Vaiado por 2.154 torcedores no Arruda, Santa empata sem gols com Belo Jardim

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Santa Cruz 0 x 0 Belo Jardim. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Na imensidão do Arruda, um público de 2.154 pessoas é bem frustrante, com um verdadeiro deserto nas arquibancadas. Na transmissão na tevê, era possível até identificar a corneta sobre passes errados, sobre a inércia ofensiva (chegando a vinte minutos sem um chute) e pelo tropeço diante de um adversário tecnicamente bem inferior. Considerando as disputas no estadual e no regional, o Santa chegou ao terceiro empate seguido, desta vez como mandante, contra o Belo Jardim, que não atuou uma vez sequer em sua cidade neste ano.

Já acostumado à condição de visitante, o Calango veio ao Recife para tentar travar a equipe comandada por Vinícius Eutrópio. Conseguiu. Mérito próprio, claro, mas, na visão do blog, mais pela péssima apresentação do bicampeão pernambucano. Faltou apetite para buscar a vitória. À frente, Barbio ganhou o lugar de André Luís como referência ofensiva, com Éverton Santos caindo pelos lados. A dupla não funcionou, com os torcedores presentes pegando no pé. Tanto que o zagueiro Anderson Salles parecia chegar com mais perigo.

A quinze minutos do fim, a impaciência já havia passado do ponto, com gritos de olé nas trocas de passes do time agrestino. Coincidência ou não, mordido ou não, o Santa Cruz conseguiu articular dois ataques no período, mas sem efetividade. No fim, o público diminuto talvez tenha sido o único lado “positivo” da noite, pois evitou uma vaia maior no empate em 0 x 0.

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Santa Cruz 0 x 0 Belo Jardim. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Náutico e Santa empatam na Arena com arbitragem ruim e emoção só no finzinho

Pernambucano 2017, 1ª rodada do hexagonal: Náutico 1x1 Santa Cruz. Foto: Peu Ricardo/ESP DP

O primeiro dos vários clássicos entre alvirrubros e tricolores em 2017 guardou as emoções para os minutos finais, após uma tarde de muitos erros, dos dois times e do árbitro Péricles Bassols, que escapou de ser o principal personagem do jogo. Até os 44 minutos do segundo tempo, o empate seguia em branco, com pouquíssimas oportunidades efetivas – até então, uma para cada lado, ainda na primeira etapa, com o agora alvirrubro Tiago Cardoso espalmando um belo chute de Léo Costa e o agora tricolor Júlio César evitando um gol contra. Então, surgiu um lançamento preciso para Anselmo, com o centroavante dominando rápido, ganhando do marcador e batendo rasteiro para abrir o placar para o Náutico.

Seria o gol da vitória, com o ritmo do confronto àquele altura. Nos descontos, com o cronômetro já passando de 48, numa falta na entrada da área, Léo Costa mandou para as redes – o camisa 10 marcou os três gols corais na temporada, somando Asa Branca, Nordestão e Estadual. Empate em 1 x 1 e apito final. Quase um “alívio” para Bassols, o árbitro importado pela FPF nesta edição.

Pernambucano 2017, 1ª rodada do hexagonal: Náutico 1x1 Santa Cruz. Foto: Peu Ricardo/ESP DP

Durante o jogo, o carioca falhou bastante na questão disciplinar, sobretudo aos 39 minutos, quando expulsou Dudu e Jaime. Dudu, correto. Para Jaime, cabia um amarelo. Na confusão, Rodrigo Souza também poderia ter sido advertido. E o causador de tudo, André Luís, com uma cotovelada em Dudu, passou ileso. Aos 20 da etapa complementar, outra polêmica, com um pênalti não assinalado em André Luís, claramente puxado (e desequilibrado) por Páscoa. Sim, o mesmo atacante tricolor que sequer deveria estar em campo.

Sem objetividade ofensiva, a partida foi ganhando contornos violentos, com faltas duras e pouca repreensão. Muita conversa e um amarelo aqui, outro ali. De certa forma, justificou o baixíssimo público presente, com apenas 4.622 torcedores, o menor em 17 clássicos realizados na Arena Pernambuco – quatro pessoas a menos que o “recorde” anterior, um Clássico das Emoções em 2015. Neste ponta-pé inicial do Pernambucano do Santa, em busca do tri, e do Náutico, querendo encerrar o jejum desde 2004, ficou o desejo por um pouco mais emoção nos próximos duelos, não só no apagar das luzes.

Pernambucano 2017, 1ª rodada do hexagonal: Náutico 1x1 Santa Cruz. Foto: Peu Ricardo/ESP DP

Com emoção no finzinho, Santa arranca empate com o Campinense no Amigão

Nordestão 2017, fase de grupos: Campinense 1x1 Santa Cruz. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz

Na reedição da última final da Copa do Nordeste, no mesmo estádio Amigão, o mesmo resultado, 1 x 1. E outra vez com o Santa Cruz arrancando o empate no finzinho. O time tricolor, completamente reformulado em relação à temporada passada, saiu no lucro, pois esteve numa má jornada em Campina Grande. No primeiro tempo, viu o Campinense investir bastante pelo lado direito da defesa, passando várias vezes por Vítor, curiosamente o único remanescente de 2016. O time paraibano chegou a acertar a trave, num lance incrível.

Na etapa complementar, o melhor futebol do mandante se manteve. Com três testes nesta temporada (Agap, Timbaúba e Paysandu), o Santa Cruz ainda busca uma maior organização, inclusive de sistemo de jogo. O técnico Vinícius Eutrópio realizou mudanças, reforçando a marcação (Wellington Cézar) e buscando mais agilidade à frente (Thomás), mas sem uma mudança significativa. O amarrado empate sem gols seguiu até os 38 minutos, até uma despretensiosa bola levantada na área pernambucana, com o atacante Augusto, quase na linha de fundo, encobrindo Júlio César de cabeça.

Àquela altura, dificilmente algum torcedor coral acharia o resultado injusto. Mais difícil ainda seria encontrar alguém que havia desistido num cenário tão cabalístico. Aos 43 minutos, pênalti para os visitantes. Autor do gol na Taça Asa Branca, Léo Costa deslocou Glédson na cobrança, garantindo um ponto importantíssimo em um do grupos mais perigosos desta edição.

Nordestão 2017, fase de grupos: Campinense 1x1 Santa Cruz. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz

Reformulado e abraçado pela torcida, Santa vence o Papão e leva a Asa Branca

Taça Asa Branca 2017, final: Santa Cruz 1x0 Paysandu. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz (site oficial)

A partida já tinha começado, com a tarde caindo no Arruda e o público ainda chegando. Numeroso, no passo lento, nas bilheterias e portões. Com meia hora, o jogo com um visual razoável se transformou numa excelente presença, com 14.002 torcedores – dando a impressão até de mais gente. Público ansioso pelo primeiro jogo do Santa em 2017. Antes, um jogo-treino e um amistoso de portões fechados. Agora, além de matar a saudade de casa, ainda teria um adversário bem mais qualificado, o Paysandu. Para completar, uma taça em jogo. A Asa Branca, reunindo os últimos campeões do Nordestão e da Copa Verde.

Aí, sabemos, o copeirismo ajuda, pré-temporada à parte. Até mesmo porque o time de Vinicius Eutrópio foi totalmente reformulado em relação àquele rebaixado. Os principais nomes foram à Libertadores: Léo Moura/Grêmio, João Paulo/Botafogo, Arthur/Chape, Keno/Palmeiras e Grafite/Atlético-PR.

Taça Asa Branca 2017, final: Santa Cruz 1x0 Paysandu. Foto: Diego Borges/Esp. DP

No sábado, apenas um remanescente, o lateral Vítor. Tal simbolismo valeu até a braçadeira de capitão. Sobre as caras novas, um desencontro natural, mesmo com os 17 dias de treino. O time teve mais volume no primeiro tempo, mas numa atuação fraca, tecnicamente – até esperada, na visão do blog. O entrosamento não viria na estreia, com ou sem taça em disputa. Ainda assim, naquela correria, saiu o gol da vitória por 1 x 0, num belo chute de Léo Costa aos 34 minutos. Pegou da meia lua e mandou no cantinho. A torcida ainda vibrou com a primeira defesaça de Júlio César (um jogo, uma taça), espalmando no ângulo.

No intervalo, nada de (inúmeras) trocas. A formação se manteve para dar liga. Em vantagem, os corais atuaram nos contragolpes, de forma cadenciada e sem correr riscos – com o paraense (e futuro adversário na B) inoperante. Com a noite já viva, o povão presente viu mais uma taça na galeria. É sempre bom.

Taça Asa Branca 2017, final: Santa Cruz 1x0 Paysandu. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz (site oficial)

Ex-capitães, Tiago Cardoso e Júlio César invertem as traves no Santa e no Náutico

Anúncio oficial das contratações, através dos perfis oficiais de Náutico (Tiago Cardoso) e Santa Cruz (Júlio César)

Sem dúvida alguma, (mais) um capítulo peculiar do futebol pernambucano. Não é todo dia que jogadores de uma mesma posição trocam de rivais. Em 2008, já distante, o volante Daniel Paulista foi para o Sport, com o Náutico acertando com Ticão. Nem se compara à inversão de goleiros/capitães de Náutico e Santa em 2016. Tiago Cardoso é o símbolo da copeira década coral com seguidos títulos estaduais, calando a Ilha, além dos acessos. No Náutico, Júlio César disputou três Brasileiros, sendo o principal líder do time. Histórias encerradas.

Num fim de um ano atípico, Tiago acabou rescindindo com o tricolor após o rebaixamento (e os salários atrasados), assinando imediatamente com o Náutico, que “escolheu” qual goleiro teria em 2017. Para isso, claro, abriu mão de Júlio César. Com a contratação anunciada em 19 de dezembro, parecia óbvio (para quem acompanha o cenário local) o caminho inverso do ex-alvirrubro. Sem o vínculo renovado, ele foi procurado pela direção coral e acertou rapidamente as bases, três dias depois. Também assinou por um ano, partindo para o Arruda.

À frente, ambos têm o mesmo calendário, com Estadual, Nordestão Copa do Brasil e Série B. Por sinal, os goleiros de 32 anos (cabalístico) já têm a garantia de pelo menos seis edições do Clássico das Emoções, com sentimentos distintos das torcidas em relação aos ex-capitãs. Aos jogadores, traves e vestiários opostos no Arruda e na Arena Pernambuco. Qual foi a melhor troca?

Tiago Cardoso no Santa Cruz
6 anos (de 13/12/2010 a 13/12/2016)
276 jogos
6 títulos atuando*: 1 Nordestão (16), 4 Estaduais (11, 12, 13, 16) e 1 Série C (13)
3 acessos: Série D (2011), Série C (2013) e Série B (2015)
* Machucado, não entrou em campo no título pernambucano de 2015 

Em 2016: 83 gols sofridos em 66 jogos (média de 1,25)

Júlio César no Náutico
2 anos e 5 meses (de 07/07/2014 a 30/11/2016)
134 jogos
Nenhum título

Em 2016: 46 gols sofridos em 39 jogos (média de 1,17)

Santa Cruz x Náutico no Arruda, com os capitães Tiago Cardoso e Júlio César. Foto: Marlon Costa/FPF

Bahia, Vasco e Náutico por 2 vagas no Brasileirão de 2017. Quem vai subir?

Bahia, Vasco e Náutico na briga por 1 vaga na Série A de 2017. Fotos: CBF/site oficial

Sábado, 26 de novembro de 2016. Às 16h30, no horário recifense, o início simultâneo de três jogos país afora. Após a classificação antecipada de Atlético-GO e Avaí, restam duas vagas, sob a mira de Bahia, Vasco e Náutico. As três partidas devem reunir mais de 85 mil torcedores, com uma massiva venda antecipada. Em Goiás, lotação esgotada. Pela festa do mandante, que receberá o troféu oficial, mas também com invasão. Serão 1.140 baianos presentes. No Rio de Janeiro, a torcida cruz-maltina comprou todos os bilhetes postos à venda. No Recife, apesar da menor chance de sucesso, os alvirrubros esbanjaram confiança, esgotando setores a cada dia e chegando ao segundo maior público do clube na temporada. Status que pode evoluir com a venda no dia da peleja.

Pronto para dar o bote, o Náutico pode alcançar o quarto acesso ao Brasileirão de sua história. Em uma campanha de recuperação, a timbuzada vai na fé.

Ingressos antecipados para a 38ª rodada da Série B
51.061 – Vasco x Ceará (Maracanã, no Rio)
22.200 – Náutico x Oeste (Arena Pernambuco, em São Lourenço)
11.418 – Atlético-GO x Bahia (Olímpico, em Goiânia)

Para o acesso do Náutico (60 pts)
1) Precisa vencer o Oeste e torcer por empate/derrota do Vasco contra o Ceará ou derrota do Bahia contra o Atlético

Para o acesso do Vasco (62 pts)
1) Vitória sobre o Ceará
2) Em caso de empate ou derrota, torce para que o Náutico não vença 

Para o acesso do Bahia (63 pts)
1) Empate ou vitória sobre o Atlético
2) Em caso de derrota, torce para que Vasco ou Náutico não vençam

Acessos à Série A (1988-2016)
3 – Náutico (1988, 2006 e 2011)
2 – Vasco (2009 e 2014)
1 – Bahia (2010)

A classificação da Série B 2016 após 37 rodadas. Crédito: Superesportes

Náutico goleia o Tupi e vai brigar na última rodada, secando Vasco e Bahia

Série B 2016, 37ª rodada: Tupi 1x4 Náutico. Imagem: Felipe Couri/Tupi (tupifc.esp.br)

O destino do Náutico em 2017 só será decidido somente em 26 de novembro, na última rodada da Série B. Em Juiz de Fora, no interior mineiro, o alvirrubro fez a sua parte. Venceu o Tupi e estendeu a acirrada disputa pelo acesso. Com a classificação antecipada do Avaí, neste sábado, restam apenas duas vagas, com três candidatos. Além do time pernambucano, Vasco e Bahia.

Se concentrar no jogo no Mário Helênio, num deserto com 429 testemunhas (e alvirrubros presentes), não seria simples. Além da vitória, o time precisava contar com a sorte. Ao menos o jogo começou a ser definido rapidamente. Com 14 minutos, Rodrigo Souza roubou a bola e cruzou da direita para Rony abrir o placar, chegando a onze gols na Série B. A vitória parcial colocava o Náutico no G4, pressionando os adversários logo no início da tarde – só sairia após os gols do Bahia, em jogo iniciado uma hora depois. Pouco antes do intervalo, aos 42, Bergson recebeu de Esquerdinha e finalizou mal, mas ampliou. Os mineiros, já rebaixados, se queixaram dos tentos, com uma falta no primeiro e uma mão na bola no segundo. Na visão do blog, reclamação válida só no segundo lance.

Na retomada, o dono da casa seguiu tentando algo. Conseguiu diminuir aos 11 e criou boas chances. E o jogo administrável tornou-se tenso durante quinze minutos, até o inacreditável pênalti cometido pelo goleiro (num carrinho que lembrou Junior Baiano em seus piores dias). O zagueiro Rafael Pereira encheu o pé e definiu a vitória. No descontos, num contragolpe, Léo Santos transformou a vitória em goleada, 4 x 1. Instantes após o apito final, a notícia da derrota do Vasco em Criciúma, aumentando um pouquinho a possibilidade de acesso…

Série B 2016, 37ª rodada: Tupi 1x4 Náutico. Imagem: Felipe Couri/Tupi (tupifc.esp.br)

Prejudicado além da conta, Náutico perde na Ressacada e acesso fica por um triz

Série B 2016, 36ª rodada: Avaí 3x0 Náutico. Foto: Jamira Furlani/Avaí F.C.

Formado em 2006, o árbitro gaúcho Diego Almeida Real, hoje um aspirante à Fifa, foi o nome sorteado para o confronto entre Avaí e Náutico, na Ressacada. Com apenas cinco partidas na Série A, e mesmo assim com más atuações, como Fla 2 x 2 Chape, a sua indicação para o decisivo jogo na segunda divisão soou imprudente. E a atuação do juiz de 35 anos foi mesmo lamentável, decisiva para o resultado do jogo, que afastou bastante o time pernambucano do acesso.

No primeiro tempo, uma disputa equilibrada, num jogo fraco tecnicamente. Os dois times mais precavidos, buscando jogadas pelas pontas, sem se expor tanto. Afinal, valia o G4 a três rodadas do fim. No intervalo, esse contexto já não se aplicava, com dois gols assinalados pelo experiente Marquinhos. Ambos oriundos de faltas inexistentes. No primeiro lance, o zagueiro Igor Rabello deu um carrinho na bola, nítido, com o adversário caindo na sequência. Na cobrança de falta o meia, ex-Santa, mandou no ângulo direito de Júlio César. Depois, com o relógio já extrapolando o acréscimo de um minuto dado pelo árbitro, pênalti. No lance, Rômulo chutou o pé do mesmo Igor Rabello e caiu. Marcação absurda.

Com o Avaí abrindo cinco pontos de diferença (62 x 57), o Náutico precisava ir para o tudo ou nada, com mais imposição, o que, erros à parte, não houve. Deu espaço e tomou o terceiro gol, numa jogada de linha de fundo, 3 x 0. A expulsão de Maylson no finzinho (neste caso, na visão do blog, foi correta) só complicou a sequência do Brasileiro, com o time de Givanildo Oliveira obrigado a vencer Tupi (fora) e Oeste (casa), contando ainda com tropeços dos concorrentes (ao menos uma derrota do Bahia). Já era difícil antes de começar, mas Diego Almeida se esforçou para tornar ainda pior…

Série B 2016, 36ª rodada: Avaí 3x0 Náutico. Foto: Jamira Furlani/Avaí F.C.

Recuperado, Maylson marca gol da vitória sobre o Goiás e mantém Náutico na briga

Série B 2016, 35ª rodada: Náutico 1x0 Goiás. Foto: Léo Lemos/Náutico (site oficial)

Após 65 dias longe dos gramados, se recuperando de uma lesão no joelho, Maylson retornou ao Náutico. Entrou em ação em um time bem diferente, em sua primeira partida sob o comando de Givanildo Oliveira. Antes, caindo pelas tabelas. Agora, numa disputa ferrenha pelo acesso. Substituiu o esgotado Rodrigo Souza aos 23 minutos do segundo tempo em um jogo duro contra o Goiás. O volante teria a responsa de melhorar a contenção e se apresentar com mais qualidade à frente. Não se imaginava tanto, com um golaço quatro minutos depois. Invadiu a área driblando e mandou no cantinho do goleiro, 1 x 0.

A redenção de Maylson seria garantida no sufoco, com Walter acertando o travessão (aos 40!), Léo Gamalho cabeceando com perigo e a bola rondando constante a meta de Júlio César – que na primeira etapa já efetuara duas ótimas defesas. Pilhado (faltas, discussões etc), o time pernambucano não jogou bem, mas não havia mais descarte nesta Série B. Era vencer ou vencer.

O resultado na Arena Pernambuco só não foi mais comemorado pela torcida por causa da informação compartilha na arquibancada dois minutos após o apito final, com o gol nos descontos de Hernane Brocador, lá na Fonte Nova. Até então, o lanterna Sampaio Corrêa segurava um improvável empate com o Bahia. O gol levou o tricolor baiano ao G4, deixando o alvirrubro em 5º. Restam nove pontos em disputa, com dois pontos de diferença para o vice-líder (57 x 59). Ou seja, o buruçu está grande… com o Náutico lá, dependendo apenas de si.

Concorrentes reais: Bahia, Vasco e Avaí…

Série B 2016, 35ª rodada: Náutico 1 x 0 Goiás. Foto: Rafael Martins/DP

Torcida alvirruba invade o Rei Pelé, mas o Náutico é derrotado pelo CRB e sai do G4

Série B 2016, 34ª rodada: CRB 1 x 0 Náutico. Foto: Douglas Araújo/Ascom CRB

Os alvirrubros pernambucanos viajaram com fé. De forma antecipada, dois mil ingressos foram vendidos no Recife, assegurando uma invasão ao Rei Pelé. E o apoio seria importante num jogo crucial, no qual apenas a vitória manteria o Náutico no G4, pois, na noite anterior, o Bahia vencera no Serra Dourada, tomando a posição. Entretanto, luta à parte, faltou futebol. O Timbu pouco produziu e perdeu do CRB, 1 x 0. Considerando a tabela, restando apenas quatro rodadas, a situação ficou bem delicada em termos de acesso. Já esteve até pior, é verdade, antes da chegada de Givanildo Oliveira. A diferença agora, naturalmente, é o tempo quase inexistente, com apenas doze pontos em disputa.

Falando em tempo, o solitário gol no sábado, aos 34 minutos da etapa complementar, foi um baque, deixando o visitante sem reação. O gol saiu numa falha grave de Marco Antônio, que saiu jogando mal logo à frente da área – o seu posicionamento ali, naquele momento, já era confuso. O meia Matheus Galdezani, ex-Sport, roubou a bola, avançou pela ponta direta e bateu cruzado, dando a vitória ao alvirrubro alagoano, que ainda sonha com o acesso – mesmo com dois pontos a menos que o Náutico, o que denota um sonho bem distante.

Na volta para casa, percorrendo 261 quilômetros na BR-101, a timbuzada tem o direito de lamentar o gol mal anulado no primeiro tempo. Na ocasião, tanto Mateus Muller (que cruzou) quanto Tiago Adan (que finalizou) tinham condições. Mas a lamentação maior deve ser pela atuação geral (Vinícius sumido, Rony inconstante), que não correspondeu, nadinha, à expectativa da invasão.

Série B 2016, 34ª rodada: CRB 1 x 0 Náutico. Foto: Douglas Araújo/Ascom CRB