A finalíssima do Campeonato Pernambucano de 2014 terá cerca de 38 mil ingressos à disposição de torcedores alvirrubros e rubro-negros.
Apesar da capacidade de 46.214 assentos na Arena Pernambuco, a carga foi reduzida por questão de segurança, na primeira final da história do local.
Na divisão, aproximadamente 30.200 para o Náutico e 7.800 para o Sport.
Quase um ano após a sua inauguração, o estádio enfim deve receber um público superior a trinta mil pessoas em jogos de clubes.
A melhor marca é de Náutico x Sporting, justamente o amistoso de abertura, com 26.903 pessoas presentes. O recorde geral da arena é de 41.705 torcedores, no jogo Espanha x Uruguai, na Copa das Confederações.
Para a final estadual, apesar da procura maior, a administração da arena atendeu à recomendação da polícia militar para executar o mesmo plano de divisão de torcidas, isolando um setor inteiro no anel inferior (ala norte), o que inviabilizou a comercialização de quatro mil entradas.
O esquema de ingressos para o clássico já foi divulgado pela operadora. Confira a imagem em uma resolução melhor clicando aqui.
O Sport irá vestir uniformes em homenagem às seleções da Alemanha, México e Japão, países que disputarão jogos da Copa do Mundo na Arena Pernambuco.
O projeto Saudações Rubro-negras foi uma estratégia da direção de marketing do Leão, que convenceu a Adidas, a nova fornecedora do clube e que também patrocina as três seleções.
Com isso o marketing do clube, visa o clube à Copa do Mundo, de forma paralela ao evento. Ponto a favor.
A ideia rubro-negra é utilizar as cores, sem relação alguma com a tradição do clube, nas partidas oficiais até a paralisação do futebol brasileiro no Mundial. Ou seja, o time pode disputar até oito partidas da Série A com os padrões alternativos.
O plano é fomentar a simpatia os torcedores estrangeiros, e são esperados mais de 40 mil deles só no Recife. Curiosamente, as três delegações também irão treinar no centro de treinamento do Sport, em Paratibe.
A venda das camisas especiais das seleções, todas com “bem-vindo” escrito na língua de cada país, deve começar no dia 26 de maio, dia seguinte ao lançamento do uniforme oficial vermelho e preto…
Uma cena constrangedora, com ônibus do Uruguai andando numa velocidade mínima, numa estrada de barro, enlameada, sem estrutura alguma.
Não parecia, mas era o caminho para chegar em um dos campos oficiais de treinamento (COT), selecionados pela Fifa para a Copa das Confederações de 2013.
Em junho, no inverno recifense, a situação só piorou.
Ao todo, um acesso de 1.900 metros ao centro de treinado do Sport, em Paratibe, da estrada ao portão principal, num descaso da prefeitura da capital.
A repercussão internacional, claro, foi péssima.
Um ano depois, enfim o mínimo que se esperava para uma estrutura periférica do Mundial.
A pavimentação, já acima dos 60% deve ser concluída até o torneio, inclusive, com canaletas para escoar água, uma vez que o evento também será no inverno local.
No CT do Leão irão treinar Japão, Costa Rica, México, Alemanha e segundo colocado do grupo C, nas oitavas de final.
O governo fez o que esperava. Porém, com um ano de atraso…
O jornalismo esportivo lida diariamente com algo bem mais específico comparado às outras editorias… A paixão.
A partir dela, defender a uma bandeira torna-se um ideal pra vida toda, imutável.
Com ou sem razão, sobretudo.
A paixão do torcedor e a paixão dos dirigentes. Neste segundo caso, a paixão costuma ser um perigoso escudo.
Há quem diga que a imprensa de um estado deve defender os seus clubes.
Sem demagogia, o jornalismo é pautado pela informação. Não é publicidade.
Atualmente, num viés mais moderno, a informação vem agregada de opinião, análise, tudo para construir um conteúdo diferenciado.
Acima disso, o óbvio. É preciso informar com fatos, evidências e tudo mais o que possa dar substância ao texto.
Agradar ou não é outro departamento, e não o do jornalismo sério, diga-se.
Portanto, no momento em que um árbitro revela uma suposta orientação superior à parte das regras do futebol, como não repercutir isso?
Quando se percebe, há três anos, que os estádios estão vazios e com os borderôs dizendo exatamente o contrário, como não investigar?
As respostas foram duas, mas foram legítimas.
Baseadas em depoimentos, imagens e documentos, num trabalho de reportagem.
Por isso, surpreendeu a postura do presidente da FPF, Evandro Carvalho, de se negar a conceder entrevistas aos repórteres do Diario de Pernambuco, do qual faço parte há dez anos. Não só ele como todos os funcionários da federação, vetados.
O futebol pernambucano, como se sabe, é subsidiado pelo estado desde 1998. Os programas Todos com a Nota e Futebol Solidário ajudaram a trazer de volta os torcedores, aumentando bastante os públicos.
Nos últimos anos, porém, o sistema vem falhando bastante no interior, com jogos desertos e rendas consideráveis. É dever do jornal ficar alerta a isso, até porque, vale lembrar sempre, é uma verba pública em questão.
Só em 2013 o governo do estado injetou R$ 13 milhões, via TCN. É justo e necessário que exista uma contrapartida dos clubes, com seus torcedores presentes. Hoje, na prática, só ocorre na capital, que conta com um sistema digital de controle.
Assim, as denúncias foram feitas. As atitudes foram escassas.
Já a irritação na federação passou do ponto, com a censura.
O ato de silêncio veio uma semana após uma pressão desnecessária da entidade através de e-mail da assessoria à direção do jornal.
Entretanto, tudo foi bem apurado e checado. E devidamente autorizado pelos editores.
Os públicos fantasmas existem, queira o presidente da FPF ou não.
O futebol do estado continua sendo a pauta esportiva principal do Diario, com notícias sobre esquemas táticos, contratações, regulamentos, públicos, arbitragem e, claro, denúncias.
Francamente, o Diario de Pernambuco cobre o Campeonato Pernambucano desde 1915, e não será Evandro Carvalho quem irá mudar isso…
O sorteio do árbitro para o primeiro jogo da final do campeonato estadual de 2014 aconteceu na sede da Federação Pernambucana de Futebol.
Como sempre, os representantes dos clubes envolvidos ficaram atentos ao globinho de bingo. E o nome sorteado foi… Wilton Pereira Sampaio.
Não reconhece o nome?
Pois é. Não faz parte do quadro da Comissão Estadual de Arbitragem, a Ceaf.
Ao contrário do que dizia o presidente da FPF, Evandro Carvalho (“o regulamento não permite árbitros de fora), a decisão terá um juiz à parte do quadro local.
A explicação vem das várias reclamações dos clubes aos juízes locais.
E o único “Árbitro Fifa” ligado ao estado, Sandro Meira Ricci, está em fase treinamento para a Copa do Mundo.
Porém, Wilton Sampaio também tem o emblema da Fifa. É o mais novo entre os dez brasileiros na entidade. E também o mais novo, 32 anos.
Ele entrou para o quadro internacional em 2013, na temporada seguinte ao prêmio de melhor árbitro do Brasileirão, no qual atuou 16 vezes.
Mas que fique claro… ele será pressionado pelos dirigentes das duas torcidas.
Com a decisão, a FPF deve sortear outro árbitro de fora para o segundo jogo?
O título estadual não era decidido em um Clássico dos Clássicos desde 2010.
Nos últimos vinte anos, aliás, a decisão de 2014 será apenas a segunda entre rivais do clássico centenário, o terceiro clássico mais antigo do país.
Ao todo foram 16 finais desde 1951, com vantagem rubro-negra. O time da Ilha do Retiro só conseguiu ultrapassar o clube dos Aflitos após do hexacampeonato timbu, em 1968, que foi também a última final vencida pelo Náutico. Até ali, o placar era 6 x 2 a favor do Náutico. Desde então, o Sport venceu oito finais seguidas no Clássico dos Clássicos, fazendo 10 x 6.
No centésimo Campeonato Pernambucano outro diferencial será a presença da Arena Pernambuco na finalíssima, algo inédito.
16/04 (22h) – Sport x Náutico (Ilha do Retiro)
23/04 (22h) – Náutico x Sport (Arena Pernambuco)
O regulamento, vale lembrar, é o mesmo das semifinais, desconsiderando o saldo de gols ou o gol qualificado, fora de casa. Vale apenas a soma de pontos. Em caso de igualdade (2 pontos, em dois empates, ou três pontos, com uma vitória para cada lado), pênaltis.
Confira o retrospecto dos três clássicos nas finais do campeonato estadual:
Clássico das Multidões (23)
Sport (12) – 1916, 1917, 1920, 1949, 1953, 1962, 1980, 1996, 1999, 2000, 2003 e 2006
Santa Cruz (11) – 1940, 1957, 1969, 1971, 1973, 1986, 1987, 1990, 2011, 2012 e 2013
Clássico dos Clássicos (16) Sport (10) – 1955, 1961, 1975, 1977, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994 e 2010
Náutico (6) – 1951, 1954, 1963, 1965, 1966 e 1968
Clássico das Emoções (16)
Náutico (9) – 1934, 1960, 1974, 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Santa Cruz (7) – 1946, 1959, 1970, 1976, 1983, 1993 e 1995
Ao todo, onze finais diferentes já decidiram o Pernambucano. Em 34 edições o campeão saiu de forma direta. Chegou a hora de escrever mais um capítulo…
Observação: As estatísticas contam somente as decisões entre os rivais. Em alguns anos o campeão e o vice disputaram o último jogo do campeonato, no “jogo do título”, mas em partidas de turno ou decisões de fase, sem ser uma final propriamente dita. Em 1964 e 1968, por exemplo, o Timbu foi campeão e o Leão vice, mas sem decisão. Em 2008 e 2009, o Rubro-negro foi o campeão e o Alvirrubro o vice, também sem a necessidade de uma final.
Foi com sofrimento, nos pênaltis… Com o coração na boca do torcedor.
O Sport é o finalista do centésimo Campeonato Pernambucano. Pela segunda vez no ano, o time despachou o rival das multidões em um mata-mata, em pleno centenário. Primeiro no Nordestão e agora no Estadual.
Neste domingo, a classificação veio com uma vitória por 5 x 3 nos tiros livres diretos, após o 1 x 0 no tempo normal, numa partida na qual o mandante atuou bem melhor, finalizando mais e com 62% de posse de bola.
Na verdade, Vica armou time fechado, que praticamente abdicou do ataque, sendo sufocado do começo ao fim, apesar da forma afobada da equipe de Eduardo Batista, ainda no embalo da conquista regional.
O confronto na Ilha do Retiro só se estendeu às penalidades por causa do gol de Leonardo aos 42 minutos, completando uma falta cobrada por Renan Oliveira – ambos haviam entrado no segundo tempo. Àquela altura, os jogadores rubro-negros demonstravam irritação em campo, com o dois gols anulados por Sebastião Rufino Filho – o primeiro duvidoso e o segundo de forma correta.
De tanto insistir, o Leão marcou, levantou o público e depois viu Magrão defender uma penalidade pela 19ª vez em dez anos de clube. Finalizando a série, Neto Baiano, o personagem da semana, encheu o pé de novo, nas redes.
Com a sua classificação, diante de 23.721 torcedores, agora terá o Náutico na decisão, em busca de seu 40º título pernambucano.
A nova disputa pelo título pernambucano, as finais nos dias 16 e 23 de abril, com a segunda partida na Arena Pernambuco. É a nova seguida que o Rubro-negro fica entre as duas primeiras colocações na competição, nona seguida do clube, as finais nos dias 16 e 23 de abril, com a segunda partida na Arena Pernambuco.
Portanto, teremos um clássico daquele. Se repetir a emoção vista neste domingo…
No fim, os rubro-negros ainda deixaram o campo corrigindo um absurdo da organização nacional, ao confirmar a sua presença na Copa do Nordeste de 2015. Acredite, o campeão nordestino não tem vaga direta no ano seguinte.
“¡Nos volvemos a ver por segundo año consecutivo! Sport Recife estará en la Copa Sudamericana 2014. ¡Bienvenidos!”
A conta no twitter da Copa Sul-Americana deu as boas vindas ao Leão pela participação no torneio desta temporada.
O perfil no facebook também atualizou a lista de clubes, agora com 26 dos 47.
Campeão da Copa do Nordeste, o Rubro-negro conquistou a vaga internacional. Na verdade, trata-se de uma pré-vaga, apesar das mensagens oficiais…
Para confirmar a participação no torneio, o Sport precisa ser eliminado na Copa do Brasil até a terceira fase, com o mesmo formato absurdo às outras sete vagas do país. Assim, teria a sua presença assegurada na fase nacional da “Sula”.
Eduardo Batista não ficou em cima do muro e diz preferir jogar a Sul-Americana.
Assim, o futebol pernambucano chegaria a sua sexta campanha internacional. Podem ser até sete, se uma combinação de resultados ajudar o Náutico – foi desta forma que o Sport jogou em 2013. Veja como está a “fila de espera” aqui.
Em termos de resultados internacionais, o máximo local foi chegar nas oitavas.
Taça Libertadores da América
1968 – Náutico (fase de grupos, 1ª fase – 6 jogos)
1988 – Sport (fase de grupos, 1ª fase – 6 jogos)
2009 – Sport (oitavas de final, 3ª fase – 8 jogos)
Copa Sul-Americana
2013 – Náutico (fase nacional, 2ª fase – 2 jogos)
2013 – Sport (oitavas de final, 3ª fase – 4 jogos)
Agora centenário, o América está bem distante do seu passado de glórias…
Por outro lado, é essa riquíssima história que mantém viva a aura do clube, há anos lutando para se firmar na elite do campeonato estadual.
Hoje conhecido como “Mequinha”, o Alviverde da Estrada do Arraial já fez frente aos grandes clubes da capital. Na verdade, o América disputava clássicos. Também era grande.
Neste 12 de abril de 2014, o América chega ao seu centenário.
Relembre, então, os 899 duelos contra os velhos rivais, também centenários, com dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro. Venceu 168 vezes, ou 18,68% jogos. Nada mal para quem não é campeão há 70 anos…
A coordenação do programa Todos com a Nota atualizou o número de usuários na região metropolitana do Recife. A partir deles, é possível enxergar a divisão de torcidas e a concorrência por entradas promocionais em cada time.
Considerando os torcedores cadastrados, portadores de cartões magnéticos utilizados nos jogos com mando de campo dos três grandes clubes da capital, hoje são 370 mil pessoas no sistema.
A página do TCN no facebook postou um gráfico com os percentuais.
Nos dados, em valores absolutos, nota-se que a disputa por um ingresso subsidiado na Ilha do Retiro é bem maior que a procura na Arena Pernambuco. O Arruda é o único estádio com variáveis na carga, dependendo do jogo.
48% – Sport (177.600 usuários)
8 mil ingressos (22,2 pessoas por bilhete)
30% – Santa Cruz (111.000 usuários)
15 mil ingressos em jogos regulares (7,4 pessoas por bilhete)
10 mil ingressos nos clássicos (11,1 pessoas por bilhete)
22% – Náutico (81.400 usuários)
15 mil ingressos (5,4 pessoas por bilhete)
A partir de dezembro deve se tornar obrigatório o cadastro biométrico para todos os portadores de cartões magnéticos da campanha estadual.