Apenas 3.093 torcedores comparecem aos três jogos da 8ª rodada do Pernambucano de 2018, realizados nesta semana. Lembrando que duas partidas foram remarcadas e a rodada só terminará depois da 9ª (!). O maior público ocorreu no duelo entre Náutico e Afogados, na Arena. Porém, dos 1.438 espectadores, segundo o borderô, foram 909 cortesias – o palco voltou a ser gerido pelo governo do estado. Foram contabilizados ainda 503 pagantes e 26 crianças. Já em Caruaru, onde o Belo Jardim chamou o jogo contra o Sport, menos de mil pessoas – dado raro, considerando apresentações do leão no interior, num indício de estafa sobre o time atual. No geral, média de público é de 1,5 mil pessoas – hoje, seria a pior desde que a federação passou a contabilizar essa estatística, em 1990. Em relação à bilheteria, só agora, após 38 partidas, o apurado superou R$ 1 milhão. Vale lembrar que a FPF tem direito a 8% da renda bruta de qualquer jogo. Logo, já abocanhou R$ 81.193, dado superior à renda de 5 dos 11 clubes.
Abaixo, os rankings de público e renda, com ordem através das médias
Os 10 maiores públicos 6.015 – Santa Cruz 0 x 0 Náutico (Arruda, 17/02 – 7ª rodada) 4.292 – Santa Cruz 1 x 1 Vitória (Arruda, 18/01 – 1ª rodada) 4.035 – Santa Cruz 1 x 1 Central (Arruda, 25/01 – 3ª rodada) 3.724 – Sport 2 x 0 Pesqueira (Ilha do Retiro, 29/01 – 4ª rodada) 3.685 – Náutico 3 x 0 Sport (Arena PE, 24/01 – 3ª rodada) 3.601 – Central 1 x 1 Sport (Lacerdão, 03/02 – 5ª rodada) 3.389 – Sport 2 x 0 Afogados (Ilha do Retiro, 20/01 – 2ª rodada) 3.000 – Flamengo 0 x 0 Sport (Áureo Bradley, 17/01 – 1ª rodada) 2.147 – Central 3 x 0 Náutico (Lacerdão, 21/01 – 2ª rodada) 2.066 – Afogados 0 x 1 Santa Cruz (Vianão, 15/02 – 6ª rodada)
Como a 8ª rodada do Estadual 2018 foi desmembrada – acabará somente após a 9ª! – , o blog resolveu atualizar o balanço de público e renda Campeonato Pernambucano após a realização dos três jogos disputados neste meio de semana. Sendo assim, duas penalidades contabilizadas. Ambas no jogo Náutico 2 x 1 Afogados. Ortigoza para o timbu e Tarcísio para a coruja. Ambos os lances bem marcados e bem convertidos
Eis a atualização das listas levantadas pelo blog, após 38 partidas realizadas.
Pênaltis a favor (12) 3 pênaltis – Náutico 2 pênaltis – Afogados e Vitória (perdeu 1) 1 pênalti – América, Belo Jardim (perdeu 1), Central, Salgueiro (perdeu 1) e Sport (perdeu 1) Sem penalidade – Flamengo, Pesqueira e Santa Cruz
Pênaltis cometidos (12) 3 pênaltis – América (defendeu 2) 2 pênaltis – Afogados, Belo Jardim (defendeu 1) e Vitória 1 pênalti – Central (defendeu 1), Náutico e Salgueiro Sem penalidade – Flamengo, Pesqueira, Santa Cruz e Sport
O conselho arbitral do Campeonato Pernambucano de 2018 aconteceu em 3 de outubro de 2017, na sede da FPF, na Boa Vista, com representantes dos onze clubes envolvidos. Na ocasião, os oito times do interior votaram pela implantação da fase quartas de final, vencendo os três grandes da capital, que queriam manter o formato com mata-mata a partir da semifinal. Então, foi produzido o regulamento oficial, com 16 páginas. Quase completo.
Com o turno classificatório se aproximando do fim, as projeções sobre os chaveamentos começam a ganhar força entre torcida e imprensa. No entanto, embora o tema tenha sido discutido no arbitral, a composição dos mata-matas não foi colocada no texto do regulamento. Abaixo, os trechos sobre as quartas e a semi – um claro esquecimento da federação pernambucana de futebol, que deverá publicar uma ‘instrução complementar’, como possibilita o artigo 28. O blog entrou em contato com a entidade, que confirmou a necessidade de um adendo, mas também assegurou que o chaveamento segue, de fato, o ‘cruzamento olímpico’. Apesar de admitir a falha, a direção lembra que a tabela básica trouxe a composição das quartas (acima) – mas não da semi.
Portanto, eis as composições das quartas e da semi, em jogos únicos…
Quartas de final (mando de campo para a melhor campanha na 1ª fase) 1º x 8º (chave A), 2º x 7º (chave B), 3º x 6º (chave C) e 4º x 5º (chave D)
Semifinal (mando de campo para a melhor campanha na 1ª fase) Vencedor da A x Vencedor da D e Vencedor da B x Vencedor da C
Final
A decisão é a única fase eliminatória com jogos de ida e volta, com a última partida sendo mando do time mais bem colocado na primeira fase
No Pernambucano de 2018, dois times foram obrigados a mandar os seus jogos em outras cidades, devido à falta de laudos técnicos nos respectivos estádios. O Vitória, do Carneirão para a Arena PE, em São Lourenço, e o Belo Jardim, do Mendonção para o Joaquim de Brito, em Pesqueira. Ocorre que a mudança do Vitória foi definitiva na competição, enquanto o calango manteve os reparos – sobretudo no gramado – visando a disputa das últimas rodadas.
O Mendonção, localizado na Vila Olímpica do Sesc, foi inaugurado em 2007. É uma dos palcos mais novos do estado. Contudo, a falta d’água, atrelada à manutenção, sucateou o estádio, vetado há dois anos. São duas edições com Belo Jardim atuando fora de sua cidade. Considerando o duelo contra o Sport no Lacerdão, em 21/02, são 12 jogos seguidos como andarilho: Antônio Inácio (5x), Joaquim de Brito (3x), Arruda (2x), Arena PE (1x) e Lacerdão (1x). Nos 11 jogos realizados, 3V, 2E e 6D – 33% de aproveitamento. A última partida oficial em seu reduto foi em 02/03/2016, na vitória por 1 x 0 sobre o Porto.
Vale lembrar que em 25 de outubro de 2017 o estádio recebeu a visita de agrônomos da Campanelli, empresa paulista contratada pela FPF para diagnosticar o campo. Após a vistoria, o local, apontado (justamente) como o mais crítico da competição de 2018, passou a ser tratado de forma integral, com o time do Belo Jardim treinando num campo sintético da cidade e no estádio de Brejo da Madre de Deus. Apesar do esforço para a liberação, com direito à visita de Daniel Paulista, auxiliar do Sport, e das chuvas recentes, na prática resta apenas um jogo pelo Estadual, em 7 de março, contra o Náutico. Ao menos, caso o cuidado com o gramado continue, o time poderá jogar a Série D, em sua estreia no Brasileiro, realmente em casa… A conferir.
Qual o peso de um andarilho na competição? Disparidade técnica, sem a força do mando, e queda no público (o calango tem a pior média, de 183 pessoas).
Imagens do Sesc-Mendonção em 16 de fevereiro de 2018. Tem condições?
Na 7ª rodada do Campeonato Pernambucano de 2018, Central e Sport jogaram em casa e venceram os seus adversários por 2 x 0. Porém, ambos com sensações distintas na reta final. Em Caruaru, o alvinegro cometeu um pênalti aos 45 minutos do segundo tempo, mas o goleiro Murilo encaixou a cobrança de Kelvis e garantiu a festa da liderança. Já na Ilha, aos 40, o rubro-negro Neto Moura foi derrubado na área. Responsável pela cobrança, Thomás isolou o primeiro pênalti a favor do clube neste Estadual.
Em relação às expulsões, apenas um vermelho distribuído, para Eduardo, do Flamengo, que fez falta sendo o ‘último homem na jogada’. Portanto, confira a atualização das listas levantadas pelo blog, após 35 partidas realizadas.
Pênaltis a favor (10) 2 pênaltis – Náutico e Vitória (perdeu 1) 1 pênalti – Afogados, América, Belo Jardim (perdeu 1), Central, Salgueiro (perdeu 1) e Sport (perdeu 1) Sem penalidade – Flamengo, Pesqueira e Santa Cruz
Pênaltis cometidos (10) 3 pênaltis – América (defendeu 2) 2 pênaltis – Belo Jardim (defendeu 1) e Vitória 1 pênalti – Afogados, Central (defendeu 1) e Salgueiro Sem penalidade – Flamengo, Náutico, Pesqueira, Santa Cruz e Sport
A FPF produziu um relatório sobre o trabalho da arbitragem no Clássico das Emoções no Arruda, com empate em 0 x 0, cuja maior discussão foi acerca da anulação de um gol do Santa Cruz. Na visão do blog, uma decisão equivocada. Na avaliação comissão estadual de arbitragem, porém, o auxiliar Cleberson Nascimento acertou no impedimento. Leia a íntegra.
Relatório de Analise Qualitativa de Desempenho da Arbitragem
Aspectos técnicos, físicos e disciplinares:
Árbitro: Luiz Cláudio Sobral Durante a partida o árbitro desenvolveu um excelente trabalho de acordo com as características da arbitragem moderna. Foi proativo ao fazer arbitragem preventiva, conforme observamos aos 9’ (nove minutos) do primeiro tempo, quando repreende o goleiro do Santa Cruz e o atacante do Náutico, evitando assim um possível princípio de conflito. Em alguns momentos o jogo exigiu presença física nas jogadas e este utilizou seu bom condicionamento físico para manter-se sempre próximo, desenvolvendo aceleração, mudança de velocidade e ritmo, como foi visto no minuto 27, o rápido deslocamento do árbitro buscando o melhor ângulo de visão para decidir corretamente. Conseguiu dar fluidez ao jogo aplicando a “lei da vantagem” como no minuto 18 (dezoito), diferenciando vantagem de posse de bola, para isso fez uma boa leitura do jogo e buscou antecipar as jogadas para não ser surpreendido. Destaque para o excelente controle de jogo não permitindo que os jogadores tivessem condutas incorretas; preveniu o “agarra-agarra” nas jogadas de área; não permitiu reclamações por parte dos jogadores e comissões técnicas, enfim manteve o jogo sob seu domínio o que é extremamente importante na arbitragem moderna. Possui um excelente controle emocional o que favorece nas tomadas de decisão, tanto técnicas como disciplinares e manteve uniformidade nos critérios, aplicando dois cartões amarelos, sendo um para equipe do Santa Cruz e outro para equipe do Náutico, ambos por jogada temerária que é quando um jogador não leva em consideração os riscos ou as consequências para com o seu adversário. Das 36 faltas marcadas no jogo por imprudência e temeridade, apenas 2 foram marcadas de forma equivocada.
Árbitro Assistente 1: Cleberson Nascimento O árbitro assistente 1 possui uma boa técnica de arbitragem para o uso da bandeira, com sinalizações claras e seguras. Acompanha sempre o penúltimo defensor e quando necessário à linha da bola, utilizando deslocamentos laterais e frontais. Acertou todas as indicações de saída de bola (tiro de meta, tiro de canto e arremesso lateral). Aos 45 minutos do primeiro tempo do jogo mostra conhecimento e clareza da lei do impedimento (regra 11) ao sancionar de forma correta uma infração de alta dificuldade, quando um jogador em posição de impedimento participava ativamente da jogada, interferindo no seu adversário ao disputar a bola e outro jogador da sua equipe que estava em posição legal faz um gol. O árbitro assistente aponta corretamente o impedimento do jogador do Santa Cruz por interferir no adversário, conforme descrito nas regras do jogo, página 99 que diz que o jogador deve ser punido se participar ativamente do jogo:
. Interferindo em um adversário de uma das seguintes maneiras: . Impedindo um adversário de jogar ou de poder jogar a bola ao obstruir claramente sua linha de visão ou; . disputando a bola com o adversário ou; . tentando claramente jogar a bola que se encontre próxima de si e quando essa ação causar impacto no adversário ou; . praticando uma ação óbvia que tenha impacto claro na possibilidade de o adversário jogar a bola.
Todas as diretrizes repassadas pelos instrutores da Fifa, Conmebol, CBF e FPF apontam para o entendimento de que o principal lance do jogo foi corretamente sancionado pela equipe de arbitragem. Em diálogo com instrutores da Comissão Nacional, o árbitro assistente em questão foi parabenizado por aplicar corretamente as regras do jogo, em um lance de extrema dificuldade.
Árbitro Assistente 2: Francisco Chaves O árbitro assistente 2 demonstrou muita tranquilidade e concentração nas tomadas de decisão e assim como o assistente 1, tem uma boa movimentação e indicou corretamente os arremessos laterais, tiro de canto e tiro de meta. Foi bastante exigido na “lei do impedimento” tendo sancionado infrações ajustadas de forma correta, e aos 15’ (quinze minutos) do primeiro tempo deixou o jogo seguir usando a técnica esperar e ver. Por tudo isso desempenhou um excelente trabalho.
Quarto Árbitro: Gleydson Leite Controlou muito bem as áreas técnicas, realizou corretamente os procedimentos de substituição, bem como, cuidou do retorno ao campo dos jogadores lesionados e ajudou o árbitro durante toda partida.
Conclusão De modo geral, a atuação dos componentes da equipe de arbitragem foi considerada muito eficiente, tendo em vista o grau de dificuldade da partida, por se tratar de um Clássico do Futebol Pernambucano. As decisões e ações tomadas pelos árbitros, contribuíram para legitimar o resultado do jogo, principalmente após a correta anulação de um gol em favor da equipe do Santa Cruz, aos 45’ minutos do primeiro tempo, que elevou ainda mais o grau de acertividade da equipe de arbitragem.
Acima, algumas das partidas transmitidas no Estadual de 2018: Náutico 3 x 0 Sport (Globo NE e Premiere), América 2 x 0 Santa Cruz (Globo NE), Sport 2 x 0 Pesqueira (Premiere), Náutico 4 x 0 Salgueiro (SporTV e Premiere)
O atual contrato de transmissão do Campeonato Pernambucano se encerra em 2018. Nesta temporada, a última das quatro negociadas, o valor total para os onze clubes chega a R$ 4,42 milhões. Trata-se da projeção a partir da correção anual, feita sob contrato, através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Quando o acordo começou vigorar, em janeiro de 2015, cada grande clube da capital recebeu R$ 950 mil, somando luvas e cota fixa, enquanto os demais intermediários receberam R$ 110 mil, nos mesmos moldes. Portanto, a cada ano o valor-base do futebol é atualizado.
Através do site do Banco Central do Brasil é possível calcular a correção das últimas cotas (abaixo). De 2015 para 2016, por exemplo, o aumento acumulado foi de “11,8045%”. Neste ano, porém, houve um leve decréscimo (em relação ao valor de 2017). Somadas, as parcelas atualizadas de Náutico, Santa e Sport chegam a R$ 3.384.597 – o Madureira, citando um exemplo de contraste, recebeu R$ 4 milhões pelo campeonato carioca. Em 2019 começa a um novo contrato, já assinado e também com quatro anos de duração. Novamente com a Globo Nordeste, que manteve os direitos nas cinco plataformas (tevês aberta e fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet). Em sinal aberto, a audiência da última edição variou de 20,9 a 41,9 pontos – acima da média nacional. Para o futuro contrato, com cotas ainda não reveladas, Náutico, Santa e Sport receberam R$ 1 milhão de luvas, cada.
Receita original da televisão/ano Clubes grandes – R$ 700 mil (cota) + R$ 250 mil (luva) Clubes pequenos – R$ 60 mil (cota) + R$ 50 mil (luva)
Cotas do Campeonato Pernambucano (contrato 2015-2018):
2016 (janeiro) Grandes (3) – R$ 1.062.142 (+11,80% sobre 2015) Pequenos (9) – R$ 122.984
Total (12 clubes) – R$ 4.293.292
2017 (janeiro) Grandes (3) – R$ 1.132.889 (+6,6% sobre 2016 ou +19,2% sobre 2015) Pequenos (9) – R$ 131.176
Total (12 clubes) – R$ 4.579.260
2018 (janeiro) Grandes (3) – R$ 1.128.199 (-0,4% sobre 2017 ou +18,7% sobre 2015) Pequenos (8) – R$ 130.633
Total (11 clubes) – R$ 4.429.661
Total de cotas, somando os repasses corrigidos (nº de participações): R$ 4.273.230 – Náutico (4), Santa Cruz (4) e Sport (4) R$ 494.793 – América (4), Central (4) e Salgueiro (4) R$ 384.793 – Belo Jardim (3) e Vitória (3) R$ 364.160 – Atlético (3) e Serra Talhada (3) R$ 363.617 – Pesqueira (3) R$ 261.809 – Afogados (2) e Flamengo (2) R$ 232.984 – Porto (2) R$ 110.000 – Vera Cruz (1) e Ypiranga (1) Acumulado de 2015 a 2018: R$ 17.142.194
Confira as cotas de 119 times no dez principais Estaduais 2018 clicando aqui.
A decisão unânime sobre a utilização do gramado sintético no Brasileirão é em caráter definitivo, segundo o presidente da FPF, Evandro Carvalho, presente no arbitral da competição. Com isso, reabre a possibilidade de campos artificiais em centros periféricos, à parte da Série A. Em Pernambuco, devido à histórica crise hídrica, agravada por uma das maiores secas do século, o problema no interior, somado à falta de receita, é recorrente – em 2017 resultou em vetos no hexagonal, com Belo Jardim e Central jogando fora. Ao blog, o mandatário afirmou que a decisão traz uma situação nova ao futebol local, baseada no custo. Originalmente, a ideia era promover a instalação em três mesorregiões, a Zona da Mata (Vitória), o Agreste (Caruaru) e o Sertão (Serra Talhada). Assim, haveria um raio de alcance a cidades próximas, em caso de campos de grama natural sem condições. Porém, pelo regulamento aprovado, um campo sintético só pode receber um jogo de futebol profissional caso seja do “nível 5” – o grau máximo escalonado pela Fifa.
Embora seja sintético, esse gramado contém uma mistura com material orgânico, para tirar a percepção ‘emborrachada’ das primeiras versões – acima, a amostra exposta na federação. Também demanda irrigação, devido à temperatura e à resistência, embora numa escala muito menor. Trata-se do piso instalado na Arena da Baixada, do Atlético-PR, o único palco da Série A 2018 neste contexto – Fonte Nova e Allianz Parque podem ser os próximos.
O custo deste modelo? Aí está o motivo do ‘refinamento’ da ideia…
R$ 2.783.000, somando a aquisição do campo e a instalação.
Para Evandro, num primeiro momento, só é possível projetar um campo no interior – com investimentos externos. No caso, o Lacerdão, em Caruaru. Pelo tamanho do estádio (19.478 lugares), pelo porte econômico da cidade (356 mil habitantes) e pela localização estratégica, com clubes num raio de 85 km (Belo Jardim, Chã Grande, Decisão, Pesqueira, Porto e Ypiranga).
Existem dois caminhos:
1) Via Ministério do Esporte Através de projetos de fomento, mesmo num campo privado, poderia haver o repasse do governo federal. Em Pernambuco, a FPF vem firmando parcerias com prefeituras. Já foram aprovados dois projetos de modernização de estádios municipais: o Valdemar Viana, em Afogados (R$ 590 mil), e o Laura Bandeira, em Paudalho (R$ 585 mil). Os dois empreendimentos estão listados no Portal da Transparência. No caso do campo do Central, o local poderia ser utilizado – além de jogos profissionais – em ações de inclusão, numa lógica semelhante aos centros de treinamento financiados pelo ministério
2) Via Fifa Pelo contrato de organização da Copa do Mundo de 2014, o Brasil teria direito, após o evento, a um aporte de US$ 100 milhões para obras de infraestrutura e capacitação. O tal ‘Legado da Copa’. Com a bronca da entidade na justiça, quase todo o dinheiro segue na Suíça. Apenas 8,7 mi foram liberados – segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a liberação pode ocorrer, finalmente, em 2018. Portanto, haveria, em disputa por projetos, cerca de 91,3 milhões de dólares (ou R$ 289 milhões). Em tese, bastaria a Pernambuco conseguir 1% disso para viabilizar o campo em Caruaru.
Explicação de Evandro Carvalho sobre a escolha prévia do Lacerdão “Nunca deixamos de discutir ou ventilar a possibilidade. Mas agora, com a decisão definitiva, que ficará no Regulamento Geral de Competições da CBF, podemos seguir. Temos dois caminhos e hoje, na nossa visão, precisamos de um estádio no interior com regularidade. E seria muito bom para nós, e até para estados vizinhos, se um estádio como o do Central pudesse receber um gramado artificial. Porque haveria a garantia de 10 anos e a possibilidade de jogos seguidos, sem danificar o campo.”
Obviamente, o Trio de Ferro também poderia optar pela mudança no piso (no Arruda, na Ilha e nos Aflitos), mas, a princípio, através de outras parcerias.
A 5ª rodada do Estadual de 2018 registrou três expulsões e duas penalidades, distribuídas em apenas dois jogos. À parte do vermelho ao zagueiro Henríque, no Lacerdão, o que pesou mesmo foi o duelo entre Vitória e América, na Arena Pernambuco. O árbitro Péricles Bassols assinalou um pênalti para cada lado e uma expulsão pra cada lado. No tricolor das tabocas, a cobrança só foi efetivada no rebote – Thomas Anderson bateu, o goleiro defendeu e o próprio atacante marcou na sobra. E olhe que o jogo ainda teve 7 gols (Vitória 5 x 2).
Abaixo, as listas de pênaltis e expulsões após 25 partidas realizadas.
Pênaltis a favor (6) 1 pênalti – Afogados, América, Central, Náutico , Salgueiro (perdeu 1) e Vitória (perdeu 1) Sem penalidade – Belo Jardim, Flamengo, Pesqueira, Santa Cruz e Sport
Pênaltis cometidos (6) 2 pênaltis – América (defendeu 1) e Vitória 1 pênalti – Afogados e Belo Jardim (defendeu 1) Sem penalidade – Central, Flamengo, Náutico, Pesqueira, Salgueiro, Santa Cruz e Sport
Em 1919, a Liga Pernambucana de Desportos Terrestres (LPDT), a precursora da FPF, instituiu o “Torneio Initium”, como forma de confraternização entre os clubes filiados no início da temporada. A ideia começava a ganhar corpo no país, com o Rio de Janeiro realizando desde 1916. No tal ‘festival da liga’, os times seriam apresentados ao público, um a um, num campo de futebol. Após o desfile, com direito à escolha da melhor apresentação, um rápido torneio jogado em uma tarde, envolvendo todos as equipes da primeira divisão. Como? Reduzindo o tempo da partida de 90 para apenas 20 minutos.
Na primeira edição, numa época em que os times adotavam a formação 2-3-5, participaram América, Torre, Flamengo do Recife, Náutico, Santa Cruz e Sport. Com o goleiro Ilo Just sendo apontado como o destaque, o tricolor faturou o primeiro Torneio Início do futebol local. Ao todo, seriam 63 edições, com dez campeões distintos. Através do acervo do Diario de Pernambuco, o blog traz algumas curiosidades sobre a competição oficial, extinta em 1981.
Ao fim dos 16 tópicos, a lista completa de campeões e vices.
Em tempo: não há previsão da FPF sobre uma reedição. Fica a história…
1) O Torneio Início ocorria integralmente em um estádio, de 3h a 6h de duração. Ao longo dos anos, passou pelos principais campos do Recife, como Avenida Malaquias, Jaqueira, Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda.
2) A pioneira edição estava agendada para o antigo estádio do Sport, o Campo da Avenida Malaquias, mas a liga não concordou com o pedido do leão sobre a entrada franca para os seus associados. Então, o torneio acabou sendo levado para os Aflitos, já em posse do Náutico.
3) O formato consistia em eliminatórias com jogos únicos, boa parte a partir das quartas de final. Devido ao número flutuante de participantes, em alguns anos teve time largando já na semifinal.
4) O tempo de jogo seguia a regra básica de 20 minutos (dois tempos de 10), mas houve evolução. No fim dos anos 1940, a final tinha 30 minutos. Nos anos 1950, a decisão passou a ter 40. Não parou aí. Em 1967 (abaixo), houve uma prorrogação de 20 minutos, com a final chegando a uma hora!
5) Sobre o critério de desempate, recorrente devido ao pouco tempo de jogo, nas duas primeiras décadas avançava o clube com mais escanteios a favor (!). Em 1948 já havia a disputa de pênaltis, mas com uma particularidade: cada time indicava um jogador, responsável pelas 5 cobranças.
6) O torneio passou a ser organizado pela federação em parceria com a Associação de Cronistas Desportivos (ACDP). Havia troféu para o campeão, para o vice e para o melhor desfile, além de homenagens pontuais. Também havia Torneio Início para a divisão suburbana e para o campeonato juvenil
7) Em 1943, Náutico e Santa Cruz não participaram – os jogadores ainda estavam de férias. Com isso, o América avançou de forma automática para a final. Descansado, enfrentou o Ferroviário (então chamado de ‘Great Western’), que já havia jogado 2x. E deu Mequinha, campeão com uma peleja.
8) O Íbis, o pior time do mundo, já fez a festa na abertura do futebol pernambucano. Não uma, mas duas vezes. Nas finais de 1948 e 1950 (acima), o pássaro preto bateu Náutico e Santa nos pênaltis.
9) Em 1961 (abaixo) e 1970, o Trio de Ferro caiu ainda nas quartas de final, nas maiores zebras do torneio.
10) Em 1973 e 1980, Central e Náutico ganharam as respectivas disputas com a seguinte proeza: não marcaram gols no tempo normal. Ambos empataram os três jogos em 0 x 0, definindo nos pênaltis até a taça. Por outro lado, o timbu também detém o recorde de gols numa final: 5 x 1 em 1944.
11) A última edição (abaixo) foi realizada no Arruda, em 1981, com apenas 5.002 pagantes. Em 14 de abril de 1982, o então presidente da FPF, Dilson Cavalcanti, apresentou a proposta de extinção no conselho arbitral. Os clubes deixaram a decisão com a FPF, que acabou (no Rio terminara em 1977).
12) E foi justamente na derradeira edição que ocorreu a única final entre dois times do interior, envolvendo as cidades de Caruaru e Serra Talhada.
13) Em 19 temporadas o campeão do Torneio Início também venceu o Campeonato Pernambucano. Eis a quantidade de ‘dobradinhas’: Sport 7, Santa 6, Náutico 4, América 1 e Torre 1. Entre 1930 e 1945 (16 anos), nenhum campeão do Torneio Início conquistou o Estadual do mesmo ano.
14) Ao todo, 17 times disputaram a final do Torneio Início, com dez levando a taça – dois do interior, ambos de Caruaru (Central e Atlético). Os sete vices: Flamengo (4), Santo Amaro (2), Tramways (2), Portela (2), Encruzilhada (1), Asas (1) e Comercial (1), todos extintos.
15) O histórico do Torneio Início traz uma lista de campeões bem mais equilibrada que a do Estadual, inclusive sobre finais disputadas: Sport 27 (18 títulos, 66% de aproveitamento), Santa 25 (12 títulos, 48%), Náutico 24 (14 títulos, 58%) e América 18 (11 títulos, 61%),
16) Em 21 oportunidades (apenas 1/3) um clássico decidiu o título, sendo 10 Clássicos das Multidões (Sport 6 x 4 Santa), 7 Clássicos das Emoções (Náutico 4 x 3 Santa) e 4 Clássicos dos Clássicos (Náutico 2 x 2 Sport).