Além da taxa de 8% sobre a renda bruta dos jogos, a FPF ainda cobra outros encargos aos clubes no Campeonato Pernambucano. Em 2017, os mandantes precisam pagar por inúmeros serviços administrativos para a realização da peleja, ampliados a cada fase. Se na etapa preliminar basta a arbitragem e um delegado de jogo, no mata-mata são dez funções! Árbitro, dois assistentes, 4º árbitro, delegado especial de arbitragem, assessor de arbitragem, delegado do jogo, supervisor de protocolo, assessor de protocolo e fiscal da FPF.
Além disso, cada partida é precificada de uma forma. Logo, os valores da final são bem maiores que os da primeira fase. Somando essas taxas de funções, o gasto vai de R$ 2.725 a R$ 14.957 – no caso dos assistentes, a cota equivale a 75% do valor pago ao árbitro, com o 4º árbitro tendo 35% no mesmo modelo. Em comparação com o ano passado, um aumento de 8,4%. No caso do Árbitro Fifa, R$ 322 a mais. Não para aí. Também há a despesa com diárias para os árbitros. Em vez de estipular metas de distância, como e 2016, desta vez a federação já determinou o valor de cada cidade, com Salgueiro sendo a mais cara, R$ 210.
A responsabilidade de pagamento do mandante não é regra. Num viés local, basta dizer que na Copa do Nordeste as taxas de arbitragem são pagas pela CBF. No estado, os valores foram estipulados pela diretoria de competições da federação e pela comissão de arbitragem. No documento de 4 de janeiro, as assinaturas dos respectivos diretores, Murilo Falcão e Salmo Valentim.
Os “clássicos” envolvem, claro, os jogos entre Náutico, Santa e Sport, com até cinco categorias de árbitro – com os níveis CBF e Fifa sendo mais requisitados.
O quadro seguinte é válido no hexagonal do título, nos jogos do Trio de Ferro no Recife diante dos três classificados da fase preliminar. No Arruda, Arena Pernambuco e Ilha do Retiro os jogos já contam com dez funções.
Os jogos entre clubes intermediários (nove clubes ao todo) têm um preço diferente, necessitando de apenas uma função administrativa. Cenário válido na fase preliminar e hexagonais do título e da permanência. Ou seja, a tabela só mudaria num confronto do tipo a partir da semifinal (o que nunca ocorreu).
O futebol pernambucano terá quatro clubes com calendário cheio em 2017. Com a definição das divisões, com o Sport na Série A, Santa Cruz e Náutico na B e o Salgueiro na C, é possível projetar as cotas de cada time, entre verba de transmissão na televisão e o repasse por classificação – obviamente, existem outras fontes, como bilheteria, patrocínio, Timemania, sócios etc.
O blog elencou todas as competições oficiais com os valores já divulgados. No caso do Brasileirão e da Copa Sul-Americana, foram considerados os dados último ano. Ampliando a lista, também foram apresentados as cifras de Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza, os principais adversários regionais.
As receitas de cada clube estão divididas em quatro colunas nos quadros abaixo, com o cenário mais pessimista na primeira, considerando o valor-base da televisão e a pior colocação possível na competição. Em seguida, duas colunas com campanhas acessíveis, passando uma fase nos respectivos torneios, ou, no caso do Brasileiro, nas primeiras posições acima da zona de rebaixamento, o mínimo esperado por qualquer participante.
No fim, chega-se a uma equação entre mercado e meritocracia esportiva, embora também exista uma enorme disparidade local (e regional) nas cotas a partir do modelo de gestão da televisão sobre o campeonato nacional.
Previsão mínima de cotas do Sport por mês: R$ 3.731.781
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + R$ 1.956.725 (+4,56%)
Calendário: de 57 jogos a 90 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 692.355
Com o contrato junto à Rede Globo até 2018 (e já tem um novo, de 2019 a 2024), o Sport tem a garantia de receita independentemente da série – ainda que esteja indo para o 4º ano seguido na elite. Além da cota fixa de R$ 35 milhões, há uma variação considerável (e ascendente) no pay-per-view. Com isso, nesta plataforma, o blog projetou o aumento de R$ 5 mi para R$ 7 mi em 2017. Sobre o aporte mínimo, o clube só não teria verba na Série A, pois a premiação esportiva começa a partir do 16º colocado (ou seja, em caso de permanência). Por outro lado, fazendo o básico, passando uma fase em cada torneio/copa e evitando o rebaixamento, o Leão já teria um aumento de R$ 2,6 milhões – lembrando que o Brasileiro e a Sula estão com valores de 2016, que tendem a ser reajustados.
Previsão mínima de cotas do Santa Cruz por mês: R$ 628.683
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: – R$ 17.330.800 (-69,67%)
Calendário: de 56 jogos a 72 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
Sem dúvida alguma, o maior baque financeiro no futebol pernambucano em 2017. Por não ser cotista no Brasileiro (até 2018, a Globo só firmou 18 contratos do tipo), o tricolor perdeu a cota de R$ 23 milhões (somando tevês aberta e fechada, ppv, sinal internacional e internet). Além disso, a canetada da Conmebol, que o tirou da Copa Sul-Americana (onde tinha vaga como campeão nordestino) custou mais R$ 791 mil, considerando a cotação atual sobre a cota da primeira fase do torneio, de US$ 250 mil. Para completar, a CBF tentou consolar o clube com uma pré-classificação às oitavas de final da Copa do Brasil. Porém, ainda que já largue ganhando R$ 880 mil (e possa ganhar R$ 1 mi caso avance no primeiro mata-mata), o Santa não tem direito às premiações das quatro fases anteriores, que somariam R$ 1,995 milhão.
Previsão mínima de cotas do Náutico por mês: R$ 576.183
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + R$ 610.000 (+9,67%)
Calendário: de 55 jogos a 78 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 692.355
A derrota para o Oeste custou caro ao Náutico. Sem o acesso, perdeu a cota de R$ 23 milhões e ainda foi relegado ao grupo 3 da Copa do Brasil, com premiações inferiores nas primeiras fases. Na elite, receberia 420 mil reais na estreia. Como está na Série B, ganhará 250 mil (queda de 40,4%). Comparando com o valor mínimo estipulado no ano passado, a vantagem é a participação na Copa do Nordeste. Por sinal, passar da fase preliminar nas duas copas (regional e nacional) significaria mais R$ 765 mil, receita importante, dado já superior à média mensal que o alvirrubro deverá ter ao longo de 2017. Assim como o Santa, a premiação da Segundona será integral, independentemente da colocação (rebaixado ou campeão), pois os clube optaram por dividir o montante previsto para o G4. Assim, sobrou R$ 88,2 mil para cada um.
Previsão mínima de cotas do Salgueiro por mês: R$ 30 mil
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: – R$ 495.000 (-57,89%)
Calendário: de 35 jogos a 58 jogos oficiais
Fora do Nordestão, onde chegou às quartas de final na última edição, o Carcará aposta as suas fichas na Copa do Brasil, onde estreia com a vantagem do empate (assim como Sport e Náutico, nos jogos únicos da remodelada primeira fase). Passando de fase, o clube já ganharia mais uma cota, de R$ 315 mil. Caso não consiga, a pindaíba tende a ser grande no Cornélio de Barros. Isso porque a Série C segue sem cotas aos 20 participantes, tanto de transmissão quanto de premiação. Hoje, o dinheiro pago pelas emissoras detentoras dos direitos cobre apenas as despesas da competição (viagens e hospedagens dos clubes e arbitragens), segundo a CBF.
Previsão mínima de cotas do Bahia por mês: R$ 4.461.666 Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + 295.000 (+0,55%)
Calendário: de 55 jogos a 78 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
Apesar do retorno à Série A, o Bahia manteve o patamar financeiro da Série B, pois, como cotista da tevê (um dos 18 clubes até 2018), teve o valor integral na última temporada. A receita bruta, via Globo, é a maior do Nordeste por causa do pay-per-view, numa projeção a partir da pesquisa Ibope/Datafolha, a base da distribuição até então. O tricolor da Boa Terra teria 3,7% dos assinantes, contra 2,3% do Vitória e 1,5% do Sport, em dados de 2015 – hoje, na prática, a verba pode até ser maior. Uma diferença efetiva em 2017 (ainda que de pouco impacto geral) está na Copa do Brasil, com o clube no “grupo 2” dos repasses nas duas primeiras fases. Mudança ocasionada pela presença na elite.
Previsão mínima de cotas do Vitória por mês: R$ 3.936.666
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: – R$ 834.650 (-1,73%)
Calendário: de 55 jogos a 78 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
O Vitória se manteve na primeira divisão nacional, mas a projeção mínima prevê uma leve queda, devido à ausência na Copa Sul-Americana. O leão de Salvador ficou a dois pontos da zona de classificação à copa internacional, que em 2016, mesmo caindo logo no primeiro mata-mata, rendeu R$ 949 mil. O clube tem, rigorosamente, o mesmo calendário do arquirrival, com a variação de jogos a partir do rendimento de cada um, claro. Com quase 4 milhões de reais por mês, o clube terá a segunda receita da região, a partir dos critérios deste publicação.
Previsão mínima de cotas do Ceará por mês: R$ 571.183
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + R$ 195.000 (+2,92%)
Calendário: de 51 jogos a 73 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
A projeção do Ceará é baseada nas poucas informações acerca da premiação da Primeira Liga, que terá o alvinegro como primeiro representante nordestino. Segundo a Rádio Verdes Mares, da capital cearense, o clube receberia R$ 230 mil por jogo. Porém, o torneio é mais curto que o Nordestão (sem o Ceará), com apenas três jogos na fase de grupos e quartas de final e semifinal em jogos únicos. Em relação ao título, a premiação de 2016 foi de R$ 500 mil. Com o aumento da receita do torneio, que pagará 4,6 vezes mais, o blog tomou a liberdade de estimar o valor da taça (R$ 2,3 mi).
O terceiro Castelazo consecutivo tirou R$ 5 milhões do cofre do tricolor alencarino (que seria a cota da Série B). Indo para o 8º ano na terceira divisão, o clube segue bem à margem dos grandes clubes da região em termos de cotas de televisionamento. Receberá apenas passagens aéreas e hospedagens no Brasileiro. Tem na Copa do Brasil o melhor caminho para obter dinheiro a curto prazo – além, claro, de uma nova tentativa de acesso em outubro.
Previsão mínima de cotas do Fortaleza por mês: R$ 137.500
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + R$ 105.000 (+6,79%)
Calendário: de 34 jogos a 65 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
Em 2017, no último ano do atual contrato entre CBF e Rede Globo, a premiação ao campeão da Copa do Brasil subiu para R$ 11,685 milhões. Em relação à edição anterior, um aumento de 8,7% – em 2018, num novo acordo comercial, a premiação será de R$ 68 milhões (!). O montante corresponde à soma das cotas de participação nas oito fases do mata-mata, da fase preliminar ao título – acima, os valores absolutos em campanhas finais a partir das oitavas. Nesta temporada, no embalo da ampliação da Libertadores, o torneio nacional foi reformulado, ganhando mais quatro participantes (chegando a 91 clubes) e mais uma fase preliminar. Ou seja, para alcançar as oitavas de final, agora será preciso passar por quatro fases, sendo as duas primeiras em jogos únicos.
Campanha máxima para o título: 2012 – R$ 4,20 milhões (6 fases) 2013 – R$ 6,00 milhões (7 fases) 2014 – R$ 6,19 milhões (7 fases) 2015 – R$ 7,95 milhões (7 fases) 2016 – R$ 10,74 milhões (7 fases) 2017 – R$ 11,68 milhões (7 fases) 2018 – R$ 68,70 milhões (8 fases)
A reformulação na 29ª edição modificou, consequentemente, a distribuição da premiação do torneio, que terá novamente quatro clubes pernambucanos. Sport (08/02), Náutico (15/02) e Salgueiro (15/02) largam normalmente, na primeira fase. Já o Santa Cruz, como benesse do título nordestino, após a perda da vaga na Sul-Americana numa canetada, irá estrear somente nas oitavas de final.
Abaixo, o quadro com todas as cotas da Copa do Brasil, fase por fase, de 2012 a 2017 – os dados deste ano foram apurados por Wellington Campos, da Rádio Itatiaia. O período foi marcado pela subdivisão de cotas nas duas primeiras fases, com três grupos, variando de acordo com a evolução da copa, com 16 e 32 avos de final em 2012, 32 e 64 avos de 2013 a 2016 e, agora, 64 e 128 avos. Nesta temporada os grupos foram divididos da seguinte forma, tendo como base o Ranking de Clubes da CBF, atualizado em 12 de dezembro de 2016:
Grupo 1 – Os 15 primeiros no Ranking da CBF (Corinthians 4º, Cruzeiro 6º, Inter 7º, São Paulo 8º, Fluminense 10º, Vasco 13º, Coritiba 14º e Ponte Preta 15º)
Grupo 2 – Os demais clubes presentes na Série A de 2017 (Sport 17º, Vitoria 20º, Bahia 21º e Avaí 25º)
Grupo 3 – Os 68 clubes inscritos na 1ª fase que estão fora da elite em 2017
Pré-classificados às oitavas – Santa, Paysandu, Atléticos MG, Atlético-PR, Atlético-GO, Chapecoense, Palmeiras, Santos, Flamengo, Botafogo e Grêmio
Sobre a rentabilidade da participação local, o quarteto ganhará R$ 1,82 milhão só com o primeiro mata-mata de cada rum. Largando das oitavas, o Santa tem a garantia de R$ 880 mil. Porém, não tem direito às cotas das quatro fases anteriores (que corresponderiam R$ 1,995 mi). Em caso de título, o Sport ganharia R$ 10,5 milhões, o maior valor absoluto no estado. Náutico e Salgueiro chegariam a R$ 10,125 milhões, com o Santa recebendo até R$ 9,13 mi.
Entre patrocínios de camisa e fornecedoras de material esportivo, há uma verdadeira disputa pelo “mapeamento” do futebol brasileiro. O Ibope-Repucom fez um levantamento com todas as empresas que investiram com regularidade no Brasileiro de 2016, abordando 21 clubes – com 20 deles assegurados na elite de 2017, exceção feita ao rebaixado Inter. Considerando as marcas vinculadas em 2016 (quadros acima e abaixo), três clubes tiveram apenas um patrocínio no uniforme, Vasco, Atlético-PR e Sport. Com o contrato de um ano com a Caixa Econômica Federal, o time pernambucano recebeu R$ 6 milhões. Também teve aporte neste tipo de receita através da Adidas, cujo acordo segue desconhecido. Ainda no cenário local, vale destacar que Náutico e Santa tiveram Topper/Caixa e Penalty/MRV como contratos mais duradouros, respectivamente.
Sobre as fabricantes, Nike (2 clubes) e Adidas (5) trouxeram a rivalidade global para os dois times mais populares do país. Nos dois casos, contratos maiores que os do patrocínio-máster, num formato já recorrente. Dos quatro maiores acordos, apenas o Palmeiras irá assinar um novo trato a partir de 2017.
Maiores contratos com fornecedoras de material esportivo em 2016: 1º) R$ 40 milhões/ano – Corinthians/Nike (2016-2025)
2º) R$ 35 milhões/ano – Flamengo/Adidas (2013-2022) 3º) R$ 27 milhões/ano – São Paulo/Under Armour (2015-2019)
4º) R$ 22 milhões/ano – Fluminense/Dry World (2016-2020 – rescindido)
5º) R$ 20 milhões/ano – Atlético-MG/Dry World (2016-2020 – rescindido)
6º) R$ 19 milhões/ano – Palmeiras/Adidas (2015-2016)
Em relação aos patrocínios tradicionais, com as marcas estampadas, a lista tem o Palmeiras como líder absoluto, levando em cona apenas uma empresa. Isso porque a Crefisa pagou ao alviverde (que terminou o ano como campeão brasileiro) por espaços na parte frontal, costas e ombros.
A título de comparação, o rival São Paulo firmou um contrato de 25 milhões por 19 meses com uma marca (na lista abaixo, a média anual), mas teve outros nove anunciantes, com a arrecadação passando de R$ 30 milhões. Enquanto isso, Timão e Fla seguem como os principais expoentes da Caixa. A instituição bancária está presente em 16 dos 21 clubes abordados no estudo do Ibope.
Maiores contratos de patrocínio no uniforme em 2016: 1º) R$ 66,0 milhões – Palmeiras (Crefisa – privado) 2º) R$ 30,0 milhões – Corinthians (Caixa) 3º) R$ 25,0 milhões – Flamengo (Caixa) 4º) R$ 15,7 milhões – São Paulo (Prevent Senior – privado)
5º) R$ 12,9 milhões – Grêmio (Banrisul)
5º) R$ 12,9 milhões – Internacional (Banrisul)
Confira o levantamento do Ibope-Repucom numa resolução melhor aqui.
Em duas décadas de história intermitente, com 13 edições oficiais, a Copa do Nordeste já teve a participação de 51 clubes. Indo além da lista de campeões, que tem o Vitória como maior vencedor, tetra, e o Santa Cruz como sétimo campeão, o blog compilou todas as campanhas, literalmente. De 1994, quando ocorreu em Alagoas a pioneira edição com o nome conhecido, até 2016, foram realizadas 905 partidas, com 2.520 gols marcados, proporcionando uma média de 2,78. Em relação à pontuação absoluta, a dupla Ba-Vi está empatada com 239 pontos, com o rubro-negro à frente no número de vitórias (70 x 68). Curiosamente, o aproveitamento do rival é melhor, pois tem dois jogos a menos.
Em seguida vem o Sport, cuja ausência em 2010 pesa bastante no histórico geral, pois naquele ano houve um turno com 14 rodadas – em disputa marcada pela imposição da Liga do Nordeste frente à CBF, numa batalha judicial. Atual campeão, o Santa somou 24 pontos até sua orelhuda dourada, ficando a um triz do América, ainda em vantagem devido aos doze jogos a mais. Enquanto isso, o Náutico é o time com menos participações na Lampions entre os mais tradicionais da região. Ficou de fora em cinco edições, custando o top ten.
Outra curiosidade está lá no fim da tabela, com os genéricos Flamengo (Teresina), Corinthians (Maceió) e Palmeiras (Feira de Santana). Outras agremiações genéricas têm história no Nordestão, como Botafogo (João Pessoa), Coritiba (Itabaiana), Cruzeiro (Arapiraca) e Fluminense (Feira de Santana), que detém o melhor resultado entre esses times, com o vice em 2003.
Observações do blog sobre a composição dos dois quadros expostos (ranking de pontos, abaixo; ranking de colocações no G4, acima):
1) Vitória, 3 pontos. Empate, 1 ponto. Resultados da fase preliminar à final.
2) A ordem dos times no ranking de pontos foi estabelecida da seguinte forma: pontos, vitórias, saldo de gols, gols marcados. O índice de aproveitamento aparece como adendo ao rendimento de cada clube
3) A ordem no ranking de colocações foi estabelecida da seguinte forma: títulos, vice-campeonatos e semifinais (em 1998, com a fase semifinal em dois quadrangulares, foi considerada a pontuação total). O número de vezes no G4 (última coluna) aparece como adendo ao desempenho de cada clube.
Na volta da Copa do Nordeste, em 2013, a bola oficial foi produzida pela Nike, com a mesma versão utilizada nas demais competições organizadas pela CBF. A partir do ano seguinte, a Liga do Nordeste passou a negociar com as fabricantes, visando um modelo exclusivo. Daí o nome Asa Branca, eleito numa votação popular que ainda teve Maria Bonita e Arretada. Do contrato firmado com a Penalty saíram três versões, fabricadas em Itabuna, no interior baiano.
Em 2016, entretanto, a Asa Branca 3 acabou saindo de cena, mesmo após a apresentação oficial. Com um “contrato mais vantajoso”, como limitou-se a dizer a liga, a Umbro ocupou o lugar. Porém, com uma bola genérica, sem traços regionais. Agora, em 2017, a situação foi amarrada de uma forma melhor.
Com o novo contrato, agora com a Topper, foi retomado o projeto de marketing do Nordestão, com a 4ª Asa Branca, com a taça dourada estampada. Como nas edições anteriores, a produção estima 500 bolas nos 74 jogos do torneio. Na decisão será feita uma versão especial, com os escudos dos finalistas.
Abaixo, relembre todas as bolas oficiais do Nordestão. Qual a mais bonita?
Com a elaboração da Taça Ariano Suassuna, em 2015, o Sport criou um evento particular na pré-temporada, emulando a ideia já tradicional no Barcelona (Joan Gamper) e Real Madrid (Santiago Bernabéu). Ou seja, a apresentação do elenco em um amistoso internacional no Recife, valendo um troféu simbólico. Começou com o pé direito, com 22 mil torcedores na arena diante do Nacional do Uruguai. Em 2016, na Ilha, menos de dez mil para assistir ao duelo contra o Argentinos Juniors. Em 2017, novo confronto inédito, desta vez contra o The Strongest.
Ao contrário das primeiras edições, o clube boliviano não é um campeão continental. Apesar do status de atual campeão nacional (soma 12 títulos), vem de um centro menor. Mantém a aura internacional da disputa, essencial, mas abaixo dos nomes trabalhados no período, como Atlético Nacional (atual campeão da Libertadores) e Lanús (atual campeão argentino). Por sinal, as sondagens só começaram em dezembro, bem em cima da hora para uma data já certa, anual. Após as negativas e com a agenda cada vez mais apertada, a direção leonina recebeu um sinal positivo do aurinegro de La Paz, onde joga o volante Chumacero, com passagem no próprio rubro-negro pernambucano.
A Taça Ariano é uma disputa com potencial de mercado, tanto que será exibida na televisão para todo o país pela 3ª vez, via Esporte Interativo. E merece uma atenção prévia, com o clube transformando de fato o jogo em evento.
24/01/2015 – Sport 2 x 1 Nacional-URU; 22.356 pessoas (R$ 547.250)
24/01/2016 – Sport 2 x 0 Argentinos Juniors-ARG; 8.909 pessoas (R$ 216.865)
22/01/2017 – Sport x The Strongest-BOL, na Arena Pernambuco
A primeira rodada da primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2017 atraiu apenas 3.487 torcedores. Em três jogos, na verdade, pois o empate sem gols entre Atlético e Afogados ocorreu de portões fechados, por falta de laudos técnicos em Carpina. Do público presente, 76% pagou ingresso, totalizando 2.652 pagantes. Lembra daquela regra criada pela FPF, impondo um valor mínimo de R$ 40 (e meia de R$ 20) para os ingressos? Pois é, passou longe.
Pelos borderôs oficiais (registros abaixo), todos os bilhetes foram vendidos com preços abaixo do estipulado. No estádio Cornélio de Barros (foto), com 1.852 pagantes, destaque para a campanha de sócios, com 895 adimplentes pagando R$ 1 (sim, um real). Na visão do blog, a regra sobre o valor mínimo foi descabida, ainda que a entidade entenda o artigo como uma “orientação”.
Além de R$ 40 ser um valor bem acima da realidade econômica local (até mesmo para ingressos de arquibancada nos jogos de Náutico, Santa Cruz e Sport), a exigência poderia retrair (o que não ocorreu) a criatividade dos clubes do interior para convocar os seus torcedores, distantes desde a suspensão da campanha promocional (e estatal) Todos com a Nota. No caso do Carcará, o plano de sócios com alguma eficiência é algo raríssimo no interior. Quanto ao descumprimento do artigo 19, o regulamento não prevê punição…
O impacto chinês no mercado do futebol, com seguidas propostas irrecusáveis, se confirma com os dados oficiais de transferências internacionais em 2016, com recordes tanto na quantidade de atletas negociados em todo o mundo quanto no dinheiro gasto pelos clubes. Somente na primeira janela, entre janeiro e fevereiro e com dados já detalhados, os times da China gastaram quase US$ 300 milhões, ou 244% a mais que 2015! Além do volume de jogadores para o “eldorado”, há muita qualidade envolvida, com contratações do porte do meia brasileiro Oscar (Chelsea) e do atacante argentino Tévez (Boca Juniors).
Até mesmo na “média” o dado foi o maior já registrado, com 329 mil dólares a cada atleta negociado, ou 20 mil a mais que o índice anterior. Naturalmente, teve gente saindo de graça e gente saindo por uma cifra astronômica. Cenários distintos entre os 6,5 mil clubes cadastrados pelo TMS, incluindo o Trio de Ferro do Recife. Em 2016, por sinal, houve a maior compra local, com o Sport pagando US$ 790 mil (R$ 3,16 mi na ocasião) ao Argentinos Juniors, fechando um acordo de cinco anos com o jovem atacante colombiano Lenis.
Outras transações envolvendo alvirrubros, rubro-negros e tricolores foram realizadas via TMS, através de empréstimos e com jogadores sem contrato. Eis alguns nomes trazidos do exterior e os países onde estavam: Ruiz (Colômbia), Mark González (Chile), Henríquez (Colômbia), Rodney Wallace (Portugal), Jonathan Goiano (Coreia do Sul), Bolaño (Equador), Marco Antônio (Catar), Rafael Coelho (Tailândia) e Yuri Mamute (Grécia). Sobre 2017, as duas janelas brasileiras vão de 12/01 a 04/04 e de 20/06 a 20/07. Cuidado com a China…
Para a liberação dos doze estádios inscritos no Campeonato Pernambucano de 2017, a FPF exigiu laudos técnicos de engenharia, segurança, bombeiros e vigilância sanitária. Ainda que alguns gramados, como o do Carneirão – exibido na primeira transmissão via internet -, sigam em péssimas condições, onze palcos foram confirmados antes da abertura da competição – exceção feita ao Paulo Petribú, em Carpina, na primeira rodada. Sobre a capacidade máxima (quadro abaixo), os dois palcos da capital seguem reduzidos em relação à versão mais recente do Cadastro Nacional de Estádios, da CBF.
A pedido do Ministério Público em novembro de 2015, Arruda e Ilha do Retiro perderam 9,4 mil e 5,5 mil lugares, respectivamente. Ou seja, no máximo 50 mil torcedores no Mundão (que já recebeu 96 mil) e 27 mil na casa leonina (que já acomodou 56 mil) – para retomar a capacidade original, Sport e Santa se comprometeram a cumprir as exigências até 2018. Já a Arena tem a maior diferença a favor, com 1,5 mil lugares a mais que o cadastro. Ao todo, existem 37.852 cadeiras à disposição do público geral, descontando camarotes, cadeiras vips e área de imprensa, o que corresponde a 83% da carga. Outras quatro praças esportivas também receberam pequenas ampliações (segundo os laudos), com destaque para o Luiz Lacerda. O estádio do Central, cujo gramado é um dos mais preocupantes em 2017, tem 518 lugares a mais.
Ao contrário da edição anterior, que exigia pelo menos três mil lugares até o hexagonal e dez mil nos mata-matas, desta vez a FPF estipula uma capacidade mínima somente a partir da semifinal, com “dez mil espectadores sentados”. Assim, o Vianão, em Afogados, com dois mil lugares, poderia receber o Trio de Ferro num hipotético confronto no hexagonal. Já numa possível fase decisiva, apenas três cidades estão aptas no interior: Vitória, Caruaru e Salgueiro.