Um canal de televisão por assinatura exclusivo para o futebol do Nordeste

TV Esporte Interativo

O canal Esporte Interativo ganhará uma versão exclusiva para o futebol nordestino, com a cobertura diária dos clubes locais. A informação apresentada pela revista Veja, e já confirmada, surgiu a partir de um modelo tradicional na tevê norte-americana, com a segmentação de esportes e regiões. O “Esporte Interativo Nordeste” foi viabilizado após a sociedade com a Time Warner.

Até o momento, além da Copa do Nordeste, seis Estaduais estão garantidos: Ceará, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Sergipe e Piauí. O novo canal deverá exibir 200 jogos ao vivo em sua grade. O contrato com o Nordestão, com 62 partidas por ano, vai até 2022. Em janeiro, o presidente da empresa, Edgar Diniz, havia garantido um investimento de R$ 100 milhões no setor nesta década.

Seguem fora do pacote o Pernambucano, o Baiano e o Potiguar. O certame do Rio Grande do Norte já está em negociação. Já os dois principais torneios não deverão entrar logo no portfólio. Ambos têm contrato com a Rede Globo e com o Sportv. O contrato baiano, de R$ 3 milhões anuais, vai até 2015. Já o pernambucano, de R$ 1,32 milhão por edição, acabará em 2014.

O próximo passo do novo canal é a sua inserção nas principais operadoras de tevê por assinatura do país. O Esporte Interativo ainda não faz parte da Sky…

Copa do Nordeste amplamente renovada, mas insistindo na ausência do campeão

Copa do Nordeste

A Copa do Nordeste passará por uma grande renovação em 2014. Em relação ao torneio deste ano serão nove novos clubes na disputa. Entre as novidades, o Náutico, principal ausência desta temporada, marcada pelo sucesso de público. A média foi de 8.350, superior a qualquer campeonato estadual país.

Por outro lado, a ausência do atual campeão, o Campinense, expõe a maior falha do regulamento. O torneio não prevê vaga para o vencedor no ano seguinte. Todas as vagas são conquistadas nos estaduais. No Paraibano a Raposa foi eliminada na semifinal e ficou de fora do próximo regional.

Numa enquete realizada pelo blog em janeiro, com 834 votos, o públicou se mostrou 90% favorável à vaga automática para o campeão nordestino.

Isso já ocorreu no regional entre 1998 e 2000. Para reativar a ideia, a CBF teria que “mexer” nas vagas dos estados. São três lugares para pernambucanos e baianos e dois para cearenses, potiguares, alagoanos, paraibanos e sergipanos.

Sugestões, mantendo a estrutura atual com 16 participantes.

1) O campeão entraria na última vaga do seu estado. Em Pernambuco ou na Bahia, ficaria no lugar do 3º colocado. Nos demais, no do vice-campeão.

2) Levar em consideração o ranking de federações da CBF e tirar uma vaga da federação com a pior colocação. Atualmente o posto é de Sergipe.

Clubes classificados ao Nordestão 2014: Santa Cruz, Sport e Náutico (Pernambuco); Vitória, Bahia e Vitória da Conquista (Bahia); Ceará e Guarany (Ceará), Potiguar e América (Rio Grande Norte); CRB e CSA (Alagoas), Treze e Botafogo (Paraíba) e Sergipe e River Plate (Sergipe).

Nordestão novamente com os três grandes do Recife

Copa do Nordeste

A classificação alvirrubra à Copa do Nordeste de 2014 garante a força máxima do futebol do estado depois de doze anos. A última vez em que Náutico, Santa Cruz e Sport estiveram juntos no Nordestão foi em 2002, no auge do regional.

Das dez edições anteriores, Pernambuco teve três representantes em seis temporadas. O pior momento foi em 2003, quando os times locais declinaram ao campeonato, esvaziado devido à briga entre CBF e Liga Nordeste.

Em 2014, quando o torneio completará vinte anos com a denominação atual, o campeão ganhará uma vaga na Copa Sul-americana. Tal fato deve turbinar a média de público, que neste ano registrou o bom índice de 8.212 pessoas por jogo. Abaixo, todas as participações dos times do estado.

1994 – Sport (1º), Santa Cruz (7º) e Náutico (12º)
1997 – Sport (3º), Náutico (6º) e Santa Cruz (8º)
1998 – Santa Cruz (5º), Sport (9º) e Náutico (15º)
1999 – Sport (3º) e Porto (10º)
2000 – Sport (1º) e Santa Cruz (10º)
2001 – Sport (2º), Náutico (3º) e Santa Cruz (5º)
2002 – Santa Cruz (3º), Náutico (4º) e Sport (10º)
2003 – Nenhum
2010 – Santa Cruz (8º) e Náutico (10º)
2013 – Santa Cruz (6º), Sport (7º) e Salgueiro (13º)
2014 – Náutico, Santa Cruz e Sport

Nova Fonte Nova antes do Ba-Vi dos velhos tempos

Arena Fonte Nova em 6 de abril de 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Salvador – Mais um estádio nordestino abre as portas com o mais alto padrão de infraestrutura no futebol. Repaginada, remodelada, reconstruída. Tanto faz a denominação. A verdade é que a arena soteropolitana tem tudo para fazer o festeiro torcedor baiano esquecer a antiga Fonte Nova, outrora o maior estádio da região. A capacidade de público foi superada pelo Castelão, com 64 mil. Na Bahia, a arena, que mantém a abertura na ala sul, associando a sua composição ao Dique do Tororó, foi erguida com 51 mil lugares.

Assim como ocorreu em Fortaleza, o blog esteve presente nos preparativos finais para a abertura de fato e de direito, com bola rolando, em vez de atos políticos. Como parece ser de praxe na organização brasileira para a Copa do Mundo, operários ainda davam os últimos ajustes a 24 horas do Ba-Vi, agendado para o domingo. Pequenos detalhes. Cadeiras, limpeza, iluminação, testes no placar eletrônico, som, para os shows de Ivete Sangalo e Claudia Leitte. Tudo isso numa tarde de sábado.

Confira algumas imagens da rápida visita liberada para a imprensa. No clássico, com 41.500 ingressos liberados pela Fifa, serão 58% para os tricolores e 42% para os rubro-negros da Boa Terra. Será que na Arena Pernambuco também teremos uma divisão fora do padrão 80%/20% em vigor nos clássicos recifenses? Um bom desempenho na Fonte Nova pode viabilizar a ideia.

Saiba mais sobre a Arena Castelão e a Arena Pernambuco.

A Paraíba tem time para torcer. E é um campeão nordestino

Copa do Nordeste 2013, final: Campinense 2x0 ASA. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Há muito tempo a Paraíba vê o futebol local à margem das grandes equipes nacionais em termos de torcida.

No Nordeste como um todo, o processo de comunicação via rádio consolidou torcidas nacionais de clubes do Sudeste, sobretudo os cariocas.

Contudo, no estado vizinho a transformação foi bem mais acentuada. Em 2011, uma pesquisa produzida pelo instituto Data Vox, com 4.213 entrevistados, apontou que 62% do público tem um time nacional.

Destes, 49,67% são Flamengo. Metade do estado. Na capital João Pessoa, o maior reduto, times locais como Botafogo e Auto Esporte pararam no tempo.

Em Campina Grande, de porte econômico semelhante, o Clássico dos Maiorais é a grande bandeira numa tentativa de manter acesa a paixão no futebol do estado.  A disputa entre Campinense e Treze movimenta a cidade desde 1957.

Com poucas realizações além da fronteira do estado, seja qual for a divisão nacional ou torneio regional, a Paraíba acabou sofrendo um certo preconceito dos próprios irmãos nordestinos.

Obviamente, qualquer pessoa tem o direito de torcer pelo time que quiser e aqui não se discute isso. E de fato a reação dos vizinhos não era nada educada.

Quantas vezes não ecoou em estádios pernambucanos, baianos, cearenses e potiguares o seguinte grito.

“Arerê, na Paraíba não time pra torcer”.

O objetivo nada nobre era ferir o orgulho do torcedor. Podemos agora afirmar que tal grito de guerra cairá drasticamente em desuso.

Com uma campanha histórica, o Campinense ergueu neste domingo o troféu de campeão do Nordeste. Em um Amigão com quase vinte mil pessoas numa tarde já marcada para sempre na memória da torcida, o time venceu o ASA por 2 x 0.

Campeão sobre pernambucanos, baianos, cearenses, potiguares etc.

Fora da Série D até agora, a Raposa quebrou uma escrita impressionante na galeria de campeões nordestinos. Nas nove edições anteriores, desde 1994, os vencedores sempre integraram a elite nacional no ano da conquista.

Subvertendo as lógicas conhecidas no futebol da região, goleando o Santa Cruz, eliminando o Sport na Ilha, silenciando o Castelão contra o Fortaleza e faturando o prêmio de R$ 1 milhão, o Campinense colocou a Paraíba no mapa da bola.

Um troféu que exige respeito. E tem mesmo que respeitar…

Copa do Nordeste 2013, final: Campinense 2x0 ASA. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Alagoas e Paraíba em busca de seu maior troféu, com o domínio regional

Final da Copa do Nordete 2013: ASA x Campinense. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Os clubes pernambucanos e baianos saíram há tempos desta edição da Copa do Nordeste, mas a emoção não acabou. Agora foi a vez dos cearenses deixarem a competição, concluindo a maior zebra da história do regional.

Pela primeira vez na final, ASA e Campinense terão a chance de levar os respectivos estados ao ainda inédito título nordestino. Na verdade, o futebol paraibano nunca havia chegado tão longe. O alagoano havia tido o gostinho de uma decisão há quase duas décadas, em 1994, com o CRB.

Para isso, ambos impuseram um dia negro aos alencarinos neste 3 de março de 2013. À tarde, o Campinense acabou com o sonho de um Clássico-Rei na finalíssima ao vencer o Fortaleza por 1 x 0, num pênalti cobrado por Zé Paulo no primeiro minuto do jogo. Era o placar necessário.

À noite, em um Castelão repleto, Ceará e ASA disputaram um jogo agônico, com gols anulados por milímetros. No finzinho, aos 39 minutos do segundo tempo, Leó Gamalho escorou de cabeça uma cobrança de escanteio e deu a vitória histórica ao povo de Arapiraca, repetindo o placar da tarde.

Portanto, nos dois próximos domingos teremos duelos nos estádios Coaracy da Mata e Amigão, respectivamente. Interior em festa.

À Raposa de Campina Grande, a regularidade na primeira fase e a aura copeira no mata-mata, eliminando Sport e Fortaleza no detalhe. Ao Alvinegro alagoano, um gigante fora de casa, uma chance daquelas de elevar o clube sobre os rivais da capital, além de consolidar a sua preparação para a Série B.

Ao torcedor pernambucano, alguma torcida em especial?

O campeão nordestino de 2013 está a caminho…

Lampions League, a versão nordestina da Champions

Lampions League. Crédito: Esporte Interativo/Facebook

A Liga dos Campeões da Uefa é o torneio de clubes mais rico do mundo. As suas marcas têm forte apelo na mídia, como o logotipo oficial, a música-tema, a taça etc. Naturalmente, acabou inspirando outros torneios. Inclusive continentais, repetindo o nome. Mas também há espaço para as paródias…

Na Copa do Nordeste surgiu a “Lampions League”, incorporando a denominação do campeonato europeu em inglês, Uefa Champions League. Já tem até camisa circulando na web. E o mais importante: caiu no gosto da galera (veja aqui).

Brincadeira à parte, que o Nordestão realmente se inspire na principal copa do velho mundo, com organização, receita, infraestrutura e bons jogos.

A imagem deixada pela reedição do Nordestão

Copa do Nordeste. Crédito: CBF

A edição desta temporada do campeonato regional não viu sequer um clube pernambucano entre os quatro primeiros colocados. Na verdade, nem mesmo os três grandes clubes do estado estiveram presentes na disputa. Apenas dois.

Na pauta, alguns campos surrados e jogos de nível técnico duvidoso. Ainda assim, a média de público do torneio ficou acima de 7 mil torcedores, mesmo antes da realização das finais. Ao futuro campeão, um prêmio de R$ 1 milhão. Vaga internacional, na Copa Sul-americana, só no ano que vem.

Por sinal, a Copa do Nordeste está garantida por pelo menos dez anos, no papel. A execução da edição de 2013 deixou uma boa imagem para a sua continuidade, entre mídia, interesse e receitas? Este é o tema da enquete.

Após a realização da Copa do Nordeste 2013, qual é a sua opinião sobre a continuidade do torneio regional no calendário?

  • Sport - A favor (42%, 443 Votes)
  • Náutico - A favor (25%, 265 Votes)
  • Santa Cruz - A favor (25%, 263 Votes)
  • Náutico - Contra (4%, 38 Votes)
  • Sport - Contra (3%, 33 Votes)
  • Santa Cruz - Contra (2%, 18 Votes)

Total Voters: 1.060

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Um campeão nordestino inédito a caminho

Copa do Nordeste 2013, semifinal: ASA  x Ceará e Campinense x Fortaleza. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Nordeste terá um campão inédito em 2013. No surpreendente desfecho das quartas de final, festa dos quatro visitantes. E olhe que nenhum dos semifinalistas conseguiu vencer o jogo de ida do primeiro mata-mata, em casa. Em todos os confrontos, quem decidiu em casa teve que aturar a vista da torcida visitante após o apito final.

Na Ilha do Retiro, mesmo invicto, o Sport foi despachado pelo Campinense. Em Natal, o ABC vencia o ASA por 1 x 0 até os 34 minutos do segundo tempo. Levou dois gols seguidos e foi eliminado pelo clube alagoano. Em Salvador, a grande surpresa. Maior vencedor da competição, o tetracampeão Vitória havia vencido o Ceará por 2 x 0 no estádio Presidente Vargas. Na partida de volta, foi humilhado no Barradão, goleado por 4 x 1.

No Arruda, o último ato. Classificado até os 46 minutos da etapa complementar, o Santa Cruz acabou derrotado pelo Fortaleza por 2 x 1. Entre os quatro integrantes do novo G4, as melhores campanhas no Nordestão até hoje foram de Ceará e Fortaleza, semifinalistas em 1997 e 2002, respectivamente. Nota-se que o capítulo final deste regional será histórico.

Ceará x ASA

O duelo de alvinegros de Ceará e Alagoas será, também, um duelo de dois times da Série B do futebol brasileiro, o que projeta uma organização maior para a temporada. O time de Arapiraca estava praticamente eliminado na primeira fase quando venceu os últimos três jogos. Já o Vozão conseguiu uma reviravolta incrível em Salvador, o que o credenciou na competição.

Campinense x Fortaleza

Os dois times terminaram a primeira fase na segunda colocação, mas tiveram todos os méritos para derrubar a dupla das multidões do Recife. Foram 50 mil torcedores nas partidas na Ilha e no Arruda. Esse povo todo viu os visitantes com mais ímpeto, mais volume, mais estrutura tática. Mais tradicional, o Fortaleza, uma divisão acima do Campinense, tem leve favoritismo.

Decepção coral do tamanho do Arruda no Nordestão

Copa do Nordeste 2013, quartas de final: Santa Cruz 1x2 Fortaleza. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press

A melhor campanha na primeira fase, uma atuação aguerrida no caldeirão do PV e a vantagem no placar no primeiro tempo no Arruda. O Santa Cruz desempenhava um bom papel na Copa do Nordeste, mesmo com o time em formação nas mãos do técnico Marcelo Martelotte. No entanto, voltou a pecar nos detalhes contra o Fortaleza, neste domingo, pelas quartas de final.

Erros que custaram uma classificação que estava nas mãos do bicampeão pernambucano até o último instante. Dênis Marques, de volta após as polêmicas fora do campo, fez a sua parte. Marcou um golaço no primeiro chute, aos quatro minutos. Roubou a bola no meio-campo, avançou e bateu do meio da rua.

O time seguia com pegada, brigando pela posse de bola, apesar de sua limitação técnica. Na etapa final, contudo, não soube se adaptar à reviravolta na atuação do Leão do Pici, que sufocou o Santa Cruz durante 45 minutos. Não houve leitura tática pra travar o time cearense. Tentou jogar no contragolpe, mas sem encaixar um contra-ataque sequer!

Enquanto isso, eEra bola levantada na área coral com cabeçadas perigosas, chutes rasteiros, cruzados. O goleiro Tiago Cardoso ia espalmando o que dava. Quando não conseguiu, torcia para a bola passar raspando. E a pelota raspou várias vezes a trave. Só não dava para contar com isso a tarde inteira.

Aos 25 minutos, Júlio Madureira empatou. Ainda assim, a vaga na semifinal seria do Santa. Aos 36, pênalti para os donos da casa. Chance de ouro, mais uma. Como na capital alencarina, a bola parou nas mãos do goleiro João Carlos.

O drama se estendeu aos quatro minutos de acréscimo. Até que Assisinho, aquele mesmo que havia acabado com a Cobra Coral na Série C do ano passado, voltou a dominar o Arruda, num chute forte, cruzado.

Gol que silenciou os 30.087 presentes, Santa Cruz 1 x 2 Fortaleza. Acabou com a jornada pernambucana nesta Copa do Nordeste. Tirou do Tricolor uma chance incrível que erguer pela primeira vez a taça de campeão regional. Custou a história. Decepção grande no Mundão, colossal.

Copa do Nordeste 2013, quartas de final: Santa Cruz 1x2 Fortaleza. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press