil). Ao Salgueiro, eliminado, 40% (R$ 147 mil).

No dia da partida, a arrecadação figurou em 30º lugar entre as maiores rendas do futebol pernambucano no Plano Real. Veja a lista atualizada aqui.