A ata do centro de treinamento do Sport, ou da Associação Amigos do Sport

Ata da Associação Amigos do Sport

Até 2008, o centro de treinamento em Paratibe, de sete hectares, pertencia ao Intercontinental. O local foi vendido ao Sport por R$ 2 milhões.

Rebatizado de CT José de Andrade Médicis, o local recebeu mais de R$ 10 milhões em investimentos em infraestrutura, com alojamento, sala de musculação, cozinha industrial, sala de imprensa e melhora nos cinco campos.

No papel, o local pertence à Associação Amigos do Sport, alugado ao Leão por 90 anos, com renovação automática por mais 90.

Na prática, pertence ao Sport. Mas o fato de ser apenas na “prática” vem incomodando a diretoria, que vem articulando o repasse do patrimônio ao clube, de fato e de direito, até porque o CT foi comprado com dinheiro do clube e modernizado com dinheiro do clube.

A tal associação foi criada em 2004 foi criada para englobar um bem num momento em que o Rubro-negro, atolado em dívidas, poderia ter o patrimônio lesado (de alguma forma). São 12 nomes envolvidos, todos sócios do clube.

Severino Otávio, Eduardo Monteiro, Silvio Pessoa, Marcos Amaral, Luciano Bivar, Luciano Monte, Macondes Sávio, Antônio Eduardo de Rueda, Ricardo Brito, Gustavo Dubeux, Carlos Othony Vasconcelos e Hilson Macedo Filho.

Ao blog, uma das pessoas envolvidas no processo confirmou os nomes que compõem o documento reproduzido acima.

É preciso que todos concordem com a transferência, mas há resistência, com o argumento de que o imóvel já encontra-se protegido legalmente.

Classificação da Série A 2014 – 15ª rodada

Classificação da Série A 2014, na 15ª rodada. Crédito: Superesportes

O Sport chegou a ficar seis jogos sem perder. Agora são três rodadas sem vencer. O time ainda mantém uma distância confortável sobre o Z4 (8 pontos), a queda de produção preocupa a médio prazo.

No G4, a composição segue a mesma há várias semanas, mas agora com uma ameaça real, com a evolução do São Paulo no campeonato. Na briga pelo título, polarização entre Cruzeiro e Inter? A conferir.

A 16ª rodada do representante pernambucano
20/08 – Sport x Palmeiras (19h30)

Jogos no Recife pela elite: 5 vitórias leoninas, 4 empates e 7 derrotas.

Falta ao Sport sair da obviedade ofensiva para enfim se recuperar na elite

Série A 2014, 15ª rodada: Sport 1x1 Atlético-PR. Foto: Edvaldro Rodrigues/DP/D.A Press

O Sport foi um time com intensidade no primeiro tempo contra o Atlético-PR. Teve volume de jogo sobretudo quando a bola passou nos pés do seu meio-campista, o estreante Régis, há algum tempo aguardado.

Um jogador rápido e que não parece buscar a obviedade sempre, como os dois pontas escalados, Felipe Azevedo e Érico Júnior. Ambos muito abertos, num esforço gigante para ir até a linha de fundo, mas sem qualidade na hora do último passe para Neto Baiano. Assim, o centroavante pouco fez, só o combate.

O gol paranaense anotado por Cléberson aos 25 minutos, subindo sozinho, não diminuiu o ímpeto da equipe, que empatou aos 40, num rebote de Régis.

Por que o texto se refere apenas ao primeiro tempo até aqui? Foi o único período em que o Leão realmente jogou futebol. Um lampejo de bom futebol.

Na segunda etapa, a partida caiu bastante, sem chances claras, com leoninos acertando os próprios leoninos nas finalizações e com a entrada do improdutivo Zé Mário no lugar do estreante, poupado de um maior desgaste.

Sem a mesma velocidade e criatividade, o jogou travou. Reconheço que o atleta se esforçou nesta noite, mas não foi suficiente. Era a volta da obviedade. O empate em 1 x 1 mantém o time entre os dez primeiros colocados, mas com a gordura sumindo numa dieta veloz. Já são três jogos sem vitória.

Os 14 mil torcedores presentes na Ilha neste domingo saíram pensando a mesma coisa. Quando Diego Souza vai estrear? E que é preciso render…

Série A 2014, 15ª rodada: Sport 1x1 Atlético-PR. Foto: Edvaldro Rodrigues/DP/D.A Press

Diego Souza e a engenharia financeira para ter um jogador acima da média

Camisa de Diego Souza no Sport em 2014. Crédito: divulgação

O salário de Diego Souza é o maior já pago no futebol pernambucano.

Sem uma confirmação oficial do clube, os valores mensais variam de R$ 300 mil a R$ 400 mil mensais. A enorme diferença é baseada na interpretação do bônus protocolado no contrato de empréstimo com o jogador, seu empresário, Eduardo Uram, e o Metalist, clube da Ucrânia.

Considerando o período de acordo, de apenas quatro meses, o investimento pelo futebol do meia-atacante oscila entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,6 milhão. O recorde anterior havia sido em 2012, também na Série A e também em um articulador. No caso, Hugo, com R$ 200 mil por mês.

Nota-se uma clara diferença na postura econômica do clube nesses dois anos.

Na segurança no investimento, com garantias financeiras – o que levou Diego Souza a preterir Flamengo e Palmeiras na negociação -, e no já supracitado bônus. Tudo a partir de um plano de marketing e parceiros, claro.

O primeiro passo é o lançamento de uma camisa personalizada. No caso, com o “87” nas costas , o número de maior apelo no clube. Preço? R$ 200.

O uso da imagem do atleta segue – deverá ser assim até dezembro – para tentar impulsionar a campanha de sócios, uma receita flutuante.

A mídia em relação a Diego Souza é bem inferior a de Riquelme, não dá pra negar. Ainda assim, é viável a captação com o novo reforço, que chega ao clube com 29 anos, idade mais do que suficiente para atuar em alto nível.

Por sinal, espera-se que o desempenho em campo seja equiparado ao investimento, pois isso é essencial na venda de produtos oficiais e no fortalecimento do marketing, cumprindo a demanda extra do negócio.

Não há como dissociar. Esta é a engenharia financeira de uma contratação acima da média. E o sucesso da primeira empreitada é vital…

Os recordes de audiência do futebol na televisão, à parte da Rede Globo

Final do Mundial de Clubes de 2000: Corinthians campeão. Crédito: Band/reprodução

A Rede Globo detém os direitos de transmissão das principais competições de futebol no país, como Copa do Brasil, Série A, Libertadores e Mundial de Clubes.

Quando não é um pacote exclusivo, divide a exibição com no máximo uma emissora, mas ambas com o mesmo o jogo. A empresa domina a transmissão nacional há mais de três décadas. Em alguns momentos da história, porém, perdeu o comando para outros canais. Casos raros e históricos…

Com a audiência numa maré baixa em 2014 – Coritiba 0 x 0 Corinthians, no domingo, deu apenas 13 pontos na Grande São Paulo, segundo o Ibope -, a direção da Globo vai se reunir com os vinte clubes da elite nacional.

Segundo Daniel Castro, colunista do portal Uol, “a emissora apresentará aos dirigentes dos times um estudo que mostra que o futebol vem perdendo cerca de 10% da audiência a cada ano. Se continuar assim, em dez anos passará a ser um produto relevante apenas para a TV paga. Vai ‘morrer’ na TV aberta, sua principal fonte de sustento atualmente”.

É uma bravata grande essa possibilidade de desistência na tevê aberta.

Primeiro porque a empresa já tem contrato assinado com os clubes até 2019.

Segundo porque as experiências anteriores, com as competições nas mãos da concorrência, geraram audiências históricas nas finais…

Abaixo, os recordes dos principais torneios exibidos no pais quando a Globo esteve fora da jogada. Vale lembrar até um caso local, com o Estadual de 1999 na TV Pernambuco, um canal estatal. A final do segundo turno entre Santa Cruz e Sport deu 50 pontos na região metropolitana do Recife. Recorde. No ano seguinte a Globo Nordeste comprou os direitos, já esticados até 2018…

Campeonato Brasileiro 1990 (Band/Luciano do Valle, 53 pontos em SP)
Corinthians 1 x 0 São Paulo

Taça Libertadores 1992 (Rede OM/Galvão Bueno, 50 pontos em SP)
São Paulo (3) 1 x 0 (2) Newell´s Old Boys

Copa do Brasil 1995 (SBT/Luiz Alfredo, 52 pontos em SP)
Grêmio 0 x 1 Corinthians

Mundial de Clubes 2000 (Band/Luciano do Valle, 53,1 pontos em SP)
Vasco (3) 0 x 0 (4) Corinthians

Obs. As finais do Brasileiro de 1987 (Sport 1 x 0 Guarani) e da Copa do Brasil de 1992 (Inter 1 x 0 Flu) foram exibidas nacionalmente por SBT e Rede OM.

O futebol e a TV

Futebol e a TV

Por Fred Figueiroa*

Como era de se esperar, a transmissão na TV aberta de Coritiba x Corinthians no último domingo – enquanto o Sport jogava no mesmo horário fora de casa – causou uma onda de revolta dos pernambucanos nas redes sociais. A decisão de optar pela partida do time paulista, naturalmente, não partiu da TV Globo Nordeste. Sequer foi uma escolha. Há uma determinação contratual que limita a transmissão de apenas um jogo por rodada para atender ao “interesse regional” de todas as praças com exceção de Rio de Janeiro e São Paulo (que têm sempre um jogo garantido com seus clubes em ação).

A revolta dos pernambucanos não é isolada e se repete em estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Bahia. E mais: ela se soma com a indignação crescente em torno da distribuição da cota de televisionamento que, a cada ano, amplia as diferenças econômicas entre os clubes do país. Onde este processo vai levar? Impossível prever.

A verdade é que o sentimento de revolta dos que ficam sem os jogos do seu time na TV releva apenas uma parte de um problema maior e que se consolida em uma espécie de ciclo de erros. Uma reportagem publicada ontem no site Uol, assinada por Daniel Castro, revela que a TV Globo – que detém os direitos de transmissão do futebol nacional – lançou uma ameaça (ou seria só uma bravata?) para os clubes que irão se reunir com a emissora esta semana: “se os espetáculos não melhorarem e a audiência não subir, dentro de alguns anos o esporte deixará de ser interessante para a TV aberta”, escreve Daniel Castro em seu texto.

A audiência de Coritiba x Corinthians, no último domingo, não foi bem digerida na emissora. Em São Paulo, ficou em apenas 13 pontos – a menor deste Campeonato Brasileiro. Se atingiu 13 em São Paulo, imagine então os números do Recife… Só para efeito de comparação, os jogos do Campeonato Pernambucano atingem, em média, 555 mil pessoas por jogo no Grande Recife. Algo em torno de 25 pontos (mais da metade das TVs ligadas).

Com comparativos inquestionáveis de audiência que a própria emissora possui, por que não abrir espaço de vez para explorar o público potencial de cada praça? Por que insistir na limitação contratual que privilegia Rio e São Paulo em detrimento de outros sete estados? E se a Globo pretende exigir dos clubes mais investimento em qualidade técnica por que não estabelecer uma divisão de cotas que diminua o abismo entre as equipes?

A resposta “padrão” para a última pergunta é que a remuneração dos clubes é feita conforme o número de jogos transmitidos e a audiência. Mas é justamente aí que se estabelece o ciclo vicioso. Tudo gira em torno dos mesmos clubes. Eles têm mais espaço porque recebem maior cota e têm uma cota maior justamente por terem mais espaço na grade de transmissão das partidas. E a tal audiência? Só diminui.

Será que não está claro que o futebol brasileiro precisa de outro modelo de investimento, transmissão e comercialização? A espanholização (termo usado para definir a intenção de transformar Corinthians e Flamengo) é um tiro pela culatra. O privilegiado futebol carioca – com todo protecionismo midiático e financeiro que tem da TV – tem hoje um time na Série B, um que deveria estar (mas foi salvo no tapetão), um na última posição da Série A e outro imerso em crise financeira e com cinco meses de salários atrasados. Juntos, os quatro possuem metade das dívidas fiscais do futebol nacional. Este é o caminho certo?

Destaco outro trecho da matéria de Daniel Castro: “A emissora apresentará aos dirigentes dos times um estudo que mostra que o futebol vem perdendo cerca de 10% da audiência a cada ano. Se continuar assim, em dez anos passará a ser um produto relevante apenas para a TV paga. Vai “morrer” na TV aberta, sua principal fonte de sustento atualmente”.

Antes de mais nada, o “morrer” na TV aberta na verdade deve ser entendido como “morrer” na emissora. Afinal se a Globo desistir das transmissões da Série A – o que duvido muito (tem contrato até 2019) – outra empresa poderia mudar a forma de “vender” o futebol, acabando, por exemplo, com o absurdo horário das 22h. Como seria a audiência dos jogos no meio de semana se fossem transmitidos na TV aberta às 20h30 por exemplo?

* Fred Figueiroa é editor de redes sociais do Diario e colunista de esportes.

Classificação da Série A 2014 – 13ª rodada

Classificação da Série A 2014, na 13ª rodada. Crédito: Superesportes

Apesar da dura derrota em Florianópolis – na segunda goleada sofrida neste Brasileirão -, o Sport manteve a 5ª colocação na classificação. Se o Leão caiu diante do Figueirense por 3 x 0, os cinco clubes logo abaixo também tropeçaram nesta 13ª rodada. Por outro lado, a diferença em relação ao G4 subiu de 1 para 3 pontos. Já sobre o Z4 (o que realmente importa), o Rubro-negro se mantém dez pontos à frente, numa margem segura até aqui.

No topo da tabela, o G4 vai ganhando uma cara (aposta em alguém?), com o Cruzeiro isolado na busca pelo tetra.

A 14ª rodada do representante pernambucano
10/08 – Flamengo x Sport (16h00)

Jogos no Rio pela elite: 3 vitórias leoninas, 3 empates e 10 derrotas.

A tabela segue com um jogo adiado. Por causa da disputa da Recopa, o jogo do Galo contra a Chapecoense, em Chapecó, foi remarcado para 6 de agosto.

A queda do pragmatismo tático do Sport diante do lanterna

Série A 2014, 13ª rodada: Figueirense 3x0 Sport. Foto: Luiz Henrique/Figueirene/Flickr

O pragmatismo tático do Sport vem dando certo. Afinal, o time segue entre os primeiros colocados da Série A. Pontuando como mandante e visitante, chegou a impor uma série invicta de seis jogos. Enfrentar o lanterna parecia uma benesse da condição. A última colocação fazia justiça ao Figueirense, com péssimas atuações. Um pouquinho de ousadia caberia ao Leão em Floripa.

Em vez de jogar sempre atrás da bola, em busca de um contragolpe perfeito, poderia se dar conta da crise técnica vivida pelo rival e tratar melhor a bola, tomar gosto pelo domínio das ações. Não dá para condenar o pragmatismo, pois vinha funcionando, como já foi dito. Contudo, sem o fator surpresa, até o lanterna conseguiu furar o bloqueio pernambucano.

No primeiro tempo, diante de um Leão inoperante ofensivamente e sem tanta pegada (desta vez), o Figueirense pressionou. Abriu o placar aos 40 minutos – só não o fez antes porque a defesa ainda salvou em cima da linha. Mesmo em desvantagem, os rubro-negros insistiam em tocar para trás. Falta tesão.

Com a mesma (falta de) atitude da equipe no segundo tempo, o técnico Eduardo Batista enfim mexeu, aos 14 minutos. Acionou Danilo e Renan Oliveira, saindo Ananias e Zé Mário, apagados na criação. Quem entrou pouco produziu também. O primeiro foi extremamente lento e o segundo desatento.

Numa tarde horrível, errando passes curtos, o Sport cedeu contra-ataques ao Figueira, que goleou por 3 x 0. Acabou a boa série do Sport, com o pragmatismo tático em xeque. É preciso ter variações para seguir lá em cima…

Série A 2014, 13ª rodada: Figueirense 3x0 Sport. Foto: Luiz Henrique/Figueirene/Flickr

Jovem (Sport) x Gang da Ilha (Sport), a inexplicável e corriqueira briga, até em Florianópolis

Briga entre integrantes de de torcidas uniformizadas do Sprot durante Figueirense x Sport, pela 13ª rodada da da Série A 2014. Foto: Luiz Henrique/Figueirense/Flockr

Eles simplesmente não aprendem, porque não é o objetivo…

Torcer de forma organizada, colorindo o estádio, apoiando o time e ditando o ritmo das arquibancadas. Um dia o cenário foi esse. Há tempos não é.

As torcidas organizadas, ou “torcidas uniformizadas”, hoje utilizam o futebol como escudo para disseminar a violência no futebol…

Para cada boa ação, numa tentativa de diminuir a imagem arranhada, inúmeros crimes são noticiados, sempre afastando o grande público.

Brigas, roubos, depredação e até assassinato.

As direções das organizadas – seja qual for a cor do time – alegam que os autores seriam gente infiltrada. Acabam é corroborando com a tese de que não há controle.

Com o tempo surgiram as ramificações das TOs, com “torcidas aliadas” de outros clubes e rivalidades com outras facções. O complexo sistema faz com que torcidas de um mesmo clube se tornem rivais…

Neste domingo, as imagens do canal Premiere captaram ao vivo uma briga entre integrantes da Torcida Jovem e Gang da Ilha, as duas principais organizadas do Leão. Lá em Florianópolis, sob as vaias da torcida do Figueirense.

Mais de 20 jovens trocando socos e ponta-pés – cinco acabaram fichados pela polícia. Tudo pelo comando das arquibancadas, pois não há espaço para divisão. Não para eles.

Dividir o “poder”, a “influência”? Comprometeria a aquisição de novos adeptos, influenciados desde cedo pela “beca”.

Ao clube, sempre com a mão branda, fica o ônus…

A ameaça de perda de mandos de campo na Série A..

E pensar que neste mesmo 2014 o Sport já foi punido pelo STJD (no Nordestão) por casa da mesma torcida… Eles não aprendem. Nem eles e nem o clube.

Clubes, CBF e Planalto discutem renegociação das dívidas ficais. Náutico, Santa e Sport devem R$ 105 milhões

As dívidas tributárias de 24 grandes clubes brasileiros em 2014. Crédito: BDO (dados)/Estado de S.Paulo (infográfico)

As dívidas tributárias dos clubes brasileiros estão na casa dos R$ 2,7 bilhões. A bola de neve vem rolando há três décadas, ainda sem destino final. Com cada vez mais credores batendo na porta – o desfecho de inúmeras gestões sem qualquer comprometimento organizacional -, os clubes passaram a apelar junto ao governo federal para um refinanciamento. Ao menos das dívidas fiscais, que tomam boa parte dos passivos circulante e não circulante.

Em julho, dois encontros discutiram isso. No dia 25, no Palácio do Planalto, em Brasília, 12 presidentes de clubes (entre eles Antônio Luiz Neto, do Santa Cruz) se reuniram com a presidente da república, Dilma Roussef. No dia 28, na sede da Confederação Brasileira de Futebol, no Rio de Janeiro, os mandatários dos 40 times das Séries A e B debateram sobre o mesmo tema com o presidente da CBF, José Maria Marin.

O projeto de lei tem até nome: Proforte. O sistema de refinanciamento das dívidas tributárias dos clubes do país teria como contrapartida para aqueles que não cumprirem com a suas obrigações até a perda de pontos e punição aos dirigentes.

Reunião no Palácio do Planalto com 12 clubes das Séries A e B, em 28 de julho de 2014, para discutir um refinanciamento para as dívidas fiscais dos clubes. Foto: Stuckert Filho/PR/governo federal

De fato, a situação é crítica, sobretudo para os quatro principais times cariocas, que lideram a lista ao lado do Atlético Mineiro. Só neste quesito, Fla, Botafogo, Vasco e Flu devem juntos R$ 1,24 bilhão!  A consultoria BDO elencou 24 clubes, considerando os dados de 2013, numa lista divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Somadas, as dívidas fiscais dos grandes do Recife chegam a R$ 105,1 milhões.

No ranking não aparece o Santa Cruz, mas o blog traz o tamanho do rombo coral na parte fiscal: R$ 34,4 milhões. Enorme, mas bem abaixo da dívida do Náutico, de 54,2 milhões de reais, a 16ª maior do Brasil. No estado, o Sport é o único que vem reduzindo o passivo. Apenas três equipes tradicionais do país devem menos.

Abaixo, as dívidas tributárias do trio pernambucano e o peso no passivo geral, incluindo dívidas trabalhistas, financiamentos, acordos etc.

Náutico – R$ 54,2 milhões (61,6% do total, R$ 87,9 mi)
Santa Cruz – R$ 34,4 milhões (48,2% do total, R$ 71,3 mi)
Sport – R$ 16,5 milhões (72,6% do total, R$ 22,7 mi)

Relembre os balanços financeiros de Náutico, Santa e Sport de 2011 a 2013 aqui.

Qual é a sua opinião sobre o novo projeto de lei? Justo? Necessário?

Reunião na CBF com os 40 clubes das Séries A e B, em 28 de julho de 2014, para discutir um refinanciamento para as dívidas fiscais dos clubes. Foto: Rafael Ribeiro/CBF