O primeiro jogador a ser convocado para a Seleção Brasileira atuando em um clube do Nordeste foi Alfredo Pereira de Mello, o Mica. Nada de Bahia, Náutico, Santa Cruz, Sport ou Vitória. O defensor, então com 19 anos, atuava no Botafogo de Salvador, o diabo-rubro. O clube era uma potência na época. Sim, estamos falando de 1923. Bicampeão estadual, Mica também atuava na seleção baiana, que disputou a primeira edição do hoje extinto campeonato brasileiro de seleções. Com a boa campanha no Rio, acabou sendo chamado pelo técnico do escrete nacional, Chico Netto. Dali, direto para o Sul-Americano, em Montevidéu, e para alguns amistosos. Ao todo, um pioneirismo marcado por sete jogos.
Desde então, a presença de atletas oriundos de clubes nordestinos é bem espaçada na Seleção. O retrospecto seguiu em dois momentos no fim da década de 50, com a CBD (precursora da CBF) convidando as seleções estaduais da Bahia e de Pernambuco para representar o país em 1957 e 1959, respectivamente. Os baianos jogaram a Taça Bernardo O’Higgins, uma antiga disputa contra o Chile. Foram dois jogos em Santiago, 0 x 1 e 1 x 1. Ao todo, 19 atletas de seis clubes da Boa Terra. Já os pernambucanos disputaram a edição extra do Campeonato Sul-Americano, no Equador. Um amistoso e quatro jogos pelo torneio No fim, um honroso 3º lugar para a Cacareco, o apelido dado pela imprensa carioca ao elenco formado por 22 jogadores do Trio de Ferro.
Somente a partir de 1966, com o ponta alvirrubro Nado sendo pré-convocado à Copa do Mundo, as convocações à seleção principal voltaram a ser abertas, sem qualquer restrição regional – e ainda que, posteriormente, alguns times tenham sido formados apenas por jogadores que atuavam no país. No período, 22 nomes da região foram lembrados, sendo 8 do Sport, 5 de Bahia , 4 do Vitória, 3 do Santa e 2 do Náutico. Nenhum outro estado emplacou. Entre todos jogadores com a camisa verde e amarela, o melhor desempenho é, até hoje, o de Nunes, atacante tricolor. Foi quem mais jogou (11), quem mais marcou gols (7) e o único chamado na lista final do Mundial, em 1978. Só não foi à Argentina porque se lesionou pouco antes, sendo substituído por Roberto Dinamite.
Maiores séries com convocações: 1995-2001 (7 anos) e 1989-1991 (3 anos)
Maiores hiatos sem convocação: 1923-1957 (33 anos) e 2003-2013 (9 anos)
Dados de convocações e atuações de jogadores na seleção principal do país:
Nordeste (1923-2017) 49 atletas de 9 clubes jogaram 63 atletas de 9 clubes convocados 165 participações em 77 jogos 27 gols
Pernambuco (1959-2017) 27 atletas de 3 clubes jogaram 35 atletas de 3 clubes convocados 103 participações em 43 jogos 19 gols
Bahia (1923-2003) 22 atletas de 6 clubes jogaram 28 atletas de 6 clubes convocados 62 participações em 34 jogos 8 gols
Lista ordenada por número de atletas que jogaram, participações e convocados:
Santa Cruz: Biu (5 jogos), Clóvis (4 j), Geroldo (1 j), Goiano (3 j), Servílio (1 j), Tião (3 j), Zé de Mello (5 j e 2 gols), Dodô (0 j ), Valter Serafim (0 j) e Moacir (0 j), 1959; Givanildo Oliveira (5 j), 1976; Nunes (11 j e 7 gols), 1978; Carlos Alberto Barbosa (1 j), 1979
10 atletas jogaram
13 atletas convocados
39 participações em 22 jogos
9 gols
Sport : Édson (5 jogos), Elcy (1 j), Traçaia (5 j e 1 gol), Zé Maria (3 j) e Bria (0 j), 1959; Roberto Coração de Leão (2 j e 1 gol), 1981; Betão (2 j), 1983; Adriano (2 j), 1995; Chiquinho (0 j), 1996; Jackson (3 j), 1998; Bosco (0 j), 1999/2000; Leomar (6 j), 2001; Diego Souza (5 j e 2 gols), 2017
10 atletas jogaram
13 atletas convocados
34 participações em 25 jogos
4 gols
Vitória: Albertino (1 jogo), Boquinha (1 j), Pinguela (2 j), Ceninho (1 j), Matos (2 j e 1 gol), Teotônio (2 j) e Lia (0 j), 1957; Rodrigo (0 j), 1995; Russo (5 j), 1997/1998; Nádson (2 j) e Dudu Cearense (0 j), 2003
8 atletas jogaram
11 atletas convocados
16 participações em 9 jogos
1 gol
Bahia: Henrique (2 jogos), Zé Alves (1 j), Otoney (2 j), Wassil (2 j) e Vicente Arenari (0 j), 1957; Baiaco ( 0 j), 1974; Zé Carlos (3 j) e Bobô (0 j), 1989; Charles (9 j e 3 gols), 1989/1990; Luis Henrique (10 j e 4 gols), 1990/1991
7 atletas jogaram 10 atletas convocados
29 participações em 20 jogos
7 gols
Náutico: Elias (5 jogos), Geraldo José (5 j e 2 gols), Givaldo (5 j), Paulo Pisaneschi (4 j e 4 gols), Waldemar (5 j), Zequinha (5 j) e Fernando Florêncio (0 j), 1959; Nado (1 j), 1966; Douglas Santos (0 j), 2013
7 atletas jogaram
9 atletas convocados
30 participações em 6 jogos
6 gols
Botafogo-BA: Mica (7 jogos), 1923; Nelinho (2 j), 1957
2 atletas jogaram 2 atletas convocados
9 participações em 9 jogos
Fluminense de Feira: Periperi (2 jogos) e Raimundinho (2 j), 1957
2 atletas jogaram 2 atletas convocados
4 participações em 2 jogos
Ypiranga-BA: Pequeno (2 jogos) e Hamilton (1 jogo), 1957
2 atletas jogaram
2 atletas convocados
3 participações em 2 jogos
Galícia: Walder (1 jogo), 1957
1 atleta jogou 1 atleta convocado
1 participação em 1 jogo
O contrato atual de transmissão do Campeonato Brasileiro vai de 2016 a 2016, com diversas castas de divisão, tanto na primeira quanto na segunda divisão. Como se sabe, 18 clubes tem aporte de elite mesmo em caso de rebaixamento. No Nordeste, apenas Sport, Bahia e Vitória. Para mostrar essa diferença nas cotas (tanto no cenário nacional quanto local), o blog compilou os últimos quatro contratos de televisão, todos assinados com a Rede Globo.
O Flamengo sempre fez parte do grupo 1. Até 2011, junto a Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco. Hoje, apenas na companhia do Timão. Enquanto o Sport faz parte do último degrau dos cotistas, os rivais Náutico e Santa recebem um montante ainda menor, e somente em caso de participação no Brasileirão. No quadro produzido pelo blog, os valores recebidos pelo Trio de Ferro e pelo principal expoente neste processo, já com 12 anos. Somados, alvirrubros e tricolores representam cerca de R$ 110 milhões, ou 48,9% do repasse ao Sport. No período, os leoninos jogaram a Série B quatro vezes, recebendo 50% nos três primeiros anos e 75% na última campanha, em 2013. Por outro lado, o Santa acabou passando seis anos entre as Séries C e D, que não contam (até hoje), com verba de televisionamento. Ah, os grandes clubes recifenses ganharam 334 milhões de reais, considerando as cotas fixas, ou 35,1% da cota do Mengo.
Espera-se uma reformulação na distribuição da receita de tevê no Brasileirão a partir de 2019. No caso, no contrato de seis temporadas, até 2024, com a Globo emulando o sistema da Premier League, com 40% (igualitário), 30% (audiência) e 30% (classificação anterior), em vez de 50%/25%/25%. Para isso, precisou ocorrer a concorrência do Esporte Interativo, que já firmou contrato com clubes como Santos, Inter, Bahia e Atlético-PR.
2006-2008 G1 – R$ 21 milhões (Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco G2 – R$ 18 milhões/ano (Santos) G3 – R$ 15 milhões/ano (Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Inter, Flu e Botafogo) G4 – R$ 11 milhões/ano Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás, Guarani e Portuguesa) G5 – R$ 3,4 milhões/2006) e R$ 5,5 milhões/2007-2008 (demais clubes)
Série B – R$ 1,25 milhão (demais clubes)
Série C – sem cota (demais clubes)
Maior diferença entre cotas da elite (G1 x G5): R$ 17,6 milhões (6,1 x mais)
No período, o clube cotista rebaixado recebia 50% no primeiro ano na Série B. A partir do segundo ano seguido na segunda divisão, passava a ganhar 25% (norma posteriormente retirada, a pedido dos clubes). O valor dos não cotistas foi ampliado em 2007, se mantendo congelado por 5 anos.
2009-2011 G1 – R$ 36 milhões/ano (Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco) G2 – R$ 20,6 milhões (Santos) G3 – R$ 20 milhões (Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Inter, Flu e Botafogo) G4 – R$ 13 milhões/ano (Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás, Guarani e Portuguesa) G5 – R$ 5,5 milhões (demais clubes)
Série B – R$ 1,8 milhão (demais clubes)
Séries C e D – sem cota (demais clubes)
Maior diferença entre cotas da elite (G1 x G5): R$ 30,5 milhões (6,5 x mais)
O novo contrato, outra vez, num triênio, manteve o mesmo formato anterior, com ajustes nas cotas. O grupo 1 subiu 71%, enquanto o grupo 4 subiu 18%.
2012-2015 G1 – R$ 110 milhões/ano (Flamengo e Corinthians) G1 – R$ 80 milhões/ano (São Paulo) G3 – R$ 70 milhões/ano (Palmeiras e Vasco) G4 – R$ 60 milhões/ano (Santos) G5 – R$ 45 milhões/ano (Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Inter, Flu e Botafogo) G7 – R$ 27 milhões/ano (Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás) G8 – R$ 18 milhões/ano (demais clubes)
Série B – R$ 3 milhões (demais clubes)
Séries C e D – sem cota (demais clubes)
Maior diferença entre cotas da elite (G1 x G8): R$ 92 milhões (6,1 x mais)
O novo acordo, de quatro anos, foi apelidado de supercota, com Fla e Timão no primeiro escalão. Foi o primeiro negócio após a implosão do Clube dos 13. Em relação aos cotistas rebaixados (Guarani e Lusa deixaram de ser, diga-se), o valor 75% da cota no primeiro ano, 50% e 25% no terceiro.
2016-2018 G1 – R$ 170 milhões/ano (Flamengo e Corinthians) G1 – R$ 110 milhões/ano (São Paulo) G3 – R$ 100 milhões/ano (Palmeiras e Vasco) G4 – R$ 80 milhões/ano (Santos) G5 – R$ 60 milhões/ano (Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Inter, Flu e Botafogo) G7 – R$ 35 milhões/ano (Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás) G8 – R$ 23 milhões/ano (demais clubes)
Série B – R$ 5 milhões (demais clubes)
Séries C e D – sem cota (demais clubes)
Maior diferença entre cotas da elite (G1 x G8): R$ 147 milhões (7,3 x mais)
No novo modelo, retomando o triênio, os rebaixados passam a ter cota integral mesmo em caso de participação na Série B
O Ibope refinou o seu levantamento sobre as bases digitais dos clubes do país, somando os perfis oficiais nas redes sociais mais utilizadas no futebol. A partir de agora, o instituto pretende atualizar o quadro mensalmente, sempre com 40 clubes, incluindo os vinte integrantes da Série A e outros vinte com as maiores bases digitais nas Séries B e C. Assim, a lista de janeiro apresenta onze nordestinos, do Sport, em 13º lugar geral, com 2,5 milhões no dado combinado (facebook, twitter, instagram e youtube), ao CRB, em 36º, com 213 mil.
No quadro absoluto, a Chapecoense se consolidou com um dos clubes mais populares na internet, com milhares torcedores de outros clubes, país afora, seguindo os perfis do alviverde catarinense após a tragédia na Colômbia – o clube passou do 24º para o 7º lugar, já se aproximando do Grêmio, em 6º. No topo, o Corinthians abriu um milhão de seguidores de diferença sobre o Flamengo, indo de encontro às pesquisas tradicionais, nas quais o rubro-negro carioca sempre aparece na liderança. O acesso à internet no estado de São Paulo, provavelmente, é determinante para esta diferença.
Voltando ao Nordeste, chama a atenção à polarização entre Sport e Bahia. Se o time pernambucano lidera no geral, o tricolor soteropolitano se mantém à frente no face, a a maior rede social. Por sinal, 2 x 2 em plataformas. No twitter e no insta, Sport em 1º e Bahia em 2º. No face e no youtube, o inverso, com Bahia em 1º e Sport em 2º. A seguir listas apenas com os clubes da região entre aqueles divulgados por José Colagrossi, diretor do Ibope-Repucom.
Os nordestinos com mais usuários nas redes sociais* 1º) Sport (2.502.936) 2º) Bahia (2.319.881) 3º) Vitória (1.393.386) 4º) Ceará (981.078) 5º) Fortaleza (810.220) 6º) Santa Cruz (800.323) 7º) América-RN (371.377) 8º) ABC (352.368) 9º) Náutico (333.316) 10º) Sampaio Corrêa (226.306)
11º) CRB (213.921)
Top 5 do NE no facebook* 1º) Bahia (1.092.793) 2º) Sport (1.041.062) 3º) Ceará (640.526) 4º) Fortaleza (576.886) 5º) Santa Cruz (564.096)
Top 5 do NE no twitter* 1º) Sport (1.224.736) 2º) Bahia (1.078.802) 3º) Vitória (941.405) 4º) Ceará (202.839) 5º) Fortaleza (125.814)
Top 5 do NE no instagram* 1º) Sport (218.529) 2º) Bahia (128.542)
3º) Ceará (128.291) 4º) Vitória (116.325) 5º) Santa Cruz (101.764)
Top 5 do NE no youtube* 1º) Bahia (19.744) 2º) Sport (18.609) 3º) Santa Cruz (17.509) 4º) Ceará (9.422) 5º) Fortaleza (8.652)
* Uma pessoa pode ter contas em diferentes plataformas, com a lista contando cada uma delas. Inclusive, pode seguir perfis rivais, também contabilizados.
Entre patrocínios de camisa e fornecedoras de material esportivo, há uma verdadeira disputa pelo “mapeamento” do futebol brasileiro. O Ibope-Repucom fez um levantamento com todas as empresas que investiram com regularidade no Brasileiro de 2016, abordando 21 clubes – com 20 deles assegurados na elite de 2017, exceção feita ao rebaixado Inter. Considerando as marcas vinculadas em 2016 (quadros acima e abaixo), três clubes tiveram apenas um patrocínio no uniforme, Vasco, Atlético-PR e Sport. Com o contrato de um ano com a Caixa Econômica Federal, o time pernambucano recebeu R$ 6 milhões. Também teve aporte neste tipo de receita através da Adidas, cujo acordo segue desconhecido. Ainda no cenário local, vale destacar que Náutico e Santa tiveram Topper/Caixa e Penalty/MRV como contratos mais duradouros, respectivamente.
Sobre as fabricantes, Nike (2 clubes) e Adidas (5) trouxeram a rivalidade global para os dois times mais populares do país. Nos dois casos, contratos maiores que os do patrocínio-máster, num formato já recorrente. Dos quatro maiores acordos, apenas o Palmeiras irá assinar um novo trato a partir de 2017.
Maiores contratos com fornecedoras de material esportivo em 2016: 1º) R$ 40 milhões/ano – Corinthians/Nike (2016-2025)
2º) R$ 35 milhões/ano – Flamengo/Adidas (2013-2022) 3º) R$ 27 milhões/ano – São Paulo/Under Armour (2015-2019)
4º) R$ 22 milhões/ano – Fluminense/Dry World (2016-2020 – rescindido)
5º) R$ 20 milhões/ano – Atlético-MG/Dry World (2016-2020 – rescindido)
6º) R$ 19 milhões/ano – Palmeiras/Adidas (2015-2016)
Em relação aos patrocínios tradicionais, com as marcas estampadas, a lista tem o Palmeiras como líder absoluto, levando em cona apenas uma empresa. Isso porque a Crefisa pagou ao alviverde (que terminou o ano como campeão brasileiro) por espaços na parte frontal, costas e ombros.
A título de comparação, o rival São Paulo firmou um contrato de 25 milhões por 19 meses com uma marca (na lista abaixo, a média anual), mas teve outros nove anunciantes, com a arrecadação passando de R$ 30 milhões. Enquanto isso, Timão e Fla seguem como os principais expoentes da Caixa. A instituição bancária está presente em 16 dos 21 clubes abordados no estudo do Ibope.
Maiores contratos de patrocínio no uniforme em 2016: 1º) R$ 66,0 milhões – Palmeiras (Crefisa – privado) 2º) R$ 30,0 milhões – Corinthians (Caixa) 3º) R$ 25,0 milhões – Flamengo (Caixa) 4º) R$ 15,7 milhões – São Paulo (Prevent Senior – privado)
5º) R$ 12,9 milhões – Grêmio (Banrisul)
5º) R$ 12,9 milhões – Internacional (Banrisul)
Confira o levantamento do Ibope-Repucom numa resolução melhor aqui.
Em duas décadas de história intermitente, com 13 edições oficiais, a Copa do Nordeste já teve a participação de 51 clubes. Indo além da lista de campeões, que tem o Vitória como maior vencedor, tetra, e o Santa Cruz como sétimo campeão, o blog compilou todas as campanhas, literalmente. De 1994, quando ocorreu em Alagoas a pioneira edição com o nome conhecido, até 2016, foram realizadas 905 partidas, com 2.520 gols marcados, proporcionando uma média de 2,78. Em relação à pontuação absoluta, a dupla Ba-Vi está empatada com 239 pontos, com o rubro-negro à frente no número de vitórias (70 x 68). Curiosamente, o aproveitamento do rival é melhor, pois tem dois jogos a menos.
Em seguida vem o Sport, cuja ausência em 2010 pesa bastante no histórico geral, pois naquele ano houve um turno com 14 rodadas – em disputa marcada pela imposição da Liga do Nordeste frente à CBF, numa batalha judicial. Atual campeão, o Santa somou 24 pontos até sua orelhuda dourada, ficando a um triz do América, ainda em vantagem devido aos doze jogos a mais. Enquanto isso, o Náutico é o time com menos participações na Lampions entre os mais tradicionais da região. Ficou de fora em cinco edições, custando o top ten.
Outra curiosidade está lá no fim da tabela, com os genéricos Flamengo (Teresina), Corinthians (Maceió) e Palmeiras (Feira de Santana). Outras agremiações genéricas têm história no Nordestão, como Botafogo (João Pessoa), Coritiba (Itabaiana), Cruzeiro (Arapiraca) e Fluminense (Feira de Santana), que detém o melhor resultado entre esses times, com o vice em 2003.
Observações do blog sobre a composição dos dois quadros expostos (ranking de pontos, abaixo; ranking de colocações no G4, acima):
1) Vitória, 3 pontos. Empate, 1 ponto. Resultados da fase preliminar à final.
2) A ordem dos times no ranking de pontos foi estabelecida da seguinte forma: pontos, vitórias, saldo de gols, gols marcados. O índice de aproveitamento aparece como adendo ao rendimento de cada clube
3) A ordem no ranking de colocações foi estabelecida da seguinte forma: títulos, vice-campeonatos e semifinais (em 1998, com a fase semifinal em dois quadrangulares, foi considerada a pontuação total). O número de vezes no G4 (última coluna) aparece como adendo ao desempenho de cada clube.
Na volta da Copa do Nordeste, em 2013, a bola oficial foi produzida pela Nike, com a mesma versão utilizada nas demais competições organizadas pela CBF. A partir do ano seguinte, a Liga do Nordeste passou a negociar com as fabricantes, visando um modelo exclusivo. Daí o nome Asa Branca, eleito numa votação popular que ainda teve Maria Bonita e Arretada. Do contrato firmado com a Penalty saíram três versões, fabricadas em Itabuna, no interior baiano.
Em 2016, entretanto, a Asa Branca 3 acabou saindo de cena, mesmo após a apresentação oficial. Com um “contrato mais vantajoso”, como limitou-se a dizer a liga, a Umbro ocupou o lugar. Porém, com uma bola genérica, sem traços regionais. Agora, em 2017, a situação foi amarrada de uma forma melhor.
Com o novo contrato, agora com a Topper, foi retomado o projeto de marketing do Nordestão, com a 4ª Asa Branca, com a taça dourada estampada. Como nas edições anteriores, a produção estima 500 bolas nos 74 jogos do torneio. Na decisão será feita uma versão especial, com os escudos dos finalistas.
Abaixo, relembre todas as bolas oficiais do Nordestão. Qual a mais bonita?
Se já é complicado apurar as cifras absolutas pagas aos clubes pela transmissão do Campeonato Brasileiro, no cenário estadual o tema é uma verdadeira caixa-preta. Informações desencontradas (dos clubes, das federações e também da própria imprensa), prazos distintos nos contratos, renovações arrastadas e divisões de cotas não menos questionáveis. Mas, ainda assim, é possível traçar um cenário aproximado da realidade.
Sobre 2017, o blog reuniu as informações mais atuais (jornais, rádios e canais de outros estados) sobre os onze maiores campeonatos estaduais, incluindo o Pernambucano, o Baiano e o Cearense. Esses três apresentam valores bem abaixo, expondo a importância do Nordestão, que distribui R$ 18,5 milhões.
Dos números conhecidos (ainda que arredondados), a diferença máxima entre as competições é de R$ 157,4 milhões (SP x CE). Em dez casos, os acordos envolvem a Rede Globo e suas afiliadas. De acordo com o atlas de cobertura da emissora, existem 200.618.195 telespectadores potenciais. Logo, somando o alcance do Paulista e do Carioca (com 16 estados, considerando a transmissão do ano anterior), chega-se a 100.703.663, ou 50,2% do país.
Paulistão Sem surpresa, o torneio de São Paulo é o mais valorizado. Não por acaso, os clubes do estado ainda não aderiram à Primeira Liga (que paga 7 vezes menos). Para um calendário de pelo menos doze partidas (lembrando que o torneio de 2017 terá quatro times a menos em relação a 2016), os quatro grandes recebem, cada um, cerca de R$ 17 milhões. Valores informados em duas fontes, Máquina do Esporte e Veja. Num bloco intermediário, a Ponte receberá 5 milhões, montante superior a todo o Pernambucano (!). Mercados antagônicos, fato, mas não deixa de ser um comparativo poderoso para o restante da temporada.
R$ 160 milhões/ano (16 clubes; de 12 a 18 jogos para os grandes) Contrato: Globo SP (2016-2019), inclui Sportv e ppv R$ 17 milhões – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos R$ 5 milhões – Ponte Preta R$ 3,3 milhões – demais clubes (11) R$ 5 milhões – campeão R$ 1,65 milhão – vice R$ 1,1 milhão – 3º lugar
Alcance da TV aberta: SP (43,8 milhões de telespectadores)
Carioca (atualizado em 05/02) O Carioca foi reformulado, voltando a ter as Taças Guanabara e Rio, com semifinais e finais, num modelo com histórico de audiência. O Estadual do Rio também passa de uma centena de milhões de reais, pois é exibido para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Contudo, o contrato ficou a mercê da assinatura do Fla, que inicialmente não aceitou o percentual da Ferj, segundo a repórter Gabriela Moreira, da ESPN. De fato, repassar 10% do contrato geral (R$ 12 milhões) para a federação é inexplicável (apesar da justificativa de custos operacionais). Os dados dos clubes pequenos foram divulgados por Rodrigo Mattos, do Uol. Somando São Paulo e Rio, R$ 280 milhões anuais, incluindo as premiações aos melhores colocados (campeão, vice, semifinalistas etc).
R$ 120 milhões/ano (16 clubes; de 11 a 18 jogos para os grandes) Contrato: Globo Rio (2017-2024), inclui ppv R$ 15 milhões – Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo
R$ 4 milhões* – Bangu, Madureira, Volta Redonda e Boavista R$ 2,2 milhões – Macaé e Resende R$ 1,826 milhão – Nova Iguaçu e Portuguesa
R$ 4 milhões – campeão R$ 1,8 milhão – vice R$ 250 mil – semifinalistas Alcance da TV aberta: RJ, ES, TO, SE, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF (56,8 milhões de telespectadores).
Mineiro Em 3º lugar, mas num patamar bem abaixo, vem Minas Gerais, o segundo estado mais populoso. Com o fim do contrato 2012-2016, a competição foi oxigenada financeiramente. No novo acordo, novamente por cinco edições, o Mineiro registrou um aumento de 56%, passando de R$ 23 mi para R$ 36 milhões, segundo Vinícius Dias, do blog Toque Di Letra, do portal Uai. O pacote mantém as tevês aberta e fechada, além do pay-per-view. As cotas anuais de Galo e Raposa passaram de R$ 7 mi para R$ 12 milhões (acréscimo de 71%). Já o América, a terceira força, ganha 3x mais que os grandes do Recife…
R$ 36 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 15 jogos para os grandes) Contrato: Globo Minas (2017-2021), inclui ppv R$ 12 milhões – Atlético-MG e Cruzeiro R$ 2,8 milhões – América R$ 850 mil – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: MG (20,6 milhões de telespectadores)
Gaúcho No extremo sul, um cenário curioso. Ao menos até aqui, informa-se um acordo de apenas um ano, segundo Gustavo Manhago, da Rádio Gaúcha. O Gauchão – cujo acerto ocorreu só no fim de dezembro – pagará um pouco menos que o Mineiro (diferença de R$ 2,2 mi). Se por um lado a dupla Grenal receberá 1 milhão a menos, os times do interior vão receber R$ 250 mil a mais. No interior, dois subgrupos, com Brasil e Juventude destacados dos demais por integrarem a Série B nacional.
R$ 33,8 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes) Contrato: RBS TV (2017), inclui ppv R$ 11 milhões – Grêmio e Inter R$ 1,5 milhão – Brasil de Pelotas e Juventude R$ 1,1 milhão – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: RS (11,1 milhões de telespectadores)
Paranaense No Paraná, os clubes (sobretudo o Atletiba) exigem um piso para a cota geral. Ou seja, que o contrato não seja inferior a estaduais à parte do eixo SP-RJ-MG-RS, via blog De Prima, do Lance!. A negociação segue com a afiliada da Globo, que em 2016 bancou 8,8 milhões de reais, quase a soma do valor previsto no Pernambucano, Baiano e Cearense somados.
R$ 8,8 milhões/ ano* (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes) Contrato: RPC (em negociação)
R$ 2 milhões* – Atlético-PR e Coritiba
R$ 1 milhão* – Paraná Clube
R$ 600 mil* – Londrina
R$ 400 mil* – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: PR (10,7 milhões de telespectadores)
*Valores pagos na edição de 2016, expostos a título de comparação.
Catarinense Em 2015, Santa Catarina emplacou quatro clubes no Brasileirão, à frente do Rio. Naquele mesmo ano foi firmado um contrato de três anos, incluindo sinal aberto e pay-per-view. Ao contrário do Pernambucano e do Baiano, com um jogo por rodada e oferecidos como “degustação” a assinantes do Paulista e do Carioca, o Catarinense tem um pacote de jogos maior. Daí, mais receita. Somando Globo e Premiere, R$ 7,3 milhões, segundo Tony Marcos, da Rádio Difusora. Com os descontos da federação, arbitragem e outros custos operacionais, sobra 65% para os clubes. Na divisão, três subgrupos, com o último reservado aos times oriundos da segundona.
R$ 4,777 milhões/ano (10 clubes; de 18 a 20 jogos para os grandes) Contrato: RBS TV (2015-2017), inclui ppv R$ 673 mil – Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense e Joinville R$ 332 mil – Brusque, Inter de Lages e Metropolitano R$ 208 mil – Atlético Tubarão e Almirante Barroso Alcance da TV aberta: SC (6,7 milhões de telespectadores)
Pernambucano No cenário local, o contrato de quatro anos (com a Globo, detentora dos direitos desde 2000!) prevê um reajuste anual através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Assim, por mais que o valor-base (de janeiro de 2015) seja de R$ 950 mil para o Trio de Ferro, na prática cada um ganhará R$ 1.125.685 em 2017. Logo, a 103ª edição do Estadual terá um aporte de 4,5 milhões. Vale lembrar que o campeonato estadual oferecia uma premiação ao campeão até 2014 (R$ 400 mil na ocasião), mas, em comum acordo, os grandes preferiram abrir mão do valor, com a verba extra sendo repartida.
R$ 3,84 milhões/ano (12 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes) Contrato: Globo Nordeste (2015-2018), inclui ppv R$ 950 mil – Náutico, Santa Cruz e Sport R$ 110 mil – demais clubes (9) Alcance da TV aberta: PE (9,6 milhões de telespectadores)
Baiano No Campeonato Baiano, que terá como particularidade o número ímpar de competidores (lembrando a desorganizada década de 1990), os valores foram revelados pelo balancete do Bahia. No dado do clube foram R$ 893.401 em 2016, numa correção monetária sobre o valor-base de R$ 850 mil (nos mesmos moldes do Pernambucano). A cota é a mesma paga ao rival Vitória. No contrato anterior (2011-2015), a dupla Ba-Vi recebeu R$ 750 mil. Portanto, um mísero aumento de 13%.
R$ 2,71 milhões/ano (11 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes) Contrato: Rede Bahia (2016-2020), inclui ppv R$ 850 mil – Bahia e Vitória
R$ 113 mil* – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: BA (14,4 milhões de telespectadores) * Projeção, considerando o mesmo percentual de aumento sobre a cota anterior para os clubes intermediários, de R$ 100 mil
Paraense Com Remo e Paysandu, os clubes mais populares da região, o principal campeonato estadual do Norte é o único, desta lista, que não é exibido pela Globo. Desde 2009 é transmitido pela TV Cultura, emissora estatal. O sinal é transmitido para 110 dos 144 municípios do estado, alcançando 71% da população (hoje estimada em 8,2 milhões). Ao todo, o aporte é (desde 2014) de R$ 2,956 milhões, com quase 300 mil repassados a custos operacionais, segundo dados da própria Secretaria de Esporte e Lazer do Pará. Ah, também conta com premiação ao campeão.
R$ 2,70 milhões/ano* (10 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes) Contrato: TV Cultura (2017) R$ 827.904* – Remo e Paysandu R$ 118.272* – demais clubes (8) R$ 100 mil – campeão Alcance da TV aberta: PA (5,9 milhões de telespectadores) *Valores pagos nos triênio 2014-2016
Cearense O certame alencarino é único, entre os onze, com uma divisão de transmissão – e não compartilhamento, como a Globo costuma fazer com a Band. Isso porque o Esporte Interativo também adquiriu os direitos de uma plataforma (fechada). Após 2015-2016, renovou por outro biênio. Além disso, a Verdes Mares (a Globo cearense) também cede o sinal à TV Diário. As cotas foram aproximadas a partir de informações do jornalista Mário Kempes e do jornal O Povo.
R$ 2,56 milhões/ano (10 clubes; de 9 a 15 jogos para os grandes) Contrato: Verdes Mares (2016-2019) e Esporte Interativo (2017-2018) R$ 800 mil – Ceará e Fortaleza
R$ 120 mil – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: CE (8,7 milhões de telespectadores)
Goiano Entre os estados listados, o campeonato de Goiás foi o mais complicado na apuração de informações, com valores escassos entre 2013 e 2015. Após o acerto exclusivo em 2016, os clubes seguem negociando a receita de 2017. Exibido pela mesma emissora desde 2009 (tendo o compartilhamento da Band em 2016), o torneio no Centro-Oeste conta com três cotas principais, reunindo os clubes da capital.
R$ 2,2 milhões/ano* (10 clubes; de 14 a 18 jogos para os grandes) Contrato: TV Anhanguera, inclui ppv (em negociação) R$ 500 mil – Atlético-GO, Goiás e Vila Nova Alcance da TV aberta: GO (6,2 milhões de telespectadores) * Estimativa de 2015, com os times intermediários ganhando R$ 100 mil
O último sorteio da Timemania em 2016 ocorreu em Picos, no interior piauiense, na noite do dia 31 de dezembro. No concurso que teve o Brasiliense como clube sorteado, o prêmio principal de R$ 10,8 milhões, para o acerto de sete números, acumulou. Assim, encerrou-se também a 9ª temporada da loteria federal criada para abater as dívidas dos times brasileiros com o poder público.
Os três clubes pernambucanos cadastrados registraram mais de 4,9 milhões de apostas, numa queda de 14% em relação ao acumulado passado (5,8 mi) – e já havia caído 19% na comparação anterior. Em contrapartida a esta queda, o Santa Cruz conseguiu, pelo terceiro ano seguido, figurar no top 20, a “elite” do ranking de apostas. E isso vale bastante, pois do faturamento absoluto da loteria – cujo montante até hoje não atingiu o imaginado pelos organizadores -, 20% é repassado para os 80 clubes inscritos de acordo com o número de apostas.
Divisão da receita repassada aos clubes e as respectivas cotas em 2017: 65% (grupo 1, do 1º ao 20º lugar) – R$ 36,0 milhões (R$ 1,8 milhão cada) 25% (grupo 2, do 21º ao 40º lugar) – R$ 13,8 milhões (R$ 692 mil cada) 8% (grupo 3, do 41º ao 80º lugar) – R$ 4,4 milhões (R$ 110 mil cada) 2% (grupo 4, com os 18 clubes fora da cartela) – R$ 1,1 milhão (R$ 61 mil cada)
Ao todo, seis nordestinos ficaram na primeira casta em 2016 e vão poder abater R$ 1,8 milhão em dívidas tributárias, cada um, em 2017. Neste bolo, a surpresa é o ABC, embora a direção mantenha um trabalho contínuo de engajamento junto à torcida – já havia sido top 20 antes. Enquanto isso, Sport e Náutico ficaram no segundo escalão, no top 40. A seguir, o histórico de colocações (nos âmbitos nacional e regional) dos sete times mais tradicionais do Nordeste.
A arrecadação bruta da Timemania foi de R$ 276.942.364, com 138.471.182 apostas em todo o país (cada cartela custa R$ 2). Muito? Pois esse dado é 18,3% menor que o apurado em 2015. Em cifras, R$ 62 milhões a menos nas lotéricas. Por isso, o repasse para os clubes será o menor em três temporadas.
Arrecadação da Timemania e a receita dos clubes (entre parênteses): 2012 – R$ 256 milhões (R$ 51,2 mi) 2013 – R$ 251 milhões (R$ 50,3 mi) 2014 – R$ 425 milhões (R$ 85,0 mi) 2015 – R$ 338 milhões (R$ 67,6 mi) 2016 – R$ 276 milhões (R$ 55,3 mi)
Abaixo, o número de apostas a cada ano dos maiores clubes do Nordeste. Desde 2009, o Trio de Ferro termina a temporada abaixo dos rivais baianos e cearenses. Talvez (repetindo, “talvez”) pelo fato de o público ser formado não só por torcedores, mas por apostadores regulares, independentemente do modelo. Não por acaso, as três metrópoles, com populações semelhantes (na casa de 4 milhões), registram dados aproximados, caso a comparação seja agregada.
Com 4,9 milhões de apostas (soma de tricolores, rubro-negros e alvirrubros), o Recife teve 350 mil a menos que Salvador e 300 mil a mais que Fortaleza. Contrasta com o cenário individual. De toda forma, a 14ª colocação nacional do Fortaleza há oito anos seguidos, por exemplo, é um mérito do clube, fato.
Em 115 anos de bola rolando nos campeonatos estaduais, na base das rivalidades, já foram realizadas 2.427 competições locais, considerando as 27 unidades da federação. Entre os grandes campeões, 71 clubes ganharam ao menos dez títulos, com três pernambucanos presentes: Sport 40 (saiu do top ten no último ano), Santa 29 (a uma taça de mudar de patamar) e Náutico 21 (estacionado há doze temporadas). O maior vencedor é, de longe, o ABC de Natal, o único com mais de 50 taças em sua galeria. Voltou a ser campeão potiguar após cinco anos e ampliou o recorde nacional. Entre os campeões estaduais de 2016, só o River mudou de base, alcançando o 30º título piauiense.
Sobre os cenários mais polarizados, Ceará (Ceará 43 x 41 Fortaleza) e Pará (Paysandu 46 x 44 Remo) seguem imbatíveis. Esse levantamento parte de 1902, quando a Liga Paulista de Foot-Ball organizou a primeira edição do campeonato paulista, com apenas 21 partidas. O São Paulo Athletic, de Charles Miller, foi o campeão. O introdutor do esporte no país sagrou-se, também, o primeiro artilheiro, com 10 gols. Desde então, o mapa futebolístico mudou bastante, com a última mudança em 1988, na criação do estado do Tocantins.
Por sinal, nas vária mudanças estaduais (como o desmembramento do Mato Grosso, por exemplo), o blog contou até o extinto campeonato fluminense, disputado até 1978, antes da fusão com o Estado da Guanabara, formado pela cidade do Rio de Janeiro. Em todos os estados foram somados os períodos amador e profissional. Afinal, na década de 1930 foram realizados torneios paralelos oficiais, nos dois modelos, no Rio e em São Paulo. Se em Pernambuco a transição ocorreu de forma pacífica, em 1937, em Roraima o torneio só foi profissionalizado em 1995, com três participantes, sendo o último segundo a CBF. Entretanto, a competição já era organizado pela federação roraimense desde 1960, com os mesmos filiados. Eis a lista completa… O seu time está aí?
Os 71 maiores campeões estaduais* (último título): * A partir de 10 conquistas
As pesquisas que mensuram as torcidas brasileiras geram discussões desde a década de 1960. Indo além do tamanho das massas, sempre o foco principal desses levantamentos, o blog resolveu projetar o tamanho absoluto das rivalidades, com os clássicos estaduais mais populares do país – o que não é sinônimo de rivalidade mais acirradas, cuja visão é mais subjetiva. Tomando como base o estudo do Paraná Pesquisas, divulgado em 25 de dezembro de 2016, foi possível chegar a 25 confrontos (quadro abaixo). Desses, 24 envolvem mais de um milhão de torcedores rivais, com as cinco regiões representadas.
Devido à magnitude de seus seguidores (1/3 do total), Flamengo e Corinthians transformaram-se em “puxadores de torcida” para este contexto, com os seis clássicos envolvendo os dois no alto da lista. Sobre essa distorção, basta citar o Fluminense, que no geral ocupa o 13º lugar, mas através do Fla-Flu figura a 5ª posição. Também pudera, o rubro-negro carioca detém 91% do público deste clássico, que é o mais desequilibrado entre todos – a proporção de cada clube está no complemento do post, na caixa de comentários.
Os clássicos estaduais* mais desequilibrados na divisão de torcidas:
1º) Flamengo (91,0%) x (8,9%) Fluminense 2º) Flamengo (90,5%) x (9,4%) Botafogo 3º) Atlético-PR (84,8%) x (15,1%) Paraná 4º) Coritiba (83,0%) x (16,9%) Paraná 5º) Corinthians (81,5%) x (18,4%) Santos 6º) Flamengo (77,8%) x (22,1%) Vasco 7º) Sport (75,8%) x (24,1%) Náutico 8º) Vasco (74,1%) x (25,8%) Fluminense 9º) Vasco (73,0%) x (26,9%) Botafogo 10º) Bahia (71,4%) x (28,5%) Vitória
Os clássicos estaduais* mais equilibrados na divisão de torcidas:
1º) Goiás (50,0%) x (50,0%) Vila Nova 2º) Botafogo (51,5%) x (48,4%) Fluminense 3º) Atlético-PR (53,3%) x (46,6%) Coritiba 4º) São Paulo (56,0%) x (43,9%) Palmeiras 5º) Grêmio (56,4%) x (43,5%) Internacional 6º) Ceará (57,8%) x (42,1%) Fortaleza 7º) Cruzeiro (58,8%) x (41,1%) Atlético-MG 8º) Figueirense (60,8%) x (39,1%) Avaí 9º) Santa Cruz (62,8%) x (37,1%) Náutico 10º) Remo (63,3%) x (36,6%) Paysandu * Entre os 25 clássicos citados nesta postagem
À parte de Fla e Timão, o clássico local que reúne mais gente é o Choque-Rei, com Palmeiras e São Paulo. E saindo da ponte aérea o futebol mineiro mostra a sua força, com Galo x Raposa no top ten. No Recife, os três tradicionais clássicos ficaram entre os vinte melhores, com destaque, sem surpresa, para Sport x Santa, com mais de quatro milhões de agregados, entre rubro-negros e tricolores. No Nordeste, só ficou atrás do Ba-Vi, com quase seis milhões, num dado visivelmente favorecido pelo bom desempenho do Bahia nesta pesquisa – embora o Vitória tenha tido um percentual menor que sua média histórica.
Os clássicos estaduais mais populares do Nordeste:
5,7 milhões – Ba-Vi (Salvador) 4,1 milhões – Clássico das Multidões (Recife) 3,9 milhões – Clássico-Rei (Fortaleza) 3,5 milhões – Clássico dos Clássicos (Recife) 2,2 milhões – Clássico das Emoções (Recife)
Paralelamente ao ranking dos clássicos mais populares, o blog lembrou o recorde de público de cada duelo – afinal, a presença in loco também justifica o apelo popular. Com o Maracanã dos velhos tempos – cuja geral suportava 30 mil pessoas em pé -, os duelos cariocas estabeleceram números incomparáveis.
Obviamente, muitas rivalidades ultrapassam bastante as fronteiras municipais e estaduais, como Flamengo x Atlético-MG, Grêmio x Palmeiras, entre outros. Por isso, a lista regional. Ainda que historicamente não tenham a rivalidade mais acirrada, flamenguistas e corintianos, donos das maiores cotas de televisão, reúnem a atenção de 61 milhões de pessoas, com domínio absoluto no Sudeste.
Os confrontos interestaduais mais populares de cada região:
Sudeste: Flamengo (RJ) x Corinthians (SP) – 29,9% (61.618.347) Sul: Grêmio (RS) x Internacional (RS)- 6,2% (12.777.047) Nordeste: Bahia (BA) x Sport (PE) – 3,3% (6.800.686) Norte: Remo (PA) x Paysandu (PA) – 0,9% (2.002.125) Centro-Oeste: Goiás (GO) x Vila Nova (GO) – 0,4% (1.134.538)
Abaixo, a projeção das torcidas absolutas dos clássicos a partir da estimativa oficial da população brasileira, atualizada pelo IBGE em 30 de agosto de 2016.