Santa Cruz amarga derrota de virada para o Paraná e ainda perde Grafite, expulso

Série B 2015, 21ª rodada: Paraná 3x2 Santa Cruz. Foto: Joka Madruga/Futura Press

O rendimento do Santa Cruz sob o comando de Marcelo Martelotte era de 66% em 13 jogos, uma curva ascendente que aproximou o time da zona de acesso. Mas, como se diz na Fórmula 1, chegar é uma coisa, passar é outra. A dificuldade na hora H é histórica na Série B, cabendo a uma equipe mais rodada entender as dificuldades. Na Vila Capanema, em Curitiba, o Santa Cruz viveu uma tarde de altos e baixos, em todos os setores. Técnica e moralmente.

Os exemplos claros ocorreram aos 6 minutos do primeiro tempo e aos 34 do segundo. No primeiro lance, Marcílio iniciou a jogada e apareceu como elemento surpresa para abrir o placar para os corais. O meia de 19 anos foi lançado como profissional com segundo volante, com personalidade. Infelizmente, a zaga foi desatenta. Ao Paraná, abalado após a virada do lanterna nos descontos, bastava trocar três passes para chegar na cara do gol em plenas condições. Num intervalo de 16 minutos, considerando os dois tempos, marcou três gols.

Numa sobrevida, Lelê até diminuiu, mas, após perder a única chance real de empatar, numa cabeçada, Grafite foi expulso. Logo o mais experiente (e técnico) do time. Foi agredido por Luciano, é verdade, mas revidou. Tomou o vermelho, com o algoz inexplicavelmente poupado pelo árbitro Wagner Reway. Ou seja, não evitou a derrota por 3 x 2 e ainda complicou o Santa para o jogo de terça, no Arruda, num confronto direto contra o América/MG…

Vitória aos 46 minutos do segundo tempo deixa o Náutico encostado no G4

Série B 2015, 21ª rodada: Náutico 1x0 Boa Esporte. Foto: Rafael Martins/DP/D.A Press

A campanha do Náutico na Arena Pernambuco sustenta o sonho em 2015. Invicto como mandante, o Timbu vem arrancando as vitórias de todas as formas. Contra o Boa Esporte, a análise prévia nem indicava tanto esforço assim, mas foi preciso. E houve. Aos 46 minutos do segundo tempo, depois de ter evitado o gol mineiro, o Timbu chegou ao triunfo, com William Magrão cruzando para o zagueiro Rafael Pereira subir mais que a defesa e balançar as redes, 1 x 0.

Em São Lourenço, onde parece haver uma metamorfose, o time comandado por Lisca chegou a nove vitórias e dois empates, com um excelente aproveitamento de 87,8% dos pontos conquistados. Apesar disso, a equipe se mantém fora do G4, naturalmente pelo péssimo rendimento longe do estado, na casa de 20% – vide o 5 x 1 para o Luverdense sábado passado, no Mato Grosso.

Isso explica um pouco a impaciência da torcida até o tento, mesmo com apenas 4.479 presentes. Era “a” chance, após os tropeços adversários diretos, com derrotas de América/MG e Botafogo e empate do Vitória. Mas se existe algo básico no futebol é o alívio que qualquer vitória traz, e independentemente do G4, o time ficou a apenas três pontos do líder…

Série B 2015, 21ª rodada: Náutico 1x0 Boa Esporte. Foto: Rafael Martins/DP/D.A Press

Os quatro clubes pernambucanos no Guia do Campeonato Brasileiro 2015 da CBF

A CBF divulgou o seu guia oficial sobre o Brasileirão 2015, com informações das quatro divisões. Mas três primeiras recebem um cuidado maior, com páginas especiais para os 60 times, com duas para cada clube da elite. Assim, quatro pernambucanos aparecem no documento de 208 páginas. Entre as curiosidades do guia, a lista de títulos. No caso alvirrubro, foi desconsiderado o tri da Copa Norte (fase regional da Taça Brasil), mas entrou o Torneio Norte-Nordeste de 1952, disputado no Recife. No caso tricolor, entrou a “Copa Norte-Nordeste” de 1967, o hexagonal com pernambucanos, cearenses e paraense.

Sport (páginas 58 e 59). Confira a segunda página aqui.

Página do Sport no Guia 2015 da CBF

Náutico (página 99)

Página do Náutico no Guia 2015 da CBF

Santa Cruz (página 109)

Página do Santa Cruz no Guia 2015 da CBF

Salgueiro (página 142)

Página do Salgueiro no Guia 2015 da CBF

Calendário de 2016 ignora pedido da FPF, com apenas 13 datas para o Estadual

Calendário do futebol brasileiro em 2016. Crédito: CBF

A CBF divulgou o calendário do futebol brasileiro em 2016. No cronograma, a entidade ignorou o pedido da FPF para encurtar a pré-temporada local, que possibilitaria o aumento do Estadual para até 18 datas. O período de preparação dos times, sobretudo física, segue com 25 dias, de 6 a 30 de janeiro.

O mandatário da federação pernambucana, Evandro Carvalho, havia articulado junto às demais federações nordestinas para ter uma pré-temporada de 15 dias. O dirigente chegou a revelar o estudo de quatro regulamentos considerando o período para o certame. As nove federações do região têm um calendário diferenciado em relação aos outros estados por causa da disputa da Copa do Nordeste, que ocorrerá entre 14/02 e 01/05. Ou seja, em vez de 19 datas, o cenário em SP, RJ, MG e RS, serão apenas 13 – uma a mais que em 2015.

À parte da agenda oficial, é bom lembrar que nas últimas duas edições a FPF estipulou o “seu” calendário mínimo em 14 datas, contando as fases com Náutico, Santa e Sport. Política à parte, o ofício do calendário nacional, assinado pelo presidente Marco Polo Del Nero, já foi encaminhado à sede na Boa Vista.

Calendário do Campeonato Brasileiro de 2016
Série A – 15/05 a 04/12 (38 datas)
Série B – 14/05 a 26/11 (38 datas)
Série C – 22/05 a 08/11 (24 datas)
Série D – 29/05 a 02/10 (18 datas)

A principal novidade na competição nacional será a paralisação nas rodadas para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.

Podcast 45 (164º) – Grafite em alta e queda de rendimento de Sport e Náutico

Os três grandes clubes seguem fora do G4 nas Série A e B, mas com situações bem distintas. Na elite, o Sport não vence há um mês. A derrota para o Figueirense alimentou a crise, discutida no 45 minutos. Na sequência, focamos um cenário parecido no Náutico, que somou metade de sua pontuação (16) nos últimos 14 jogos na Segundona. E a irregularidade teve como pior momento o 5 x 1 para o Luverdense. Curiosamente, o Santa aparece na pior colocação do trio (8º), mas é o time em melhor momento, com três vitórias nas últimas quatro partidas. O personagem? Grafite, claro. Tema no podcast.

Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

A 20ª classificação da Segundona 2015

A classificação da Série B 2015 após 20 rodadas. Crédito: Superesportes

Do 1º ao 8º lugar a diferença é de seis pontos, mesmo com vinte rodadas disputadas. O equilíbrio na Série B, em busca do acesso à elite, é um dos maiores nos últimos anos. Ao mesmo tempo em que o pelotão com oito times se estabelece, cresce a dúvida sobre os donos das vagas, com leve favoritismo para o Vitória, até mesmo pela regularidade.

Os pernambucanos seguem abaixo do quarteto, mas próximos, apesar das mudanças na última rodada. O Náutico foi goleado pelo Luverdense e viu a distância aumentar de um para dois pontos, caindo do 5º para o 7º lugar. Com Grafite decidindo de novo, o Santa Cruz venceu o Macaé e encurtou novamente a distância, agora de cinco para três pontos, se mantendo na 8ª colocação.

A rodada só acabou no domingo, com a incomum marcação de jogos no dia, um às 11h e outro às 16h. Neste último, o Ceará finalmente deixou a lanterna. Esboçando uma reação, o campeão nordestino venceu o Paraná por 4 x 3, marcando dois gols nos descontos.

No G4, um baiano, um carioca, um mineiro e um maranhense.

A 21ª rodada dos representantes pernambucanos
29/08 (16h30) – Náutico x Boa Esporte (Arena Pernambuco)
29/08 (16h30) – Paraná x Santa Cruz (Durival de Britto)

Náutico passa vergonha contra o Luverdense e perde de 5 x 1

Série B 2015, 20ª rodada: Luverdense 5x1 Náutico. Foto: MARCOS RIGO/FUTURA PRESS

Líderes do elenco alvirrubro, William Magrão e Ronaldo Alves definiram a atuação do time em Lucas do Rio Verde: uma vergonha. Mão havia mesmo outra palavra, pois o Náutico foi arrasado pelo Luverdense, que fez 5 x 1, soberano a tarde inteira diante de um time apático, errando em todos os setores. Por pouco os mato-grossenses não igualaram o maior revés já imposto ao Timbu na Segundona, o 6 x 1 a favor do CRB em sua estreia na competição, em 1971.

Voltando ao presente, o resultado é um duro golpe num time que necessita pontuar fora de casa. A distância ao G4 ainda é curta, de dois pontos, mas moralmente ficou mais longe. Sob um sol de 41 graus, com duas paradas técnicas só no primeiro tempo, o Alvirrubro ficou em desvantagem logo aos seis minutos, numa falha patética de Júlio César. Num recuo de bola, o goleiro tomou distância demais para o chute, o suficiente para Tozin se aproximar. Quando finalmente chutou, acertou o jogador adversário. A bola foi para as próprias redes. Aos 18, o mesmo Tozin ampliou numa cabeçada no ângulo.

A bronca de Lisca foi grande no vestiário, mas não provocou qualquer reação na equipe. Aos 2, Diego Rosa entrou livre e ampliou. Aos 28 e 31, Alípio deixou a vantagem em cinco gols. No finzinho, o estreante atacante Daniel Morais fez o dele, mas, claro, não apagou o vexame. Além da queda, o coice, pois a viagem de volta é uma das mais desgastantes da Série B, com seis horas de ônibus e duas viagens de avião. Tempo suficiente para repensar os caminhos do Náutico.

Série B 2015, 20ª rodada: Luverdense 5x1 Náutico. Foto: MARCOS RIGO/FUTURA PRESS

Em marcha ao G4, Grafite decide pela 3ª vez no Arruda, desta vez contra o Macaé

Série B 2015, 20ª rodada: Santa Cruz 1x0 Macaé. Foto: Guilherme Verissimo/DP/D.A Press

E Grafite teve mais uma atuação decisiva no Arruda. Em seu terceiro jogo no estádio desde o seu retorno, num gramado mais bem cuidado, a principal contratação coral na temporada voltou a balançar as redes. Marcou contra Botafogo, Mogi Mirim e, agora, Macaé. Em todos os jogos o Santa Cruz saiu vitorioso, deixando claríssimo o ganho técnico com o atacante em campo. A partida contra o time do Rio abriu o returno para os corais, cuja agenda inicial é bem favorável, com quatro jogos no Recife nas seis primeiras rodadas.

Para manter a marcha rumo ao G4 (hoje com 31 pontos), o time busca encaixar o seu jogo, de posse de bola. Porém, a equipe de Martelotte ainda necessita de um melhor entrosamento na frente. Mesmo com o Anderson Aquino, o artilheiro da Série B com 10 gols, e Grafite em boa fase? Justamente. O encaixe da dupla ainda não se consolidou, seja em tabelas ou bolas enfiadas. Mesmo assim, os resultados vêm surgindo, com três vitórias nas últimas quatro apresentações.

Desta vez, o magro placar de 1 x 0 se manteve por causa da trave, com duas bolas dos tricolores (Aquino) e duas dos fluminenses, uma delas no fim da peleja. E aí entra a importância de Grafite, pouco acionando na bola aérea, com cruzamentos sem perigo de Vitor e Marlon. Até então, eram dois gols de cabeça, mas o experiente jogador tem recursos. Aos 14 do segundo tempo, recebeu de Luisinho, girou sobre o marcador e bateu de bico, certeiro. À parte da afaboção do time, o adversário pouco fez. Até mesmo porque na Segundona não é fácil bancar um definidor de peso. E como faz diferença ter um em campo…

Série B 2015, 20ª rodada: Santa Cruz 1x0 Macaé. Foto: Guilherme Verissimo/DP/D.A Press

Podcast 45 (163º) – Fiasco do Sport em Salvador, Série B e reportagens polêmicas

O tema principal deste 45 minutos foi a Sula, com um constrangedor Sport diante do Bahia, na Fonte Nova. Eduardo Batista acertou com o time misto, ao tratar o torneio como Plano B? Para o blog, não. Contudo, o tema foi aberto. Sobre o Santa, além da partida contra o Macaé, entrou no podcast a repercussão de parte da torcida nas redes sociais a cada reportagem que aponte algum problema no clube (duplicidade de cobrança para sócios, obra parada no CT etc). No Náutico, comentamos a prévia contra o Luverdense e a polêmica sobre a “carne” no almoço (já desmentida pela direção).

Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Começa a segunda CPI do Futebol. Entre os convidados, até Evandro Carvalho

CPI do Futebol em 2015. Crédito: twitter.com/romariozonze

Aos poucos, a CPI do Futebol começa a ganhar corpo em Brasília. Na primeira audiência sobre o assunto no Senado, em 2015, foram ouvidos os jornalistas Juca Kfouri, José Cruz e e Jamil Chade, com depoimentos sobre os contratos da CBF, sobretudo o acordo para a realização de amistosos internacionais, com a empresa ISE. Após os documentos apresentados, o senador Romário, presidente da comissão parlamentar de inquérito, já disparou.

“Pelas provas trazidas, fica evidente que a ISE, que controla os amistosos da Seleção é uma empresa fantasma, que só existe para a CBF.”

A empresa tem apenas uma caixa postal, nas Ilhas Cayman, subcontratando outra empresa para a operacionalização dos jogos. Espera-se que a comissão investigue a fundo a estrutura do futebol no país, do topo à base. A lista é encabeçada pelo ex-presidente da CBF, José Maria Marin, preso na Suíça após a investigação do FBI sobre as ações da Fifa. A médio prazo, o foco deve ir além da confederação. Ainda não há data, mas os 27 presidentes de federações estaduais serão chamados ao Congresso. Inclusive Evandro Carvalho, da FPF.

“Eu acredito que todos eles (presidentes das federações) virão aqui bastante satisfeitos, pois eles vão nos ajudar, vão mostrar um pouco o que eles vem fazendo no futebol e pelo futebol nos últimos anos”.

O Baixinho justifica que como se trata de um convite, ninguém é obrigado a ir…

Vale lembrar que esta é segunda CPI do Futebol. Em 2001, a investigação focou o contrato de US$ 160 milhões entre CBF e Nike, assinado em 1996. Só que a apuração se transformou num papelão, tendo tempo até, em um dos interrogatórios, para questionar a marcação em Zidane na final do Mundial de 1998. Relembre o episódio, e o autor da pergunta, clicando aqui.