A vitória do Santa sobre o Náutico, na disputa pelo 3º lugar do Campeonato Pernambucano de 2017, registrou o pior público em 21 clássicos realizados na Arena Pernambuco desde a abertura, há quatro anos. Foram apenas 2.592 espectadores, num dado corrigido, pois durante a partida anunciaram 3.267, embora a sensação era de uma assistência muito inferior.
Talvez a explicação esteja no borderô oficial, que apresenta um número intrigante de pagantes. Foram apenas 735, sendo 496 alvirrubros e 239 tricolores. A seguir, entraram na conta crianças (37), camarotes (312 pessoas, o que daria quase 2/3 dos alvirrubros na arquibancada – havia tudo isso?!) e, sobretudo, as cortesias. A “cortesia” é nova nomenclatura utilizada na operação para os não pagantes – o borderô feito pela direção do Náutico, no Clássico das Emoções no Nordestão, comprova a mudança.
O número de cortesias na partida, não detalhadas por setor, correspondeu a 58% do público, disparado o maior dado já registrado num clássico. Mesmo considerando a cota de ingressos autorizados ao mandante (cerca de 400) e as pessoas que trabalharam no jogo, o dado segue bem acima do razoável…
Gratuidades nos clássicos na Arena em 2017: 29/01 – Náutico 1 x 1 Santa Cruz – 1.858 (40,1% de 4.622)
05/03 – Náutico 2 x 1 Sport – 1.684 (26,2% de 6.419) 12/03 – Náutico 1 x 0 Santa Cruz – 2.350 (35,1% de 6.692) 23/04 – Náutico 1 x 1 Sport – 1.799 (9,2% de 1.9541)
06/05 – Náutico 1 x 2 Santa Cruz – 1.508 (58,1% de 2.592)
Os sete maiores clubes do Nordeste, concentrados nas cidades de Salvador, Recife e Fortaleza, arrecadaram quase meio bilhão de reais em 2016. Somando as receitas operacionais de Bahia, Vitória, Náutico, Santa, Sport, Ceará e Fortaleza, o montante exato foi de R$ 476.840.772, com um aumento de 53% sobre o ano anterior. Num dado bruto, R$ 165 milhões a mais no caixa. Animador? O Flamengo sozinho arrecadou R$ 510 milhões. Embora no cenário nacional a cifra local ainda precise de lastro, concentremos a análise na região. Até porque há, também, uma grande desigualdade interna.
Como se sabe, Bahia, Sport e Vitória, os primeiros da região acima de R$ 100 mi/ano, são cotistas da televisão há muito tempo – o leão baiano foi o último a entrar no bolo, em 1999. Se em 2015 o faturamento do trio representou 73% do G7, agora subiu para 77%. Esse distanciamento foi baseado na renovação dos contratos de televisão para o Campeonato Brasileiro, no meio da briga entre Rede Globo e Esporte Interativo. O Baêa acertou com o EI a exibição na tevê por assinatura, de 2019 a 2024, com luvas de R$ 40 milhões.
Enquanto isso, Vitória e Sport já haviam recebido 18 milhões de reais da Globo referentes às edições de 2019 e 2020 – neste caso, somando todas as plataformas; aberta, fechada, ppv, internet e sinal internacional. Porém, em 2016, ambos estenderam seus contratos até 2024. Somente o Vitória detalhou o novo recurso da Globo, de R$ 40 milhões! A tendência é que o Sport tenha recebido o mesmo. Portanto, os demonstrativos estão turbinados, cenário semelhante a 2012, no ciclo anterior dos acordos de transmissão.
Os outros quatros clubes também negociaram, Náutico e Santa com a Globo e Ceará e Fortaleza com o EI, mas com dados quase irrelevantes neste balanço – apenas o tricolor pernambucano mudou de patamar, não por este acordo, mas pela cota da Série A de 2016, quando recebeu R$ 23 milhões. Entre as consequências, a baixa competitividade – embora o Santa venha tendo ótimo desempenho no cenário local -, precarizando a estruturação. O caso timbu, hoje, é de colapso. O passivo já é 9x maior que a receita líquida.
Abaixo, os dados do G7, considerando receita operacional e o passivo, que é a soma dos passivos circulante e não circulante, com dívidas de curto e longo prazo, entre outros débitos e financiamentos. No geral, R$ 659 milhões (!), com parte já refinanciada no Profut. A divulgação pública desses balanços, com pareceres de auditores independentes, está prevista no artigo 46-A da Lei 9.615, de 24 de março de 1998. Mais conhecida como Lei Pelé. O prazo final é abril. O primeiro a divulgar a demonstração contábil nesta temporada foi o Bahia, em 29 de março. Todos apresentaram no prazo, em jornais e/ou site de federações, com o Sport sendo o último a publicar em seu site oficial.
Pela primeira vez um clube da região ultrapassou a barreira centenária. Na verdade foi em dose tripla. Baseados em aumentos fora da curva, com Bahia (40,5 mi), Sport (41,9 mi) e Vitória (59,7 mi). Mesmo na Série C, o Fortaleza teve uma receita 39% maior que a do Náutico. Já no caso coral, o rebaixamento deve fazer com que o patamar volte ao de 2014/2015.
O blog fez três quadros distintos, com o G7, com os cotistas (Bahia, Sport e Vitória) e os não cotistas (Santa, Ceará, Fortaleza e Náutico), considerando os contratos tradicionais da tevê. Enquanto a receita do “G3” subiu 62% no último ano, o faturamento dos outros quatro evoluiu 28%. Por sinal, a receita do quarteto, R$ 105 milhões, é inferior ao menor faturamento do G3 (111 mi).
Para terminar, um gráfico com a evolução da receita operacional no último triênio. Enquanto as três primeiras colocações parecem fixas, a briga pelo 4º lugar é baseado numa participação na Série A, recebendo a cota principal – uma vez que Bahia, Sport e Vitória recebem a cota da elite mesmo na Série B, com 100% no primeiro ano e 85% a partir do segundo ano por lá.
O Náutico vive uma séria instabilidade política. Embora seja salutar a alternância no comando, há três gestões os palanques não são desmontados. Atualmente, o executivo é comando por um grupo e o conselho deliberativo por outro outro, com seguidas divergências na aprovação e execução de projetos ($). Inclusive no balanço financeiro, divulgado sem alarde no site oficial. O documento (íntegra abaixo) traz nas cinco páginas o seguinte alerta na cor vermelha: “sujeito a ajustes após conclusão de auditoria/aprovação do conselho fiscal”. Logo, a publicação sobre a operação em 2016 pode ter sido protocolar, para cumprir a lei federal, mas com os dados sob análise interna.
Em campo, o alvirrubro viveu a 12ª temporada sem títulos. No fim do ano, com o técnico Givanildo Oliveira, reagiu e quase voltou à Série A. Perdeu o acesso num duro revés em plena arena, para o quase rebaixado Oeste. Com isso, a (triste) certeza de que o desidratado patamar financeiro seguirá em 2017. No último exercício, o clube teve cerca de R$ 1,3 milhão/mês. Dinheiro para bancar o futebol (profissional e base), para quitar débitos (despesas de gestão e dívidas antigas), para a manutenção do CT etc. Quase inviável numa disputa com os rivais tendo R$ 3 mi (Santa) e R$ 10 mi (Sport) mensais.
Ao todo, o clube faturou R$ 16,7 milhões, com 38% através das cotas de televisão da Série B, do Estadual e da Copa do Brasil (R$ 6,5 mi). Em 2017 a receita do Brasileiro será de R$ 5,8 milhões, num aumento de R$ 600 mil – por sinal, o executivo tentou adiantar uma parte para sanar salários atrasados, mas o conselho vetou. No ano passado, a situação só não foi pior por causa do patrocínio firmado com a Caixa Econômica Federal, de R$ 1,2 milhão, valor superior ao patrocinador-master do tricolor, uma divisão acima.
Mesmo com as certidões negativas atualizadas, após anos tentando, o clube de Rosa e Silva segue se endividando. O blog publica os balanços do Trio de Ferro desde 2011, e em todos o Náutico registrou déficit. Não por acaso, viu o seu passivo subir pela 4ª vez seguida, chegando a R$ 155 milhões, o maior do futebol pernambucano. É quase dez vezes a receita! Bronca. Ao menos o patrimônio, mesmo com o estádio dos Aflitos inviabilizado, segue inalterado, com R$ 134 milhões, valor não atualizado pelo mal detalhado balanço.
Havia a certeza de que o Santa Cruz teria a maior receita de sua história em 2016. Apenas a cota de televisão pela participação na Série A, de R$ 23 milhões, já seria suficiente para superar todos os faturamentos anuais na década. Então, some a isso as premiações obtidas pelo clube no Nordestão (campeão), na Copa do Brasil (3ª fase) e na inédita participação na Sul-Americana (oitavas), além de patrocínios, sócios e bilheteria. Ao todo, R$ 36,8 milhões de receita operacional, num aumento de 143% em relação à temporada anterior, quando conquistou o acesso à elite nacional – o relatório foi publicado no Diario de Pernambuco. No histórico tricolor, foi muito dinheiro, mas num comparativo local, a cifra acabou abaixo do esperado.
E não se trata de uma comparação com o Sport, cuja receita em 2016 foi superior à soma dos últimos seis anos do Santa (129 mi x 115 mi), mas sim em relação ao Náutico, também na condição de “não cotista” da tevê. Em 2012 e 2013, em seus últimos anos na elite, o alvirrubro faturou 41 e 48 milhões, respectivamente. Desconsiderando o segundo dado, turbinado pelo contrato com a Arena Pernambuco, o primeiro já mostra uma captação maior.
Sobre o último exercício, o gasto com o futebol subiu consideravelmente, chegando a 31,1 milhões de reais, ou 84% de toda a receita – o rival leonino, por exemplo, gastou 45% com futebol. E justamente por isso surpreende o fato de o passivo ter caído tanto. A redução foi de 15 milhões de reais, a maior no Arruda desde que o blog passou a detalhar os balanços do Trio de Ferro. Via Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro), cujo parcelamento dobrou, chegando a R$ 29 milhões. Quadro importantíssimo, devido ao longo tempo de pagamento, desde que o clube honre o compromisso estabelecido.
Administrativamente, o clube ajustou o quadro de exercícios (anos) anteriores e quitou um empréstimo bancário de R$ 8,7 mi. Por outro lado, as obrigações tributárias seguem pesadas, tanto que não conseguiu todas as certidões negativas, a exigência da Caixa Econômica Federal para firmar patrocínios esportivos. Por isso, acabou sem o acordo previsto de R$ 3,6 milhões, estampando posteriormente a marca da MRV, por R$ 1,08 mi. Ou seja, é uma das explicações para o faturamento abaixo do esperado. Nesta equação com o futebol (custo alto e rebaixamento no fim), o Santa terminou com um déficit de R$ 3,8 milhões, empurrando o débito para a segunda divisão, onde tende a voltar ao patamar financeiro dos cinco anos anteriores.
Em 2016, o Sport colecionou vários insucessos no campo. No Estadual, no Nordestão e na Copa Sul-Americana. Na Série A, só escapou na última rodada, embora ainda tenha sido premiado com outra vaga na Sula. Esse desempenho não bate com a receita operacional do clube, a maior da história, superando o recorde anterior, vejam só, de 2015. Mais do que isso, o faturamento rubro-negro aumentou em 47,8%. Segundo o balanço financeiro de 2016, publicado na Folha de Pernambuco, o montante chegou a R$ 129,5 milhões, ultrapassando pela primeira vez a barreira centenária. E por pouco não foi a maior da história da região, com R$ 253 mil a menos que o Bahia.
Apesar de ter disputado a Série B, o tricolor soteropolitano teve o caixa turbinado pelas luvas de R$ 40 milhões pelo contrato junto ao Esporte Interativo, visando o Brasileiro na tevê por assinatura, a partir de 2019. O mesmo ocorreu com o Sport, através da Rede Globo, apesar de o relatório não ser bem detalhado (praxe, infelizmente). Esse solavanco financeiro lembra a temporada 2012, no ciclo anterior de renovações com a televisão, o que indica que 2017 não tende, necessariamente, a seguir com receita tão alta. Se no cenário regional Sport e Bahia estão bem à frente, no nacional o hiato é proporcional, com o Flamengo já passando de meio bilhão.
Voltando leão, o carro-chefe do clube, o futebol, gerou uma despesa de R$ 58,6 milhões. Quase a mesmo do ano passado, R$ 58,2 mi. Contudo, em 2016 esse gasto só representou 45,2% da receita. Mais fôlego? Não, pois o clube teve outras despesas pesadas, como administrativo (10 mi), obrigações sociais e trabalhistas (6,2 mi) e inúmeros parcelamos de acordos tributários. Por sinal, considerando todos os parcelamentos (não só tributários), a dívida é de R$ 62 milhões. Ou seja, mesmo com a receita ascendente – bem acima dos rivais -, o clube ainda tem muitas contas a pagar.
Este arrocho pode ser visto na soma dos passivos circulante e não circulante, que seguiu em alta mesmo após o considerável aumento em 2015, devido às “dívidas antigas que faltavam ser reconhecidas”, segundo a própria direção do Sport. Neste contexto, o passivo aumentou em 3,9 milhões. Porém, pela primeira vez em três anos ficou abaixo da receita. Vale destacar ainda que esse passivo não é sinônimo de dívida bruta, pois existem outros fatores contáveis. O principal deles é que o clube considera como “dívida” os R$ 18 milhões adiantados pela Globo, como luvas, para a cessão dos direitos de transmissão do Brasileiro de 2019 e 2020 – e olhe que o contrato foi, posteriormente, estendido a 2024. Tal verba só será utilizada em 2019.
Com o título brasileiro de 1987 completando trinta anos, o uniforme principal do Sport para a temporada 2017/2018 fez uma homenagem ao modelo histórico. Como vem ocorrendo há alguns anos, a camisa chegou às lojas do Recife antes do lançamento oficial do clube, tradicionalmente no aniversário em 13 de maio.
A versão rubro-negra traz a gola vermelha em “v”, com três faixas pretas na frente – a versão 2016/2017 tem quatro. Vale a ressalva pois as costas do modelo ficaram apenas com a cor vermelha – como a camisa de 2015. Além disso, a frase no verso da gola, já recorrente nas linhas oficiais do leão, é a seguinte: “O Brasil é teu”. A expressão ficou eternizada na manchete do caderno de esportes do Diario de Pernambuco, em 8 de fevereiro de 1988.
O novo padrão chega com o mesmo preço da linha anterior: R$ 249,90.
Vale lembrar que esta é a 4ª linha de camisas via Adidas, cujo contrato vigente se encerra em 2018. Seguindo a ordem dos últimos lançamentos, as próximas camisas devem sair em junho (modelo II) e agosto (modelo III).
Rubro-negro, o que você achou da nova camisa do Sport?
O Brasil receberá a Copa América após trinta anos. Em 2019, o torneio volta ao país reformulado, ampliado. Serão 16 países, sendo os dez filiados da Conmebol e mais seis convidados, com possibilidade de seleções da Concacaf, como de praxe, mas também da Europa e da Ásia (que teve o Japão na disputa em 1999). Segundo reportagem do globoesporte.com, oito estádios devem ser selecionados, todos no “Padrão Fifa”, através do caderno de encargos mais atual. Sete já estariam definidos, com a última vaga sendo disputada por Recife e Fortaleza, com a Arena Pernambuco e o Castelão.
No caso local, o pedido foi protocolado pela FPF à confederação sul-americana, via CBF, em 20 de janeiro. Segundo Evandro Carvalho, o processo ainda será formalizado, aguardando ainda a formação do comitê organizador da copa. O mandatário da federação trata a capacidade (45 mil x 63 mil) como o único ponto contrário em relação à candidatura cearense.
“Pela capacidade de público, já não poderíamos receber a Seleção, que só deve ir a estádios acima de 50 mil lugares, mas estamos dentro do padrão de estrutura do torneio. E como deverá ter seleções de outros continentes, a nossa posição é estratégica, tanto em voos quanto em rede hoteleira.”
Segundo o GE, haveria “favoritismo claro” para o Castelão. Ao blog, Evandro discordou, dizendo que a “situação é a mesma”. Até mesmo pelo know-how, uma vez que os dois empreendimentos receberam, recentemente, jogos da Copa das Confederações, Mundial e Eliminatórias de 2018. A resposta, de acordo com ele, deve ser dada até o fim de 2017. O blog também entrou em contato com a administração da Arena, que deixou o caso nas mãos da FPF.
“A Arena de Pernambuco sempre busca receber os maiores eventos possíveis, dentro ou fora do cunho esportivo. (…) Em relação à Copa América, que será realizada no Brasil 2019, a Arena informa que, possíveis negociações para sedes visando esta ou outra competição, são realizadas entre as Federações e Confederações envolvidas no processo. (…)”
Palcos da Copa América no Brasil
1919 – Laranjeiras (RJ, 7 jogos)
1922 – Laranjeiras (RJ, 11 jogos)
1949 – São Januário (RJ, 13 jogos), Pacaembu (SP, 12 jogos), General Severiano (RJ, 2 jogos), Vila Belmiro (SP, 1 jogo) e Otacílio Negrão (MG, 1 jogo)
A demonstração financeira da CBF sobre 2016 foi apresentada e aprovada durante a assembleia geral da entidade, em 18 de abril. E pelo décimo ano consecutivo a confederação registrou lucro no exercício. Milionário, claro. A última temporada com prejuízo foi em 2006, com R$ 22,13 milhões. E olhe que na ocasião houve um adiantamento da Isec, a International Sports Events Company, sobre os direitos dos amistosos da Seleção Brasileira por quatro anos. Desde então, ainda que a administração tenha seguido rigorosamente a mesma linha, com foco na seleção (que jogou doze vezes) em detrimento dos clubes de futebol – a não ser para se manter no poder, com três presidentes distintos -, o lucro líquido acumulado chegou a R$ 546 milhões!
Mesmo com Marco Polo del Nero sendo investigado pelo FBI e evitando sair do país para acompanhar a Seleção, segue ascendente a estrutura financeira dentro do bunker no Rio de Janeiro. O faturamento com patrocínios aumentou 21% no último ano, chegando a R$ 410 milhões, ou 68% de toda a receita. Apesar disso, o lucro foi menor, caindo 40% devido ao maior investimento nas seleções (principal, base e feminina), mas ainda assim em R$ 43.721.000. Para poucos. Por sinal, o investimento em seleções subiu 43%, enquanto no cenário nacional, com federações e competições, o acréscimo foi de 14%
O blog encontrou os saldos dos últimos dez balanços da entidade. Se no último déficit o faturamento anual foi de R$ 99 milhões, a parti dali o aumento foi considerável, de 503%. Daí, o apego pela permanência no comando. Não por acaso, fomenta-se o apoio entre as 27 federações estaduais, cujos votos foram ampliados. Agora, cada federação tem peso 3, com os clubes da Série A tendo peso 2 e os da Série B 1. Ou seja, federações 81 x 60 clubes…
Lucro da CBF 2007 – R$ 10 milhões
2008 – R$ 32 milhões
2009 – R$ 72 milhões 2010 – R$ 83 milhões 2011 – R$ 73 milhões 2012 – R$ 55 milhões 2013 – R$ 55 milhões 2014 – R$ 51 milhões 2015 – R$ 72 milhões 2016 – R$ 43 milhões
Faturamento da CBF 2007 – R$ 114 milhões 2008 – R$ 152 milhões 2009 – R$ 233 milhões 2010 – R$ 271 milhões 2011 – R$ 313 milhões 2012 – R$ 360 milhões 2013 – R$ 436 milhões 2014 – R$ 519 milhões 2015 – R$ 518 milhões 2016 – R$ 597 milhões
O Arruda é o maior patrimônio do Santa Cruz, erguido (1972) e ampliado (1982) para comportar o povão. Ao quantificá-lo, o dado geralmente serve em relação à capacidade de público, hoje limitada a 50.582 espectadores. Por isso, a curiosidade sobre outro dado de grande porte, o valor de mercado do empreendimento. A pedido da comissão patrimonial do clube, o escritório AC Avaliação LTDA produziu um estudo sobre o valor do estádio.
Atualizado à parte do portal do tricolor, o site oficial da comissão patrimonial divulgou o laudo, feito em julho de 2012. A própria comissão, presidida por Antônio Luiz Neto (ex-mandatário do executivo em 2011-2014), destaca que a vistoria foi exclusiva no estádio José do Rego Maciel, numa área de 58 mil², não incluindo a sede nem os terrenos do CT Waldomiro Silva, em Beberibe, e do CT Ninho das Cobras, na Guabiraba. Segundo o documento de quatro páginas (abaixo), a finalidade era um ‘levantamento patrimonial’. Portanto, apenas o Arruda valeria R$ 274.674.870, somando o terreno (R$ 128 mi), a área construída (R$ 145 mi) e as quatro torres de iluminação (R$ 1 mi).
A atualização é importante, até para dimensionar o patrimônio real do clube, uma vez que a cifra presente no balanço oficial está defasada. Somando todos os bens, segundo o último demonstrativo financeiro, o patrimônio social seria de R$ 63,7 milhões. Como os clubes não são obrigados a atualizar os valores, muitos congelam os imóveis nos relatórios. No tricolor, o aumento é de 330% – mesmo comparando o patrimônio absoluto e o estádio reavaliado.
Patrimônio social* 1º) Sport, R$ 165.480.870 (Ilha do Retiro e clube) 2º) Náutico, R$ 134.489.197 (Aflitos e clube) 3º) Central, R$ 96.400.000 (Lacerdão e terreno) 4º) Santa Cruz, R$ 63.739.000 (Arruda e clube)
* A partir dos balanços oficiais dos clubes em 2016
Em temos de otimização da venda de ingressos para jogos de futebol, com compra online, prioridade aos sócios e vendas em pontos físicos descentralizados, o Santa Cruz recorreu a um formato bem antigo, visando as decisões em abril. O clube disponibilizou dois carros de som, um circulando na zona norte do Recife, e outro se revezando entre Olinda e Paulista. Ao todo, 26 bairros. Locais com histórico de forte presença coral. E aí está ponto-chave desta ideia, o diálogo com uma parcela menos favorecida da torcida.
Considerando o último raio-x da massa tricolor, produzido pelo Ibope, 74% da torcida recebe no máximo dois salários mínimos. Quase 1/3 é formado pelas classes D e E, nas quais o plano de sócios dificilmente alcança, nas quais o pagamento via cartão de crédito/débito dificilmente é possível, nas quais o deslocamento ao Arruda acaba gerando uma despesa extra. Por isso, a venda através de uma “bilheteria móvel”, somada a uma venda casada, com R$ 15 pelos bilhetes das semifinais do Campeonato Pernambucano (vs Salgueiro, 15/04) e da Copa do Nordeste (vs Sport, 30/04). Desconto de R$ 5.
Ponto para o tricolor, estimulando a sua torcida, que, como as demais do estado, segue devendo bastante nesta temporada.
Média de público do Santa Cruz em 2017 Estadual – 5.571 pessoas (5 jogos) Nordestão – 9.851 pessoas (4 jogos) Geral – 7.473 pessoas (9 jogos)
Torcida do Santa Cruz por classe social (Ibope 2014) A/B: 265.206 (ou 12% dos torcedores) C: 1.237.629 (ou 56% dos torcedores) D/E: 707.216 (ou 32% dos torcedores)