A classificação da fase de grupos da Copa do Nordeste 2017 após 3 rodadas

A classificação da fase de grupos do Nordestão 2017 após 3 rodadas. Crédito: Superesportes

fase de grupos da Copa do Nordeste de 2017 chegou à metade, com três rodadas disputadas. Devido ao regulamento, implantado há dois anos, a análise da classificação dos grupos sofre uma influência direta das outras chaves. Explica-se: além dos cinco primeiros colocados, apenas os três melhores segundos lugares avançam. Hoje, estariam classificados, na liderança, os seguintes times: Santa Cruz (A), Bahia (B), River (C), CRB (D) e Vitória (E). As outras três vagas ficariam com Campinense (A), Sport (C) e Sergipe (E). Vice-líderes de suas chaves, Fortaleza (B) e ABC (D) sobrariam.

Os potes para o sorteio das quartas de final estariam assim:
1 – Santa Cruz, River, Vitória e Bahia
2 – CRB, Campinense, Sport e Sergipe

A partir da campanha do alvirrubro de Aracaju, hoje com a 8ª vaga, a projeção mínima de classificação (como 2º) é de 12 pontos. Sem dúvida, um desempenho alto. Neste contexto, o Náutico, por exemplo, teria que ganhar os três jogos.

A sexta e última rodada será em 22 de março, com dez jogos ao mesmo tempo.

Em tempo: quem passar de fase ganhará R$ 450 mil de cota.

Criador do Tema da Vitória, da Fórmula 1, faz arranjo na trilha da Copa do Nordeste

Maestro Eduardo Souto, criador do Tema da Vitória, produz arranjo para a trilha da Copa do Nordeste. Foto: divulgação

O maestro carioca Eduardo Souto Neto foi o responsável por um dos jingles mais conhecidos do país, o “Tema da Vitória”. Hoje tocada nas (raras) vitórias brasileiras na Fórmula 1, a canção instrumental foi criada em 1983, a pedido da Rede Globo, para celebrar o vencedor do GP do Brasil, independentemente da nacionalidade. Acabou imortalizada nas 40 (das 41) vitórias de Ayrton Senna.

Pois bem, o mesmo maestro, hoje aos 65 anos, refez os arranjos da trilha oficial da Copa do Nordeste, visando a edição 2017. A gravação, desta vez solicitada pelo Esporte Interativo, foi feita em seu próprio estúdio, em sua casa no Rio de Janeiro. A música, liberada às emissoras de televisão e rádios que exibem o regional, costuma ser tocada na entrada dos times e nos gols.

“Eu gosto muito de futebol e eu procurei fazer uma coisa que fosse exatamente pra cima, porque o tema musical que já existe e que eu acho muito bonito, já tem essa característica toda nordestina naturalmente, já é melodioso e bonito. Faltava aquela coisa para levantar a torcida”.

Ouça à integra (1min15s) da nova versão instrumental da Lampions e opine…

As redes sociais dos 40 principais clubes do Brasil, com 11 nordestinos, via Ibope

As redes sociais dos principais clubes brasileiros em 16/01/2017. Crédito: Ibope/Repucom

O Ibope refinou o seu levantamento sobre as bases digitais dos clubes do país, somando os perfis oficiais nas redes sociais mais utilizadas no futebol. A partir de agora, o instituto pretende atualizar o quadro mensalmente, sempre com 40 clubes, incluindo os vinte integrantes da Série A e outros vinte com as maiores bases digitais nas Séries B e C. Assim, a lista de janeiro apresenta onze nordestinos, do Sport, em 13º lugar geral, com 2,5 milhões no dado combinado (facebook, twitter, instagram e youtube), ao CRB, em 36º, com 213 mil.

No quadro absoluto, a Chapecoense se consolidou com um dos clubes mais populares na internet, com milhares torcedores de outros clubes, país afora, seguindo os perfis do alviverde catarinense após a tragédia na Colômbia – o clube passou do 24º para o 7º lugar, já se aproximando do Grêmio, em 6º. No topo, o Corinthians abriu um milhão de seguidores de diferença sobre o Flamengo, indo de encontro às pesquisas tradicionais, nas quais o rubro-negro carioca sempre aparece na liderança. O acesso à internet no estado de São Paulo, provavelmente, é determinante para esta diferença.

Voltando ao Nordeste, chama a atenção à polarização entre Sport e Bahia. Se o time pernambucano lidera no geral, o tricolor soteropolitano se mantém à frente no face, a a maior rede social. Por sinal, 2 x 2 em plataformas. No twitter e no insta, Sport em 1º e Bahia em 2º. No face e no youtube, o inverso, com Bahia em 1º e Sport em 2º. A seguir listas apenas com os clubes da região entre aqueles divulgados por José Colagrossi, diretor do Ibope-Repucom.

Os nordestinos com mais usuários nas redes sociais*
1º) Sport (2.502.936)
2º) Bahia (2.319.881)
3º) Vitória (1.393.386)
4º) Ceará (981.078)
5º) Fortaleza (810.220)
6º) Santa Cruz (800.323)
7º) América-RN (371.377)
8º) ABC (352.368)
9º) Náutico (333.316)
10º) Sampaio Corrêa (226.306)
11º) CRB (213.921)

Top 5 do NE no facebook*
1º) Bahia (1.092.793)
2º) Sport (1.041.062)
3º) Ceará (640.526)
4º) Fortaleza (576.886)
5º) Santa Cruz (564.096)

Top 5 do NE no twitter*
1º) Sport (1.224.736)
2º) Bahia (1.078.802)
3º) Vitória (941.405)
4º) Ceará (202.839)
5º) Fortaleza (125.814)

Top 5 do NE no instagram*
1º) Sport (218.529)
2º) Bahia (128.542)
3º) Ceará (128.291)

4º) Vitória (116.325)
5º) Santa Cruz (101.764)

Top 5 do NE no youtube*
1º) Bahia (19.744)
2º) Sport (18.609)
3º) Santa Cruz (17.509)
4º) Ceará (9.422)
5º) Fortaleza (8.652)

* Uma pessoa pode ter contas em diferentes plataformas, com a lista contando cada uma delas. Inclusive, pode seguir perfis rivais, também contabilizados. 

Confira o levantamento anterior clicando aqui.

O ranking histórico da Copa do Nordeste, com 51 clubes entre 1994 e 2016

Todas as campanhas no G4 na Copa do Nordeste (1994-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em duas décadas de história intermitente, com 13 edições oficiais, a Copa do Nordeste já teve a participação de 51 clubes. Indo além da lista de campeões, que tem o Vitória como maior vencedor, tetra, e o Santa Cruz como sétimo campeão, o blog compilou todas as campanhas, literalmente. De 1994, quando ocorreu em Alagoas a pioneira edição com o nome conhecido, até 2016, foram realizadas 905 partidas, com 2.520 gols marcados, proporcionando uma média de 2,78. Em relação à pontuação absoluta, a dupla Ba-Vi está empatada com 239 pontos, com o rubro-negro à frente no número de vitórias (70 x 68). Curiosamente, o aproveitamento do rival é melhor, pois tem dois jogos a menos.

Em seguida vem o Sport, cuja ausência em 2010 pesa bastante no histórico geral, pois naquele ano houve um turno com 14 rodadas – em disputa marcada pela imposição da Liga do Nordeste frente à CBF, numa batalha judicial. Atual campeão, o Santa somou 24 pontos até sua orelhuda dourada, ficando a um triz do América, ainda em vantagem devido aos doze jogos a mais. Enquanto isso, o Náutico é o time com menos participações na Lampions entre os mais tradicionais da região. Ficou de fora em cinco edições, custando o top ten.

Outra curiosidade está lá no fim da tabela, com os genéricos Flamengo (Teresina), Corinthians (Maceió) e Palmeiras (Feira de Santana). Outras agremiações genéricas têm história no Nordestão, como Botafogo (João Pessoa), Coritiba (Itabaiana), Cruzeiro (Arapiraca) e Fluminense (Feira de Santana), que detém o melhor resultado entre esses times, com o vice em 2003.

Observações do blog sobre a composição dos dois quadros expostos (ranking de pontos, abaixo; ranking de colocações no G4, acima):

1) Vitória, 3 pontos. Empate, 1 ponto. Resultados da fase preliminar à final.

2) A ordem dos times no ranking de pontos foi estabelecida da seguinte forma: pontos, vitórias, saldo de gols, gols marcados. O índice de aproveitamento aparece como adendo ao rendimento de cada clube

3) A ordem no ranking de colocações foi estabelecida da seguinte forma: títulos, vice-campeonatos e semifinais (em 1998, com a fase semifinal em dois quadrangulares, foi considerada a pontuação total). O número de vezes no G4 (última coluna) aparece como adendo ao desempenho de cada clube.

4) O Torneio José América de Almeida Filho, realizado em 1976, é considerado pelo Vitória como um título nordestino. O blog entende como título de porte regional, mas não referente à mesma competição. Por sinal, em 2016 a Liga do Nordeste, através de Alex Portela (também ex-presidente do Vitória), teria enviado um ofício à CBF pedindo a oficialização do torneio, o que incluiria até a primeira edição, de 1975, que teve o CRB como vencedor. Como segue sem uma resposta oficial (e pública), o blog manteve a disputa à parte. 

5) Os asteriscos em Botafogo e Sampaio se referem às punições do STJD, perdendo 4 (2014) e 6 (2015) pontos, respectivamente. A pena se mantém.

Confira o ranking de pontos do Pernambucano (1915-2016) clicando aqui.

O ranking de pontos da Copa do Nordeste (1994-2016). Crédito: Cassio Zirpoli/DP

Asa Branca 4 e a evolução das bolas e fornecedoras oficiais do Nordestão

A "Asa Branca 4", a bola oficial da Copa do Nordeste de 2017. Crédito: divulgação

Na volta da Copa do Nordeste, em 2013, a bola oficial foi produzida pela Nike, com a mesma versão utilizada nas demais competições organizadas pela CBF. A partir do ano seguinte, a Liga do Nordeste passou a negociar com as fabricantes, visando um modelo exclusivo. Daí o nome Asa Branca, eleito numa votação popular que ainda teve Maria Bonita e Arretada. Do contrato firmado com a Penalty saíram três versões, fabricadas em Itabuna, no interior baiano.

Em 2016, entretanto, a Asa Branca 3 acabou saindo de cena, mesmo após a apresentação oficial. Com um “contrato mais vantajoso”, como limitou-se a dizer a liga, a Umbro ocupou o lugar. Porém, com uma bola genérica, sem traços regionais. Agora, em 2017, a situação foi amarrada de uma forma melhor.

Com o novo contrato, agora com a Topper, foi retomado o projeto de marketing do Nordestão, com a 4ª Asa Branca, com a taça dourada estampada. Como nas edições anteriores, a produção estima 500 bolas nos 74 jogos do torneio. Na decisão será feita uma versão especial, com os escudos dos finalistas.

Abaixo, relembre todas as bolas oficiais do Nordestão. Qual a mais bonita?

2013 – Strike (Nike)

2014 – Asa Branca I (Penalty)

2015 – Asa Branca II (Penalty)

2016 – Asa Branca III (Penalty, cancelada)

2016 – Neo (Umbro)

2017 – Asa Branca IV (Topper)

As cotas de televisão dos Estaduais 2017, com até R$ 157 milhões de diferença

Campeonatos estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Bahia e Ceará

Se já é complicado apurar as cifras absolutas pagas aos clubes pela transmissão do Campeonato Brasileiro, no cenário estadual o tema é uma verdadeira caixa-preta. Informações desencontradas (dos clubes, das federações e também da própria imprensa), prazos distintos nos contratos, renovações arrastadas e divisões de cotas não menos questionáveis. Mas, ainda assim, é possível traçar um cenário aproximado da realidade.

Sobre 2017, o blog reuniu as informações mais atuais (jornais, rádios e canais de outros estados) sobre os onze maiores campeonatos estaduais, incluindo o Pernambucano, o Baiano e o Cearense. Esses três apresentam valores bem abaixo, expondo a importância do Nordestão, que distribui R$ 18,5 milhões.

Dos números conhecidos (ainda que arredondados), a diferença máxima entre as competições é de R$ 157,4 milhões (SP x CE). Em dez casos, os acordos envolvem a Rede Globo e suas afiliadas. De acordo com o atlas de cobertura da emissora, existem 200.618.195 telespectadores potenciais. Logo, somando o alcance do Paulista e do Carioca (com 16 estados, considerando a transmissão do ano anterior), chega-se a 100.703.663, ou 50,2% do país.

As cotas dos principais clubes nos campeonatos estaduais de 2017

Paulistão
Sem surpresa, o torneio de São Paulo é o mais valorizado. Não por acaso, os clubes do estado ainda não aderiram à Primeira Liga (que paga 7 vezes menos). Para um calendário de pelo menos doze partidas (lembrando que o torneio de 2017 terá quatro times a menos em relação a 2016), os quatro grandes recebem, cada um, cerca de R$ 17 milhões. Valores informados em duas fontes, Máquina do Esporte e Veja. Num bloco intermediário, a Ponte receberá 5 milhões, montante superior a todo o Pernambucano (!). Mercados antagônicos, fato, mas não deixa de ser um comparativo poderoso para o restante da temporada.

R$ 160 milhões/ano (16 clubes; de 12 a 18 jogos para os grandes)
Contrato: Globo SP (2016-2019), inclui Sportv e ppv
R$ 17 milhões – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos
R$ 5 milhões – Ponte Preta
R$ 3,3 milhões – demais clubes (11)
R$ 5 milhões – campeão
R$ 1,65 milhão – vice
R$ 1,1 milhão – 3º lugar
Alcance da TV aberta: SP (43,8 milhões de telespectadores)

Carioca (atualizado em 05/02)
O Carioca foi reformulado, voltando a ter as Taças Guanabara e Rio, com semifinais e finais, num modelo com histórico de audiência. O Estadual do Rio também passa de uma centena de milhões de reais, pois é exibido para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Contudo, o contrato ficou a mercê da assinatura do Fla, que inicialmente não aceitou o percentual da Ferj, segundo a repórter Gabriela Moreira, da ESPN. De fato, repassar 10% do contrato geral (R$ 12 milhões) para a federação é inexplicável (apesar da justificativa de custos operacionais). Os dados dos clubes pequenos foram divulgados por Rodrigo Mattos, do Uol. Somando São Paulo e Rio, R$ 280 milhões anuais, incluindo as premiações aos melhores colocados (campeão, vice, semifinalistas etc).

R$ 120 milhões/ano (16 clubes; de 11 a 18 jogos para os grandes)
Contrato: Globo Rio (2017-2024), inclui ppv
R$ 15 milhões – Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo
R$ 4 milhões* – Bangu, Madureira, Volta Redonda e Boavista

R$ 2,2 milhões – Macaé e Resende
R$ 1,826 milhão – Nova Iguaçu e Portuguesa
R$ 4 milhões – campeão

R$ 1,8 milhão – vice
R$ 250 mil – semifinalistas
Alcance da TV aberta: RJ, ES, TO, SE, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF (56,8 milhões de telespectadores).

Mineiro
Em 3º lugar, mas num patamar bem abaixo, vem Minas Gerais, o segundo estado mais populoso. Com o fim do contrato 2012-2016, a competição foi oxigenada financeiramente. No novo acordo, novamente por cinco edições, o Mineiro registrou um aumento de 56%, passando de R$ 23 mi para R$ 36 milhões, segundo Vinícius Dias, do blog Toque Di Letra, do portal Uai. O pacote mantém as tevês aberta e fechada, além do pay-per-view. As cotas anuais de Galo e Raposa passaram de R$ 7 mi para R$ 12 milhões (acréscimo de 71%). Já o América, a terceira força, ganha 3x mais que os grandes do Recife…

R$ 36 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 15 jogos para os grandes)
Contrato: Globo Minas (2017-2021), inclui ppv
R$ 12 milhões – Atlético-MG e Cruzeiro
R$ 2,8 milhões – América
R$ 850 mil – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: MG (20,6 milhões de telespectadores)

Gaúcho
No extremo sul, um cenário curioso. Ao menos até aqui, informa-se um acordo de apenas um ano, segundo Gustavo Manhago, da Rádio Gaúcha. O Gauchão – cujo acerto ocorreu só no fim de dezembro – pagará um pouco menos que o Mineiro (diferença de R$ 2,2 mi). Se por um lado a dupla Grenal receberá 1 milhão a menos, os times do interior vão receber R$ 250 mil a mais. No interior, dois subgrupos, com Brasil e Juventude destacados dos demais por integrarem a Série B nacional.

R$ 33,8 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes)
Contrato: RBS TV (2017), inclui ppv
R$ 11 milhões – Grêmio e Inter
R$ 1,5 milhão – Brasil de Pelotas e Juventude
R$ 1,1 milhão – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: RS (11,1 milhões de telespectadores)

Paranaense
No Paraná, os clubes (sobretudo o Atletiba) exigem um piso para a cota geral. Ou seja, que o contrato não seja inferior a estaduais à parte do eixo SP-RJ-MG-RS, via blog De Prima, do Lance!. A negociação segue com a afiliada da Globo, que em 2016 bancou 8,8 milhões de reais, quase a soma do valor previsto no Pernambucano, Baiano e Cearense somados.

R$ 8,8 milhões/ ano* (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes)
Contrato: RPC (em negociação)
R$ 2 milhões* – Atlético-PR e Coritiba
R$ 1 milhão* – Paraná Clube
R$ 600 mil* – Londrina
R$ 400 mil* – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: PR (10,7 milhões de telespectadores)
*Valores pagos na edição de 2016, expostos a título de comparação.

Catarinense
Em 2015, Santa Catarina emplacou quatro clubes no Brasileirão, à frente do Rio. Naquele mesmo ano foi firmado um contrato de três anos, incluindo sinal aberto e pay-per-view. Ao contrário do Pernambucano e do Baiano, com um jogo por rodada e oferecidos como “degustação” a assinantes do Paulista e do Carioca, o Catarinense tem um pacote de jogos maior. Daí, mais receita. Somando Globo e Premiere, R$ 7,3 milhões, segundo Tony Marcos, da Rádio Difusora. Com os descontos da federação, arbitragem e outros custos operacionais, sobra 65% para os clubes. Na divisão, três subgrupos, com o último reservado aos times oriundos da segundona.

R$ 4,777 milhões/ano (10 clubes; de 18 a 20 jogos para os grandes)
Contrato: RBS TV (2015-2017), inclui ppv
R$ 673 mil – Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense e Joinville
R$ 332 mil – Brusque, Inter de Lages e Metropolitano
R$ 208 mil – Atlético Tubarão e Almirante Barroso
Alcance da TV aberta: SC (6,7 milhões de telespectadores)

Pernambucano
No cenário local, o contrato de quatro anos (com a Globo, detentora dos direitos desde 2000!) prevê um reajuste anual através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Assim, por mais que o valor-base (de janeiro de 2015) seja de R$ 950 mil para o Trio de Ferro, na prática cada um ganhará R$ 1.125.685 em 2017. Logo, a 103ª edição do Estadual terá um aporte de 4,5 milhões. Vale lembrar que o campeonato estadual oferecia uma premiação ao campeão até 2014 (R$ 400 mil na ocasião), mas, em comum acordo, os grandes preferiram abrir mão do valor, com a verba extra sendo repartida.

R$ 3,84 milhões/ano (12 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes)
Contrato: Globo Nordeste (2015-2018), inclui ppv
R$ 950 mil – Náutico, Santa Cruz e Sport
R$ 110 mil – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: PE (9,6 milhões de telespectadores)

Baiano
No Campeonato Baiano, que terá como particularidade o número ímpar de competidores (lembrando a desorganizada década de 1990), os valores foram revelados pelo balancete do Bahia. No dado do clube foram R$ 893.401 em 2016, numa correção monetária sobre o valor-base de R$ 850 mil (nos mesmos moldes do Pernambucano). A cota é a mesma paga ao rival Vitória. No contrato anterior (2011-2015), a dupla Ba-Vi recebeu R$ 750 mil. Portanto, um mísero aumento de 13%.

R$ 2,71 milhões/ano (11 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes)
Contrato: Rede Bahia (2016-2020), inclui ppv
R$ 850 mil – Bahia e Vitória
R$ 113 mil* – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: BA (14,4 milhões de telespectadores)

* Projeção, considerando o mesmo percentual de aumento sobre a cota anterior para os clubes intermediários, de R$ 100 mil

Paraense
Com Remo e Paysandu, os clubes mais populares da região, o principal campeonato estadual do Norte é o único, desta lista, que não é exibido pela Globo. Desde 2009 é transmitido pela TV Cultura, emissora estatal. O sinal é transmitido para 110 dos 144 municípios do estado, alcançando 71% da população (hoje estimada em 8,2 milhões). Ao todo, o aporte é (desde 2014) de R$ 2,956 milhões, com quase 300 mil repassados a custos operacionais, segundo dados da própria Secretaria de Esporte e Lazer do Pará. Ah, também conta com premiação ao campeão.

R$ 2,70 milhões/ano* (10 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes)
Contrato: TV Cultura (2017)
R$ 827.904* – Remo e Paysandu
R$ 118.272* – demais clubes (8)
R$ 100 mil – campeão
Alcance da TV aberta: PA (5,9 milhões de telespectadores)
*Valores pagos nos triênio 2014-2016

Cearense
O certame alencarino é único, entre os onze, com uma divisão de transmissão – e não compartilhamento, como a Globo costuma fazer com a Band. Isso porque o Esporte Interativo também adquiriu os direitos de uma plataforma (fechada). Após 2015-2016, renovou por outro biênio. Além disso, a Verdes Mares (a Globo cearense) também cede o sinal à TV Diário. As cotas foram aproximadas a partir de informações do jornalista Mário Kempes e do jornal O Povo.

R$ 2,56 milhões/ano (10 clubes; de 9 a 15 jogos para os grandes)
Contrato: Verdes Mares (2016-2019) e Esporte Interativo (2017-2018)
R$ 800 mil – Ceará e Fortaleza
R$ 120 mil – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: CE (8,7 milhões de telespectadores)

Goiano
Entre os estados listados, o campeonato de Goiás foi o mais complicado na apuração de informações, com valores escassos entre 2013 e 2015. Após o acerto exclusivo em 2016, os clubes seguem negociando a receita de 2017. Exibido pela mesma emissora desde 2009 (tendo o compartilhamento da Band em 2016), o torneio no Centro-Oeste conta com três cotas principais, reunindo os clubes da capital.

R$ 2,2 milhões/ano* (10 clubes; de 14 a 18 jogos para os grandes)
Contrato: TV Anhanguera, inclui ppv (em negociação)
R$ 500 mil – Atlético-GO, Goiás e Vila Nova
Alcance da TV aberta: GO (6,2 milhões de telespectadores)
* Estimativa de 2015, com os times intermediários ganhando R$ 100 mil

As cotas dos principais clubes nos campeonatos estaduais de 2017

Os 71 maiores campeões estaduais de 1902 a 2016, entre 2.427 campeonatos

Os maiores campeões estaduais do Brasil (1902-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em 115 anos de bola rolando nos campeonatos estaduais, na base das rivalidades, já foram realizadas 2.427 competições locais, considerando as 27 unidades da federação. Entre os grandes campeões, 71 clubes ganharam ao menos dez títulos, com três pernambucanos presentes: Sport 40 (saiu do top ten no último ano), Santa 29 (a uma taça de mudar de patamar) e Náutico 21 (estacionado há doze temporadas). O maior vencedor é, de longe, o ABC de Natal, o único com mais de 50 taças em sua galeria. Voltou a ser campeão potiguar após cinco anos e ampliou o recorde nacional. Entre os campeões estaduais de 2016, só o River mudou de base, alcançando o 30º título piauiense.

Sobre os cenários mais polarizados, Ceará (Ceará 43 x 41 Fortaleza) e Pará (Paysandu 46 x 44 Remo) seguem imbatíveis. Esse levantamento parte de 1902, quando a Liga Paulista de Foot-Ball organizou a primeira edição do campeonato paulista, com apenas 21 partidas. O São Paulo Athletic, de Charles Miller, foi o campeão. O introdutor do esporte no país sagrou-se, também, o primeiro artilheiro, com 10 gols. Desde então, o mapa futebolístico mudou bastante, com a última mudança em 1988, na criação do estado do Tocantins.

Por sinal, nas vária mudanças estaduais (como o desmembramento do Mato Grosso, por exemplo), o blog contou até o extinto campeonato fluminense, disputado até 1978, antes da fusão com o Estado da Guanabara, formado pela cidade do Rio de Janeiro. Em todos os estados foram somados os períodos amador e profissional. Afinal, na década de 1930 foram realizados torneios paralelos oficiais, nos dois modelos, no Rio e em São Paulo. Se em Pernambuco a transição ocorreu de forma pacífica, em 1937, em Roraima o torneio só foi profissionalizado em 1995, com três participantes, sendo o último segundo a CBF. Entretanto, a competição já era organizado pela federação roraimense desde 1960, com os mesmos filiados. Eis a lista completa… O seu time está aí?

Os 71 maiores campeões estaduais* (último título):
* A partir de 10 conquistas

+50 títulos estaduais
1º) ABC-RN – 53 títulos (2016)

De 40 a 49 títulos estaduais
2º) Bahia-BA – 46 títulos (2015) 
2º) Paysandu-PA – 46 títulos (2016) 
4º) Rio Branco-AC – 45 títulos (2015)
4º) Internacional-RS – 45 títulos (2016)
6º) Remo-PA – 44 títulos (2015) 
7º) Ceará-CE – 43 títulos (2014)
7º) Atlético-MG – 43 títulos (2015)
7º) Nacional-AM – 43 títulos (2015)
10º) Fortaleza-CE – 41 títulos (2016)
11º) Sport-PE – 40 títulos (2014)

De 30 a 39 títulos estaduais
12º) CSA-AL – 37 títulos (2008)
12º) Coritiba-PR – 37 títulos (2013)
12º) Cruzeiro-MG – 37 títulos (2014)
12º) Rio Branco-ES – 37 títulos (2015)
16º) Grêmio-RS – 36 títulos (2010)
17º) América-RN – 35 títulos (2015)
18º) Sergipe-SE – 34 títulos (2016)
19º) Flamengo-RJ – 33 títulos (2014)
20º) Sampaio Corrêa-MA – 32 títulos (2014)
21º) Fluminense-RJ – 31 títulos (2012)
22º) River-PI – 30 títulos (2016)

De 20 a 29 títulos estaduais
23º) CRB-AL – 29 títulos (2016)
23º) Santa Cruz-PE – 29 títulos (2016)
25º) Vitória-BA – 28 títulos (2016)
26º) Corinthians-SP – 27 títulos (2013)
26º) Botafogo-PB – 27 títulos (2014)
28º) Goiás-GO – 26 títulos (2016)
29º) Moto Club-MA – 25 títulos (2016)
30º) Mixto-MT – 24 títulos (2008)
30º) Vasco-RJ – 24 títulos (2016)
32º) Atlético-PR – 23 títulos (2016)
33º) Palmeiras-SP – 22 títulos (2008)
33º) Santos-SP – 22 títulos (2016)
35º) Náutico-PE – 21 títulos (2004)
35º) São Paulo-SP – 21 títulos (2005)
35º) Campinense-PB – 21 títulos (2016)
38º) Atlético-RR – 20 títulos (2009)
38º) Botafogo-RJ – 20 títulos (2013)
38º) Confiança-SE – 20 títulos (2015)

De 10 a 19 títulos estaduais
41º) Baré-RR – 18 títulos (2010)
41º) Desportiva-ES – 18 títulos (2016)
43º) Ferroviário-RO – 17 títulos (1989)
43º) Macapá-AP – 17 títulos (1991)
43º) Rio Negro-AM – 17 títulos (2001)
43º) Flamengo-PI – 17 títulos (2009)
43º) Figueirense-SC – 17 títulos (2015)
48º) Avaí-SC – 16 títulos (2012)
48º) América-MG – 16 títulos (2016)
50º) Vila Nova-GO – 15 títulos (2005)
50º) Treze-PB – 15 títulos (2011)
50º) Maranhão-MA – 15 títulos (2013)
53º) Goiânia-GO – 14 títulos (1974)
53º) Operário-MT – 14 títulos (2006)
53º) Juventus-AC – 14 títulos (2009)
56º) Atlético-GO – 13 títulos (2014)
57º) Joinville-SC – 12 títulos (2001)
57º) Parnahyba-PI – 12 títulos (2013)
59º) Paulistano-SP – 11 títulos (1929)
59º) Botafogo-PI – 11 títulos (1957)
59º) Independência-AC – 11 títulos (1998)
59º) Gama-DF – 11 títulos (2015)
63º) Cabo Branco-PB – 10 títulos (1934)
63º) Ypiranga-BA – 10 títulos (1951)
63º) Moto Clube-RO – 10 títulos (1981)
63º) Flamengo-RO – 10 títulos (1985)
63º) Tuna Luso-PA – 10 títulos (1988)
63º) Amapá-AP – 10 títulos (1990)
63º) Operário-MS – 10 títulos (1997)
63º) Itabaiana-SE – 10 títulos (2012)
63º) Criciúma-SC – 10 títulos (2013) 

Confira a lista anterior clicando aqui.

Os 25 clássicos estaduais mais populares do Brasil, com 3 duelos pernambucanos

Os 25 clássicos mais populares do Brasil, segundo a pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, de 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

As pesquisas que mensuram as torcidas brasileiras geram discussões desde a década de 1960. Indo além do tamanho das massas, sempre o foco principal desses levantamentos, o blog resolveu projetar o tamanho absoluto das rivalidades, com os clássicos estaduais mais populares do país – o que não é sinônimo de rivalidade mais acirradas, cuja visão é mais subjetiva. Tomando como base o estudo do Paraná Pesquisas, divulgado em 25 de dezembro de 2016, foi possível chegar a 25 confrontos (quadro abaixo). Desses, 24 envolvem mais de um milhão de torcedores rivais, com as cinco regiões representadas.

Devido à magnitude de seus seguidores (1/3 do total), Flamengo e Corinthians transformaram-se em “puxadores de torcida” para este contexto, com os seis clássicos envolvendo os dois no alto da lista. Sobre essa distorção, basta citar o Fluminense, que no geral ocupa o 13º lugar, mas através do Fla-Flu figura a 5ª posição. Também pudera, o rubro-negro carioca detém 91% do público deste clássico, que é o mais desequilibrado entre todos – a proporção de cada clube está no complemento do post, na caixa de comentários. 

Os clássicos estaduais* mais desequilibrados na divisão de torcidas:

1º) Flamengo (91,0%) x (8,9%) Fluminense
2º) Flamengo (90,5%) x (9,4%) Botafogo
3º) Atlético-PR (84,8%) x (15,1%) Paraná
4º) Coritiba (83,0%) x (16,9%) Paraná
5º) Corinthians (81,5%) x (18,4%) Santos
6º) Flamengo (77,8%) x (22,1%) Vasco
7º) Sport (75,8%) x (24,1%) Náutico
8º) Vasco (74,1%) x (25,8%) Fluminense
9º) Vasco (73,0%) x (26,9%) Botafogo
10º) Bahia (71,4%) x (28,5%) Vitória

Os clássicos estaduais* mais equilibrados na divisão de torcidas:

1º) Goiás (50,0%) x (50,0%) Vila Nova
2º) Botafogo (51,5%) x (48,4%) Fluminense
3º) Atlético-PR (53,3%) x (46,6%) Coritiba
4º) São Paulo (56,0%) x (43,9%) Palmeiras
5º) Grêmio (56,4%) x (43,5%) Internacional
6º) Ceará (57,8%) x (42,1%) Fortaleza
7º) Cruzeiro (58,8%) x (41,1%) Atlético-MG
8º) Figueirense (60,8%) x (39,1%) Avaí
9º) Santa Cruz (62,8%) x (37,1%) Náutico
10º) Remo (63,3%) x (36,6%) Paysandu
* Entre os 25 clássicos citados nesta postagem

À parte de Fla e Timão, o clássico local que reúne mais gente é o Choque-Rei, com Palmeiras e São Paulo. E saindo da ponte aérea o futebol mineiro mostra a sua força, com Galo x Raposa no top ten. No Recife, os três tradicionais clássicos ficaram entre os vinte melhores, com destaque, sem surpresa, para Sport x Santa, com mais de quatro milhões de agregados, entre rubro-negros e tricolores. No Nordeste, só ficou atrás do Ba-Vi, com quase seis milhões, num dado visivelmente favorecido pelo bom desempenho do Bahia nesta pesquisa – embora o Vitória tenha tido um percentual menor que sua média histórica.

Os clássicos estaduais mais populares do Nordeste:

5,7 milhões – Ba-Vi (Salvador)
4,1 milhões – Clássico das Multidões (Recife)
3,9 milhões – Clássico-Rei (Fortaleza)
3,5 milhões – Clássico dos Clássicos (Recife)
2,2 milhões – Clássico das Emoções (Recife)

Paralelamente ao ranking dos clássicos mais populares, o blog lembrou o recorde de público de cada duelo – afinal, a presença in loco também justifica o apelo popular. Com o Maracanã dos velhos tempos – cuja geral suportava 30 mil pessoas em pé -, os duelos cariocas estabeleceram números incomparáveis.

Obviamente, muitas rivalidades ultrapassam bastante as fronteiras municipais e estaduais, como Flamengo x Atlético-MG, Grêmio x Palmeiras, entre outros. Por isso, a lista regional. Ainda que historicamente não tenham a rivalidade mais acirrada, flamenguistas e corintianos, donos das maiores cotas de televisão, reúnem a atenção de 61 milhões de pessoas, com domínio absoluto no Sudeste.

Os confrontos interestaduais mais populares de cada região:

Sudeste: Flamengo (RJ) x Corinthians (SP) – 29,9% (61.618.347)
Sul: Grêmio (RS) x Internacional (RS)- 6,2% (12.777.047)
Nordeste: Bahia (BA) x Sport (PE) – 3,3% (6.800.686)
Norte: Remo (PA) x Paysandu (PA) – 0,9% (2.002.125)
Centro-Oeste: Goiás (GO) x Vila Nova (GO) – 0,4% (1.134.538)  

Abaixo, a projeção das torcidas absolutas dos clássicos a partir da estimativa oficial da população brasileira, atualizada pelo IBGE em 30 de agosto de 2016.

Os 25 clássicos mais populares do Brasil, segundo a pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, de 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Raio x das pesquisas de torcida no Nordeste, em 2013 e 2016, com 906 mil torcedores a menos em Pernambuco

Pesquisas de torcida no Nordeste do Paraná Pesquisas, em 2016, e da Pluri Consultoria, em 2013. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após a divulgação da pesquisa nacional de torcidas, o instituto Paraná Pesquisas apresentou o balanço regionalizado. No Nordeste, o ranking aponta as 15 maiores torcidas, com sete clubes nordestinos, quatro cariocas e quatro paulistas. Sem surpresa, o Flamengo ostenta a liderança, com uma vantagem inalcançável, turbinada pelas cidades do interior e por estados de menor tradição no futebol, como Piauí, Maranhão, Alagoas e Paraíba.

Em 2016, destaque para a ascensão do Ceará, que ultrapassou o Sport, ainda que nacionalmente esteja abaixo – pois o rubro-negro registrou torcida no Norte e no Centro-Oeste. Comparando com o levantamento da Pluri Consultoria, de 2013, o último com viés nordestino, o Vozão passou do 11º para o 7º lugar, com o time pernambucano caindo da 5ª para a 8ª colocação. Ainda que sejam institutos e (possivelmente) metodologias diferentes (embora os dois tenham entrevistado pessoas acima de 16 anos), ambos abordaram o quadro geral.

Comparação entre as pesquisas de torcida no Nordeste da Pluri Consultoria (2013) e Paraná Pesquisas (2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

O blog tabelou as duas pesquisas (quatro quadros neste post), até pelo fato de os 15 times divulgados terem sido os mesmos, facilitando a comparação. O Bahia tornou-se o nordestino mais popular, aumentando a sua massa em 80%, chegando a quase quatro milhões (marca alcançada no restante do território nacional). Por sinal, a variação, tanto em percentual quanto em dados absolutos, é considerável. No Recife, o Trio de Ferro apresentou uma grande redução, indicando uma clara variação na margem de erro entre os dois estudos.

Enquanto a população total da região cresceu (3 milhões), a torcida acumulada de alvirrubros, rubro-negros e tricolores pernambucanos perdeu 906 mil seguidores, considerando. Essa é a projeção feita pelo blog a partir das estimativas populacionais oficiais (via IBGE) no período. Cenário inverso ao visto no futebol cearense, com dois milhões de torcedores a mais. Os estados da Bahia e de São Paulo também apresentaram crescimentos acima de um milhão, com os times do Rio de Janeiro perdendo 738 mil adeptos no período.

Pesquisas de torcida no Nordeste do Paraná Pesquisas, em 2016, e da Pluri Consultoria, em 2013. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Considerando o futebol nordestino de uma forma geral, a representatividade do “G7” na própria região passou de 19,5% para 24,1% – superando o Fla, ao contrário da primeira pesquisa. Tal torcida subiu de 10.511.889 para 13.716.738 torcedores. Eis um questionamento à própria análise do blog: Em vez da margem negativa em 2013, a variação poderia ter sido favorável a Pernambuco há três anos, em detrimento dos estados vizinhos? Poderia, mas a chance é menor, matematicamente, devido ao grau de confiabilidade das pesquisas.

Em 2013, a margem de erro era de 0,68%, enquanto agora é de 2,0%, com 2.832 entrevistas entre março e dezembro. De toda forma, os números moldam um cenário a médio/longo prazo para a aferição bruta das torcidas. Sempre válido.

Comparação entre as pesquisas de torcida no Nordeste da Pluri Consultoria (2013) e Paraná Pesquisas (2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Levantamento do Paraná Pesquisas, com 10 mil entrevistados, aponta 6 clubes do Nordeste com torcidas acima de 1 milhão

Pesquisa de torcidas do instituto Paraná Pesquisas, com dados de março a dezembro de 2016. Arte: Cassio Zirpoli

Durante dez meses, entre março e dezembro de 2016, o instituto Paraná Pesquisas ouviu 10,5 mil pessoas no Brasil, resultando em uma das maiores amostragens em pesquisas nacionais de torcida. Percorrendo 25 estados, o levantamento – publicado pelo jornal O Globo – trouxe dados interessantes, como os 40 milhões de brasileiros (19,5%) que não torcem por time algum, embora esse percentual já seja o “líder” há algumas pesquisas. Já o pódio, com Flamengo, Corinthians e São Paulo, é o de sempre, hoje concentrando 37,3%.

No viés nordestino, chama a atenção o fato de seis clubes estarem entre os vinte primeiros colocados e com torcidas acima de um milhão. Todos reconhecidamente populares, mas, considerando os dados divulgados pelos institutos, a última vez que isso havia acontecido fora em 2010, numa pesquisa do Ibope. Há seis anos, o Leão da Ilha estava em primeiro e o Vozão em sexto. Agora, a ordem é a seguinte: Bahia (4,1 milhões, num ótimo 11º lugar geral), Sport (2,6 mi), Ceará (2,2 mi), Fortaleza (1,6 mi), Vitória (1,6 mi) e Santa Cruz (1,4 mi). Margem de erro, metodologia, momento do time etc. O fato é que Bahia e Sport já revezam no topo desde 1998, no estudo Lance!/Ibope. Entre os maiores clubes da região, apenas o Náutico não figurou neste patamar (a última vez que isso aconteceu foi em 2013, na lista da Pluri, com 1,1 milhão).

Voltando ao Paraná Pesquisas, esse foi o segundo levantamento nacional apresentado este ano, possivelmente uma ampliação do quadro anterior, de março a abril (na ocasião, com 4 mil pessoas e apenas 14 times). Abaixo, a projeção do blog sobre a torcida absoluta de cada clube a partir da estimativa oficial da população brasileira, atualizada pelo IBGE em 30 de agosto de 2016.

Paraná Pesquisas / Brasil 2016
Período: março a dezembro de 2016
Público: 10.500 (em 288 municípios de 25 estados)
Margem de erro: 1,0%
População estimada (IBGE/2016): 206.081.432

1º) Flamengo – 16,2% (33.385.191)
2º) Corinthians – 13,7% (28.233.156)
3º) São Paulo – 7,4% (15.250.025)
4º) Palmeiras – 5,8% (11.952.723)
5º) Vasco – 4,6% (9.479.745)
6º) Cruzeiro – 4,0% (8.243.257)
7º) Grêmio – 3,5% (7.212.850)
8º) Santos – 3,1% (6.388.524)
9º) Atlético-MG – 2,8% (5.770.280)
10º) Inter – 2,7% (5.564.198)
11º) Bahia – 2,0% (4.121.628)
12º) Botafogo – 1,7% (3.503.384)
13º) Fluminense – 1,6% (3.297.302)
14º) Sport – 1,3% (2.679.058)
15º) Ceará – 1,1% (2.266.895)
16º) Atlético-PR – 0,8% (1.648.651)
16º) Fortaleza – 0,8% (1.648.651)
16º) Vitória – 0,8% (1.648.651)
19º) Coritiba – 0,7% (1.442.570)
19º) Santa Cruz – 0,7% (1.442.570)
21º) Remo* – 0,6% (1.268.013)
22º) Náutico* – 0,4% (853.739)
23º) Paysandu* – 0,3% (734.112)
24º) Goiás* – 0,2% (567.269)
24º) Vila Nova* – 0,2% (567.269)
26º) Figueirense* – 0,2% (412.156)
27º) Paraná* – 0,1% (294.397)
27º) Avaí* – 0,1% (264.957)
29º) Chapecoense* – 0,1% (235.518)
29º) Joinville* – 0,1% (235.518)

Outros times* – 5,1% (10.510.153)
Sem clube – 19,5% (40.185.879)

* O instituto divulgou até o 20º lugar, com os demais citados apenas de forma regionalizada. A partir disso, o blog calculou percentual geral do 21º ao 30º.