Ninguém na arquibancada. A morte brutal de Paulo Ricardo abalou o futebol local. Era preciso recomeçar, reconstruir a autoestima, mas sem o apoio do povão, impedido pela justiça desportiva por causa do triste episódio no Arruda.
Nos Aflitos, campo indicado pela CBF, o Santa Cruz cumpriu nesta quarta a sua missão na primeira fase da Copa do Brasil, vencendo mais uma vez o frágil time sergipano do Lagarto.
Com gols de Flávio Caça-Rato – tirando até onda do fato de não ter sido “convocado” por Felipão -, Léo Gamalho, com a seriedade necessária, e Everton Sena, os corais venceram por 3 x 1, no Eládio de Barros às moscas.
Com a classificação à segunda fase, o Tricolor garantiu uma segunda cota de R$ 160 mil, que será essencial neste momento sem bilheteria.
O time treinado por Sérgio Guedes já tem o seu caminho traçado, com o Botafogo da Paraíba na segunda fase e o Santa Rita de Alagoas na terceira. Passando pelos dois, os tricolores receberão mais R$ 960 mil. Vale demais.
Fim de uma noite com o duro recomeço de um triste capítulo. Era preciso.
“Sei que venho ajudando muito a equipe fazendo gols, nas bolas paradas e colocando os companheiros na cara do gol. Por ter uma boa finalização, arrisco mais os chutes. Estou vivendo a minha melhor fase desde que cheguei ao clube. Por isso, sei que fiz falta ao time.”
Marcos Aurélio saiu do discuso batido entre os jogadores de futebol. Na véspera da partida contra o Ceará, na qual retornaria após cumprir a suspensão automática pelo terceiro amarelo, o atacante chamou para si a responsabilidade.
Fez falta em São Caetano, num time com cobranças de falta sem direção, com os atacantes cansando de errar a meta, com a falta de criatividade.
Nesta Série B, o jogador se apresenta mesmo como um dos destaques.
Na noite desta terça, em duas cobranças de falta, ele justificou a pouca modéstia. Foi decisivo na apertada vitória do Sport por 2 x 1, num duelo regional no qual o rubro-negro se segurou com um a menos durante os vinte minutos finais. O rival alencarino se postou melhor em campo em boa parte do jogo.
Vale frisar que os dois times erraram quase 100 passes: Sport 50 x 49 Ceará.
Nos passes mais lúcidos do Leão, Marcos Aurélio. Que o seu bom futebol não vire uma dependência técnica. Foi assim com Marcelinho Paraíba, outro camisa 10 recente. É preciso articular variações de jogo. O São Caetano foi a lição.
Ofensivamente, o caminho está traçado. Na defesa, o Leão segue engasgado. A cada nova formação na zaga e na cabeça de área, os mesmos erros. A defesa foi vazada 24 vezes em 15 partidas, um dado quase inviável para quem quer subir, nesse perde e ganha. E aí não cabe tanto a Marcos Aurélio…
Em 2008, o histórico título nacional. Após a participação na Taça Libertadores da América no ano seguinte, a volta do Sport à Copa do Brasil.
Em 2010, nas oitavas de final, revés diante do Atlético-MG. Em 2011, ainda na primeira fase, empate e nova eliminação, agora contra o Sampaio Corrêa. Em 2012, na segunda fase, foi goleado pelo Paysandu, com show de Pikachu.
Em 2013, na noite desta terça, outra frustração no torneio, diante do ABC. Derrota por 3 x 2, de virada. Maurírio e Renan colocaram o time em vantagem, mas Rodrigo Silva, duas vezes, e Rodrigo Santos cravaram a vitória potiguar.
Todas as partidas citadas aconteceram na Ilha do Retiro, diante do torcedores rubro-negros. No mesmo período, ainda caiu em casa na Copa do Nordeste, contra o Campinense, e duas vezes contra o Santa Cruz pelo Estadual.
Só nesta temporada, em cinco meses, já foram três eliminações em casa…
Se há cinco anos o estádio foi um caldeirão, com o Leão vencendo os seis jogos na Ilha na Copa do Brasil, depois disso esfriou e passou até a jogar contra.
O apoio existe nos primeiros minutos, como de praxe. Mas basta um passe torto, um domínio de bola mandrake e um chute fuleiro. Pronto, a pressão cai sobre o próprio time, que sem a alma de antes não vem correspondendo.
Ao Sport, com quatro derrotas seguidas, uma longa Série B pela frente. O rótulo de favorito é algo natural pela tradição. O futebol atual está longe disso.
A delegação rubro-negra viajou para Natal, mas não tirou o Recife da cabeça. O foco era outro. O desinteresse em campo nesta noite, abrindo a série contra o ABC, deixou evidente. O técnico Sérgio Guedes escalou a base titular da equipe na Copa do Brasil, mas a atitude não mexeu com o grupo.
Apático, tendo como única oportunidade a bola na trave de Marcos Aurélio ainda no primeiro tempo, o Leão foi derrotado por 2 x 0 na noite desta quarta e e dificultou bastante a sua passagem à terceira fase do torneio nacional.
Os gols de Jean Carioca (11) e Rodrigo Silva (31) na etapa final saíram sem dificuldade, com a zaga batendo cabeça e sem a cobertura de Fábio Bahia. E olhe que a equipe pernambucana teve 59% de posse de bola. Sem objetividade.
Com o time principal em campo, o Sport deixou o estádio Frasqueirão com a confiança ainda mais abalada para a decisão do Campeonato Pernambucano. No domingo, na Ilha do Retiro, precisará vencer o Santa Cruz de qualquer maneira para manter viva a chance do 40º título estadual.
Jogo de volta contra o ABC? Em 22 de maio, no Recife. Porém, se no dia 19 não tiver uma terceira partida da final estadual, será bem difícil reagir…
Domingo, tempo bom, Arruda. Combinação perfeita para o Clássico das Multidões, com casa cheia. O quase isso, pois foram 38.211 torcedores, segundo o borderô, abaixo do previsto. Era a primeira a partida da final do campeonato estadual, novamente com um regulamento distinto das últimas temporadas. Para a taça, o foco é “somar pontos”, seja lá qual for o saldo. Igual mesmo, só os protagonistas tricolores e rubro-negros.
No primeiro capítulo o Santa Cruz somou três e se aproximou do tricampeonato. Uma vitória cirúrgica, nada fáci de ser alcançada. Os tricolores até começaram com a esperada pressão nos primeiros minutos, no embalo do povão, mas o Leão, marcando à distância, conteve as investidas.
Em seguida, o visitante se organizou, tocando bem a bola e com Rithely produtivo no ataque e na defesa. E as chances apareceram para o Sport. Foram três lances cara a cara com o gol. Em duas, Tiago Cardoso fez ótimas defesas. Na terceira, aos 35 minutos, Marcos Aurélio, na pequena área, errou o chute. Incrível. Faltava um matador. O que obviamente não era o caso do outro lado.
A resposta tricolor, três minutos depois, veio de forma letal. Dênis Marques tabelou com Caça-Rato, devolvendo de calcanhar, e mandou para as redes. Na primeira chance de DM9, mais um gol no clássico, chegando a sete.
Um jogo bom no primeiro tempo, com um melhor futebol dos comandados de Sérgio Guedes e a vantagem do Santa. Na etapa complementar a partida ficou mais truncada. Foi a vez de o Tricolor reforçar a marcação.
As chances em campo foram mais escassas. No Leão, Marcos Aurélio acertou o travessão numa cobrança de falta aos 14. Aos 32, Dênis Marques teve tudo para ampliar, numa cobrança de pênalti, após lance infantil de Reinaldo em Raul. Na cobrança, Magrão espalmou e deu energia ao time nos instantes finais.
Contudo, a defesa não foi suficiente para evitar a derrota. Santa 1 x 0. No próximo domingo, na Ilha do Retiro, o Santa Cruz terá a vitória e o empate como resultados possíveis para dar volta olímpica pela terceira vez seguida no estado. Ao Sport, só um triunfo, por qualquer placar, irá forçar um terceiro jogo. O campeonato acabará em 12 de maio ou vai se estender por mais uma semana?
A classificação rubro-negra à final estadual estava assegurada. A apresentação neste sábado seria para cumprir tabela. Ou realizar um treino de luxo.
Não dava para levar a sério a possibilidade de o Ypiranga devolver a goleada por 5 x 1 na Ilha. Desta forma, o técnico Sérgio Guedes, após uma semana de treinamentos, poderia fazer testes na equipe diante dos 14 mil presentes. De cara, promoveu duas mudanças, com Marcos Aurélio e Felipe Menezes.
Com 1 minuto e 21 segundos, Leão 1 x 0. Marcos Aurélio recebeu pelo lado esquerdo e bateu cruzado, firme. Com 4 minutos e 54 segundos, Felipe Menezes ampliou de cabeça. O técnico acertava em cheio na escalação. Só não contava com o relaxamento em campo. Até poderia esperar por isso, natural diante de uma vantagem tão grande, mas não da forma como aconteceu.
A marcação ficou mais frouxa, o Rubro-negro cedeu espaço e a Máquina, valente em campo, conseguiu se impor. Danúbio diminuiu num chute forte, aos 28 minutos. A essa altura, na Ilha o objetivo era evitar o desgaste físico e cartões desnecessários. Porém, Danilo empatou de cabeça ainda no primeiro tempo.
O empate no intervalo trouxe cobranças das arquibancadas. Para não estragar a festa, Marcos Aurélio desempatou aos 8 minutos, num belo gol de fora da área.
Aí sim, o time atuou com mais seridade, sem abrir mão do ataque. Correu, fazendo com que o alviazulino do Agreste se limitasse ao seu campo. No finzinho, Reinaldo definiu o 4 x 2 e a classificação a mais uma final. A última vez em que o Sport não esteve envolvido na briga pelo título foi em 2005.
Na decisão, terá que contornar a pressão natural pelos dois vice-campeonatos seguidos. Nesses jogos o desgaste será enorme. Veremos se poupou energia.
A noite marcou o menor público na Ilha do Retiro em muito tempo. Foram apenas 3.212 torcedores presentes nesta quarta-feira.
Era a partida de volta contra o Vitória da Conquista, pela Copa do Brasil. A vitória no primeiro jogo dava uma ótima margem para obter a classificação.
Horário, transmissão ao vivo, foco no campeonato estadual etc. Seja lá qual for a desculpa, o borderô foi baixo. O menor desde 2005.
Em campo, mesmo com o freio de mão puxado, dando razão ao torcedor que ficou diante da tevê, o Sport sacramentou a passagem à próxima fase.
Vislumbrando a chance de uma surpresa, algo comum na competição, os baianos até forçaram no primeiro tempo, com chutes de fora da área. Mesmo abrindo mão dos três volantes, o Sport não conseguia se impor.
O duelo caminhava sem gols para o intervalo, até que Lucas Lima, sempre buscando a linha de fundo com perigo, tocou para trás. Marcos Aurélio bateu mal e Mica cortou de forma bisonha com o braço. Expulsão e pênalti.
Lutando pela titularidade para o restante do Estadual, Marcos Aurélio partiu para mais uma cobrança de pênalti e converteu bem.
No segundo tempo, com mais vontade, o Sport não deu espaço para o Vitória. Teve um gol mal anulado de Lucas Lima e ampliou com Érico Júnior.
A vitória por 2 x 0 rendeu ainda um prêmio de R$ 150 mil da CBF. Na próxima fase, outro duelo nordestino, agora mais tradicional, contra o ABC de Natal.
Até lá, um foco diferente. Hora de pensar só no 40º título pernambucano…
Finalista nas três edições anteriores do Estadual com o formato de semifinal e final, o Sport tentará avançar à disputa do título mais uma vez. Vencido nas últimas duas decisões das multidões, o Leão segue em busca do emblemático 40º título de campeão pernambucano. Ao contrário das temporadas passadas, desta vez o Rubro-negro chega à fase decisiva em ascensão.
Começou o ano sob o comando de Vadão e com o meia Hugo de destaque. O foco era o Nordestão, mas a surpreendente eliminação para o Campinense, que seria o campeão, deixou o time em parafuso. A diretoria ficou pressionada, emitindo notas oficiais no site contra a imprensa. O time precisava ser sacudido.
Isso aconteceu a partir do retorno do técnico Sérgio Guedes, que conhecia quase todo o grupo. Com ele, a equipe ganhou velocidade, tendo opções no meio e no ataque. Apesar da saída de Hugo, que ganhava R$ 200 mil mensais, o técnico conseguiu compor uma nova formação com Lucas Lima. Alcançou a liderança na penúltima rodada e a manteve. Decidirá a sua jornada na Ilha, onde a média no certame é de apenas 10 mil pessoas. Hora de reverter.
Destaque
O meia Lucas Lima chegou como mais uma aposta do Inter de Porto Alegre. Apesar da desconfiança, dessa vez a base colorada rendeu na Ilha. O rápido jogador de 21 anos se mostrou inteligente em campo, com assistências, e conseguiu dar velocidade ao time, fazendo a torcida esquecer Hugo.
Aposta
Com Lucas Lima saindo desta “categoria”, a aposta será outro Lima, o Mateus. Ainda mais novo, com 20 anos, o centroavante oriundo do Barueri balançou as redes em várias oportunidades nas quais foi acionado, no segundo tempo. Pode ser a surpresa leonina nesta reta final do Estadual.
Ponto fraco
Bastante criticado, o lateral-esquerdo Reinaldo é o ponto mais pressionado, hoje, no Sport. Confuso na marcação e pecando bastante no apoio, o ala busca a redenção para viabilizar uma renovação de contrato. No ataque, Roger, machucado, desfalca o time. Entra Marcos Aurélio, que busca a afirmação.
Campanha no 2º turno (11 jogos)
22 pontos (1º lugar)
6 vitórias (o 2º que mais venceu)
4 empates (quem mais empatou)
1 derrota (que menos perdeu)
24 gols marcados (2º melhor ataque)
11 gols sofridos (2ª melhor defesa)
Melhor apresentação: Sport 5 x 0 Chã Grande, em 27 de março.
Jogo fraquíssimo. Vitória da Conquista e Sport gastaram a paciência do torcedor diante da tevê. Passes errados, lentidão, chutes sem direção, pouca emoção.
Era a estreia na Copa do Brasil, torneio que virou xodó dos rubro-negros, por mais que as campanhas recentes sejam o oposto disso. Mesmo numa noite apagada, o Sport volta do interior baiano com a vitória.
O time pernambucano fez 1 x 0 ao 44 minutos. Rithely concluiu bem um rebote, agradecendo ao zagueiro Everton, que cortou de forma bisonha.
Na etapa final, a equipe de Sérgio Guedes passou a administrar. A diferença técnica era nítida. Faltou um pouco mais de vontade para alcançar a vaga.
Agora, o Sport decidirá a classificação na Ilha do Retiro, no próximo dia 17. Essencial na vitoriosa campanha de 2008, quando o Leão conquistou seis vitórias como mandante até a taça, o caldeirão rubro-negro esfriou desde então.
Nos últimos três mata-matas da Copa do Brasil nos quais o Rubro-negro atuou o jogo de volta em seu estádio foram três eliminações.
Em 2010, nas oitavas de final, caiu por 2 x 0 diante do Atlético-MG.
Em 2011, na primeira fase, empate em 2 x 2 com o Sampaio Corrêa e vexame.
Em 2012, uma noite fatídica, histórica. O Paysandu goleou por 4 x 1.
Obviamente, o adversário desta vez tem um potencial técnico bem mais baixo. O Vitória de Conquista esbanjou limitação atuando em casa.
Ao Sport, que não evitou o jogo de volta como desejava, é uma chance de voltar a esquentar o seu alçapão e de ter um peso bem favorável nesta campanha.
Sol forte, escaldante. Antes de a bola rolar no estádio Limeirão, em Santa Cruz do Capibaribe, neste domingo, o termômetro chegou a registrar 41 graus. A sensação térmica era ainda mais desgastante, batendo em 45 graus.
Ser eficiente nas finalizações e evitar o desgaste era o dever do Sport diante do Ypiranga em seu reduto. Como o adversário também foi, empate em 2 x 2. No primeiro tempo faltou exatamente eficiência aos rubro-negros, que faziam uma partida melhor e dominavam o Ypiranga. Até mandou uma bola no travessão.
No futebol, sabemos, isso não quer dizer muita coisa. Apesar da menor posse de bola, Jonatas Vieira teve tempo para um golaço aos 31 minutos, no ângulo de Magrão, no primeiro contragolpe efetivo da Máquina de Costura.
A vantagem levou o técnico Sérgio Guedes a aumentar a velocidade leonina no segundo tempo, torcendo, claro, pelo bom preparo físico da equipe, uma vez que o sol desaparecia no horizonte da terra da sulanca.
Enquanto Lucas Lima entrou no lugar do também meia Hugo, Érico Júnior, outrora “Pelezinho”, substituiu o volante Rithely, mudando a estrutura tática da equipe. Para Sérgio Guedes, o garoto é um “terrorista” às zagas adversários.
Exagero à parte, as duas peças participaram diretamente do empate, aos 14 minutos. Lucas Lima conduziu a bola pelo lado esquerdo, em velocidade. Tocou para Pelezinho, que dominou e cruzou para Roger, livre, empurrar para o gol.
A virada veio aos 27, com Roger ajeitando para Felipe Azevedo virar mais um jogo. O resultado parecia nas mãos do Sport, superior a partida inteira. Já sem sol, sem desculpa, no apagar das luzes, Elivelton mostrou oportunismo para empatar de vez um jogo quente.