Torneio entre os campeões do Nordestão, Copa Verde e Primeira Liga em 2017? Um resquício de Copa dos Campeões

Troféu da Copa dos Campeões de 2000. Foto: Palmeiras

O calendário do futebol brasileiro vem num contínuo processo de revisão. Quase sem datas e com pouca gente disposta a ceder, entre CBF, federações estaduais, clubes e ligas. Ainda assim, surgem ideias. Uma delas, uma velha ideia, com a reedição da Copa dos Campeões. Entre 2000 e 2002, a CBF organizou o torneio nacional de tiro curto envolvendo os vencedores das copas regionais e os campeões paulista e carioca, com sedes fixas. Valia vaga na Liberta! A primeira edição, em Alagoas e na Paraíba, foi um sucesso, com premiação de R$ 1,4 milhão ao campeão e média de público de 20 mil pessoas.

Palmeiras, Flamengo e Paysandu ergueram as taças antes da descontinuação em 2003 por causa do fim (forçado) dos regionais e a implantação dos pontos corridos na Série A, com 24 clubes e 46 longas rodadas. Hoje, são 20 equipes e 38 rodadas, o suficiente para mais um torneio? As poucos, os regionais estão voltando. O Nordestão em 2013, a Copa Verde (no lugar da Copa Norte) em 2014 e a Primeira Liga (Copa Sul-Minas-Rio) em 2016. O presidente da nova entidade, Gilvan Tavares, com apoio de Fla, Flu, Inter, Grêmio, Cruzeiro e Atlético, já sinalizou um torneio envolvendo os três campeões a partir de 2017.

“Temos que pensar em muitas coisas. Nem todos os grandes clubes brasileiros conseguem classificação à Libertadores. É o sonho de todo o clube. Quem sabe a gente não consiga para o futuro uma coisa diferente? Não tem o torneio do Nordeste? A liga Verde, a Sul-Minas Rio? Quem sabe a gente não consegue fazer o torneio com os campeões de cada uma dessas competições, com uma vaga na Libertadores. A CBF não tinha pensado nisso. Hoje surgiu essa ideia.” 

Embrionária, a ideia enfrenta várias barreiras. Calendário, formato, participantes e um plano de marketing, com emissoras interessadas. Na visão do blog, o torneio teria vida útil independentemente de uma vaga à Libertadores.

O que você acha da possibilidade de uma reedição da Copa dos Campeões?

2000
Palmeiras 2 x 1 Sport (Maceió)

Palmeiras campeão da Copa dos Campeões de 2000

2001
Flamengo 5 x 3 São Paulo (João Pessoa)
Flamengo 2 x 3 São Paulo (Maceió)

Flamengo campeão da Copa dos Campeões de 2001

2002
Paysandu 1 x 2 Cruzeiro (Belém)
Paysandu 4 x 3 Cruzeiro, 3 x 0 nos pênaltis (Fortaleza)

Paysandu campeão da Copa dos Campeões de 2002

A customização da Ilha do Retiro através da CBF

A Ilha do Retiro também passou por um processo de customização temporária para receber a Seleção Olímpica do Brasil, como ocorreu no centro de treinamento do Sport em Paratibe, com uma sala de imprensa a la Granja Comary. Os banners no estádio rubro-negro, localizados na arquibancada, torres de iluminação, bancos de reservas e saída dos vestiários, foram trocados por emblemas azuis com o distintivo da CBF, feitos sob medida por uma empresa terceirizada e sem qualquer patrocínio, uma vez que o estádio fica com “mando da confederação” nos amistosos da Canarinha no país.

As mudanças visuais também ocorreram internamente, no corredor de acesso ao gramado e no vestiário, estilizado para os 20 jogadores convocados para a partida contra o Estados Unidos – tudo devido divulgado pelos canais oficiais da CBF,através do site oficial, twitter e canal de tevê. Por fim, uma sala de imprensa numa estrutura armada no estacionamento do estádio. Esse trabalho de marketing visa focar apenas a imagem da Seleção, dando uma cara exclusiva ao palco do amistoso. Já havia sido executado na Arena da Amazônia em 2015, neste início de preparação do time Sub 23, e também foi montado (em três dias é possível finalização a ação) no Mangueirão, encerrando a agenda desta temporada.

Arquibancada frontal

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Portão de entrada para a arquibancada

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Banco de reservas

O banco de reservas da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Túnel de acesso

Saída do vestiário da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA. Press

Vestiário

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: CBF/Twitter

Sala de imprensa

Sala de imprensa montada na Ilha do Retiro. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O álbum oficial pelos 110 anos do Sport, com faturamento de até R$ 5 milhões

Livro ilustrado do Sport em homenagem aos 110 anos. Crédito: Sport/site oficial

Celebrando os 110 anos de história, o Sport lança um álbum de figurinhas com fatos relevantes no clube, como as conquistas no futebol, principais times, troféus, Ilha do Retiro e também as modalidades olímpicas. Com 114 páginas, o “Livro Ilustrado Oficial – 110 anos – Sport Club do Recife” tem 412 cromos, numa produção do departamento de marketing junto à ADF Editoria. Na foto de divulgação, a capa, com o Troféu Leão do Norte, conquistado em Belém em 1919, e a foto do time de 1975, campeão estadual após doze anos de jejum.

A venda da revista (R$ 20) e dos pacotes com cinco figurinhas (R$ 2) ocorrerá nas Embaixadas da Ilha nos shoppings, nas bancas do Recife e até em um site oficial: sport110anos.com.br. A tiragem foi ousada, com 30 mil cópias. Calculando a venda máxima das revistas com todos os álbuns completos, desconsiderando as óbvias figurinhas repetidas, o faturamento poderia ser superior a R$ 5,5 milhões. Se houver engajamento, nada mal.

Além do material pesquisado por Marcelo Oliveira, Silvio Tavares e Dirceu Marroquim, o livro traz uma história ilustrada para o público infantil. O projeto é semelhante ao álbum do Santa Cruz, de 2014, no centenário coral. Na ocasião, o álbum comemorativo teve 460 figurinhas e foi um sucesso de vendas. 

Aproveitando o tema, relembre os álbuns do Campeonato Pernambucano aqui.

As cotas de transmissão do Brasileirão, com divisão entre TV aberta e PPV

Cota de TV do Campeonato Brasileiro de 2013 a 2015. Crédito: José Colagrossi/Ibope/Twitter

As cotas de transmissão do Campeonato Brasileiro atendem a dois perfis de mercado, a televisão aberta e a tevê paga. Neste segundo ponto há o critério “flutuante” nas verbas repassadas aos clubes, através do pay-per-view, com a distribuição de R$ 300 milhões. Quem vende mais pacotes, recebe mais, num levantamento feito em conjunto entre o Ibope e o Datafolha – em 2014 foram dez mil assinantes entrevistados. A Sky, uma das principais operadoras envolvidas, disponibiliza um ranking de assinantes, que ajuda a compreender o quadro. Entre os clientes, Sport 1,41%, Santa Cruz 0,58% e Náutico 0,57%.

Sobre a divisão, a explicação é direta. Mesmo com a “base” paga pela Globo, existe um “bônus” na receita total, via PPV. Sport e Bahia, por exemplo, têm a garantia de R$ 27 milhões. Neste ano, na Série B, o Tricolor recebeu mais por ter mais assinantes (R$ 42 mi x R$ 33 mi). Pelo mesmo motivo, o Galo aparece à frente do Palmeiras na lista absoluta, mesmo recebendo menos na base. No quadro divulgado pelo diretor-executivo do Ibope/Repucom, José Colagrossi, o Náutico aparece em 2013. Na ocasião, quatro times receberam a cota mínima (Criciúma, Náutico, Ponte e Lusa), mas o Timbu ganhou um pouco mais por causa dos assinantes do Premiere (1,88% x 1,79%).

Vale lembrar que a partir de 2016 começa um novo ciclo de contratos, de quatro anos. No novo modelo, Flamengo e Corinthians devem receber R$ 170 milhões anuais. A cota do Sport, o único pernambucano de contrato assinado por mais de uma temporada, passa de R$ 27 mi para R$ 35 milhões.

A tendência a médio prazo é aumentar a importância do PPV nesta divisão….

Del Nero garante continuidade do Nordestão após fim do acordo judicial

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, no sorteio do Nordestão de 2016, em Natal.

Natal – Com o turbulento cenário político na CBF, com a troca de presidente e polêmicas, é difícil imaginar quem será o mandatário da entidade em 2023. Neste ano, já não haverá o acordo judicial que obriga a confederação a reservar parte do calendário do futebol nacional à Copa do Nordeste. Ainda falta bastante para o cumprimento da decisão, com dez edições seguidas, mas o futuro aberto abre o questionamento sobre a continuidade, sobretudo pelo passado, quando a CBF riscou a competição do mapa, em 2003 – não por acaso, o imbróglio acabou na justiça. Após o sorteio da Lampions League de 2016, o atual presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, conversou com jornalistas no saguão do evento. Lá, o blog tocou no assunto numa rápida entrevista.

O contrato da Copa do Nordeste vai até 2022, que foi a medida de um acordo judicial. A partir de 2023 a Copa do Nordeste corre risco de sair do calendário?

“Não. Foram tempos diferentes. Foram outros tempos. Hoje, nós estamos aqui, presentes, constantemente. A federação está presente. A federação organiza essa competição. Toda essa parte de logística da competição é da CBF. Ela quer fazer, ela quer continuar fazendo, mas quem determina o que fazer não é a Confederação Brasileira de Futebol. São as federações, são os clubes. Os clubes pedem às federações, as federações pedem à CBF e a CBF concorda, mas precisa haver unidade e respeito à administração do futebol brasileiro. Por isso, vai longe. E a Copa do Nordeste não vai parar aí não. Ela vai ser centenária logo, logo. Nós vamos chegar lá.”

Na sequência, o dirigente justificou a tese com a Copa Verde, que reúne equipes do Norte e Centro-Oeste. Espécie de “derivado” do Nordestão, a outra copa regional só entrou no calendário por causa do interesse da televisão.

“A Copa Verde foi criada à mercê de um trabalho muito forte da Confederação Brasileira de Futebol junto às televisões, porque alguém tem que pagar essa conta. Nessa oportunidade, o Esporte Interativo aceitou pagar a conta. Está fazendo a competição e já já começa a dar lucro.” 

Como curiosidade, o fato de que o mandato de Del Nero, de quatro anos, vai até 2019, podendo se estender, no máximo, até 2023, com uma reeleição. Logo, as suas palavras podem ter peso até lá. Se ele continuar, é claro.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, no sorteio do Nordestão de 2016, em Natal. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Asa Branca 3 e a evolução das bolas oficiais da Copa do Nordeste

A bola oficial da Copa do Nordeste de 2016, a Asa Branca III. Fotos: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Natal – Objeto nobre no trabalho de marketing sobre a Copa do Nordeste, a bola oficial ganhou uma nova versão para a edição de 2016. A pelota produzida pela Penalty agora se chamará Asa Branca III, dando sequência à ideia original, cujo nome foi escolhido há dois anos numa votação que ainda teve Maria Bonita e Arretada. Apresentada durante o lançamento da 13ª edição do Nordestão, através do mascote Zeca Brito, a bola mantém os detalhes azuis e dourados das anteriores, mas com um novo design, além do emblema da competição.

Esta versão será utilizada nas 74 partidas previstas. No entanto, nos seis últimos jogos, considerando semifinais e finais, serão feitas pequenas alterações, gravando os escudos dos clubes presentes nas disputas, como ocorreu em 2015 (relembre aqui). Ao todo, serão produzidas mais de 500 bolas oficiais, novamente em fábrica da região, em Itabuna, no interior baiano.

As bolas oficiais da Lampions: Asa Branca I, Asa Branca II e Asa Branca III.

Qual foi a versão mais bonita até agora?

As projeções não oficiais para uniformes da Puma no Santa Cruz

Projeção de uniformes do Santa Cruz na web.

Nos bastidores, o Santa Cruz articula a mudança sobre o fornecedor de material esportivo, para substituir a Penalty. O nome seria a Puma, a partir de 2016. Antes do (possível) acerto, vale conferir algumas ideias que já circulam na web. Designers não ligados à marca criaram vários mockups, termo usado para modelos de demonstração para projetos de design. Utilizando traços das linhas da fabricante alemã às cores e características do clube coral, as projeções podem dar uma ideia do que vem por aí.

O blog selecionou 16 uniformes. Confira a lista.

Planeta Mockup: números 1 e 2, divulgados em outubro de 2010
Mockups Fantasy: 4, de agosto de 2012, enquanto 8, 12 e 16 são de maio/2014
Mockup Supremo: 5, 6 e 7, de março de 2013
WBT Mockups: 9, 10 e 11, de março de 2014
SC Mockups: 13, 14 e 15, de maio de 2015
Netinho Costa, via twitter: 3

Note que alguns modelos utilizaram os patrocinadores oficiais do Santa nas respectivas épocas da criação, como Primor e Votomassa, enquanto outros emularam marcas sem representatividade com o clube, como Herbalife e Batavo. Por sinal, o tamanho das marcas nas camisas influencia nos modelos. Uma outra curiosidade é o fato de que algumas projeções foram sugeridas por torcedores aos criadores, até mesmo as alternativas (pretas).

Tricolor, gostou de algum padrão “não oficial”? Comente.

Confira todos os mockups em uma resolução maior aqui.

Projeção de uniformes do Santa Cruz na web.

As placas estáticas dos campeonatos de 2015, com ou sem publicidade

Em 2015, os principais campeonatos de futebol ao alcance dos brasileiros contaram com placas estáticas com os nomes dos torneios bem no centro do campo. Ladeadas pelos prismas publicitários, naturalmente. Em Pernambuco, sem contrato de naming rights nesta temporada, os painéis de LED na lateral do gramado, de frente para as cabines de televisão, focaram marcas exclusivas com revezamento de 30 segundos.

Apenas dois torneios não têm uma empresa atrelada à denominação oficial: Série D e Sul-Americana. No caso da Sula, não houve a renovação com a Total, companhia francesa de petróleo. As parcerias atuais, através de agências de marketing esportivo, são as seguintes: Libertadores/Bridgestone, Série A/Chevrolet, Copa do Brasil/Sadia, Série B/Chevrolet e Série C/Caixa.

As reproduções abaixo contemplam emissoras em sinal aberto, sinal fechado e digital, com Globo, Band, Rede TV, Sportv, Esporte Interativo e TV Criativa. Com a transmissão e a reprodução dos jogos, com compartilhamento voluntário do público, a marca de um campeonato demanda a autopromoção…

Taça Libertadores da América (Cruzeiro 0 x 3 River Plate, Sportv)

Placa de divulgação da Libertadores de 2015 (Cruzeiro 0 x 3 River Plate). Crédito: Sportv/reprodução

Copa Sul-Americana (Sport 4 x 1 Bahia, Fox Sports)

Placa de divulgação da Copa Sul-Americana de 2015 (Sport 4 x 1 Bahia). Crédito: Fox/reprodução

Série A (Sport 2 x 0 São Paulo, Band)

Placa de divulgação do Campeonato Brasileiro da Série A de 2015 (Sport 2 x 0 São Paulo). Crédito: Band/reprodução

Copa do Brasil (Flamengo 0 x 1 Vasco, Globo)

Placa de divulgação da Copa do Brasil de 2015 (Flamengo 0 x 1 Vasco). Crédito: Globo/reprodução

Série B (Náutico 2 x 1 Santa Cruz, Rede TV)

Placa de divulgação do Campeonato Brasileiro da Série D de 2015 (Náutico 2 x 1 Santa Cruz). Crédito: Rede TV/reprodução

Série C (Botafogo-PB 2 x 2 Fortaleza, Esporte Interativo)

Placa de divulgação do Campeonato Brasileiro da Série C de 2015 (Botafogo-PB 2 x 2 Fortaleza). Crédito: Esporte Interativo/reprodução

Série D (Central 0 x 1 Treze, TV Criativa)

Placa de divulgação do Campeonato Brasileiro da Série D de 2015 (Central 0 x 1 Treze). Crédito: TV Criativa/reprodução

Troféus nacionais repaginados na CBF

Troféus oficiais do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Série B, Série C, Série D e Brasileiro Sub 20

O departamento de competições da CBF vem executando, desde 2013, uma gradativa repaginação dos troféus oficiais dos campeonatos nacionais organizados pela entidade. Começou com a Copa do Brasil, substituindo um modelo adotado durante cinco anos. Em 2014 foi a vez de mudar os objetos de desejo das Séries A e B. No Brasileirão, a antiga taça vigorou de 1993 a 2013, enquanto na Segundona o troféu era o mesmo desde 2002. Agora, as peças têm até o nome da patrocinadora, a Chevrolet, gravado nas bases.

A medida extrema de marketing no Campeonato Brasileiro se deve ao acordo de naming rights com a montadora, com vínculo até 2017. Ou seja, caso não seja renovado, certamente um novo troféu será elaborado. Já as duas divisões mais baixas, C e D, ainda não foram contempladas com acordos mais robustos, mantendo as peças em vigor, com ajustes mínimos, na cor. Em 2011, os dois troféus ganharam um tom prateado. À parte dos torneios profissionais, a disputa mais importante na base é a do Brasileiro Sub 20, chancelado pela confederação em 2015, com um troféu inspirado na categoria principal. Antes, o torneio era disputado no Rio Grande do Sul, organizado pela federação gaúcha.

Você concorda com as mudanças nos troféus? Qual é o mais bonito?

Acima, os novos troféus. Abaixo, os antigos. Pela ordem, da esquerda para direita: no alto, Série A, Copa do Brasil e Série B; embaixo, Série C, Série D e Brasileiro Sub 20.

Troféus oficiais até 2011 do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Série B, Série C, Série D e Brasileiro Sub 20

O impasse sobre a transmissão da Champions League no Brasil respinga no Nordestão, uma nação ainda escondida

Copa do Nordeste de 2016. Crédito: Esporte Interativo

O lançamento da Copa do Nordeste de 2016 será em Natal, em 24 de setembro. Como vem ocorrendo há três temporadas, além do sorteio dos grupos, dados do torneios devem ser revelados no evento, como faturamento e cotas dos clubes. Mais uma vez, porém, a divulgação do regional será restrita. Em meio à disputa entre as principais operadoras de televisão por assinatura, Net e Sky, e o canal Esporte Interativo, que busca entrar no catálogo das duas, tendo como contrapartida a exclusividade da Champions League, o Nordestão, também ligado à emissora, segue à parte do público nacional. Ao menos nesta área, vai de encontro ao tema da festa de lançamento, “Um país chamado Nordeste”.

O longo impasse, com a queixa de torcedores nordestinos, faz com o que o regional de faturamento milionário não alcance nem 20% do país propriamente dito. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), de julho de 2015, apontam 19.638.138 domicílios brasileiros com serviços de tevê paga. E as duas maiores operadoras somam 15.831.816 clientes, que correspondem a 80,6% do mercado. Numa conta bruta, no máximo 3,8 milhões de lares com assinatura teriam acesso às transmissões do Nordestão. Até hoje, só houve uma exceção, com 4,5 milhões de telespectadores na decisão de 2014, entre Sport e Ceará, transmitida simultaneamente entre Esporte Interativo e Space, veículo presente na Net e na Sky. O acordo foi articulado nos bastidores pelo grupo americano Turner Broadcasting System, proprietário dos dois canais.

Apesar do sucesso daquela transmissão experimental, o formato não se repetiu, pois a direção do EI quer exibir o seu próprio sinal, naturalmente. Faz sentido, pois pagou caro e detém os direitos do Nordestão na tevê paga, aberta (parabólicas) e plataformas digitais até 2022, com previsão de investimento de R$ 100 milhões no futebol da região. Em 2015, a audiência média nos 74 jogos da copa foi de 1,65 milhão de telespectadores, mas o alcance deste “país chamado Nordeste” poderia ser muito maior, do tamanho do impasse em vigor.