Projeção de cotas da Série A via Premier League, com base, colocação e audiência

Projeção das cotas do Brasileirão 2014 segundo o modelo inglês de divisão. Crédito: Christiano Candian (twitter.com/candian)

O sistema de divisão de cotas de televisivas do futebol inglês, em vigor desde 1992, é apontado como o mais justo da atualidade. A tal ponto que na Espanha, o contraponto máximo ao modelo, o governo encaminhou um projeto de lei para tornar mais igualitária a distribuição de receitas da tevê, após dois anos de negociação com Real Madrid e Barcelona, ícones mundiais da disparidade.

Ou seja, nem na terra da “Espanholização” a situação é ignorada. No Brasil, ainda é. Em 2015, estamos no último ano do contrato iniciado em 2012, com as chamadas supercotas da Série A, de R$ 18 milhões/ano, para times que não integravam o Clube dos 13 a R$ 110 milhões no topo da pirâmide, com Flamengo e Corinthians, cuja distância aumentará no contrato de 2016 a 2019.

Pois bem. Um torcedor do Cruzeiro, Christiano Candian, projetou a divisão do Brasileirão 2015 caso o formato fosse o da Premier League. Ele dividiu o bolo de R$ 916 milhões da seguinte forma: 50% igualmente entre os vinte clubes, 25% pela classificação de 2014 e 25% pela representatividade de audiência de cada um. Assim, o hiato ficou de R$ 28 milhões (Criciúma) a R$ 68 milhões (Timão).

Em relação à intervenção do governo brasileiro neste processo – possível, pois a emissora de televisão, mesmo privada, opera numa concessão pública -, dois projetos de lei já foram criados, ambos por deputados federais pernambucanos.

Em 2011, o Projeto de Lei 2019/2011 de Mendonça Filho.

50% de forma igualitária entre os 20 participantes
50% numa composição entre classificação e audiência (sem especificação)

Em 2014, o Projeto de Lei 7681/2014, do Raul Henry.

50% da receita serão divididos igualmente entre os 20 participantes
25% da receita serão divididos conforme a classificação na última temporada
25% da receita serão divididos proporcionalmente ao nº de jogos transmitidos

Ambos engavetados na Câmara.

De toda forma, a projeção mostra como ficaria um Brasileirão mais equilibrado.

O dia do jornalismo, nem sempre com acertos no mundo esportivo

Jornal de Madri (Marca) crava os novos "reforços" do Real Madrid. Crédito: reprodução/twitter

Hoje é o Dia do Jornalista.

No jornalismo esportivo, um dos momentos mais agitados na temporada é o de especulações e anúncios de novos reforços nos principais times.

Na mesma intensidade da ansiedade da torcida, aumenta a audiência nos sites e na circulação dos jornais. Um reflexo direto.

Nem sempre, obviamente, é possível acertar. Uma negociação desfeita faltando poucos detalhes, uma fonte não tão bem informada ou mesmo uma “perua”, como se diz aqui no Recife em relação às notícias sem fundamento algum.

E este contexto está muito além da cobertura de Náutico, Santa Cruz e Sport.

Vamos citar então os maiores clubes do mundo, Barça e Real.

A imprensa nas duas cidades é fortíssima, mas como qualquer periódico, incluindo aí, claro, o Diario de Pernambuco, tem os seus erros históricos.

Em Madri, o Marca, principal jornal esportivo da Espanha, já cravou Suárez, Neymar e até Ronaldinho Gaúcho com a camisa camisa merengue. Em negociações milionárias, todos acabaram no Camp Nou.

Em Barcelona, os principais concorrentes, Mundo Deportivo e Sport, bancaram os nomes de Benzema, Bale, Ozil e Kaká com o uniforme blaugrana. Todos acabaram assinando com o clube da capital.

O Sport chegou a informar a contratação de Cristiano Ronaldo pelo Barcelona.

Para esses erros, felizmente há uma infinidade de acertos, em primeira mão, inclusive. Assim é o jornalismo, apurando o máximo possível de informações. Na produção final, porém, nem sem sempre se acerta.

Jornais de Barcelona (Mundo Deportivo e Sport) cravando os novos "reforços" do Barcelona. Crédito: reprodução/twitter

Exposições das maiores taças do futebol

Museu da CBF, no Rio de Janeiro. Foto: CBF/site oficial

Os museus da CBF, no Rio de Janeiro, e do Real Madrid, na capital espanhola, contam com duas salas especiais contendo os maiores triunfos do futebol, entre seleções e clubes. Galerias ainda imbatíveis.

No Museu Seleção Brasileira, o visitante encontra as taças douradas recebidas pelos cinco títulos da Copa do Mundo, com três réplicas da Jules Rimet (1958, 1962 e 1970) e duas da Taça Fifa (1994 e 2002).

No Tour Bernabeu, dentro do estádio merengue, o Santiago Bernabéu, o espaço foi reforçado com mais uma orelhuda prateada, La Décima, pelo deca europeu. Seis delas no modelo antigo do troféu da Liga dos Campeões da Uefa (1956, 1957, 1958, 1959, 1960 e 1966) e quatro no formato atual, conhecidíssimo pelas torcida mundo afora (1998, 2000, 2002 e 2014).

É o ápice do futebol… aproveitando as maiores galerias do planeta, conheça os detalhes das salas de troféus dos grandes clubes pernambucanos aqui.

Museu do Real Madrid, em Madri. Foto: Real Madrid/site oficial

As quartas de final da Champions League 2014/2015

Quartas de final da Champions League 2014/2015. Crédito: Uefa

A Uefa sorteou na Suíça os confrontos das quartas de final da temporada 2014/2015 da Liga dos Campeões. A principal surpresa após a abertura das bolinhas foi a reedição da última final, com o clássico de Madri entre Real e Atlético. Outros bons duelos estão reservados nesta reta final rumo à final no estádio Olímpico, em Berlim, em 6 de junho.

PSG x Barcelona (15/04, Parque dos Príncipes; 21/04, Camp Nou)
Por mais badalado que seja, o Barça de Messi e Neymar tem um retrospecto equilibrado contra o Paris Saint-Germain nos últimos anos. Nesta mesma edição, se enfrentaram na fase de grupos, com uma vitória para cada lado. Nas quartas de final de 2012/2013, um agregado de 3 x 3, com o time catalão passando no gol fora. Ibra vai ter trabalho.

Atlético de Madri x Real Madrid (14/04, Vicente Calderón; 22/04, Bernabéu)
Após o decacampeonato da Champions, quando se recuperou com um gol aos 48 do segundo tempo, os merengues vêm colecionando insucessos contra o time dirigido por Simeone. Foram seis partidas, entre Supercopa da Espanha, liga nacional e Copa do Rei. Nenhuma vitória do Real. Contudo, o maior clube da capital espanhola segue como o mais técnico. Boa disputa.

Porto x Bayern de Munique (15/04, Estádio do Dragão; 21/04, Allianz Arena)
Os dois times decidiram o título em 1987, quando os portugueses ganharam em Viena, por 2 x 1, conquistando o primeiro de seus dois títulos. Agora, num cenário bem distinto, com uma verdadeira seleção internacional em campo, o Bayern de Guardiola é franco favorito. De todo modo, há a curiosidade de o Porto ser o único invicto nesta edição da Champions. Terá um rival de peso.

Juventus x Monaco (14/04, Turim; 22/04, Principado de Mônaco)
Senhora absoluta na Itália nos últimos anos, a Juve tenta refazer a sua imagem no cenário continental, onde não fatura o maior título desde 1996, com uma série de vices desde então. No sorteio, o time de Tévez teve a melhor opção possível. O Monaco, que apesar da vantagem no primeiro jogo quase cedeu a vaga ao Arsenal, é na visão dos críticos o maior fraco dos remanescentes.

Pitaco dos classificados: Barcelona, Real, Bayern e Juventus (sem zebras?)

Os semifinalistas serão submetidos a um novo sorteio, em 24 de abril.

Sorteio das quartas de final da Champions League 2014/2015. Foto: Site oficial da Uefa

Os clubes mais ricos do mundo, numa evolução de 2004 a 2014

Os 20 clubes mais ricos do mundo em 2013/2014. Fonte: Deloitte

A Deloitte divulgou o seu balanço anual com os clubes mais ricos do mundo. O Real Madrid apareceu mais uma vez no topo do estudo, que considera a soma de bilheteria nas partidas, direitos de tevê e comércio.

Cruzado os dados da última década, o líder do ranking passou de 259 milhões de euros, com o Manchester United em 2003/2004, para 550 milhões, com os merengues em 2013/2014, num incrível crescimento de 112%.

E isso é uma tendência, com os ricos cada vez mais ricos. Para se ter uma ideia, a evolução do 20º colocado, no mesmo período, foi de 71%, passando de 84 para 144 milhões. Um número respeitável, mas já distante do topo.

No montante avaliado não entrou a receita oriunda da transferência de jogadores e impostos. Já a opção “comércio” contempla patrocínios, merchandising e outras pequenas receitas. Por sinal, aí está um interessante em relação aos primeiros colocados – Real, United, Bayern, Barça e PSG -, com  aumento do faturamento com produtos licenciados e patrocinadores. A cifra média já supera a venda de direitos de transmissão na televisão – algo que no Brasil é, disparada, a maior receita.

O relatório Football Money League 2015 enumera todos os balanços oficiais europeus da última temporada. Confira a íntegra, em inglês, clicando aqui.

A evolução das receitas dos clubes mais ricos do mundo em 2013/2014. Fonte: Deloitte

1º) Real Madrid (Espanha)
Renda dos jogos: 21% (113,8)
Comércio/marketing: 42% (231,5)
Direitos de transmissão: 37% (204,2)

2º) Manchester United (Inglaterra)
Renda dos jogos: 25% (129,3)
Comércio/marketing: 44% (226,4)
Direitos de transmissão: 31% (162,3)

3º) Bayern de Munique (Alemanha)
Renda dos jogos: 18% (88,0)
Comércio/marketing: 60% (291,8)
Direitos de transmissão: 22% (107,7)

4º) Barcelona (Espanha)
Renda dos jogos: 24% (116,8)
Comércio/marketing: 38% (185,7)
Direitos de transmissão: 38% (182,1)

5º) Paris Saint-Germain (França)
Renda dos jogos: 13% (63,1)
Comércio/marketing: 69% (327,7)
Direitos de transmissão: 18% (83,4)

A evolução das receitas dos clubes mais ricos do mundo em 2013/2014. Fonte: Deloitte

O dia em que Bala e Rosembrick tiraram Messi e Cristiano Ronaldo do jornal

Pernambucano 2015, América 1x0 Ypiranga. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

* Por João de Andrade Neto

Um abismo. Na verdade um buraco sem fundo separa as realidades de duas duplas familiares ao torcedor pernambucano. A primeira delas, bem conhecida de qualquer pessoa do planeta minimamente ligada em futebol. Trata-se dos astros Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, que nos últimos sete anos vêm se revezando com o título de melhor jogador do mundo. A outra é de uma abrangência mais local. Carlinhos Bala e Rosembrick, que juntos conquistaram títulos no Santa e no Sport, colecionaram polêmicas e hoje vivem os últimos minutos da carreira sem qualquer glamour defendendo América e Ypiranga. Mas pelo menos uma vez na vida, Bala e Rosembrick podem bater no peito e dizer que deixaram para trás Cristiano Ronaldo e Messi. Por mais surreal que a frase possa soar. A lógica foi invertida nas páginas da edição deste domingo do Diario.

Tudo graças ao enfoque jornalístico, onde, neste caso, o interesse local supera o global. Afinal, a rodada do Pernambucano marcava para os Aflitos o confronto América x Ypiranga. Entre Bala e Rosembrick. Na estreia de ambos por seus clubes. Uma boa pauta, sem dúvida. Ainda mais envolvendo personagens tão polêmicos. Coube a mim  produzir o material do jogo, com entrevista com os jogadores, linha do tempo das carreiras e outras curiosidades.

Edições do Superesportes em 18 de janeiro de 2015. A versão final (Bala e Rosembrick) e o esboço (Cristiano Ronaldo e Messi)

Restava uma coisa. A regularização do novo reforço do América no BID. Ao mesmo tempo, produzi outra matéria sobre a rivalidade de Cristiano Ronaldo e Messi, tendo como gancho o primeiro fim de semana após a entrega da Bola de Ouro da Fifa. Afinal, mal havia recebido o seu terceiro prêmio, o português em seu discurso já mirava a igualdade com os quatro prêmios do argentino. Na sexta-feira, a expectativa era por conta da regularização de Bala. Sem ela, não haveria matéria do confronto com o amigo Rosembrick.

A pauta local (e a página) seria derrubada. E com o passar das horas, e a necessidade do fechamento da edição, a indefinição gerou um dilema. Na hipótese da matéria não ser publicada, o que colocar em seu lugar. A solução veio de bate-pronto. A reportagem sobre Cristiano e Messi, escrita no mesmo tamanho e com condições de ocupar o mesmo espaço editorial, seria deslocada. Perto das 21h, sem a CBF se pronunciar, veio a decisão. A matéria a ocupar a página C2 seria a referente aos craques de Real Madrid e Barcelona. Porém, poucos minutos depois, enfim o nome José Carlos da Silva aparecia no site da CBF, com o aval para que ele fizesse sua estreia. Nova mudança na diagramação do Diario. Dessa vez, a “placa” avisa: saem CR7 e Messi e entram Carlinhos Bala e Rosembrick. Para minha alegria. Afinal, se fosse para escolher, jornalisticamente a vez seria deles. Dificilmente haverá outra.

Obs. No domingo, Messi marcou 3 gols, Cristiano Ronaldo fez 2, Bala fez 1 e Rosembrick passou em branco. O Mequinha venceu por 1 a 0.

* João de Andrade é repórter do Diario de Pernambuco

Messi e Cristiano Ronaldo

O filho de CR7, fã de Messi

Cristiano Ronaldo e o filho com a Bola de Ouro de 2014. Foto: Fifa/site oficial

Nos bastidores da entrega da Bola de Ouro de 2014, na Suíça, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, rivais no Real Madrid e Barcelona, demonstraram um clima de cordialidade bem distante daquele imposto pelos duelos em campo.

Ainda mais curioso foi o registro do filho de CR7, Cristiano Ronaldo Júnior, de apenas cinco anos, sendo apresentado a Messi nos bastidores da festa de gala, num vídeo captado pela equipe de tevê do Real.

O próprio pai ‘entregou’ o filho ao argentino durante a cena.

“Ele viu um vídeo de nós dois na internet e me perguntou sobre você.”

A criança, claro, ficou acanhada… mas conheceu o outro ídolo, rival do pai.

Clubes pernambucanos no ranking mundial de clubes da IFFHS

IFFHS

A Federação de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), um órgão alemão reconhecido pela Fifa, divulgou o seu ranking anual de clubes, com os jogos oficiais de 1º de janeiro a 31 de dezembro. A lista é atualizada mensalmente, com um balanço geral no início do ano seguinte. Em 2014, o Real Madrid, sem surpresa alguma, foi o líder. Mais do que isso. A pontuação do clube merengue, 381, foi a maior de uma temporada desde a criação da lista, em 1991.

À parte dos primeiros colocados, vale destacar também a presença pernambucana no ranking. Rara, é verdade, mas devidamente registrada. Para fazer parte do levantamento, é necessário disputar a primeira divisão nacional – e cada país tem um peso distinto. Considerando isso, o blog listou apenas os rankings a partir de 2006, na pioneira participação pernambucana na elite do Brasileirão na era dos pontos corridos.

O Santa Cruz, o primeiro representante local neste contexto, acabou não figurando na lista da IFFHS. Contudo, há uma explicação. Em alguns anos a entidade divulgou 200 clubes, enquanto em outros os dados foram de 350 e até 500 times. Em 2006 o número foi restrito.

Outro ponto interessante é que a pontuação referente aos  torneios internacionais é bastante elevada. Não por acaso, a melhor colocação do Sport, e do estado, foi o 89º lugar em 2009, quando participou da Libertadores. Nem a lanterna na Série A evitou a boa colocação no ranking mundial. Em abril daquele ano o Leão chegou a aparecer na 29ª colocação.

2006
1º) Sevilla (295 pontos)
2º) Internazionale (286)
3º) Roma (277)

Nenhum pernambucano listado*

2007
1º) Sevilla (306)
2º) Manchester United (281)
3º) Milan (280)

214º) Náutico (78)
273º) Sport (70)

2008
1º) Manchester United (292)
2º) Bayern de Munique (272)
3º) Liverpool (267)

97º) Sport (118)
343º) Náutico (62)

2009
1º) Barcelona (341)
2º) Chelsea (292)
3º) Manchester United (291)

89º) Sport (125)

2010
1º) Internazionale (300)
2º) Bayern de Munique (268)
3º) Barcelona (266)

Sem time pernambucano na elite

2011
1º) Barcelona (367)
2º) Real Madrid (312)
3º) Vélez Sarsfield (271)

Sem time pernambucano na elite

2012
1º) Barcelona (307)
2º) Chelsea (279)
3º) Boca Juniors e Atlético de Madri (278)

321º) Náutico (72)
413º) Sport (62)

2013
1º) Bayern de Munique (370)
2º) Real Madrid (290)
3º) Chelsea (273)

Nenhum pernambucano listado*

2014
1º) Real Madrid (381)
2º) Bayern de Munique (276)
3º) Atlético de Madrid (267)

247º) Sport (80)

* No estudo da IFFHS, nem sempre a lista divulgada no site é completa.

Um torneio internacional para abrir a temporada, da Europa para Pernambuco

Troféus Joan Gamper (Barcelona) e Santiago Bernabéu (Real Madrid)

A abertura da temporada de futebol na Europa é marcada pela realização de inúmeros torneios amistosos. Como exemplo, os dois maiores times da atualidade, Barcelona e Real Madrid. Há décadas os rivais organizam copas regulares em seus estádios. Desde 1966 o Barça disputa o Troféu Joan Gamper, enquanto o clube merengue é o anfitrião do Troféu Santiago Bernabéu, instituído em 1979. Ambas em homenagens a ex-presidentes, as taças são disputadas em agosto, antes da abertura da liga espanhola. Outra particularidade é o fato de que as duas copas iniciaram com quatro participantes (semifinal e final), mas acabaram reduzidas para apenas duas equipes pela falta de datas. Ainda assim, estão sempre presentes no calendário.

Maiores campeões:
Joan Gamper: Barcelona (37) e Colônia (2)
Santiago Bernabéu: Real Madrid (24), Bayern de Munique (3) e Milan (2)

No Brasil, essa cultura nunca teve muito espaço. Primeiramente pela falta de calendário mesmo, mas também pela falta de times europeus interessados em vir até o Brasil. É rara a presença. Nem mesmo os sul-americanos costumam viajar para cá. Assim, até hoje foram realizados apenas torneios intermitentes. Contudo, com o novo calendário da CBF, a partir de 2015, incluindo uma pré-temporada completa em janeiro, haverá tempo para isso.

O Sport pretende abrir o ano disputando um amistoso internacional. A ideia pode ir além, instituindo um troféu em homenagem a algum ex-dirigente ou ex-jogador. Caso se concretize, o troféu seria apenas o quarto desde 1980.

Alguma sugestão para os nomes de torneios amistoso que poderiam ser organizados por Náutico, Santa ou Sport? Quais seriam os melhores formatos?

Jogos do triangular válido pelo Torneio Leopoldo Casado, de 1980, com Sport, Náutico e Seleção da Romênia. Fotos: Arquivo/DP

Torneio Internacional Leopoldo Casado – 1980

Um torneio internacional já abriu o ano em Pernambuco. Com a passagem da seleção romena no país, os pernambucanos convidaram a delegação para um triangular, com Sport e Náutico. O torneio marcaria a reabertura da Ilha do Retiro, após dez meses de obras na estrutura. Num regulamento bem incomum, sem saldo de gols, todos os times ganharam um jogo e perderam outro. Porém, o título – em homenagem a um dirigente rubro-negro – ficou em disputa no tradicional Clássico dos Clássicos. O Timbu tinha a vantagem do empate. Derrotado na estreia, o Leão precisava vencer no tempo normal e nos pênaltis. Dito e feito, com o triunfo duplo diante de 15.560 pagantes.

Triangular
08/02 -Sport 0 x 2 Seleção da Romênia
10/02 – Náutico 1 x 0 Seleção da Romênia
13/02 – Sport 2 (3) x (0) 1 Náutico

Torneio Internacional da Amizade de 1995, com jogos entre Náutico, Santa Cruz, Sport e Porto. Fotos: Edvaldro Rodrigues e Carlos Teixeira/DP/D.A Press

Torneio Internacional da Amizade – 1995

Campeão português na temporada 1994/1995, o Porto foi convidado para um rápido torneio, aproveitando o intervalo do meio do ano no Velho do Mundo. O time já havia disputado uma partida no Recife em 1975, quando venceu o Sport por 2 x 1. E acabou repetindo o placar na partida principal da rodada de abertura na Ilha, que na preliminar teve a vitória do Santa sobre o Náutico nos pênaltis. Dois dias depois, com 4.410 torcedores no Arruda, portugueses e tricolores disputaram o título. Liposei abriu o placar para os visitantes aos 31 do segundo tempo. Os corais chegaram ao empate aos 46 minutos, com Celinho. Nos pênaltis, porém, falharam bastante, com a taça voltando na bagagem do Porto.

Semifinais (Ilha do Retiro)
08/08 – Santa Cruz 0 (4) x (3) 0 Náutico
08/08 – Sport 1 x 2 Porto-POR

Disputa do 3º lugar (Arruda)
10/08 – Sport 1 x 0 Náutico

Final (Arruda)
10/08 – Santa Cruz 1 (2) x (4) 1 Porto-POR

Copa Renner de 1997, Sport 3x3 Bahia e Nacional-URU 5x2 Cerro Porteño-PAR. Fotos: Léo Caldas/DP/D.A Pres

Copa Renner/Torneio Internacional de Verão – 1997

A indústria de tintas Renner realizou em 1996 um torneio amistoso em Cidreira, no Rio Grande do Sul, reunindo quatro de seus clubes patrocinados: Grêmio, Sport, Cerro Porteño de Assunção e Nacional de Montevidéu. A ideia deu tão certo que em 1997 foi a vez do Recife receber o mata-mata. Em vez do Grêmio – o primeiro campeão -, o Bahia. Em dois dias seguidos quatro jogos foram disputados na Ilha. Na abertura, paraguaios e uruguaios foram despachados pelos nordestinos, que foram à decisão. Num empate de seis gols, com 6.892 espectadores presentes, o Baêa ficou com a tala nos pênaltis. Apenas uma cobrança foi desperdiçada, a do meia rubro-negro Wallace.

Semifinais
25/01 – Sport 2 x 0 Cerro Porteño-PAR
25/01 – Bahia 4 x 1 Nacional-URU

Disputa de 3º lugar
26/01 – Nacional-URU 5 x 2 Cerro Porteño-PAR

Final
26/01 – Sport 3 (4) x (5) 3 Bahia

Copa Intercontinental e a dúvida de ser ou não ser um Mundial de Clubes

Campeões mundiais de clubes (Copa Intercontinental 1960-2004 e Mundial da Fifa 2000-2014). Crédito: Kevin Dominguez/Kaiser Magazine

Real Madrid, tetracampeão mundial: 1960, 1998, 2002 e 2014.

Real Madrid, uma vez campeão do mundo: 2014.

A cansativa discussão sobre o peso histórico da Copa Intercontinental, realizada de 1960 a 2004, retorna a cada disputa do torneio da Fifa. Tudo porque a copa descontinuada era disputa apenas pelos campeões da América e da Europa.

No Brasil a taça sempre foi conhecida como Mundial Interclubes. Sempre.

Enquanto isso, sempre foi dito que os europeus não davam tanta bola ao título…

É uma meia verdade.

O jornal Marca, o principal periódico esportivo de Madri, não titubeou ao cravar o time merengue como tetra, após o 2 x 0 sobre o San Lorenzo, no Marrocos.

O feito igualou o Real ao Milan, também detentor de quatro conquistas, sendo três Copas Intercontinentais e um Mundial da Fifa. Abaixo, a reprodução do site.

Considerando os títulos desde 1960, veja a lista numa resolução maior aqui.

Em seu site oficial, a Fifa aponta a Intercontinental como um título oficial, listando  o troféu na galeria dos “clubes clássicos” presentes no portal.

Apesar disso, a entidade ainda não equiparou os dois torneios.

Enquanto isso, os clubes – todos eles – vão somando os Mundiais.

Contudo, pesa um pouco contra essa ideia os vice-campeonatos de Mazembe (2010) e Raja Casablanca (2013), nos quais a África superou os brasileiros Inter e Galo. É suficiente para negar todo o passado?

Então, comente. Você considera os dois mundiais interclubes oficiais?

Marca, da Espanha: Real Madrid tetracampeão mundial