Recife entre as praças com mais partidas do Flamengo na televisão aberta

Jogos do Flamengo na TV aberta em 2014. Crédito: Ibope/Repucom

Um levantamento do Ibope aponta que o Flamengo teve 46 partidas exibidas na televisão aberta em 2014, considerando Globo e Band. Isso atraiu a atenção, nem que por um minuto, de 134 milhões de telespectadores. Outro dado interessante é o número de jogos do Fla transmitidos nas 15 principais praças. Como alguns jogos no Maracanã, por força de contrato, não passaram para o Rio, a cidade com mais apresentações foi Manaus (38 x 37).

O quadro divulgado por José Colagrossi, o diretor-executivo do Ibope/Repucom, especializado em pesquisas de impacto e eficiência do patrocínio no esporte, segue com o Distrito Federal, fechando a elite do mercado rubro-negro. Na Série A de 2015, Brasília abrigou um público de 67 mil pessoas para Fla x Coxa, justificando a audiência. Em 4º lugar, o Recife. À frente de centros com mais torcida flamenguista (reconhecidamente), como Salvador, Fortaleza e Vitória.

Apesar da presença regular de Sport, Santa Cruz, Náutico nas Séries A e B, a influência midiática do Mengo (por opção de quem transmite, claro) toma parte da programação. Na capital do estado foram 28 jogos, ou 60% do conteúdo aberto do time carioca! Como Globo e Band contam, um mesmo jogo exibido pelas duas aparece duas vezes. Em Pernambuco, o maior índice de torcida já alcançado pelo Fla foi de 8%, segundo o Plural Pesquisa, em 2011, o que corresponderia a 703 mil pessoas na época. Contrasta bastante com a grade.

Podcast 45 (152º) – Náutico fora da Copa do Brasil, cotas de TV, Santa, Sport e Sula

Esta edição do 45 minutos foi gravada na madrugada logo após o confronto entre Náutico e Flamengo, pela Copa do Brasil. Antes de debater sobre o resultado, com a classificação carioca, debatemos a faixa levada pela torcida timbu, protestando contra o atual sistema de divisão de cotas de transmissão (opinião, dados, futuro). Sobre o jogo, o reflexo da eliminação no decorrer da Série B. Na sequência, a pauta foi o Santa Cruz, bem desfalcado para o seu próximo compromisso na segundona. Finalizando, o Sport. Com a projeção de confrontos na Copa Sul-Americana – caso o Leão caia na Copa do Brasil, na próxima quarta – e o jogo contra o São Paulo, já com a pressão por uma vitória na Série A.

Confira o infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Neste podcast de 1h25m, estou ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Contra o Fla, a torcida do Náutico abre faixa de protesto contra a espanholização

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Náutico x Flamengo. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

O confronto entre Náutico e Flamengo, pela Copa do Brasil de 2015, expôs uma diferença gigantesca em termos de finanças. Sendo didático, eis o comparativo entre as receitas operacionais divulgadas em 2014.

Timbu: R$ 15,9 milhões
Mengo: R$ 334,3 milhões

O rubro-negro carioca tem uma torcida nacional, apontada como a maior do país, e uma marca rentável no mercado, inclusive no exterior. Há, sim, uma clara diferença em relação ao Alvirrubro. A projeção de torcidas, de acordo com a mais recente pesquisa do Ibope, de 2014, seria de 488 mil x 32 milhões. Pesa.

Entretanto, no faturamento há uma considerável parte reservada à cota de transmissão. Ao Fla, anualmente, a cota mais alta da Série A, ao lado do Corinthians, de R$ 110 milhões. Corresponde a 32% de sua receita. O Timbu, na Série B, precisa se contentar com R$ 3 milhões da televisão. Para o time pernambucano, isso representa 18%. Talvez esteja aí a base do protesto da torcida timbu no jogo na Arena Pernambuco, exibido para quase todo o país.

No anel inferior, torcedores levaram faixas com as seguintes mensagens: “Cotas de TV: R$ 150 milhões x R$ 3 milhões”, com o primeiro valor ‘majorado’, e “Onde está o Bom Senso?”, numa referência ao movimento criado pelos atletas para moralizar o futebol, criando boas condições de trabalho.

No blog, vale algumas observações:

1) Muitas pessoas atribuem como um processo de “espanholização” do futebol brasileiro a verba recebida pelo Flamengo através da tevê. Num contrato privado, entre duas partes (emissora e clube), o valor acordado pode ser, sim, diferenciado (para mais). O que se discute é um processo mais equânime em relação aos outros clubes de tradição no cenário peculiar que é o do nosso país, com pelo menos 18 times com mais de 1 milhão de torcedores. O modelo de distribuição da Premier League é o maior exemplo.

2) Enxergando mais especificamente o cenário de 2015, é possível mirar no rival do Fla, o Botafogo. Na Série B, o alvinegro recebeu R$ 45 milhões, com os 19 concorrentes, juntos, ganhando R$ 57 mi. É difícil concorrer de fato.

3) Sobre o Bom Senso F.C., o movimento é um viés positivo no futebol, criado em 2013. Contudo, a sua relação com o Náutico (e sua torcida, claro) ficou marcada pela greve durante o Brasileirão daquele ano, com Martinez à frente do processo. Os salários estavam atrasados, de fato, mas até hoje aquele foi o único caso articulado pelo grupo. Seria interessante a mesma pressão (necessária, diga-se) nos maiores clubes.

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Náutico x Flamengo. Imagem: Rede Globo/reprodução

Nordestão com 7,8 mil pessoas no estádio e mais 1,65 milhão de torcedores na TV

Nordestão 2015, final no Castelão: Ceará 2x1 Bahia. Crédito: Esporte Interativo/youtube/reproduçã

Paralelamente à média de 7.818 pagantes, a maior entre os torneios do país no primeiro semestre, a audiência televisiva da Copa do Nordeste de 2015 registrou um leve aumento sobre a edição anterior, apesar da restrição de sinal no país.

Considerando os dados projetados a partir do Ibope Parabólicas, cresceram as médias de audiência (3,1%) e de pessoas sintonizadas na televisão (2,4%), via Esporte Interativo, detentor dos direitos na tevê paga, aberta (parabólicas) e plataformas digitais (modelo não computado na audiência). O aumento também foi absoluto, pois neste ano foram 74 partidas, contra 62 do ano passado.

Na tabela geral, cada jogo teve um alcance na televisão de 1.650.000 pessoas. Nas duas finais, entre Ceará e Bahia, com 100 mil torcedores presentes no Castelão e na Fonte Nova, o número na telinha subiu para 5,4 milhões. Isso corresponde ao telespectador que em algum momento dos 180 minutos das partidas sintonizou no canal. Levando em conta o total de pessoas ligadas simultaneamente, a decisão regional chegou a reunir 934 mil telespectadores.

2015
Audiência média: 1,65 milhão
Pessoas sintonizadas por minuto: 323.576

2014
Audiência média: 1,60 milhão
Pessoas sintonizadas por minuto: 315.987

Em todo o Brasil, mais de 20 milhões de pessoas viram o Nordestão através do EI, fora celulares e tablets. Em 2014 o alcance geral chegou a 19,4 milhões.

Além deste quadro, a Lampions League também foi transmitida em sinal aberto tradicional nas afiliadas da Globo. A título de comparação, com a Globo Nordeste, o Campeonato Pernambucan tem um audiência média de 696 mil telespectadores de acordo com o Ibope Media Workstation.

Portanto, sobre a transmissão da Copa do Nordeste vale destacar que a exibição fechada alcança apenas 20% dos assinantes do país – fora as parabólicas, naturalmente – e que não há sinal aberto para fora da região. Ou seja, ainda há bastante mercado pela frente…

Nordestão 2015, final no Castelão: Bahia 0x1 Ceará. Crédito: Esporte Interativo/youtube/reproduçã

Contrato de TV do Pernambucano vai de R$ 600 mil a R$ 3,8 milhões em 16 anos

TV

A primeira transmissão aberta de forma regular do Campeonato Pernambucano ocorreu em 1999, através da TV Pernambuco, uma emissora estatal. Sob o comando do locutor Luciano do Valle, o canal adquiriu os direitos junto à FPF por R$ 600 mil. Como se sabe, a audiência da competição, chegando a 50 pontos no Ibope, obrigou a Rede Globo a se mexer.

Os direitos dos quatro torneios seguintes foram comprados pela emissora por R$ 1,92 milhão. Em 2015 foi iniciado um novo contrato, ainda nas mãos do canal, com duração de quatro anos. Apesar das ressalvas dos dirigentes em relação à divulgação de valores, aos poucos as peças foram sendo encaixadas. Após a quantia destinada ao trio da capital, o presidente do Salgueiro, Clebel Cordeiro, revelou as cotas dos intermediários.

Somando o pagamento anual da luva de R$ 50 mil, cada time pequeno ganhará mais R$ 60 mil, totalizando R$ 110 mil por edição. Bem abaixo dos R$ 950 mil (cota + luvas) de Náutico, Santa e Sport. No geral,  um montante de R$ 3,84 milhões, num aumento de 540% em relação à pioneira negociação com a tevê.

Neste ano, 26 partidas passaram na televisão, sendo 14 em sinal aberto e 12 na tevê por assinatura. Os dois formatos integram o mesmo pacote.

1999 – TV Pernambuco: R$ 600 mil
Cotas
Grandes (3): R$ 100 mil
Pequenos (7): R$ 42 mil

2015 – Rede Globo: R$ 3,84 milhões
Cotas
Grandes (3): R$ 950 mil
Pequenos (9): R$ 110 mil

O contrato vigente com a tevê vai até 2018, com pequenos ajustes a cada ano.

Todas as seleções oficiais do Campeonato Pernambucano, de 2003 a 2015

Troféu Lance Final

Os onze melhores do campeonato. Alguns renomados, incontestáveis. Outros de brilho fugaz, surpreendentes. Mas todos eles eleitos de forma democrática. A seleção oficial do Campeonato Pernambucano foi oficializada pela FPF em 2003, através do Troféu Lance Final, organizado pela Rede Globo.

Nas 13 edições, até 2015, foram entregues 143 taças especiais para os mais votados em cada posição, considerando a clássica formação 4-4-2 (lista completa abaixo). Ao todo, onze clubes foram agraciados. Nesta conta, 107 jogadores levaram a estatueta, alguns mais de uma vez, como o goleiro Magrão e o zagueiro Durval, os recordistas, com 6. Cinco atletas conseguiram vencer em clubes diferentes e um, Moacir, ganhou em duas posições distintas.

Ranking de premiações: Sport 61, Santa Cruz 40, Náutico 22, Central 6, Salgueiro 4, Itacuruba 3, Ypiranga 2, Porto 2, América 1, AGA 1 e Vitória 1.

Se fosse possível escalar um time só com os maiores vencedores de cada posição, desempatando a favor do primeiro premiado, eis a formação: Magrão (6); Osmar (2), Durval (6), Batata (2) e Dutra (3); Hamilton (4), Daniel Paulista (2), Geraldo (2) e Marcelinho Paraíba (2); Carlinhos Bala (3) e Kuki (3).

À parte da seleção, há o grande prêmio anual, para o melhor jogador do torneio. Kuki e Carlinhos Bala são os únicos eleitos em duas oportunidades.

Craque do campeonato (13 prêmios) – Sport 5, Santa Cruz 5 e Náutico 3.

Em relação ao sistema de votação, nos primeiros anos a escolha era aberta ao público na primeira fase, com uma comissão de jornalistas selecionando os mais indicados numa segunda etapa. Atualmente, são contabilizados apenas os votos dos profissionais da imprensa esportiva do estado.

2015 – Craque: João Paulo, meia, 24 anos (Santa Cruz)
Emprestado pelo Inter, o meia chegou como mais um entre os 17 reforços do Santa para o campeonato. Começou como segundo volante e foi ganhando a confiança de Ricardinho. Assumiu a corrdenação de jogadas e marcou três gols (um deles marcante, com o rosto ensanguentado, na Ilha). Eficiente.

Luciano (Salgueiro), Marcos Tamandaré (Salgueiro), Durval (Sport), Alemão (Santa Cruz) e Tiago Costa  (Santa Cruz); Rithely (Sport), João Ananias (Náutico), João Paulo (Santa Cruz) e Diego Souza (Sport); Candinho (Central) e Betinho (Santa Cruz). Técnico: Sérgio China (Salgueiro)

2014 – Craque: Neto Baiano, atacante, 31 anos (Sport)
Com oito gols na competição, o atacante foi sem dúvida o personagem do campeonato, com frase polêmicas. Em campo, brigou por todas as bolas, com muita raça em campo. Marcou um dos gols das finais.

Magrão (Sport); Patric (Sport), Durval (Sport), Ferron (Sport) e Renê (Sport); Ewerton Páscoa (Sport), Elicarlos (Náutico), Pedro Carmona (Náutico) e Zé Mário (Náutico); Neto Baiano (Sport) e Léo Gamalho (Santa Cruz). Técnico: Eduardo Batista (Sport)

2013 – Craque: Dênis Marques, atacante, 32 anos (Santa Cruz)
Artilheiro na temporada anterior, com 15 gols, DM9 marcou apenas sete gols na segunda participação local. Porém, foi decisivo nas finais, sobretudo nos clássicos.

Tiago Cardoso (Santa Cruz); Éverton Sena (Santa Cruz), William Alves (Santa Cruz), Maurício (Sport) e Tiago Costa (Santa Cruz); Anderson Pedra (Santa Cruz), Rithely (Sport), Lucas Lima (Sport) e Raul (Santa Cruz); Rogério (Náutico) e Dênis Marques (Santa Cruz). Técnico: Marcelo Martelotte (Santa Cruz)

2012 – Craque: Marcelinho Paraíba, meia, 36 anos (Sport)
Mesmo com a idade avançada, o meia conduziu o Leão em todo o campeonato. Marcando belos gols no Estadual, 14 ao todo, se manteve como artilheiro até a decisão, quando foi ultrapassado pelo atacante tricolor Dênis Marques.

Magrão (Sport); Marcos Tamandaré (Salgueiro), Alemão (Salgueiro), Bruno Aguiar (Sport) e Renatinho (Santa Cruz); Hamilton (Sport), Memo (Santa Cruz), Souza (Náutico) e Marcelinho Paraíba (Sport); Dênis Marques (Santa Cruz) e Joelson (Porto). Técnico: Neco (Salgueiro).

2011 – Craque: Tiago Cardoso, goleiro, 26 anos (Santa Cruz)
A defesa coral sofreu 25 gols em 26 partidas na vitoriosa campanha. Menos de um gol por jogo. Boa parte disso por causa da agilidade do camisa 1, sobretudo nos clássicos.

Tiago Cardoso (Santa Cruz); Roma (América) Leandro Souza (Santa Cruz), Thiago Mathias (Santa Cruz) e Renatinho (Santa Cruz); Everton (Náutico), Hamilton (Sport), Weslley (Santa Cruz) e Marcelinho Paraíba (Sport); Gilberto (Santa Cruz) e Paulista (Porto). Técnico: Zé Teodoro (Santa Cruz)

2010 – Craque: Eduardo Ramos, meia, 24 anos (Sport)
Emprestado pelo Corinthians, Eduardo chegou como “segundo volante”. Criativo, logo se destacou um pouco mais à frente, como observou o técnico Givanildo Oliveira.

Magrão (Sport); Gilberto Matuto (Santa Cruz), Igor (Sport), Tobi (Sport) e Dutra (Sport); Derley (Náutico), Zé Antônio (Sport), Eduardo Ramos (Sport) e Élvis (Santa Cruz); Ciro (Sport) e Jadilson (Vitória). Técnico: Dado Cavalcanti (Santa Cruz)

2009 – Craque: Gilmar, atacante, 25 anos (Náutico)
Variou bastante na criação de jogadas e na função de atacante. Velocista, ainda marcou 14 gols. Não foi campeão pernambucano, mas acabou valorizado.

Magrão (Sport); Moacir (Sport), Thiago Matias (Santa Cruz), Durval (Sport) e Dutra (Sport); Hamilton (Sport), Daniel Paulista (Sport), Paulo Baier (Sport) e Aílton (Central); Marcelo Ramos (Santa Cruz) e Gilmar (Náutico). Técnico: Nelsinho Batista (Sport)

2008 – Craque: Romerito, meia, 33 anos (Sport)
Chegou no ano anterior e viveu bastante tempo com as críticas. Batalhador em campo, passou a ser um vetor ofensivo no torneio local. Fez 10 gols. Fora a Copa do Brasil.

Magrão (Sport); Luizinho Netto (Sport), Vágner (Náutico), Durval (Sport) e Dutra (Sport); Daniel Paulista (Sport), Moacir (Central), Romerito (Sport) e Geraldo (Náutico); Wellington (Náutico) e Edmundo (Ypiranga). Técnico: Nelsinho Batista (Sport)

2007 – Craque: Vítor Júnior, meia, 20 anos (Sport)
Chegou como uma aposta na Ilha. Rápido, o jogador logo se transformou no condutor do time. Rápida também foi a sua passagem, pois foi negociado por R$ 500 mil após o título.

Magrão (Sport); Russo (Central), Marcelo (Central), Durval (Sport) e Bruno (Sport); Everton (Sport), Ticão (Sport), Fumagalli (Sport) e Vítor Júnior (Sport); Carlinhos Bala (Sport) e Marcelo Ramos (Santa Cruz). Técnico: Alexandre Gallo (Sport)

2006 – Craque: Carlinhos Bala, atacante, 26 anos (Santa Cruz)
No “bi” da premiação, Bala marcou 20 gols, mais do que o dobro do segundo artilheiro, Valdir Papel, do Estudantes, com 9. Lutou muito, mas foi vice no Estadual.

Rodolpho (Náutico); Osmar (Santa Cruz), Kleber (Sport), Durval (Sport) e Jorge Guerra (Ypiranga); Hamilton (Sport), Flávio (Náutico), Geraldo (Sport) e Rosembrick (Santa Cruz); Carlinhos Bala (Santa Cruz) e João Neto (Central). Técnico: Dorival Junior (Sport)

2005 – Craque: Carlinhos Bala, atacante, 25 anos (Santa Cruz)
Cria do Mundão, Bala tornou-se, enfim, protagonista no clube, acabando com uma fila de troféus de uma década. Foi o segundo goleador do campeonato, com 12 gols.

Cléber (Santa Cruz); Osmar (Santa Cruz), Roberto (Santa Cruz), Batata (Náutico) e Periz (Santa Cruz); Ramalho (Sport), Neto (Santa Cruz); Cleiton Xavier (Sport) e Marco Antônio (Santa Cruz); Carlinhos Bala (Santa Cruz) e Kuki (Náutico). Técnico: Givanildo Oliveira (Santa Cruz)

2004 – Craque: Kuki, atacante, 33 anos (Náutico)
Dessa vez foi decisivo, incluindo um gol no histórico 3 x 0 sobre os corais no Arruda. O atacante foi, também, o vice-artilheiro do Estadual, com dez tentos.

Nilson (Náutico); Daniel (Itacuruba), Valença (Santa Cruz), Batata (Náutico) e Xavier (Santa Cruz); Marcelo Cavalo (Itacuruba), Luciano (Náutico), Gil Baiano (Náutico) e Iranildo (Santa Cruz); Kuki (Náutico) e Kelson (Itacuruba). Técnico: Zé Teodoro (Náutico)

2003 – Craque: Kuki, atacante, 32 anos (Náutico)
O baixinho dos Aflitos sequer disputou a final, mas a artilharia da competição, com 16 gols, acabou pesando na pioneira escolha do prêmio, com um carro zero km.

Maizena (Sport); Adriano (Santa Cruz), Gaúcho (Sport), Silvio Criciúma (Sport) e Xavier (AGA); Ataliba (Sport), Fernando César (Sport), Nildo (Sport) e Cléber Santana (Sport); Adriano Chuva (Sport) e Kuki (Náutico). Técnico: Péricles Chamusca (Santa Cruz)

2.340 minutos de futebol ao vivo na TV no Campeonato Pernambucano de 2015

Campeonato Pernambucano de 2015 na televisão. Fotos: Paulo Paiva (Lacerdão e Arruda), Ricardo Fernandes (Arena Pernambuco), ambos o DP/D.A Press

A grade de transmissão do Campeonato Pernambucano de 2015 apontou 26 jogos na televisão, totalizando 2.340 minutos de futebol ao vivo. É o menor dado dos últimos anos, num claro indício do crescimento do Nordestão, disputado paralelamente, também com transmissão aberta e fechada. Além, claro, da própria redução do certame local. Como ocorre desde 2011, a exibição deste ano ocorreu mais uma vez através da Rede Globo Nordeste, para todo o estado, e nacionalmente no canal Premiere (PFC), num pacote de pay-per-view para quem adquiriu outros estaduais, como o Paulistão e o Carioca.

Nos últimos quatro jogos da competição local (abaixo), as finais ficaram com a tevê a aberta e a disputa pelo 3º lugar (ida e volta) com o canal por assinatura. Ou seja, nesta edição nenhum jogo teve transmissão simultânea, ao contrário de 2014, quando a decisão entre Náutico e Sport passou nos dois canais.

O número de partidas na telinha corresponde a 20,9% da tabela estadual de 2015. No ranking da tevê, Santa 12, Sport 11, Náutico 6. Foi a primeira vez, desde que o blog iniciou o balanço, que o Leão não liderou a lista absoluta.

Nº de jogos de Náutico, Santa e Sport transmitidos na televisão no Campeonato Pernambucano de 2012 a 2014. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Segundo plano comercial da Globo, os jogos têm uma audiência de 696 mil telespectadores. Confira os números do Ibope nos anos anteriores aqui.

Os direitos de transmissão do Pernambucano foram renovados juntos à emissora até 2018. Saiba mais detalhes clicando aqui.

Transmissão do Campeonato Perambucano 2015, com número de jogos de Náutico, Santa e Sport. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Jogos de Náutico, Santa e Sport sem TV no Estadual, um hiato sem solução

TV

A transmissão ao vivo na televisão do Campeonato Pernambucano foi ampliada em 2011, com o início da operação pay-per-view, em caráter de desgustação, através do canal PFC. Essa grade foi somada aos jogos exibidos pela Rede Globo, que já detinha os direitos em sinal aberto desde 2000. Na prática, a cada rodada ficou estipulado uma partida na tevê aberta e outra na tevê paga.

Excepcionalmente, apenas as finais da competição passam em conjunto. Contudo, ao contrário de outras competições estaduais, como Paulistão, Carioca, Gaúcho e Mineiro, que têm um contrato mais elaborado com o PFC, nem todos os jogos dos grandes clubes do Recife passam. Afinal, aqui existem três tradicionais, e se são dois jogos transmitidos, a conta não bate.

Da edição de 2012 à 7ª rodada do hexagonal do título de 2015, o Sport teve 82% dos jogos transmitidos. A quantidade proporcional de jogos na telinha vinha crescendo: 69%, 86% e 100%, no ano passado – fato que, aliás, ocorreu em toda a temporada passada, com 69 jogos oficiais. Por isso, é emblemático que o confronto contra o Serra Talhada no Sertão, em 8 de março, não tenha Globo ou PFC. O último jogo do Leão no certame sem tevê havia sido há dois anos, mais precisamente em 6 de março de 2013, na Ilha do Retiro, contra o Pesqueira.

Neste período, Náutico e Santa também tiveram jogos somente nas ondas do rádio. Um deles, justamente o Clássico das Emoções, o segundo disputado neste ano. Essa situação só deverá mudar quando o acordo com o PFC (até 2018) for melhorado, demandando a transmissão integral de alvirrubros, rubro-negros e tricolores. Segundo a FPF, ainda não há prazo para isso.

Abaixo, o número de jogos de cada um e, entre parênteses, as partidas transmitidas na TV (Globo/PFC) e o quanto isso representa percentualmente.

Náutico – 66 jogos, 41 transmissões (62%)
2012 – 24 (15 / 62%)
2013 – 21 (10 / 47%)
2014 – 14 (11 / 78%)
2015 – 7 (5 / 71%)*

Santa Cruz – 62 jogos, 43 transmissões (69%)
2012 – 26 (15 / 57%)
2013 – 15 (10 / 66%)
2014 – 14 (12 / 85%)
2015 – 7 (6 / 85%)*

Sport – 62 jogos, 51 transmissões (82%)
2012 – 26 (18 / 69%)
2013 – 15 (13 / 86%)
2014 – 14 (14 / 100%)
2015 – 7 (6 / 85%)*

* Até a 7ª rodada do hexagonal do título.

A taxa de 6% da FPF sobre as participações dos clubes no Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Brasileiro

FPF. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Em 2013, a Federação Pernambucana de Futebol aumentou de 6% para 8% a taxa administrativa sobre a bilheteria dos jogos do campeonato estadual. Nas duas últimas edições, os 278 jogos arrecadaram R$ 16,85 milhões, cabendo R$ 1.348.580 à FPF. O mesmo vale neste ano. No entanto, a fonte de receita da FPF não se restringe a isso. Ainda há uma outra taxa, que há algum tempo causa insatisfação nas direções dos grandes clubes. A entidade também cobra 6% sobre as cotas de participação (direitos de imagem) em competições no país à parte do certame local. Nordestão, Brasileiro e Copa do Brasil.

No campeonato estadual, do repasse de R$ 2,85 milhões ao trio da capital, a federação ficou com R$ 171 mil (R$ 57 mil de cada). Ao blog, dirigentes confirmaram outras diretrizes orçamentárias junto à federação e detalharam os casos. Apenas no Brasileirão não haveria a taxa, uma vez que os acordos de transmissão e de premiação são feitos diretamente com os clubes através da emissora detentora dos direitos, a Rede Globo. Nas demais competições, as verbas usam a FPF como ponte. E o pedágio é pesado.

Brasileiro
Série A – Segundo o Sport, não existe desconto, nem sobre a cota de tevê (R$ 30 milhões) nem sobre a premiação (do 1º lugar/R$ 9,2 milhões ao 16º lugar/R$ 300 mil). No caso do Leão, o dinheiro é pago diretamente ao clube
Série B – Santa e Náutico aguardam o repasse da FPF, que recebe as receitas de transmissão da Segundona (R$ 3 milhões, cada). Desconto de R$ 180 mil

Copa do Brasil
A taxa da federação, que recebe o depósito da CBF, é executada nas seis primeiras fases. Apenas na final não haveria o desconto. Ou seja, passam “ilesos” os prêmios extras de R$ 4 milhões (campeão) e R$ 2 milhões (vice).

1ª fase/Sport: R$ 350 mil (R$ 21 mil)
1ª fase/Náutico e Salgueiro: R$ 200 mil (R$ 12 mil)

Nordestão
Após receber o dinheiro da Liga do Nordeste, a FPF desconta nas três primeiras fases, até à semifinal, como na Copa do Brasil. Na decisão, os prêmios de campeão (R$ 1,85 milhão) e vice (R$ 350 mil) seriam pagos integralmente.

1ª fase/Sport, Náutico e Salgueiro: R$ 365 mil (R$ 21,9 mil)

Pernambucano
Toda a cota da competição é distribuída antes da disputa, com Náutico, Santa Cruz e Sport recebendo, cada um, R$ 950 mil, na soma das luvas e da cota fixa. Portanto, a FPF abocanha de cada clube da capital R$ 57 mil.

Considerando o mínimo possível, com os times locais eliminados na primeira fase no Nordestão e na Copa do Brasil, a FPF abocanharia, este ano, R$ 641 mil. Lembrando que ainda há a outra taxa supracitada, sobre as rendas…

Prêmio pelo título de campeão pernambucano de 2015: R$ 0

Troféu vazio. Arte: Jarbas Domingos/DP/D.A Press

O atual contrato de televisionamento do Campeonato Pernambucano foi assinado por um período de quatro anos, de 2015 a 2018. O acordo prevê uma novidade para os finalistas da competição: nada de premiação. Em 2014, Sport (campeão) e Náutico (vice) receberam R$ 400 mil e R$ 100 mil, respectivamente. Na nova negociação com a detentora dos direitos de transmissão, a Globo, os clubes optaram por aumentar as “luvas” do contrato, em detrimento de uma premiação extra. O objetivo era garantir uma receita fixa, sem a chance de ganhar menos ou mais dependendo da campanha.

Além da parcela anual da luva (R$ 250 mil), entra na jogada a cota fixa de R$ 700 mil, neste edição, segundo informações de bastidores. Ou seja, nesta temporada, alvirrubros, rubro-negros e tricolores receberam, cada um, R$ 950 mil, num repasse de R$ 2,85 milhões. E nenhum tostão a mais pela taça, ao contrário de quase todos os campeonatos, como Nordestão, Série A, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana, Champions League e Mundial de Clubes.

Nessas bandas, então, financeiramente não há distinção entre ser campeão ou 6º lugar. Diferença mesmo, só as vagas à Copa do Brasil e à Copa do Nordeste para os três primeiros colocados. Como curiosidade sobre o contrato local em vigor, vale relembrar o ano 2000, quando o locutor Luciano do Valle vendeu os direitos do Estadual à atual detentora por R$ 1,92 milhão (4 edições). Voltando ao presente, lembremos da declaração do presidente da FPF, Evandro Carvalho, na qual o Nordestão seria menos rentável. Aos números…

Campeonato Pernambucano 2015
Campeão: sem prêmio
Vice: sem prêmio
Cota fixa: R$ 700 mil (para Náutico, Santa e Sport)
Luvas: R$ 250 mil*
Jogos como mandante: 7
* A primeira das quatro parcelas (R$ 1 milhão), entre 2015 e 2018

Contrato de transmissão: Rede Globo (até 2018)

Copa do Nordeste 2015
Campeão: R$ 2,74 milhões (todas as fases)
Vice: R$ 1,24 milhão (todas as fases)
Cota fixa: R$ 365 mil (primeira fase)
Luvas: sem luvas
Jogos como mandante: 6

Contrato de transmissão: Esporte Interativo (até 2022)