Reformulação do Nordestão em pauta para 2018. Difícil é ver o lado positivo

Copa do Nordeste

A Copa do Nordeste passaria por um estágio de obervação de 2015 a 2017, com a presença de clubes do Piauí e do Maranhão, finalmente inseridos no torneio. A condição de “ouvintes” se refletia nas finanças, sem cotas na primeira fase. Somente a partir das quartas os clubes dos dois estados receberiam as verbas acordadas. Conforme dito pela Liga do Nordeste na época, após o triênio haveria uma avaliação dos resultados técnico e econômico com os novos participantes. Logo, 2018 poderia marcar um novo Nordestão, inclusive com a projeção de outra ampliação. Ao que parece, a mudança é muito mais drástica, enxugando a competição de 20 para 16 times. Trata-se de uma disputa entre as federações mais fortes (Bahia, Ceará e Pernambuco) e os sete clubes mais populares (Bahia, Vitória, Ceará, Fortaleza, Náutico, Santa e Sport). Clubes dos 7?!

Enquanto as entidades brigam por mais datas nos campeonatos estaduais, hoje numa clara condição de coadjuvantes, os times almejam um regional ainda mais rentável, sem espaço para surpresas. Neste caso, entende-se a recorrente ausência dos grandes, perdendo as vagas em campanhas ruins no Estadual – Náutico, Santa, Vitória, Fortaleza e, agora, Ceará, passaram por isso.

Inicialmente, a ideia seria implantar uma classificação via ranking – no caso dos clubes, essa ideia seria apenas a ponte para uma reforma maior, com participantes fixos (detalhes abaixo). A federações também alegam um melhor nível técnico com menos jogos, com uma consequente melhor distribuição das receitas. Difícil é não relacionar isso ao aumento dos respectivos campeonatos, a fonte absoluta de receita das federações. O Pernambucano, por exemplo, só tem 14 datas, e a taxa sobre as rendas dos jogos é de 8%.

Outro entrave para o enxugamento passa no vigente acordo judicial (Liga/CBF), com a garantia de dez edições da Lampions (até 2022) e contrato de tevê assinado pelo mesmo período. Com a receita crescente – de R$ 5,6 milhões em 2013 para R$ 14,8 milhões em 2016 -, qualquer mudança redutiva torna-se arriscada sobre o acordo nos tribunais. Ainda mais se passar pela grade de transmissão, até 25% menor. Como aumentar o faturamento com uma exposição menor? Em tese, a aposta dos articuladores é baseada na presença dos maiores clubes, com mais clássicos regionais, em vez de partidas sem tanto apelo. O que não pode ficar de fora é a execução de um justo critério técnico, para que o tal Clube dos 7 não lembre os ideais do Clube dos 13…

Vamos aos possíveis modelos trabalhados nos bastidores:

Copa do Nordeste, como é hoje…
20 clubes, oriundos dos estaduais (3 vagas para PE e BA e 2 para os demais)
5 grupos de 4 times
Os cinco líderes e os três melhores vice-líderes avançam às quartas
Quartas de final, semifinal e final em jogos de ida e volta
12 datas
74 jogos (14 no mata-mata, 18%)

Obs 1. Se falou até em uma reformulação já em 2017, mas não há base legal, pois as vinte vagas do torneio já foram asseguradas via estaduais de 2016.

Copa do Nordeste, como as federações querem em 2018
16 times, com nove campeões estaduais e sete via Ranking da CBF
4 grupos de 4 times
Os dois melhores de cada chave avançam às quartas
Quartas de final, semifinal e final em jogos únicos
9 datas
55 jogos (7 no mata-mata, 12%)

Obs 2. O formato seria permanente, mantendo os campeonatos estaduais como torneios de acesso ao regional, sem nenhuma participação fixa. 

Copa do Nordeste, como os sete maiores clubes querem em 2018
16 times, com nove campeões estaduais e sete via Ranking da CBF
4 grupos de 4 times
Os dois melhores de cada chave avançam às quartas
Quartas de final, semifinal e final em jogos de ida e volta
12 datas
62 jogos (14 no mata-mata, 22%)

Obs 3. A edição de 2018 seria uma transição para compor o torneio da nova fase, a partir de 2019, com a mesma fórmula, mas com a participação via acesso/rebaixamento com uma segunda divisão, esta formada pelos estaduais.

Na visão do blog, os dois modelos especulados reduzem a importância do Nordestão, em calendário e mérito esportivo. A proposta dos clubes para 2018, sem a participação fixa, parece a melhor, desde que se mantenha assim. Ao jornal O Povo, o presidente da federação cearense de futebol, Mauro Carmélio, confirmou a articulação, inclusive junto à CBF e à Liga do Nordeste. Ao Diario de Pernambuco, o mandatário da federação pernambucana, Evandro Carvalho, se esquivou do assunto e disse que somente depois do regional de 2016 o futuro regulamento será discutido. Para entender melhor esse posicionamento, é preciso dizer que o dirigente vem participando do Grupo de Reformas da CBF.

Você concorda com a possível mudança? Qual é a melhor proposta?

Os finalistas da Lampions League 2016 na versão Champions League

Lampions League 2016? Atilla Rodrigues (@AtillaSCR)

O apelido Lampions League pegou. E não há qualquer diminuição da Copa do Nordeste com a alcunha, devidamente adotada pelos torcedores e pela imprensa da região, cujo carisma é indiscutível. Daí, a curiosidade sobre os oito times classificados ao mata-mata do regional de 2016 em “versões europeias”, numa montagem que vem circulando na web, feita por Átila Rodrigues. Seja pelo nome do clube, com alguma aproximação na pronúncia, pelas cores ou pela mais pura aleatoriedade. Concorda com a escolha para o seu time?

Bayern de Munique = Bahia
Real Madrid = Ceará
Milan = Sport
CSKA = Campinense
Arsenal = Fortaleza

PSG = Santa Cruz
PSV = CRB
Galatasaray = Salgueiro 

Dos oito clubes citados, seguem na edição 2015/2016 da Champions League o Bayern, Real e PSG, também nas quartas de final. A taça, chamada de orelhuda, é a meta nos dois torneios.

Caso a brincadeira fosse invertida, quais seriam os nomes dos clubes europeus com os times nordestinos?

Quartas de final da Champions League 2016. Crédito: Uefa/twitter

O caminho até o título do Nordestão 2016

O mata-mata da Copa do Nordeste de 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O caminho está traçado até o troféu dourado da Copa do Nordeste de 2016, com os três pernambucanos entre os oito classificados. O chaveamento foi definido na sede da CBF, no Rio, através de um sorteio dirigido, com direito a transmissão na televisão. Sport e Santa ficaram de lados opostos. Ou seja, o Clássico das Multidões só aconteceria na decisão – nunca houve uma final pernambucana na Lampions League. Nesta edição, com quatro ex-campeões no “pote 1”, o sistema de classificação será o mesmo adotado na Copa do Brasil. Quem fizer mais pontos nos 180 minutos, passa. Em caso de igualdade, vem saldo de gols, maior número de gols na casa do rival e, por último, pênaltis.

A vantagem no mando de campo nas fases seguintes será definida de acordo com a pontuação geral, somando a fase de grupos e os mata-matas.

Ceará x Santa Cruz 
O Tricolor, que apontou o Nordestão como prioridade no primeiro semestre, terá um novo treinador, após a saída de Martelotte. Mesmo com a vaga, a direção perdeu a paciência com o fraco futebol. Agora, ao menos terá um reforço no meio-campo, o volante Uillian Correia, que curiosamente jogou bem no Ceará. Atual campeão, o Vozão começou cambaleando, com o técnico Lisca ameaçado. Nos três anos anteriores o time alcançou a semifinal – sendo o único clube a conseguir isso.
Datas: 30/03 (21h45) no Arruda e 03/04 (16h) no Castelão

Bahia x Fortaleza 
Um duelo com clubes com as mesmas cores. Melhor time da primeira fase, com 100%, o Baêa se deu ao luxo de jogar com os reservas duas vezes. Novamente com os principais nomes, terá o reforço de Thiago Ribeiro, sua principal contratação. A baixa é o atacante Hernane Brocador, que se lesionou quando era o goleador do torneio. Já o Fortaleza, que passou de fase no último lance, parece ter a missão mais complicada nesta fase. Joga por um bom resultado no Castelão.
Datas: 30/03 (21h45) no Castelão e 03/04 (16h) na Fonte Nova

Sport x CRB
Em busca do quarto título, o Rubro-negro terá um reforço de peso. O meia Diego Souza fará a sua reestreia no jogo de ida, no Rei Pelé, quando deverá tomar o lugar de um dos três volantes – mantendo um certo poder de marcação e  aumentando consideravelmente a criação. O Leão enfrentará velhos conhecidos, começando pelo técnico, Mazola. Mas o maior expoente é Neto Baiano, atacante campeão com o clube em 2014, quando foi eleito o melhor jogador do regional.
Datas: 30/03 (21h45) no Rei Pelé e 02/04 (18h) na Ilha do Retiro

Campinense x Salgueiro
Um raro duelo do interior. Campeã em 2013, a Raposa de Campina Grande venceu o Salgueiro duas vezes na primeira fase. Classificado pela terceira vez às quartas, o time tem no atacante Rodrigão (já acertado com o Santos) a maior esperança. É o artilheiro da Lampions, com 7 gols. Já o Carcará, que garantiu parte da receita da Série C com a cota de R$ 430 mil, quer continuar fazendo história. Deve priorizar o torneio, poupando no hexagonal estadual.
Datas: 31/03 (21h30) no Cornélio de Barros e 03/04 (19h) no Amigão

O campeão receberá R$ 2,384 milhões e uma vaga na Copa Sul-Americana…

Pitacos na semifinal: Ceará x Bahia e Sport x Salgueiro (alguma surpresa?).

A classificação dos grupos do Nordestão, com Sport, Santa e Salgueiro nas quartas

A classificação final da fase de grupos do Nordestão 2016. Crédito: Superesportes

A Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial da CBF em 2013. Após quatro tentativas, finalmente o futebol pernambucano conseguiu emplacar os seus três representantes nas quartas de final em uma mesma edição. Em 2016, Sport, Santa e Salgueiro avançaram, ganhando de quebra a premiação de R$ 430 mil, para cada. O Leão foi o único a passar como líder, sendo ainda beneficiado pelo empate do CRB, o que lhe rendeu um lugar no “pote 1” para a composição do mata-mata. Enquanto isso, o Santa precisou aguardar o fim da rodada, devido ao revés na Fonte Nova. Acabou ajudado pelo América de Natal, a única zebra na primeira fase. Campeão nordestino em 1998, o time ficou num empate com o Coruripe. Já o Carcará se faz presente na fase eliminatória pelo segundo ano seguido. Precisava golear e torcer. Deu tudo certo, com festa no Sertão.

O sorteio das quartas de final, com a definição do caminho até a decisão, será na sede da CBF, no Rio, às 15h15 desta quinta-feira. Eis os potes do sorteio:

Pote 1: Bahia, Campinense, Ceará e Sport (todos ex-campeões)
Pote 2: CRB, Salgueiro, Santa Cruz e Fortaleza (nenhum campeão)

Ou seja, há 25% de chance de sair um Clássico das Multidões e 50% de um duelo pernambucano (Sport x Santa ou Sport x Salgueiro). Pitacos?

Os clubes classificados às quartas do Nordestão (2013-2016):

2013
ABC, ASA, Campinense, Ceará, Fortaleza, Santa Cruz, Sport e Vitória

2014
América-RN, Ceará, CRB, CSA, Guarany-CE, Santa Cruz, Sport e Vitória

2015
América-RN, Bahia, Campinense, Ceará, Fortaleza, Salgueiro, Sport e Vitória

2016
Bahia, Campinense, Ceará, CRB, Fortaleza, Salgueiro, Santa Cruz e Sport

Número de classificações às quartas (2013-2016):

4 – Ceará e Sport
3 – Campinense, Fortaleza, Santa Cruz e Vitória
2 – América-RN, Bahia, CRB e Salgueiro
1 – ABC, ASA, CSA e Guarany-CE

Podcast 45 (224º) – As chances de Santa, Sport e Salgueiro no Nordestão

Falta apenas uma rodada para acabar a fase de grupos da Copa do Nordeste. Apontados como favoritos nesta temporada, até pelo status de Série A, Santa e Sport ainda não confirmaram as suas vagas. No dia 23, numa noite com os dez jogos em horário simultâneo (21h45), o Tricolor jogará por um empate na Fonte Nova, contra o Bahia, para avançar como um dos melhores segundos colocados. Já o Sport precisa vencer o Botafogo na Ilha para confirmar a liderança da chave D. E se os resultados não forem alcançados? Detalhamos todas as chances do dois clubes mais populares do estado no 45 minutos, além do Salgueiro, também presente na briga para chegar às quartas.

Confira um infográfico com um resumo das chances aqui.

Neste podcast, com 1h43, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Com atuação lamentável, Sport perde do Fortaleza e se complica no Nordestão

Nordestão 2016, 5ª rodada: Fortaleza 2x1 Sport. Foto: LC MOREIRA/ESTADÃO

O Sport, que estava com a vaga encaminhada até os 47 minutos do 2º tempo contra o River, agora vai pressionado à última rodada da Copa do Nordeste, em busca da classificação às quartas de final. Consequência da frustrante atuação no Castelão, sobretudo no primeiro tempo, quando foi atropelado. Apesar da tímida reação na partida, o time pernambucano acabou derrotado pelo Fortaleza por 2 x 1. Com oito pontos, o Leão está obrigado a vencer o Botafogo na Ilha do Retiro, dia 23. Espera-se uma equipe mais organizada, com variação de jogadas e, sobretudo, consciência. Faltou na capital cearense.

De lá, o Sport só pode aproveitar a noite como lição sobre o que não fazer. A princípio, Falcão apostou na ofensividade. Abriu mão do esquema com três volantes, com Gabriel Xavier no lugar de Luis Antônio. A pegada não seria mesma, tendo como contrapartida a articulação de Gabriel, encostando em Lenis (mau posicionado), Vinícius Araújo (inúmeros erros nas finalizações) e Túlio de Melo (que marcou um gol e ao menos conseguiu faltas na entrada da área). Acabou adiantado demais, deixando um rombo no meio. Rithely e Serginho não deram conta e o Tricolor do Pici cansou de chegar com perigo.

O Fortaleza finalizou cinco vezes nos primeiros 25 minutos, com dois gols. No primeiro, Samuel Xavier marcou a bola num cruzamento e no segundo houve uma “doação” de Matheus Ferraz – gastando todo o seu crédito da Série A. O volume de jogo do time liderado por Everton deixava o Sport sem ação já na saída de bola. Aos 32, o técnico rubro-negro tentou recompor a formação mais usada, com Luis Antônio tomando o lugar de Gabriel. O golzinho antes do intervalo foi um achado. Reação? Não veio devido à inoperância do time, abusando da ligação direta. O tempo todo, sem sucesso

Nordestão 2016, 5ª rodada: Fortaleza 2x1 Sport. Foto: LC MOREIRA/ESTADÃO

A classificação da fase de grupos da Copa do Nordeste 2016 após 3 rodadas

A classificação da Copa do Nordeste 2016 após a 3ª rodada. Crédito: Superesportes

A fase de grupos da Copa do Nordeste de 2016 chegou à metade, com três rodadas disputadas. Devido ao regulamento, implantado ano passado, a análise da classificação dos grupos sofre uma influência direta das outras chaves. Explica-se: além dos cinco primeiros colocados, apenas os três melhores segundos lugares irão avançar. Logo, dois vice-líderes vão sobrar.

Hoje, por exemplo, passariam na liderança Campinense (A), CRB (B), Bahia (C), Sport (D) e Sampaio Corrêa (E). As outras três vagas ficariam com Vitória da Conquista, Fortaleza e Santa. O tricolor pernambucano está no limite, com um gol a mais que o Salgueiro, o 2º no grupo A, pois ambos tem o mesmo saldo.

Portanto, a partir da campanha do Santa, a projeção mínima de classificação seria de 8 pontos e saldo de 2. Sem dúvida, um desempenho apertadíssimo e nada confiável para obter a vaga nas quartas de final. Entre os favoritos ao título, o destaque negativo vai justamente para o atual campeão, o Ceará…

A sexta e última rodada será em 23 de março, com dez jogos ao mesmo tempo.

Em tempo: quem passar de fase ganhará R$ 430 mil de cota.

Abusando da jogada aérea, Sport vence o Fortaleza e lidera no Nordestão

Nordestão 2016, 2ª rodada: Sport x Fortaleza. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O estilo de jogo lembra o futebol inglês num período anterior à Premier League. Um jogo de imposição física, sem muita criatividade e muitos, muitos cruzamentos na área. Dependendo do nível da assistência e do finalizador, pode dar bem certo. Plasticamente pode não ser tão agradável, mas o Sport parece ter encontrado uma nova formar de atuar. Após o desmanche do time que ficou em 6º lugar no Brasileirão, com meias qualificados, o time foi a campo sem apoiadores. Recheado de volantes e com laterais com plena liberdade.

Após um início cambaleante, perdendo de Salgueiro e América, o time de Falcão chegou à terceira vitória consecutiva na temporada, usando a bola aérea como única característica. Contra o Fortaleza, na Ilha do Retiro, o time pernambucano teria, em tese, o seu compromisso mais difícil na primeira fase do Nordestão. Num jogo de correria e muita disputa – numa delas, Túlio de Melo escapou de ser expulso -, o Sport acabou deslanchando no finzinho do primeiro tempo, definindo o 2 x 0 que deu tranquilidade no regional, liderando o grupo D.

Aos 38, Durval pegou a bola na ponta esquerda da área e cruzou para Rithely testar para as redes. Foi o 22º gol do volante com a camisa rubro-negra, sendo o 13º de cabeça. Nos descontos, numa jogada pela direita, Everton Felipe foi à linha de fundo e levantou a bola para Túlio de Melo ampliar de cabeça. Mesmo entre dois defensores, o camisa 99 levou vantagem. Até agora, considerando estadual e regional, o Leão já soma seis gols em 2016, todos em cruzamentos na área, sendo cinco cabeçadas. Estilo o time tem, mas será preciso diversificar para projetar algo mais. Basta relembrar a história.

Nordestão 2016, 2ª rodada: Sport x Fortaleza. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Podcast 45 (215º) – Análise das estreias de Sport e Santa Cruz na Copa do Nordeste

Começou o Nordestão de 2016. A estreia pernambucana foi no sábado, com o empate sem gols do Salgueiro em Imperatriz. No domingo, mais dois representantes e um desfecho curioso. O Sport jogou mal e venceu o Botafogo fora de casa, enquanto o Santa jogou bem e perdeu do Bahia no Arruda. No 45 minutos, analisamos os jogos, com os erros e acertos de Falcão e Martelotte, já projetando o restante da fase de grupos. No fim, um debate sobre a história do Nordestão, com os títulos oficiais (desde 1994) e não oficiais (desde 1946).

Confira um infográfico com a pauta do programa aqui.

Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Os campeões do Nordeste e a antiga discussão sobre a chancela dos títulos

Os campeões da Copa do Nordeste: 1994 (Sport), 1997 (Vitória), 1998 (América-RN) e 1999 (Vitória); 2000 (Sport), 2001 (Bahia), 2002 (Bahia) e 2003 (Vitória); 2010 (Vitória), 2013 (Campinense), 2014 (Sport) e 2015 (Ceará)

Post atualizado 25/05/2017

Desde 1946, quando foi realizado um quadrangular em Natal, vencido pelo Fortaleza, foram disputados 38 torneios de futebol de amplitude regional no Nordeste – com pesos diferentes, naturalmente. A antiga discussão acerca da chancela oficial dos títulos segue com a CBF, que evita tocar no assunto sobre as competições anteriores a 1994, data da primeira Copa do Nordeste, também denominada de “Taça Governador Geraldo Bulhões”. Curiosamente, foi a única reconhecida posteriormente, quando a confederação passou a cuidar da Lampions League. Em setembro de 2014 o presidente da liga, Alexi Portela, encaminhou à direção de competições da entidade uma lista de “campeões oficiais”, incluindo o Torneio José Américo de 1975 e 1976. Até hoje, sem resposta.

Em 2012, devido à publicação do Guia Oficial da CBF, com os títulos informados pelos próprios clubes presentes, o Vitória passou a se proclamar pentacampeão nordestino, somando a taça de 1976. No entanto, o próprio site do clube se contradiz ao considerar o título de 1997 como o primeiro (veja aqui).

Historicamente, o Nordestão – alcunha popular há décadas – sempre foi  intermitente no calendário. Retomado em 2013, após um acordo na justiça entre a Liga do Nordeste e a CBF (que escapou de uma indenização milionária), o torneio está garantido pelo menos até 2022. Cada vez maior, saltando para 20 clubes e premiação de R$ 18,5 milhões em 2017, a Copa do Nordeste já surge como um título mais qualificado e desejado que o Estadual. Até hoje, apenas sete clubes ergueram a taça. A “orelhuda dourada”, aliás, já teve outros nove modelos oficiais. Entretanto, vale relembrar as demais disputas com tradição reconhecida, algumas até no período da precursora CBD. No levantamento do blog, seriam onze torneios, considerando até a recém-criada Taça Asa Branca. 

Nordeste:

Copa Cidade de Natal – 1946 
O torneio foi realizado para celebrar a instalação do sistema de iluminação do estádio Juvenal Lamartine, em Natal, que abrigou todas as partidas.

1946 Fortaleza (4 participantes)

Torneio dos Campeões do Nordeste – 1948
Foi o primeiro torneio com representantes de cinco estados. Todos os jogos ocorreram no Recife. O Santa Cruz , campeão pernambucano no ano anterior, estreou na semifinal.

1948 Bahia (6)

Torneio José Américo de Almeida Filho – 1975/1976
A competição foi organizada em homenagem ao estádio homônimo, o Almeidão, em João Pessoa, inaugurado no mesmo ano. Na temporada seguinte, o torneio foi ampliado, com direito à curiosa participação do Volta Redonda, do Rio de Janeiro.

1975 CRB (6)
1976 Vitória (12)

Copa do Nordeste – 1994/2015 (oficial)
Em 1994, a FPF firmou uma parceria com o governo de Alagoas para organizar a “1ª Copa do Nordeste”, como a competição foi lançada. Com o sucesso, acabou ganhando a chancela da CBF, que passou tomar conta do regional em seu período mais duradouro, a partir de 1997, conferindo ao campeão, inclusive, uma vaga na Copa Conmebol. Desde 2014, o campeão vai à Sul-Americana.

1994 Sport (16)
1997 Vitória (17)
1998 América-RN (16)
1999 Vitória (16)
2000 Sport (16)
2001 Bahia (16)
2002 Bahia (16)
2003 Vitória (12)
2010 Vitória (15)
2013 Campinense (16)
2014 Sport (16)
2015 Ceará (20)
2016 Santa Cruz (20)
2017 Bahia (20)

Taça Asa Branca – 2016
É a única disputa com apenas dois clubes envolvidos, com um jogo. Além do caráter amistoso. Ainda assim, mesmo questionável (no entendimento do blog), a Asa Branca se faz presente por um critério claro: é organizada pela Liga do Nordeste. A taça reúne o atual campeão nordestino (o mandante) e um convidado – o Flamengo foi o primeiro convidado. Em 2017 foi chamado o campeão da Copa Verde (por sinal, essa evolução para “Recopa N-NE” funcionaria melhor).

2016 Ceará (2)
2017 Santa Cruz (2)

Norte e Nordeste:

Torneio dos Campeões do Norte-Nordeste – 1951/1952
A premissa do torneio era uma ampliação da competição realizada na capital pernambucana em 1948. Três anos depois, o Norte foi incorporado, com o Remo chegando na final contra o Ypiranga, campeão baiano pela última vez. No ano seguinte, o Náutico, campeão estadual em 1951, entrou na semifinal do torneio, realizado no Recife.

1951 Ypiranga (8)
1952 Náutico (8)

Copa dos Campeões do Norte – 1966
Apesar do nome, a copa reuniu os vencedores da fase Norte-Nordeste da Taça Brasil. Até 1966, apenas clubes nordestinos haviam vencido. Todos os participantes se enfrentaram em jogos ida e volta na Fonte Nova, PV, Aflitos e Ilha do Retiro.

1966 Náutico (5)

Torneio Hexagonal Norte-Nordeste – 1967
Apesar das duas regiões envolvidas, foram incluídos apenas três estados, com dois pernambucanos, dois cearenses e dois paraenses em jogos de ida e volta.

1967 Santa Cruz (6)

Taça Almir de Albuquerque – 1973
A competição foi, na verdade, a primeira fase do Brasileirão. Na ocasião, foi criado um troféu ao melhor time em homenagem ao atacante Almir Pernambuquinho, revelado pelo Sport em 1956 e que faleceu justamente em 1973. A taça foi instituída a pedido da FPF.

1973 América-RN (16)

Copa Norte – A fase Norte-Nordeste da Taça Brasil – 1959/1968
Agora unificada ao Brasileirão, a pioneira Taça Brasil surgiu em 1959 como a competição que indicaria o representante do país à Taça Libertadores do ano seguinte. Com a precária estrutura de deslocamento de um país continental, o torneio de mata-mata foi regionalizado. Na fase Norte, que compreendia o Norte-Nordeste, o campeão tinha direito a vaga na semi ou na final nacional – sem definição prévia. Os vencedores do zonal celebravam as conquistas regionais, ainda que não fossem um torneio à parte.

1959 Bahia (8)
1960 Fortaleza (9)
1961 Bahia (9)
1962 Sport (11)
1963 Bahia (10)
1964 Ceará (11)
1965 Náutico (11)
1966 Náutico (11)
1967 Náutico (10)
1968 Fortaleza (11)

Torneio Norte-Nordeste – 1968/1970 (oficial)
Paralelamente ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa, agora unificado ao Brasileirão, a CBD organizou o interregional oficial para movimentar os clubes, uma vez que não havia sistema de divisão, ou mesmo de classificação, pois a participação no Robertão era via convite.

1968 Sport (23)
1969 Ceará (26)
1970 Fortaleza (36)

Campeões oficiais do Nordeste e do Norte-Nordeste (17):
4 – Vitória e Sport
3 – Bahia
2 – Ceará

1 – Fortaleza, América-RN, Campinense e Santa Cruz

Estados: Bahia (7), Pernambuco (5), Ceará (3), Rio Grande do Norte (1) e Paraíba (1)

Campeões do Nordeste e do Norte-Nordeste, oficiais e não-oficiais (38):
7 – Bahia
5 – Náutico, Vitória e Sport
4 – Fortaleza e Ceará
3 – Santa Cruz
2 – América-RN

1 – Ypiranga, CRB e Campinense 

Estados: Pernambuco (13), Bahia (13), Ceará (8), Rio Grande do Norte (2), Alagoas (1) e Paraíba (1)