Desde 1999, uma casta detém um contrato diferenciado em relação à transmissão do Campeonato Brasileiros. Os 18 clubes (*) possuem um acerto com a Rede Globo garantindo uma cota robusta mesmo em caso de ausência na elite. Não mudou nem com o fim do Clube dos 13, em 2011, com a mudança da negociação em bloco para o individual. Agora, com a concorrência entre as televisões, o cenário mudou. Em 2019, quando começará a vigorar um novo contrato, o Santa Cruz passará, finalmente, a ser “cotista”. Em entrevista ao podcast 45 minutos, o vice-presidente coral, Constantino Júnior, deu mais detalhes sobre o novo contrato com a emissora, que já havia sido revelado pelo mandatário Alírio Moraes em 16 de abril.
Na ocasião, foi confirmado o acerto de 2019 a 2024, com projeção de até R$ 45 milhões/ano, somando tvs aberta e fechada, ppv, internet e internacional. Mas ficou a dúvida sobre o valor caso o Tricolor não dispute a Série A em algum ano. Seria no modelo do Sport, integrante da casta desde 1997, ou no modelo do Náutico, que também assinou com o canal, mas sem validade na Série B? Valeu a primeira opção, num modelo essencial para o planejamento estratégico.
Constantino adiantou que o valor não será integral – como ocorre no contrato atual da casta, de 2015 a 2018. Ou seja, seria semelhante ao modelo da década passada, com queda de 50% no primeiro ano fora do Brasileirão e 25% a partir do segundo. Ainda assim, uma cota muito maior que a verba da Segundona.
Um comparativo com as cifras atuais calculadas com a fórmula do passado:
Ato 1
Série A 2016 – R$ 26 milhões (piso na elite)
Série B 2016 – R$ 5 milhões (receita de clubes “não cotistas”)
Ato 2
Em caso de rebaixamento, em 2017, o clube, sem contrato de proteção de mercado, receberia R$ 5 milhões na Série B.
Em caso de rebaixamento, em 2017, o clube, com contrato de proteção de mercado, receberia R$ 13 milhões, o que corresponde a 50% da cota original.
Ato 3
Permanecendo na Série B, em 2018, o clube, sem contrato de proteção de mercado, receberia novamente R$ 5 milhões.
Permanecendo na Série B, o clube, com contrato de proteção de mercado, passaria a receber R$ 6,5 milhões, o que corresponde a 25% da cota original.
Resumo: em dois anos pós-rebaixamento, o cotista ganharia R$ 19,5 milhões, enquanto o não cotista, na mesma competição, receberia R$ 10 milhões.
Lembrando que esse cenário ainda não cabe, pois o Santa só deve ter direito à “proteção de mercado” a partir do futuro contrato, em 2019 – precisa resolver, também, a rescisão com Esporte Interativo. Até lá, segundo Tininho, o clube segue negociando ano a ano, sem qualquer amparo em caso de queda.
* Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Inter, Cruzeiro, Atlético-MG, Bahia, Vitória, Sport, Atlético-PR, Coritiba e Goiás