Neymar escreve uma nova ordem. Fica peixe, Real Madrid!

Neymar, Pato e Ganso, craques da Seleção Brasileira. Foto: Fifa/divulgação

Por Lucas Fitipaldi*

O Real Madrid quer Neymar já. Mas Neymar quer esperar. A obsessão do clube espanhol pelo craque revela um cenário até então desconhecido. Jamais um jogador atuando no Brasil chamou tanto a atenção da imprensa estrangeira.

Por consequência, jamais o futebol brasileiro (aqui, não me refiro à Seleção) conseguiu penetrar com tanta força na mídia de fora. Por ser tão inusitada nestes tempos mercantilistas do futebol, a postura de Neymar incomoda. Aos gringos. Em nada a nós brasileiros. A disposição do Real Madrid em pagar a multa rescisória (45 milhões de euros) não parece tão suficiente para Neymar quanto o “ser feliz” neste momento.

Logicamente, ninguém é bobo. A felicidade no Santos também tem muito a ver com o momento econômico do Brasil. O salário europeu que recebe na Vila, desde a renovação de contrato, pouco antes de recusar a proposta de outro gigante, o Chelsea, faz o garoto e os que estão à sua volta sentirem-se valorizados. Mas, rendimentos financeiros à parte, ninguém pode negar: fazer o poderoso Real Madrid esperar é novidade.

Hoje, a transferência de Neymar depende única e exclusivamente da vontade dele. E, ao menos por enquanto, ela parece não ter preço. O que faz a cúpula do Real mendigar. Implorar. Em vez de balançar o rabinho e sair correndo atrás do novo dono diante da primeira proposta tentadora, Neymar inverteu a ordem das coisas.

Brigar com o clube do coração, forçar uma saída, nem pensar! Ao bater o pé e reafirmar o desejo de permanecer no Santos, pelo menos até a disputa do Mundial, o menino Ney pode estar criando um novo modelo. A forma como os poderosos europeus enxergam o futebol brasileiro é simples e rasteira: um quintal farto de exploração que se oferece sempre em qualquer circunstância em troca de “plata”.

Se conseguir mudar essa mentalidade, resistindo outra vez às investidas do explorador estrangeiro, a postura de Neymar pode vir a se tornar um marco. Ainda que a transferência seja inevitável dentro de um futuro breve, seis meses podem valer por vários anos, décadas talvez. Está em jogo uma valorização ainda maior das próximas gerações, e, principalmente, mais respeito aos clubes brasileiros.

A postura adotada também serve de espelho para Paulo Henrique Ganso, que parece bem mais inclinado a cruzar o Atlântico. São apenas seis meses de espera. O tão sonhado confronto com o Barcelona os aguarda de braços abertos. Ficarei na torcida.

Obs: “O Real Madrid quer Neymar já” foi a manchete estampada no site do jornal Marca na última sexta-feira. Adivinha quem tomou conta da capa na versão impressa?

* Lucas Fitipaldi é repórter do Diario de Pernambuco e colaborador do blog

Tradição construída ainda na categoria júnior

Universitario, campeão da Libetadores Sub-20 de 2011. Foto: Universitario/divulgação

Entre os profissionais, o futebol do Peru jamais conquistou uma Taça Libertadores.

O ponto mais alto foi o vice-campeonato, em duas oportunidades. Em 1972, com o Universitario, e em 1997, com  Sporting Cristal. Ambos de Lima.

Agora, a primeira a conquista oficial, como deixa claro o troféu acima.

Bem parecido com a “Libertadores”, é verdade. Mas a peça é o símbolo maior da nova Libertadores Sub -20, cuja primeira edição foi realizada justamente no Peru.

Com 12 clubes – Flamengo represetando o Brasil -, o torneio durou 16 dias. Enxuto.

E o campeão foi o Universitario. Bateu os argentinos do Boca Juniors nos pênaltis.

A Conmebol acertou duas vezes com a ideia…

1) Criou uma versão Sub-20 do maior torneio interclubes das Américas.
2) Montou uma base de tradição já na abertura, com um troféu que já o identifica.

Maior investimento do futebol = Muricy Ramalho

Dinheiro

Haja investimento! Os números abaixo estão no futebol brasileiro, canalizados em uma só pessoa, no preço pelo sucesso.

Muricy Ramalho, campeão da Taça Libertadores da América de 2011, tem contrato assinado com o Santos até abril de 2012.

Segundo o portal UOL, valores impressionantes.

R$ 500 mil, o salário
R$ 150 mil, os patrocínios mensais
R$ 2 milhões, as luvas
R$ 1,5 milhão, o prêmio pelo título paulista
R$ 3 milhões, o prêmio pelo título da Libertadores
R$ 2 milhões, o prêmio em caso de conquista na Série A
R$ 5 milhões, o prêmio em caso de triunfo no Mundial

Total possível em um ano: R$ 21,3 milhões.

Deste total, 14,3 milhões de reais já estão garantidos. Para abocanhar mais R$ 5 mi, basta o sucesso no Japão, nos dois jogos do Mundial de Clubes da Fifa.

Tudo isso apenas para Muricy Ramalho. O futebol brasileiro mudou de patamar…

O mesmo Muricy ganhava menos de R$ 25 mil mensais no Náutico há dez anos, e ainda tinha que pagar o preparador físico.

O prêmio pelo título pernambucano de 2001? Um salário “extra”, com mais R$ 25 mil.

As primeiras impressões de uma história em portunhol

Final da Libertadores 2011: Santos 2 x 1 Peñarol. Foto: Fifa/divulgação

No site oficial do Santos:

Agora, a comparação com o melhor time da história do futebol brasilero é ainda mais inevitável. Com gols de Neymar e Danilo, Santos FC chegou ao tricampeonato  da Copa Libertadores ao vencer o Peñarol por 2 a 1, nesta quarta-feira (22), no Pacaembu. Com o título, o Peixe consolida sua geração mais vitoriosa após a Era Pelé, época em os santistas foram bicampeões continentais e mundiais, em 1962 e 1963. Novamente a América está vestida de preto e branco.

No portal da Fifa:

Em 1962 e 63 com Pelé e companhia, em 2011 com Neymar e Ganso: no vôo mais alto de sua nova e talentosa geração, o Santos conquistou seu terceiro título da Libertadores ao bater o Peñarol por 2 a 1, nesta quarta-feira, no Pacaembu. Depois do empate em 0 a 0 na primeira partida da final, que reuniu em campo sete títulos da competição mais importante do continente, os novos Meninos da Vila fizeram valer o fator casa e levaram a melhor no duelo entre dois gigantes do futebol sul-americano.

Final da Libertadores 2011: Santos 2 x 1 Peñarol. Foto: Conmebol/divulgação

No jornal El Pais, de Montevidéu:

Luchando como siempre, dejando todo en la cancha y con mucho corazón, esta vez no hubo ni milagro ni hazaña para Peñarol. Perdió 2 a 1 ante el Santos en Pacaembu y se quedó sin la sexta Copa Libertadores. Un gol de Neymar en el arranque del segundo tiempo y otro de Danilo aprovechando el descontrol carbonero liquidaron las ilusiones de Peñarol, que se vuelve de Brasil con las manos vacías pero la cabeza bien en alto.

No jornal Marca, da Espanha (onde se especula a ida de Neymar para o Real Madrid):

O Rei ya puede respirar tranquilo. Su legado por fin está en buenas manos. 48 años después de la última Libertadores, el Santos de Neymar recuperó el cetro sudamericano. Los tantos del crack brasileño y de Danilo premiaron el mejor juego de los ‘peixes’ ante un Peñarol honorable que peleó hasta el último suspiro.

No Diario de Pernambuco:

A torcida do Santos está em festa. O time fez o que precisava para levantar a taça da Libertadores pela terceira vez. Foi ao ataque sem se descuidar da defesa e venceu o Peñarol por 2 a 1, no Pacaembu. Uma conquista incontestável, e que deixa o Alvinegro como o maior campeão do Brasil na competição, ao lado do São Paulo.

Final da Libertadores 2011: Santos 2 x 1 Peñarol. Foto: Santos/divulgação

Motivos para os títulos de Santos e Peñarol na Libertadores

Final da Libertadores 2011: Santos x Peñarol. Crédito: Conmebol/divulgação

Santos x Peñarol, às 21h50 desta quarta-feira, no Pacaembu. Finalíssima. Jogaço.

Por que o Santos será tricampeão da Taça Libertadores nesta quarta-feira?

Porque jogará no Pacaembu, caldeirão escolhido meticulosamente em vez do Morumbi, com o dobro de tamanho, mas sem tanta pressão da torcida.

Porque, obviamente, conta com Neymar, a maior revelação do futebol brasileiro nos últimos anos. Candidato a gênio. Mais do que isso: ele vem decidindo.

Como pode perder um time reforçado na decisão justamente por Paulo Henrique Ganso, o camisa 10 antecipado da Copa do Mundo de 2014? Não, não pode.

Após tantos fiascos dos clubes brasileiros em decisões internacionais no país, com exceção do Internacional, o Peixe trabalhou bastante a questão psicológica.

Quatro vezes campeão brasileiro nos pontos corridos, falta ao técnico Muricy Ramalho um título da Libertadores. Foi vice em 2006. Neste ano, pegou o time quase eliminado e deu um padrão de jogo, competitivo. O treinador tem total respaldo do grupo.

Por que o Peñarol será hexacampeão da Taça Libertadores nesta noite?

Porque a camisa carbonera pesa. Mostrou isso nos confrontos contra Internacional e Vélez Sarsfield, quando buscou a classificação fora de casa, como agora.

O futebol uruguaio passa por uma reformulação, com a volta de bons resultados. Após 40 anos, a seleção chegou a uma semifinal da Copa do Mundo. Após 23 anos, os clubes locais voltaram a figurar na decisão da Libertadores. Não é obra do acaso.

Após anos com uma folha baixíssima, com salári de 15 mil dólares, o Peñarol voltou a investir, com o lastro dos mais de 40 mil sócios torcedores em dia, em Montevidéu.

Ídolo no clube, o técnico Diego Aguirre foi autor do gol no último minuto da prorrogação da final de 1987, no último título na Libertadores. Mesmo com o 0 x 0 no primeiro jogo, manteve a confiança da torcida em alta. São esperados 3 mil hinchas em São Paulo.

Experiência libertadora de 1962

Vídeo oficial do Santos com os campeões da Taça Libertadores da América de 1962, curiosamente numa final contra o mesmo Peñarol da finalíssima desta quarta-feira.

A peça traz depoimentos de Pepe, Coutinho e Mengálvio, além de imagens históricas da primeira conquista brasileira na Libertadores.

Vice-campeões da América em 2003, Diego e Robinho também gravaram vídeos.

Agora é com Neymar e Ganso. O tri está perto.

O prazer de ser Anti-Corinthians

Estádio da Fazendinha, do Corinthians. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

São Paulo – Foram mais de 30 minutos durante o traslado do bairro do Novo Brooklin até o Aeroporto Internacional de Guarulhos, nesta quarta, através de vias expressas.

Ao volante, o paulistano Jorge Abud Arossa, 57 anos, descendente de libaneses e italianos. Os sobrenomes já indicavam o seu passado.

A veia italiana da família resultou na paixão clubística, pelo Palmeiras, amor da colônia do País da Bota. Aliás, são duas paixões. O Palmeiras e o Anti-Corinthianismo.

Durante a bem humorada conversa sobre futebol (99% do tempo), Seu Jorge não escondia a felicidade em lembrar os fiascos alvinegros na Libertadores – o Timão é o único dos grandes clubes do estado que jamais conquistou a competição.

Na última participação, este ano, queda ainda na Pré-Libertadores, diante do Tolima.

Não basta secar o time. É preciso secar toda a estrutura. Ou falta dela, no caso.

“Você não faz ideia do que é essa torcida (do Corinthians). São muito chatos, em qualquer fase e qualquer horário. Se o Palmeiras perde qualquer jogo eu recebo um caminhão de e-mails de dois amigos querendo fazer graça. Ou então telefonam. Passam dois meses sem ligar, mas aí se lembram de mim pra isso. Não importa a situação, mas eles sempre pensam que são os maiores em tudo, só por causa do torcida. Mas eles não têm nem estádio. Quer dizer… Têm. A Fazendinha, desativada e que não cabe ninguém. Aquilo é a cara do Corinthians.”

Jorge Arasso, motorista palmeirense. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

No trajeto, a tal Fazendinha surgiu ainda na via da Marginal Tietê. Trata-se de um estádio acanhado, utilizado pelo Timão apenas como campo de treinamento.

Oito quilômetros depois, já na Avenida Ayrton Senna, apareceu, na mesma margem direita da pista, o terreno da futura Arena Corinthians, em Itaquera. Projeto visando a Copa do Mundo de 2014 e orçado em R$ 700 milhões, lotado de incentivos fiscais.

Por enquanto, apenas a limpeza do terreno, com pouca movimentação. Atraso puro!

Segundo Seu Jorge – contente com o descaso alheio -, isso não deverá mudar muito.

“Esse estádio não sai. Nunca saiu. Na década de 1980 teve o ‘Corintião’. Lançaram outros depois. É sempre a placa com um ‘em breve’. O estádio do Palmeiras está sendo reformado. Para São Paulo não ficar fora da Copa, acho que vão acabar levando para lá. Aí quero ver os meus amigos me mandarem e-mail se acontecer.”

No fim, ele lembrou de um episódio triste, para o lado alviverde.

“Em 2002, quando o Palmeiras caiu para a segunda divisão (nacional), apareceu corintiano em todo lugar para fazer gozação. Quando eles caíram (em 2007), foi uma alegria que eu nunca vi nessa cidade. A maioria ficou feliz (somando as torcidas de Palmeiras, São Paulo e Santos). Será que acontece isso no Recife?”

Com a palavra, os internautas…

Em tempo: Jorge também falou do Sport (“Tivemos uma animosidade na Copa do Brasil e na Libertadores”), que teve a sua torcida na final da Copa do Brasil de 2008.

“Torcer pelo futebol do estado na final? Meu filho, ver o Corinthians perder aquele título para o Sport Recife não tem preço. Não apareceu um na manhã seguinte.”

Terreno da futura Arena Corinthians. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Libertadores, versão júnior

Taça LibetadoresEstrutura de competições na categoria Sub 20 do futebol, também chamada de “júnior”:

Clubes (anual)
Campeonato Pernambucano e demais estaduais
Campeonato Brasileiro, desde 2006, realizado em dezembro, no Rio Grande do Sul

Seleções (a cada 2 anos)
Campeonato Sul-americano, desde 1954
Campeonato Mundial, desde 1977

Uma novo torneio entra na lista a partir desta sexta-feira.

Começa neste 10 de junho de 2011 a primeira edição da Taça Libertadores da América Sub 20. O formato ainda vai seguir a estrutura de outros torneios de juniores.

No caso, a competição terá um sede, no Peru, com a participação de 12 clubes. O representante brasileiro será o Flamengo, indicado após o título da Copa São Paulo de futebol júnior, em janeiro.

No grupo A, Universitario (Peru), Nacional (Uruguai), Libertad (Paraguai) e Wilstermann (Bolívia). Na chave B, Alianza (Peru), Boca Juniors (Argentina), Universidad Católica (Chile) e Caracas (Venezuela). No grupo C, Flamengo (Brasil), América (México), Millionarios (Colômbia) e José Terán (Equador).

A final será no dia 26 de junho.

Camisa comemorativa do Vasco e do novo Rio

Camisa do Vasco pelo título da Copa do Brasil de 2011

Aposta certa! A cada novo título, o dia seguinte com uma camisa especial, comemorativa. O modelo sempre vaza na internet poucas horas após a conquista.

No caso do Vasco, campeão da Copa do Brasil, a camisa só chegará na loja oficial do clube na sexta-feira, mas o modelo já foi divulgado, assim como o preço (R$ 49,90).

Esse troféu pode ser um marco na Guanabara. O título nacional da Cruz-de-malta foi o 5º do futebol carioca nas últimas 11 competições nacionais (Série A e Copa do Brasil).

A “conta” começa em 2006, quando o Flamengo venceu o próprio Vasco na decisão da Copa do Brasil, acabando um jejum de cinco anos do estado em competições nacionais.

Série A: 2009 (Fla) e 2010 (Flu). Copa do Brasil: 2006 (Fla), 2007 (Flu) e 2011 (Vasco).

Assim, o Rio de Janeiro igualou os títulos de São Paulo, também com cinco taças no período. Apenas um título não ficou com esta dupla: em 2008, com o Sport.

Coincidência ou não, a volta da boa fase ocorreu após a saída do polêmico Eduardo Vianna da presidência da Ferj, a “FPF” do Rio.

A camisa comemorativa é do Vasco. Porém, ela marca também a consolidação deste ressurgimento do Rio. Após a zorra da década 1990 e 2000, um mínimo de organização…

Enquanto isso, em Montevidéu…

Torcida do Peñarol no estádio Centenário

Abro o meu e-mail do Diario de Pernambuco nesta sexta-feira e vem uma surpresa…

Um hincha uruguaio do Penãrol me mandou um vídeo, escrevendo em portunhol!

Cassio voce ya a publicado meo Video de “Peñarol Velez”. Estaría Muito agradecido si me publica mi NOVO VIDEO Das CELEBRACOES.

O primeiro vídeo foi para o post “O futebol que não pode morrer” (veja AQUI).

Atendendo ao pedido, confira mais um vídeo de Gabriel Urioste, agora com a festa em Montevidéu após a aguerrida classificação à final da Libertadores, em Buenos Aires.

A festa carbonera é justa. O gigante uruguaio se tornou o primeiro clube a chegar dez vezes à final da maior competição das Américas. Pentacampeão em 1960, 1961, 1966, 1982 e 1987. Vice em 1962, 1965, 1970 e 1983. O desfecho em 2011? Não duvide…

Veja o post sobre a final da Libertadores de 2011 AQUI.