Os rankings de dívidas fiscais dos clubes brasileiros com a Previdência e a União

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN)

O Sportv divulgou um interessante levantamento sobre as dívidas dos clubes brasileiros junto à Previdência, colhendo dados diretamente na Procuradora Geral da Fazenda Nacional, a PGFN. Somando todos os times, chega-se a R$ 800 milhões – o rombo previdenciário do país é de R$ 450 bi. A lista traz os quatro grandes do futebol carioca entre os cinco primeiros colocados, deixando claro como a gestão no Rio foi mal tratada durante muito tempo.

Entretanto, o ranking é extenso, com o Trio de Ferro do Recife presente, com Náutico 9º, Santa 13º e Sport 19º. Essas dívidas serão parceladas no acordo com o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, o Profut. O programa, sancionado pelo governo federal em 5 de agosto de 2015, tem como objetivo refinanciar as dívidas fiscais dos clubes em até vinte anos, com a primeira parcela sendo paga em 2018.

As maiores dívidas com a Previdência (abril/2017)
1º) R$ 83.863.163  Flamengo 
2º) R$ 54.950.505  Atlético-MG
3º) R$ 49.785.558  Fluminense
4º) R$ 45.667.430  Botafogo
5º) R$ 41.757.794  Vasco
6º) R$ 41.722.323 – Corinthians
7º) R$ 37.356.576 – Portuguesa
8º) R$ 34.474.615 – Guarani
9º) R$ 22.572.074 – Náutico
10º) R$ 16.878.668 – Vitória

As dívidas dos principais clubes do NE com a Previdência (abril/2017)
1º) R$ 22.572.074 – Náutico
2º) R$ 16.878.668 – Vitória
3º) R$ 14.907.200 – Santa Cruz 
4º) R$ 13.741.000 – Bahia 
5º) R$ 9.633.404 – Sport
Subtotal – 77,7 milhões de reais

A reportagem assinada por Fred Justo focou nas dívidas previdenciárias. Porém, a dívida com o poder público é bem maior. No futebol pernambucano, por exemplo, existem pendências de tributos federais, FGTS, INSS e demandas com a Justiça do Trabalho e com a Prefeitura do Recife.

Nesta escala ampla, o banco Itaú BBA esmiuçou os últimos balanços oficiais dos clubes, resultando no relatório Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros de 2016Para fins de avaliação, o banco utilizou “todas as dívidas fiscais registradas no passivo exigível a longo prazo”, que em tese abarcam todos os tributos renegociados. Assim, a dívida fiscal absoluta dos 27 clubes analisados chegou a 3,2 bilhões de reais (lista abaixo). O Botafogo, por exemplo, teria R$ 490 milhões a mais em relação ao ranking acima.

As maiores dívidas fiscais do futebol brasileiro (julho/2016)
1º) R$ 535 milhões – Botafogo
2º) R$ 347 milhões – Flamengo
3º) R$ 268 milhões – Vasco
4º) R$ 258 milhões – Atlético-MG
5º) R$ 237 milhões – Fluminense
6º) R$ 190 milhões – Corinthians
7º) R$ 167 milhões – Cruzeiro
8º) R$ 166 milhões – Santos
9º) R$ 146 milhões – Bahia
10º) R$ 124 milhões – Coritiba

As dívidas fiscais dos principais clubes do NE (julho/2016)
1º) R$ 146 milhões – Bahia
2º) R$ 115 milhões – Náutico
3º) R$ 47 milhões – Sport
4º) R$ 26 milhões – Santa Cruz
5º) R$ 25 milhões – Vitória
Subtotal – 359 milhões de reais

Neste emaranhado, ainda há outro ranking. Há dois anos, a ESPN apresentou um relatório sobre as dívidas dos clubes na União (abaixo), também apurado junto à PGFN, mas sem detalhar a área. Vale destacar que a partir de 2018 o clube que disputar a Série A “não poderá ter dívidas perante a administração pública”, segundo a recém-criada Licença de Clubes da CBF. A regularização de todos os pagamentos – obtendo as certidões negativas – já seria suficiente para o cumprimento do item 30, que também será aplicado nas demais séries de forma escalonada: B (2019), C (2020) e D (2021). Haja Profut…

As maiores dívidas com a União (fevereiro/2015)
1º) R$ 284,2 milhões – Atlético-MG 
2º) R$ 235,0 milhões – Flamengo 
3º) R$ 215,4 milhões – Botafogo 
4º) R$ 186,5 milhões – Corinthians 
5º) R$ 173,9 milhões – Fluminense 
6º) R$ 148,8 milhões – Vasco 
7º) R$ 129,6 milhões – Internacional 
8º) R$ 101,9 milhões – Guarani 
9º) R$ 73,8 milhões – Palmeiras 
10º) R$ 68,6 milhões – Portuguesa

As dívidas dos principais clubes do NE com a União (fevereiro/2015)
1º) R$ 59,1 milhões – Sport
2º) R$ 50,3 milhões – Vitória

2º) R$ 45,6 milhões – Náutico
3º) R$ 42,4 milhões – Santa Cruz
4º) R$ 21,7 milhões – Bahia
Subtotal – 219,1 milhões de reais

Obs. Com a diferença de um ano em cada lista, obviamente é possível a mutação da dívida, para mais ou para menos.

Projetando as cotas do Esporte Interativo na Série A, já considerando o Santa Cruz

Projeção de cotas do Esporte Interativo no Brasileiro em 2019. Crédito: Douglas Batista Cruz (@dbatistadacruz)

A partir de 2019 a transmissão da Série A na televisão por assinatura ficará dividida entre os canais Sportv (da Globo) e Esporte Interativo (da norte-americana Turner). A cisão, a primeira em vinte anos, ocorre porque o EI vem seduzindo os clubes com propostas mais vantajosas na plataforma fechada. A promessa é repartir R$ 550 milhões entre os vinte clubes a cada ano, seguindo o modelo inglês: 50% igualitário, 25% pela última campanha e 25% por audiência. A partir dos clubes já acertados, o torcedor Douglas Batista Cruz, com outras colaborações no blog, fez uma projeção sobre a divisão “hoje”.

O quadro inclui o Santa, com forte indício da negociação com o EI, há mais de um mês. Assim, seriam sete clubes na elite. Logo, o bolo (proporcional) seria de R$ 192,5 milhões. Para o cálculo, foi tomado como base de dados a audiência de 2016 (ou seja, a divisão feita pela Globo, o único modo conhecido para mensurar) e as campanhas no Brasileiro de 2015. Os números mudam dependendo da representatividade de cada time, técnica e televisiva.

No caso coral, vice-campeão da Segundona e no piso das cotas globais, o montante seria de R$ 19.813.000 – só pela tevê fechada, reforçando. Em tempo: neste ano o tricolor receberá R$ 26 milhões, somando os cinco contratos possíveis (aberta, fechada, pay-per-view, internet e internacional). Ou seja, com a projeção via Esporte Interativo, os corais precisariam captar R$ 7 milhões na tevê aberta e no PPV para superar o valor atual (e real). Difícil?

Veja o gráfico em uma resolução melhor aqui

Confira uma projeção de cotas do Brasileirão via Premier League aqui.

Podcast 45 (212º) – A revolução na negociação da TV no Brasileiro

Esporte Interativo x Rede Globo, o duelo pelo Brasileirão

O possível contrato de oito clubes com o canal Esporte Interativo, visando o Campeonato Brasileiro de 2019 a 2024, pode acabar com um monopólio na tevê por assinatura que dura desde 2000, com o Sportv, o braço da Globo. Atlético-PR, Coritiba e Santos já estão acertados, com Grêmio e Inter negociando e o Santa Cruz na mira da emissora controlada pela Turner. Enquanto isso, o Sport renovou com a Globo até 2020 e o Náutico segue fora dos “cotistas”. Toda essa movimentação, que reflete diretamente nos resultados no campo, devido ao poder econômico, foi o tema central desta edição do 45 minutos, com 1h30 sobre os novos caminhos do futebol. Um programa bem além do Recife.

Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Liga dos Campeões no Esporte Interativo pode libertar o Nordestão nas operadoras

Lampions League

A negociação dos direitos de transmissão da Liga dos Campeões da Uefa de 2015/2016 a 2017/2018 poderá influenciar diretamente na exibição da Copa do Nordeste na televisão. Pois é. O processo não deve ser tão rápido, mas é difícil achar que o Esporte Interativo seja ignorado a partir de agora.

Turbinado pelos investimento do Grupo Turner, o canal adquiriu com exclusividade os direitos da Champions na televisão paga. É hora de lembrar do velho pleito da empresa, há tempos tentando entrar nas principais operadoras do país, Sky e Net, que detêm cerca de 80% do mercado, ou 15,1 milhões dos 18,9 milhões de assinantes brasileiros, segundo dados da Anatel.

Desde 2013, quando retornou, o Nordestão tem todos os seus jogos transmitidos somente no canal, sendo ignorado nas principais grades. Neste ano houve uma pressão maciça nas redes sociais por causa do veto (veja aqui).

Talvez, com um torneio de porte bem maior no pacote, a negociação esquente – e este deve ser a principal carta dos executivos do EI, formando uma junção bem aleatória, remetendo ao apelido “Lampions League”.

Em 2012 ocorreu algo semelhante com o Fox Sports. Iniciando na época a transmissão exclusiva da Taça Libertadores, com seis clubes brasileiros envolvidos, o canal estreante estava alijado das principais operadoras. Com a pressão dos assinantes e após uma negociação com a divisão das partidas com o Sportv, chegou-se a um acordo. Cenário semelhante?

Enquanto isso, voltando ao presente, o Esporte Interativo sequer confirma o acerto. Em contato com o blog, não desmentiu. De toda forma, o anúncio deve ocorrer ainda em outubro, a dez meses do novo contrato, em agosto de 2015. Aos nordestinos – com 2,27 milhões de assinantes -, vale a expectativa sobre a exibição das 74 partidas anuais do regional, cujo contrato vai até 2022.

Quanto maior a cobertura, maior a valorização da Lampions…

Assinantes de TV no Nordeste*
1º) Bahia – 662.240
2º) Pernambuco – 408.287
3º) Ceará – 385.733
4º) Rio Grande do Norte – 228.671
5º) Maranhão – 158.452
6º) Paraíba – 150.079
7º) Alagoas – 124.168
8º) Sergipe – 78.629
9º) Piauí – 73.890

* Considerando todos os grupos, com dados da Anatel de junho de 2014.

Salgueiro triplamente ao vivo via Sportv, ESPN Brasil e Fox Sports

O Salgueiro conseguiu algo raro em sua primeira participação na Copa do Brasil. Abrindo as oitavas de final, o Carcará teve o seu jogo contra o Inter, em Novo Hamburgo, nesta quinta, inserido ao vivo nas grades das três maiores emissoras esportivas de tevê por assinatura do país, e em alta definição.

Na verdade, uma transmissão deste tipo é rara para qualquer clube de futebol.

É inegável a visibilidade alcançada pelo último representante nordestino no mata-mata nacional desta temporada. Com a oportunidade, o clube firmou um patrocínio master pontual, com o BMG, de R$ 50 mil pelos dois jogos. E olhe que o clube sertanejo já recebeu R$ 1,2 milhão pelas fases disputadas na copa.

Sportv

Copa do Brasil 2013, oitavas de final: Internacional x Salgueiro. Crédito: Sportv/reprodução

ESPN Brasil

Copa do Brasil 2013, oitavas de final: Internacional x Salgueiro. Crédito: ESPN Brasil/reprodução

Fox Sports

Copa do Brasil 2013, oitavas de final: Internacional x Salgueiro. Crédito: Fox Sports/reprodução

Resistência cultural do futebol pernambucano nas mesas redondas

Juca Kfouri (Linha de Passe), Lédio Carmona (Redação Sportv) e Luiz Roberto (Bem, Amigos!)

O público fraco no clássico carioca na Arena Pernambuco, com 7.882 pagantes e prejuízo de R$ 41 mil no borderô, repercutiu fora do estado. Na imprensa do Sudeste, o tema foi discutido nas mesas redondas mais conhecidas da tevê.

O fiasco teria sido motivado pela “resistência cultural do futebol pernambucano”.

Abaixo, as opiniões dos jornalistas Juca Kfouri, no programa Linha de Passe, da ESPN Brasil, Lédio Carmona, no Redação Sportv, e Luiz Roberto, no Bem, Amigos!, ambos do Sportv. Todos no mesmo tom.

Juca Kfouri
“O futebol brasileiro comete contra si mesmo o equívoco de achar, de desconhecer por exemplo o perfil do torcedor pernambucano. O torcedor pernambucano se orgulha de dizer que é Sport, é Náutico e é Santa Cruz. Se há um torcedor no Nordeste que se orgulha de dizer isso e reprime os outros que dizem ser Flamengo, Vasco e Fluminense, é o torcedor pernambucano. É uma questão de orgulho estadual não ir a um Clássico Vovô.”

Lédio Carmona
“Não deu público porque o torcedor do Recife, do estado de Pernambuco, torce para Náutico, Sport e Santa Cruz. Ele torce muito, é muito apaixonado. Tem uma resistência. Eles são apaixonados pelos clubes deles e não tem espaço para clube de outro estado. O resultado financeiro era esperado. Eles não querem receber esses jogos. É um direito. É a cultura local.”

Luiz Roberto
“Acho que ficou aqui um alerta, uma confirmação. Me foi perguntado outro dia sobre o fato de jogos de times de outros estados acontecerem na Arena Pernambuco. Não teremos no Recife a mesma pegada de outras capitais do Nordeste. O Recife é uma cidade peculiar nesse aspecto. Ela é muito com os times locais. Não adianta porque no Recife não será como Natal, por exemplo, João Pessoa etc.”

Quase 2.500 minutos de futebol ao vivo no Pernambucano

Semifinais e finais do Pernambucano 2013. Arte com fotos de Paulo Paiva e Teresa Maia/DP/D.A Press

A confusa estrutura do Campeonato Pernambucano deste ano influenciou diretamente (de forma negativa) no número de partidas transmitidas ao vivo na televisão. Ao todo, 27 dos 138 jogos da competição  – que concorreu com a Copa do Nordeste – foram exibidos, considerando a tevê aberta, canais por assinatura e pay-per-view. Isso corresponde a 19,5% de todo o torneio. Na ordem de jogos, Sport 13, Santa Cruz 10, Náutico 10.

Curiosamente, apesar do regulamento completamente diferente, a edição do ano passado também teve 138 jogos. No entanto, os três grandes clubes disputaram os dois turnos. Assim, o número de partidas na televisão foi bem maior, com 38 (27,5%). Na ocasião, Sport 18, Santa Cruz 15, Náutico 15.

Já em relação às maiores audiências em 2013 os dados devem ser divulgados no próximo plano de ação da Rede Globo para captar patrocinadores. Confira os números do Ibope Media Workstation sobre o Estadual nos anos anteriores aqui.

Abaixo, os dados absolutos da transmissão em sinal aberto.

Índices do Ibope sobre a traÍndices do Ibope sobre a transmissão do Campeonato Pernambucano na Rede Globonsmissão do Campeonato Pernambucano

Os direitos de transmissão do Pernambucano foram vendidos à emissora até 2014, por R$ 1,32 milhão por temporada. Saiba mais detalhes clicando aqui.

Jogos do Campeonato Pernambucano de 2013 exibidos ao vivo na televisão

Overdose de futebol pernambucano na televisão

Jogos dos times pernambucanos na TV em 2013. Imagens de Esportes Interativo, Sportv/PFC e Globo

Transmissões em sinal aberto, tevê por assinatura, pay per view e até internet. Hoje em dia é possível visualizar o futebol pernambucano em várias mídias.

A ponto de os jogos de Santa Cruz, Náutico, Salgueiro e Sport terem sido exibidos para o Recife em três canais de televisão diferentes em um mesmo fim de semana, nos dias 26 e 27 de janeiro deste ano.

Santa Cruz 2 x 0 Feirense – Esporte Interativo
Náutico 3 x 1 Ypiranga – Sportv/PFC
América-RN 2 x 0 Salgueiro – Esporte Interativo
Fortaleza 0 x 0 Sport – Globo

Contexto comum em 2013? Uma insanidade em 1998.

Há quinze anos o Estadual nunca havia sido comercializado. Nacionalmente, partidas esporádicas na TV, sempre com valores acertados por cada jogo.

Foi quando a Globo pagou R$ 225 mil pelos direitos de transmissão. Contudo, não exibiu nenhum jogo. Acabou repassando a transmissão ao Sportv, que mostrou alguns jogos. Tempo de Paulistão e Carioca onipresentes.

A situação começou a mudar a partir de 1999, quando o locutor Luciano do Valle comprou os direitos de transmissão de toda a competição. Pagou R$ 500 mil, com um jogo por semana na TV Pernambuco, sinal aberto.

A elevada audiência fez a Globo retomar o interesse, pagando R$ 850 mil em 2000. Desde então, todas as edições foram exibidas em sinal aberto pelo canal.

Confira o valor atual da competição e as respectivas cotas aqui.

Com o interesse gradativo de outras emissoras, inclusive de tevê a cabo, acabou ocorrendo o surpreendente cenário na história do futebol local.

Ao todo, 360 minutos de futebol local na telinha de uma vez. Eis um avanço gradativo, tentando recuperar um espaço defasado no mercao futebolístico.

Que a qualidade das partidas acompanhe esse ritmo. É algo necessário.

As bandeiras dos Aflitos, da Ilha e do Arruda em Londres

Sport em Londres

Durante a Olimpíada em Londres, as câmeras da televisão captaram várias vezes as bandeiras dos clubes de futebol, uma mania do torcedor brasileiro.

E não foi nada incomum o surgimento dos pavilhões dos grandes clubes do estado, sobretudo nos ginásios de vôlei e basquete, nas apresentações da Seleção Brasileira.

Bandeira do Sport em Londres 2012. Foto:  Efraim Vilella/divulgação

Não bastasse o registro das bandeiras, os torcedores presentes no estado fizeram a sua parte e compartilharam as imagens inúmeras vezes nas redes sociais.

No post, exemplos de Náutico, Sport e Santa Cruz, entre “curtidas” e “tuitadas”.

Uma paixão que não mede distância e nem modalidade.

Santa Cruz em Londres

No duelo improvável, o resultado provável a favor dos corais

Série C 2012: Santa Cruz 2 x 1 Treze. Foto: Bernardo Dantas/Diario de Pernambuco

Não havia como imaginar um confronto oficial entre Santa Cruz e Treze neste ano.

Diante de quase sessenta mil testemunhas, em 2011, o Tricolor conquistou o acesso à Série C exatamente diante do clube de Campina Grande. Era um mata-mata.

Num processo jurídico pra lá de complicado, de explicar e entender, o representante paraibano também adquiriu o seu lugar na competição desta temporada.

Ironicamente, a repetição improvável do duelo, neste sábado, foi justamente a primeira transmissão da Terceirona em rede nacional, via televisão por assinatura.

O público no Arruda foi abaixo daquele duelo decisivo do ano passado, mas os 20.342 torcedores presentes viram um jogo bem mais emocionante.

Em vez de um nervoso empate sem gols, uma atuação muito superior dos corais.

O bicampeão pernambucano foi soberano na partida, pressionando o Treze contra a parede. Ataque e contragolpe, quase sempre com perigo.

No primeiro tempo foram dois gols, mas a massa tinha a certeza de que havia sido pouco. O primeiro saiu com o zagueiro William Alves, numa cabeçada após escanteio.

No último lance da primeira etapa, Dênis Marques, bem ligado no jogo, mandou um chutaço de fora da área. Mais um gol de longa distância do artilheiro.

Na etapa final, contudo, o limitadíssimo time de Marcelo Vilar se aproveitou dos erros do Santa. A Cobral Coral continuava sufocando, criando oportunidades. Mas abusou do direito de perder gols. Tornou o jogo perigoso.

Numa bobeira do volante Memo, aos 26 minutos, o Treze recuperou a bola e Brasão, ex-ídolo coral, marcou o gol, num chute certeiro.

A partir daí, o alvinegro se mandou pra frente, desorganizado. Mas também encontrou a defesa pernambucana assustada. O goleiro Fred ainda operou um milagre.

Sem direito a liminar paraibana ou algo do tipo, Santa Cruz manteve o 2 x 1.

Uma vitória num jogo tão improvável que caso a justiça mude todo de novo, o resultado poderá ser anulado. Como se ninguém tivesse visto o rendimento coral…

Série C 2012: Santa Cruz 2 x 1 Treze. Foto: Bernardo Dantas/Diario de Pernambuco