Sport, Santa Cruz e Náutico renegados na abertura da Jeep, um cenário recorrente

Charge: Samuca, do DP/D.A Press (adaptada)

Anunciada em 2010, a fábrica da Fiat, em Goiana, previa um investimento de R$ 3 bilhões e 3,5 mil empregos. Quase cinco anos depois, a inauguração num cenário ainda melhor, com um aporte de R$ 6 bilhões e 5,3 mil empregos gerados, com a fábrica já especificada com a marca Jeep, um dos tentáculos da multinacional criada em 2014, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA).

O primeiro modelo produzido é emblemático, o Renegade. Quando a operação da planta chegar ao pico, a expectativa é de 10 mil pessoas empregadas. O número faz parte da projeção do produto interno bruto de Pernambuco, que deve dobrar até o fim desta década, batendo na casa de R$ 140 bilhões, incluindo o desenvolvimento no complexo de Suape.

Agora, o futebol. Nesse tempo todo, dirigentes de Náutico, Santa e Sport tentaram estreitar a relação com a empresa, através de encontros em bloco com a direção regional. Dentro da própria Fiat “parecia” haver a ideia de que um investimento nos três grandes clubes seria uma forma interessante de “marcar espaço na região” – em 2010, houve uma articulação sobre uma cota de R$ 200 mil, não firmada. Não seria a primeira vez. Em 2003, a Fiat bancou o patrocínio-master de Cruzeiro, Atlético-MG e América. Não por acaso, a montadora tem uma fábrica em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Contudo, a abertura da Jeep em Pernambuco coincidiu com a notícia do novo patrocínio ao Flamengo, inicialmente de R$ 4,5 milhões (barra traseira da camisa). A escolha partiu para um claro viés nacional. Em termos de mercado, é bem compreensível. E caso os clubes locais sigam renegados, este será mais um exemplo de um cenário já alertado, sobre a não reversão do crescimento econômico do estado para o esporte. Exceção feita à Itaipava, presente em Itapissuma, e com o naming rights da Arena Pernambuco e a exploração de espaços e bares no Arruda, nenhuma grande indústria aberta por aqui nos últimos tempos se articulou para patrocínio de camisa, o formato mais rentável.

No texto publicado há quatro anos, o blog fez o seguinte questionamento:
Inércia dos clubes, falta de interesse das indústrias ou negociações arrastadas?

Considerando a abertura do trio, talvez seja falta de interesse mesmo…

O novo sistema de acesso ao Arruda

Novo acesso ao Arruda. Arte: Santa Cruz/divulgação

Com 60.044 lugares, o Santa Cruz passa a ter um novo esquema de acesso, iniciado justamente na final do Campeonato Pernambucano de 2015.

Serão 71 catracas espalhadas em sete portões de acesso, incluindo dois para o anel superior, cuja entra conta com dois bilhetes distintos, o ingresso pago e o tíquete promocional do Todos com a Nota. Cabendo aos visitantes o portão 5.

Para evitar confusão, a direção coral optou por colocar 20 orientadores no entorno com a camisa “Posso ajudar?”, semelhante ao trabalho feito no mesmo Mundão em 2009, no jogo entre Brasil e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa.

As imagens do post estão no panfleto produzido pelo clube para a distribuição. De toda forma, todos os caminhos levam ao Arruda…

Novo acesso ao Arruda. Arte: Santa Cruz/divulgação

2.340 minutos de futebol ao vivo na TV no Campeonato Pernambucano de 2015

Campeonato Pernambucano de 2015 na televisão. Fotos: Paulo Paiva (Lacerdão e Arruda), Ricardo Fernandes (Arena Pernambuco), ambos o DP/D.A Press

A grade de transmissão do Campeonato Pernambucano de 2015 apontou 26 jogos na televisão, totalizando 2.340 minutos de futebol ao vivo. É o menor dado dos últimos anos, num claro indício do crescimento do Nordestão, disputado paralelamente, também com transmissão aberta e fechada. Além, claro, da própria redução do certame local. Como ocorre desde 2011, a exibição deste ano ocorreu mais uma vez através da Rede Globo Nordeste, para todo o estado, e nacionalmente no canal Premiere (PFC), num pacote de pay-per-view para quem adquiriu outros estaduais, como o Paulistão e o Carioca.

Nos últimos quatro jogos da competição local (abaixo), as finais ficaram com a tevê a aberta e a disputa pelo 3º lugar (ida e volta) com o canal por assinatura. Ou seja, nesta edição nenhum jogo teve transmissão simultânea, ao contrário de 2014, quando a decisão entre Náutico e Sport passou nos dois canais.

O número de partidas na telinha corresponde a 20,9% da tabela estadual de 2015. No ranking da tevê, Santa 12, Sport 11, Náutico 6. Foi a primeira vez, desde que o blog iniciou o balanço, que o Leão não liderou a lista absoluta.

Nº de jogos de Náutico, Santa e Sport transmitidos na televisão no Campeonato Pernambucano de 2012 a 2014. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Segundo plano comercial da Globo, os jogos têm uma audiência de 696 mil telespectadores. Confira os números do Ibope nos anos anteriores aqui.

Os direitos de transmissão do Pernambucano foram renovados juntos à emissora até 2018. Saiba mais detalhes clicando aqui.

Transmissão do Campeonato Perambucano 2015, com número de jogos de Náutico, Santa e Sport. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Troféu do Campeonato Pernambucano de 2015, uma homenagem da FPF à FPF

O troféu de campeão pernambucano de futebol em 2015. Foto: Hildo Neto/FPF

A Federação Pernambucana de Futebol apresentou o troféu de campeão pernambucano deste ano, chamado de “Campeão do Centenário”. É uma autorreferência, com a homenagem ao centenário da FPF em 2015,  agendado para 16 de junho. A explicação é necessária pois o nome oficial da taça entregue na última edição foi semelhante, também em alusão ao número “100”, por causa da centésima edição do Estadual em 2014. O novo campeão do nosso futebol será conhecido no dia 3 de maio.

Gostou do novo modelo? Abaixo, os últimos dez troféus do Estadual.

Vale lembrar que a FPF criou um modelo fixo em 2013 para todos os anos, como ocorre na Taça Libertadores da América e Champions League. O modelo – com metal dourado e base azul – foi entregue ao Tricolor. Contudo, na temporada seguinte, foi confeccionada uma taça especial para o centenário do campeonato estadual e o modelo fixo acabou sendo esquecido.

Recentemente ainda houve um outro fato pitoresco. Em 2012 foram dois troféus! Na prática, apenas um podia ser chamado assim. O modelo original parecia uma placa comemorativa, produzido pela Rede Globo Nordeste (homenageada pelos seus 40 anos), mas não agradou a cúpula da entidade. No dia da final, na Ilha do Retiro, surgiu um segundo troféu, que também trazia o logotipo da emissora estilizado – o Santa Cruz ficou com as duas versões.

2006 – Troféu Diario de Pernambuco (Sport)
2007 – Troféu 100 Anos do Frevo (Sport)
2008 – Troféu Radialista Luiz Cavalcante (Sport)
2009 – Troféu Governador Eduardo Campos (Sport)
2010 – Troféu Tribunal de Justiça de Pernambuco (Sport)
2011 – Troféu 185 anos da Polícia Militar de Pernambuco (Santa Cruz)
2012 – Troféu Rede Globo Nordeste (Santa Cruz)
2013 – Troféu FPF (Santa Cruz)
2014 – Troféu 100 anos do Campeonato Pernambucano (Sport)
2015 – Troféu Centenário da FPF (Central, Salgueiro, Santa Cruz ou Sport?)

Troféus do Campeonato Pernambucano de 2006 a 2015

As fitas dos finalistas nas orelhudas das Lampions e da Champions League

Troféu da Copa do Nordeste de 2015 na final. Foto: EC Bahia/twitter

O troféu da Copa do Nordeste foi inspirado no modelo da Liga dos Campeões.

Até o apelido “orelhuda” foi importado do modelo da Uefa, por causa das alças.

Claro, a orelhuda da Lampions tem o seu aspecto particular, com as nove bases douradas representando os nove estados do Nordeste. Ainda assim, há uma outra tendência baseada na Champions League.

Exposta na beira do campo na decisão, na Fonte Nova e no Castelão, o troféu tem em cada alça fitas com as cores dos finalistas. Na final regional de 2015, branco e preto (Ceará) de um lado e azul e vermelho (Bahia) do outro.

Abaixo, um exemplo europeu recente, com a final da edição 2012/2013, em Wembley. Do lado esquerdo, o amarelo e preto do Borussia Dortmund e o branco e vermelho do Bayern de Munique no direito. É o marketing trabalhado nos mínimos detalhes, com a força da imagem.

Ah, na maior competição do Velho Mundo há um detalhe importante: após a definição do título, a taça com as fitas do campeão nas duas alças…

Troféu da Liga dos Campeões de 2012/2013, disputada por Borussia Dortmund e Bayern de Munique

Bola personalizada na semifinal do Nordestão, na sequência do marketing

Bola da semifinal da Copa do Nordeste 2015, Sport 0x0 Bahia. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Nas quartas de final da Copa do Nordeste, todos os times entraram em campo com um patch no uniforme, a marca oficial do torneio estampada. Na semifinal, mais uma ação de marketing, com bolas personalizadas.

Na Ilha do Retiro, para Sport e Bahia.
No Castelão, para Ceará e Vitória.

Em cada estádio a Asa Branca II, produzida pela Penalty, ganhou uma versão com os escudos dos semifinalistas, o nome do estádio e a data (veja aqui).

Antes da disputa, a bola ficou exposta em um púlpito na beira do gramado. Em cada palco, um ídolo local foi chamado para dar o ponta-pé inicial.

Leonardo no Leão e Sérgio Alves no Vozão. Nos confrontos de volta, ambos em Salvador, a ação deve se repetir, assim como na decisão.

O trabalho de marketing no Nordestão de 2015 tem sido recorrente. Válido.

Bola da semifinal da Copa do Nordeste 2015, Ceará 0x0 Vitória. Foto: Esporte Interativo/cortesia

O tamanho da torcida do Santa Cruz via Expresso Coral, de 5 a 6 milhões

Ônibus oficial do Santa Cruz, Expresso Coral

O ônibus oficial do Santa Cruz, o Expresso Coral, foi apresentado em setembro de 2008, pelo então presidente do clube, Edson Nogueira. No veículo, um avanço estrutural, chamou a atenção uma frase na parte traseira.

“Movido por 5.000.000 de apaixonados”.

Na ocasião, a população de Pernambuco era de 8,8 milhões de habitantes. Ou seja, 56% da população seria tricolor.

Em 2015, o atual mandatário tricolor, Alírio Moraes, mandou repaginar o busão, agora chamado de Expresso Coral II, com um novo adesivo. Na parte traseira, novo dado sobre a torcida.

“Movido por 6.000.000 de apaixonados”.

Segundo a projeção mais recente do IBGE, a população do estado é de 9,2 milhões. Logo, 65% da população seria tricolor.

Segundo a pesquisa nacional mais recente, elaborada pelo Ibope, em 2014, a torcida do Santa Cruz teria a preferência de 24% dos pernambucanos, ou “2.200.000 de apaixonados”.

E a parcela da torcida fora de Pernambuco? Infelizmente, nenhum clube do Nordeste tem sequer 500 mil torcedores fora de seu estado de origem.

Este é apenas um exemplo da autoafirmação dos clubes locais. Não se limita apenas ao Arruda. Na Ilha do Retiro, por exemplo, está pintado “campeão do centenário”. Basta ser um pouco racional para discordar…

Patchs oficiais da Copa do Nordeste

Patchs da Copa do Nordeste 2015. Crédito: divulgação

A partir de agora a Copa do Nordeste também passa a contar com um “patch” oficial. Na linguagem do marketing futebolístico, trata-se da marca do torneio estampada no próprio uniforme, numa espécie de selo. A ação já se faz presente na Copa do Mundo, na Liga dos Campeões e na Libertadores.

A estreia da marca – com o troféu e o distintivo da CBF – será com os oito clubes classificados às quartas de final da edição de 2015, incluindo os pernambucanos Sport e Salgueiro. Cada time tem a opção de colar o patch em três locais do padrão (manga, centro do peito e lado direito do peito).

A ideia dos organizadores do Nordestão é que em 2016 o patch seja colocado nos uniformes de todos os participantes, já na primeira fase.

O campeão tem direito a uma marca exclusiva (à esquerda). Na estreia, o Sport.

Patch da Copa do Nordeste 2015. Crédito: divulgação

Camisa do Íbis como souvenir do estado no Aeroporto dos Guararapes

Camisa do Íbis à venda no Aeroporto dos Guararapes. Foto: Carol F./twitter.com/lentesuja

O Íbis é conhecido como o Pior Time do Mundo desde 1984, com fama internacional pelo antifutebol, registro no Guinness Book e uma aura “cult”.

Por isso, não surpreende a venda do uniforme oficial do Pássaro Preto dentro da área de embarque do Aeroporto Internacional dos Guararapes, num espaço reservado para lembranças do estado, com camisas com a bandeira de Pernambuco estampada, sombrinhas de frevo etc.

Na saída do Recife, então, há a oferta de um artigo para colecionadores. E, acredite, o clube é mesmo conhecido.

No entanto, o preço do padrão de 2015 para os passageiros em trânsito no aeroporto recifense abusa um pouco. Na etiqueta, R$ 170.

Nas lojas da cidade e em sites especializados o valor é de R$ 130.

Uma disparidade de quarenta reais? Eis a diferença de um “souvenir”.

A bola especial da final pernambucana em 2015

Bola das finais do Pernambucano de 2015. Foto: Hildo Neto/FPF

A ideia de confeccionar uma bola especial para a final surgiu na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, quando a Adidas criou a dourada Teamgeist Berlin, exclusiva para a partida entre Itália e França. Desde então, inúmeros torneios copiaram a ideia, inclusive o Campeonato Pernambucano.

A 101ª edição da competição promovida pela FPF terá uma bola especial para a decisão pelo terceiro ano consecutivo. Em todos os casos, as pelotas de oito gomos foram produzidas pela Penalty, a marca local desde 2008 (veja aqui).

Nesta temporada, a bola será utilizada nas semifinais e na final. É o mesmo modelo dos hexagonal do título e da permanência, a Campo 11 Pró. A nova versão tem as cores marrom, amarelo e preto, em vez de laranja, vermelho e azul. Além disso, virá com o emblema especial sobre o centenário da federação e os escudos dos clubes envolvidos na fase decisiva.

Em 2013, a bola foi chamada de Duelo Final. Em 2014, Gorduchinha, o nome dado pela fabricante a todas as bolas das finais estaduais. Em 2015, sem nome.

2015 (turno e final)

Bolas oficiais do Pernambucano de 2015 (turno e final). Crédito: Penalty/FPF

2014 (turno e final)

Bolas oficiais do Pernambucano de 2014 (turno e final). Crédito: Penalty

2013 (turno e final)

Bolas oficiais do Pernambucano de 2013 (turno e final). Crédito: Penalty