O futuro do futebol nordestino está perto

Arenas da Copa do Mundo de 2014 no Nordeste

Falta menos de um ano para o futebol do Nordeste passar por uma revolução estrutural.

Até o fim de 2013 nada menos que quatro estádios inseridos no mais alto padrão do caderno de encargos da Fifa estarão funcionando na região.

Palcos espalhados em Recife, Salvador, Fortaleza e Natal, que abrigam os nove maiores clubes nordestinos. As quatro arenas do Mundial irão disponibilizar 202.426 cadeiras.

Para isso, um investimeno bilionário. Ao todo, uma despesa de 2,059 bilhões de reais. O financiamento federal para as quatro obras corresponde a 71% do gasto total.

A tendência é um avanço no comportamento das torcidas, paralelamente ao conforto e aos serviços oferecidos. Espera-se que os clubes consigam crescer no mesmo ritmo, tanto na questão técnica quanto na governança. O Nordestão pode ser a força motriz.

Abaixo, a situação atual de cada um e os projetos originais. Saindo do papel…

Fortaleza – Castelão, 100%.
Clubes: Fortaleza e Ceará. Títulos: 2 regionais.

Estádio Castelão, em Fortaleza/CE. Foto: Danilo Borges/ Portal da Copa

Estádio com 63.903 lugares, orçado em R$ 518,6 milhões.

Projeto da Arena Castelão. Crédito: Arena Castelão/divulgação

Salvador – Fonte Nova, 90%.
Clubes: Bahia e Vitória. Títulos: 2 nacionais e 6 regionais.

Arena Fonte Nova, em Salvador/BA. Foto: Portal da Copa

Estádio com 50.223 lugares, orçado em R$ 591,7 milhões.

Projeto da Arena Fonte Nova. Crédito: Odebrecht/divulgação

Recife – Arena Pernambuco, 84%.
Clubes: Náutico, Santa Cruz e Sport. Títulos: 2 nacionais e 3 regionais.

Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Estádio de 46.214 lugares, orçado em R$ 532 milhões.

Projeto da Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Natal – Arena das Dunas, 50%.
Clubes: ABC e América. Títulos: 1 regional.

Arena das Dunas, em Natal/RN. Foto: ME/ Portal da Copa

Estádio de 42.086 lugares, orçado em R$ 417 milhões.

Projeto da Arena das Dunas. Crédito: OAS/divulgação

Uma década de Nordestão, mas com exibição ainda restrita

Nordeste

Foi uma longa batalha para colocar o Nordestão novamente na mídia.

Uma articulação por um novo tempo, mas que ainda não acabou…

A ação judicial que a Liga do Nordeste movia contra a CBF desde 2003 devido ao corte do regional no calendário começou com um pedido de indenização de R$ 10 milhões.

As seguidas vitórias da liga na justiça acabaram aumentando o montante para R$ 30 milhões. Acuada, a CBF resolveu fazer um acordo, oficializando o retorno do regional.

A garantia da Copa do Nordeste no calendário oficial da entidade seria de cinco anos.

Tanto que este é o período do contrato firmado com a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão em sinal aberto. Ao todo, um investimento de R$ 200 milhões.

Desde então, havia a dúvida se a Confederação Brasileira de Futebol poderia riscar a Copa do Nordeste do mapa mais uma vez após o fim do acordo judicial.

Livre da indenização, a entidade não teria mais motivos para manter em atividade apenas um campeonato regional, pois as outras quatro regiões não se mexeram.

No entanto,a viabilidade da competição é bem maior do que se imagina.

A emissora Esporte Interativo adquiriu os direitos de transmissão da Copa do Nordeste por dez anos. O contrato que começará a vigorar este ano vai até 2022.

O contrato prevê a exibição dos 62 jogos de cada edição. Ou seja, 620 partidas.

O problema é o fato de que o canal ainda não faz parte da maior operadora de televisão por assinatura da região, a Sky.

Bastante questionada pelos torcedores, a operadora se posicionou (veja aqui).

“Não temos previsão de entrada e nem negociação em curso com este canal.”

Em 2012 a Sky viveu algo semelhante. A Libertadores só seria transmitida pela Fox, que não fazia parte de sua grade. Sob pressão dos torcedores, o canal foi incorporado.

Nas redes sociais, a tag #NordestãoNaSky ganha força.

A barreira do calendário, um entrave durante muito tempo, foi contornada. Agora, o objetivo é estabelecer a competição nos principais vetores da comunicação não só para a região como para o restante do país. A exposição do Nordestão é prioridade.

Vida longa ao Nordestão e que a sua exibição não seja restrita.

O maior troféu nordestino

Troféu da Copa do Nordeste 2013. Crédito: Copa do Nordeste/divulgação

De volta ao calendário oficial do futebol brasileiro, o Nordestão terá 62 jogos em 2013.

Ao campeão, um prêmio de R$ 1 milhão. A partir de 2014, provavelmente o mesmo valor e de lambuja a aguardada vaga na Copa Sul-americana (veja aqui).

Obviamente, a glória virá acompanhada de uma taça, cuja imagem foi revelada.

Como ocorre na Liga dos Campeões da Uefa, a Taça do Nordeste também circulará nas cidades da região como forma de divulgação do torneio junto aos torcedores.

Por sinal, o modelo lembra a famosa Orelhuda, como é chamada a taça europeia.

O tour começará em Salvador e vai seguir em Aracaju, Itabaiana, Maceió, Recife, Campina Grande, Natal e finalmente Fortaleza, onde ficará dois dias.

Na capital pernambucana a exposição do troféu será em 13 de janeiro, no Shopping Recife. Neste ano é o objeto de desejo de tricolores, rubro-negros e salgueirenses.

Apenas quatro clubes conquistaram o título oficial da Copa do Nordeste. Abaixo, as taças do tetra Vitória (1997), América-RN (1998), bi Sport (2000) e bi Bahia (2002).

Torcedor, o que você achou do modelo do novo troféu do Nordestão?

Troféus da Copa do Nordeste de 1997 (Vitória), 1998 (América-RN), Sport (2000) e Bahia (2002)

O início da preparação para a nova e puxada temporada

Calendário de 2013

Com quatro competições marcadas, o trio do Recife terá uma agenda apertada em 2013.

Vários jogadores chegarão e outros tantos vão sair até o fim do ano. Considerando o planejamento executado até o momento, opine sobre o trabalho no seu clube.

O calendário dos grandes clubes do estado irá de 41 a 82 partidas oficiais no ano. A montagem do elenco atual será definitiva, com reforços pontuais, ou haverá reviravolta antes do Brasileiro, focado no segundo semestre? Planejamente, antes de tudo.

Náutico – Pernambucano, Copa do Brasil, Série A e Copa Sul-americana (a confirmar).
Mínimo: 65 jogos. Máximo: 80 jogos

Santa Cruz – Copa do Nordeste, Pernambucano, Copa do Brasil e Série C.
Mínimo: 41 jogos. Máximo: 68 jogos

Sport – Copa do Nordeste, Pernambucano, Copa do Brasil e Série B*
Mínimo: 61 jogos. Máximo: 82 jogos

No Estadual jogará mais quem disputar a fase do descenso. Pois é. Se for o Náutico, seriam 26 jogos. Se for às finais, 24. Com Santa e Sport, 18 e 15, respectivamente.

Nordestão: 20 de janeiro a 17 de março – de 6 a 12 datas
Pernambucano: 20 de janeiro a 19 de maio – de 15 a 26 datas
Copa do Brasil: 3 de abril a 27 de novembro – de 2 a 14 datas
Série A: 26 de maio a 8 de dezembro – 38 datas
Série B: 25 de maio a 30 de novembro – 38 datas
Série C: 02 de junho a 24 de novembro – de 18 a 24 datas
Copa Sul-americana: 14 de agosto a 11 de dezembro – de 2 a 10 datas

* O Sport tem chance de participar da Sul-americana. A princípio, irrisória.

O que você está achando da preparação do seu time para o início da temporada 2013?

  • Sport - Bom (27%, 257 Votes)
  • Náutico - Bom (24%, 234 Votes)
  • Sport - Regular (16%, 152 Votes)
  • Santa Cruz - Regular (8%, 80 Votes)
  • Santa Cruz - Bom (8%, 77 Votes)
  • Sport - Ruim (7%, 65 Votes)
  • Santa Cruz - Ruim (5%, 51 Votes)
  • Náutico - Regular (3%, 32 Votes)
  • Náutico - Ruim (2%, 18 Votes)

Total Voters: 965

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Nordestão no Padrão Fifa e sob olhar da Fifa

Projeto da Arena Castelão. Crédito: Arena Castelão/divulgação

Uma rodada dupla no Castelão, em Fortaleza, deve marcar a exposição nacional da renovada Copa do Nordeste neste ano. De lambuja, um viés internacional…

Ainda que estejam agendados para a terceira rodada do torneio regional, em 27 de janeiro, Fortaleza x Sport e Ceará x Bahia terão uma presença ilustre na arquibancada.

No novíssimo estádio alencarino de 64.165 lugares, o primeiro da Copa do Mundo de 2014 a ser inaugurado, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, assistirá à primeira partida com o “Padrão Fifa” no Brasil, considerando as doze arenas.

“Em 27 de janeiro, estarei de volta ao Brasil para assistir pessoalmente ao jogo inaugural do Estádio Castelão, em Fortaleza.” 

Declaração em seu artigo mensal no site da Fifa sobre a preparação do país (veja aqui).

Valcke conhecerá algumas das mais apaixonadas torcidas da região e um dos maiores estádios do país. Espera, claro, ver uma organização no nível exigido pela entidade.

Sobre o nível técnico do futebol nos 180 minutos diante do francês… A conferir.

Jérôme Valcke, o secretário-geral da Fifa, na Suíça. Foto: Fifa/divulgação

Sul-americana ao campeão nordestino de 2014

Copa do Nordeste. Crédito: Liga do Nordeste

Entre 1997 e 1999 a Copa do Nordeste teve direito a uma vaga na Copa Conmebol.

Por isso, a expectativa de um lugar na Sul-americana ao campeão regional existiu desde a confirmação da reedição do torneio, no acordo judicial entre Liga do Nordeste e CBF.

Em 2013 a competição voltará à sua plenitude, após os esvaziados 2003 e 2010.

Contudo, não houve tempo hábil para articular junto à Conmebol a oficialização de uma das vagas brasileiras na segunda competição interclubes mais importante do continente.

Não em 2013… Neste ano, o prêmio será apenas em cash, R$ 1 milhão.

Nos bastidores, a vaga internacional ficaria mesmo para 2014. No entanto, há um indício fortíssimo de que essa expectativa do futebol da região já esteja consumada.

No plano comercial da Rede Globo na busca por patrocinadores para a transmissão da Copa do Nordeste, o documento é enfático sobre o futuro do regional (veja aqui).

“O prêmio do vencedor para 2013 será em torno de R$ 1 milhão, enquanto em 2014, além do valor, o vencedor terá vaga na Copa Sul-Americana de mesmo ano.” 

Sem especulação, o texto é categórico. Próxima à CBF, a Globo detém os direitos de transmissão do Nordestão pelos próximos cinco anos, num contrato de R$ 200 milhões.

Resta saber, portanto, se esta provável classificação à Sul-americana se tornará a 8ª vaga brasileira ou se a Conmebol dará à CBF o direito de inscrever um 9º clube.

Martelotte, a história há 20 anos e o novo capítulo tricolor

Final do Pernambucano de 1993: Santa Cruz 2x1 Náutico. Foto: Viver Editora

Segundos finais da prorrogação no Arruda, já lotado novamente, com o povão retornando das ruas após o gol de Célio no fim do tempo regulamentar da decisão.

Com um jogador a menos, o artilheiro Washington havia sido expulso, o Santa Cruz tentava segurar a pressão do Náutico. Em uma virada emocionante no tempo normal, em um clássico com 71 mil torcedores, o Tricolor tinha o empate a seu favor.

Em mais uma bola levantada na área, o atacante alvirrubro Mário Carlos dominou meio sem jeito e bateu fraco, à direita do goleiro tricolor.

Sem pressa alguma, Marcelo pegou a pelota e se preparou para bater o tiro de meta.

Foi quando o árbitro Wilson Souza pediu a bola ao goleiro, encerrando o 2 x 1. O Santa era campeão pernambucano de 1993 numa conquista inesquecível.

O goleiro ficou marcado, como outros jogadores daquele time e suas reviravoltas.

Ele esticou a carreira até 2002, incluindo ainda outra atuação no Arruda, em 1999. Foi quando pendurou as luvas e emendou de cara a carreira à beira do gramado.

Sem pressa, sem atropelar estágios, mas já assumindo a nova identidade futebolística, “Marcelo Martelotte”. A rápida passagem como técnico do Taubaté foi suplantada por trabalhos nas categorias de base do Palmeiras e a função de auxiliar em outros times.

No Santos, ganhou visibilidade. Nunca foi efetivado no cargo, mas dirigiu o time em 28 partidas entre 2010 e 2011, em duas épocas distintas.

Ao todo, 2.520 minutos à frente de um dos principais times brasileiros.

No próximo ano, a transição definitiva deste carioca de 43 anos. Irá assumir o Santa Cruz vinte anos após a sua primeira passagem, vitoriosa (veja aqui).

Como técnico, missões difíceis, mas totalmente na mira da agremiação.

Começará no Nordestão, uma conquista ainda inédita para os corais. Depois, no Pernambucano, tentará o tricampeonato estadual, o que não acontece desde 1971.

A segunda etapa, contudo, será a principal. Sucessor de Zé Teodoro, Martelotte chega sabendo que acima de tudo isso está o acesso à Série B, vital.

É um técnico que conhece o clube das multidões de longas datas, que já cumpriu a sua carga de testes como auxiliar e visa entrar de vez no mercado, experiência à parte.

Vontade não faltará ao novo treinador, ávido por uma nova história no Mundão.

Técnico Marcelo Martelotte, confirmado no Santa em 2013. Foto: Site oficial do Santa Cruz/divulgação

As datas do retorno da Copa do Nordeste

Copa do Nordeste

Divulgada a tabela oficial da Copa do Nordeste 2013, com 16 clubes.

O torneio, chancelado pela CBF, irá de 20 de janeiro a 17 de março (veja aqui).

A volta da competição, com patrocinadores e transmissão em TV aberta, pode ser um marco para o futebol da região, como foi em 2001 e 2002.

O único ponto adiado neste retorno foi a possível vaga à Copa Sul-americana para o campeão. De Pernambuco, estão na disputa Santa Cruz, Sport e Salgueiro.

Esta será a 10ª edição do regional e o futebol local busca o segundo título.

Um nordestino tricampeão brasileiro B, C e D

Série C 2012: Sampaio Corrêa 2x0 Crac-GO. Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press

Campeão brasileiro da Série B em 1972.

Campeão brasileiro da Série C em 1997.

Campeão brasileiro da Série D em 2012.

Pela primeira vez um clube conquista o título nacional em três divisões diferentes.

Foram campanhas em épocas bem distintas, mas sempre festejadas em casa, com a arquibancada abarrotada, a especialidade em São Luís.

Ainda que obviamente sejam conquistas de menor porte, nenhum outro clube da região tem três títulos brasileiros. Mérito do Sampaio Corrêa.

A volta olímpica após a vitória por 2 x 0 sobre o Crac de Goiás, na noite deste domingo, foi o presente para uma torcida que marcou presença em peso. Uma conquista invicta.

A vitoriosa campanha do Tubarão é dividida, literalmente, nas apresentações no acanhado estádio Nhozinho Santos, na primeira fase, e no enorme Castelão, a partir das oitavas de final. A presença do público ressalta a diferença.

O maior estádio do Maranhão estava fechado desde março de 2004 devido a problemas estruturais. A reforma durou um ano. A reabertuta marcou os 400 anos de São Luís.

Modernizado e com a capacidade reduzida por motivos de segurança de 75 mil para 40 mil torcedores, o Castelão voltou a acolher a Bolívia Querida.

Nos quatro jogos no Nhozinho Santos foram 18.041 torcedores, com média de 4.510. Nos quatro no Castelão, uma multidão de 138.416 pessoas, com índice de 34.604.

Ao todo, o borderô contabilizou 156.457 torcedores em oito jogos, com média de 19.557. Orgulho do Nordeste, o revitalizado Sampaio Corrêa segue distante da região.

Até porque clubes do Piauí e do Maranhão não podem disputar o Nordestão.

Essa conquista do Sampaio Corrêa escancara a necessidade de revisar de forma urgente na CBF a “geografia futebolística” do Nordeste…

Série D 2012: Sampaio Corrêa 2x0 Crac-GO. Foto: Sampaio Corrêa/divulgação

Vaga no Nordestão elimina descenso no Estadual seguinte

Pernambuco e Nordeste

Com um campeonato estadual repleto de fases, reativando o modelo deficitário visto até a década de 1990, o modelo local apresentou uma outra velha novidade.

A impossibilidade de rebaixamento para certas equipes, em um privilégio polêmico.

No caso, aquelas que disputem a Copa do Nordeste do mesmo ano.

Explicação: o regional aconteceria simultaneamente à primeira fase pernambucana, na qual serão definidos os quatros clubes que lutarão contra o descenso.

Como os três participantes do regional só começar a participação no Pernambucano na segunda fase, com apenas oito equipes, o rebaixamento seria impossível.

Pelo menos esta foi a proposta apresentada pela FPF para a fórmula da competição a ser implantada nas próximas temporadas.

Isso não quer dizer, necessariamente, uma proteção aos grandes clubes. Tanto que em 2013 o Náutico não estará no Nordestão, mas sim o Salgueiro.

Você acha a medida justa? Ele fere de alguma forma  Estatuto de Torcedor? Opine.

Você concorda que os três primeiros colocados do Pernambucano, classificados ao Nordestão, não possam ser rebaixados no Estadual seguinte?

  • Sport - Sim (23%, 209 Votes)
  • Santa Cruz - Sim (22%, 198 Votes)
  • Sport - Não (20%, 187 Votes)
  • Náutico - Não (16%, 148 Votes)
  • Santa Cruz - Não (11%, 102 Votes)
  • Náutico - Sim (8%, 73 Votes)

Total Voters: 917

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