A emoção deles

Se aqui no Brasil o jogo já foi considerado espetacular, imagine no vizinho austral? Abaixo, o vídeo com a narração de um locutor uruguaio no antológico final da partida contra Gana, no último lance da prorrogação (veja AQUI). Uma cena que já está na história da Copa do Mundo como uma das mais incríveis em todos os tempos.

Quem não tem uma narração histórica gravada na memória…? Os uruguaios vão se recordar durante muito tempo dessa loucura. Confira a emoção deles.

O fim da saga

Chegou ao fim da saga de Dunga no comando técnido da Seleção Brasileira. Fim, também, da série cinematográfica “Dunga em um dia de Fúria”. Agora, o lançamento do 4º episódio. Confira abaixo. Veja um post sobre os três primeiros AQUI. Todos os curtas foram criados pelo mineiro Pablo Peixoto.

24 horas depois…

Montagem: Argentina fora da Copa de 2010O golpe no nosso Brasil foi duro.

Derroubou em um jogo a esperança de 192 milhões de torcedores (veja AQUI).

O pentacampeão do mundo estava fora da Copa do Mundo. Como a greia faz parte do futebol, os hermanos não tiveram pena.

O Olé, famoso e irônico jornal argentino, estampou logo a manchete “Brasil 2014”, em alusão ao Mundial que será organizado bem aqui dentro de quatro anos.

Na capa deste sábado, com um desolado Kaká, o Olé sugeriu aos torcedores brasileiros que comprassem uma televisão… Ok.

Agora, apenas 24 horas depois, o troco. Com a assinatura alemã, diga-se. E com um massacre constrangedor (veja AQUI).

Brasil e Argentina deixam a Copa do Mundo de 2010 nas quartas de final, a mesma fase em que foram eliminados há quatro anos. Já a Alemanha se classifica à semifinal como ocorreu na edição anterior. Fica a dica.

Uma Alemanha para mudar a história

Copa do Mundo de 2010: Argentina 0 x 4 Alemanha

O lance! O atacante Carlitos Tévez recebe no lado esquerdo da grande área e toca para Higuaín, que empurra para o gol vazio, aos 37 minutos do primeiro tempo. Festa dos hermanos, que lotaram o estádio Green Point neste sábado.

Mas a festa durou 1 segundo. Tempo suficiente para o árbitro anular o lance, corretamente. Antes mesmo do toque para Gonzalo Higuaín, Tévez já estava impedido. Por sinal, só a hinchada argentina na arena não estava impedida no lance.

Tirando isso… Atropelamento no clássico. Alemão!

Com 2 minutos, Thomas Müller marcou de cabeça e chegou ao seu quarto gol na Copa, se igualando na artilharia… Era o gol de número 200 da Alemanha em Mundiais.

Mas os germânicos chegaram a 203, pois no segundo tempo a armada de Maradona não conseguiu invadir o bunker e ainda viu uma série de contragolpes. Um futebol muito rápido e técnico. Uma atuação empolgante, que gera um leve saudosismo…

O segundo gol foi de Klose. O terceiro saiu com Friedrich. Argentina nocauteada.

O último gol saiu novamente com Miroslav Klose, agora com 14 gols em Copas, a um do recorde absoluto de Ronaldo. E o atacante alemão tem mais dois jogos para isso. Fora o fato de que, também na ponta da artilharia, o jogador de 32 anos pode se tornar o primeiro a ser “bi-artilheiro” da Copa.

Tudo isso no contexto da terceira goleada alemã nesta Copa. Desta vez por 4 x 0.

“Futebol é um esporte com 22 homens correndo atrás da bola e que no final a Alemanha vence”.

Frase antológica do inglês Gary Liniker, artilheiro da Copa do Mundo de 1986.

Foto: Fifa

Cisplatina quer o penta

Capa do El Pais, do Uruguai (03-07-10). Celeste na semifinalO território do Uruguai tem apenas 62% da área do Rio Grande do Sul, que faz divisa com a ex-Cisplatina. A população do país vizinho, de 3,4 milhões de habitantes, é menor que a do Grande Recife, de 3,7 mi.

Um país curioso que está em um estágio bem avançado da Copa do Mundo de 2010.

Uruguai – O país poderia ter sido um estado brasileiro, devido ao capítulo dos nossos livros de história chamado de “Cisplatina” (veja AQUI). Obviamente, não é. É um dos países mais estabilizados politicamente do continente, o menos corrupto de toda a América Latina segundo estudos e com um padrão de vida elevado.

História – Campeão do mundo em 1930 e 1950. No primeiro, a honra de ter sido o primeiro anfitrião. No segundo, o ato como protagonista de uma das maiores vitórias do futebol em todos os tempos, o Maracanazo.

Tudo isso está gravado na era dos filmes em preto e branco. Mas passou e, infelizmente, o aguerrido país parou no tempo. Gerações inteiras sumiram dos gramados.

LoucuraApós tomar as ruas de Montevidéu pela vitória sobre Gana, o povo uruguaio já começa a sonhar com o pentacampeonato mundial. Repito: penta. A seleção é conhecida como Celeste Olímpica pelo sucesso antes mesmo da criação do Mundial, com as medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928 (vídeos abaixo).

Não por acaso, o escudo da Asociación Uruguya de Fútbol (AUF) tem quatro estrelas. Para eles, um tetra legítimo. Se o resto do mundo não pensa assim, azar o do mundo, costumam dizer os moradores da República Oriental do Uruguai.

El Pais – Confira a emocionate reportagem do principal periódico uruguaio sobre a heróica classificação celeste à semifinal do Mundial de 2010 AQUI.

Olimpíada de 1924, em Paris (estádio Colombes): Uruguai 3 x 0 Suíça:

Olimpíada de 1928, em Amsterdã (estádio Olympisch): Uruguai 2 x 1 Argentina:

Semifinal – Parte I

Um finalista do passado estará de volta ao ponto máximo da Copa do Mundo de 2010 no dia 11 de julho. Uruguai e Holanda, ambos com duas finais. Uruguaios bicampeões em 1930 e 1950 e holandeses vice-campeões em 1974 e 1978.

HolandaUruguaiUruguai x Holanda
Estádio Green Point
Cidade do Cabo, terça-feira (06/07), às 15h30

O primeiro confronto da semifinal do Mundial da África do Sul vai se repetir após 36 anos. Na Copa da Alemanha, em 1974, os dois times se enfrentaram na primeira fase da competição. A Holanda, que contava com a “Laranja Mecânica” de Johan Cruyff, venceu por 2 x 0, em Hanover (vídeo). O outro duelo na história das equipes foi em 1980, em Montevidéu, com vitória da Celeste também por 2 x 0.

Batalha do Soccer City

Copa do Mundo de 2010: Uruguai 1 x 1 Gana. Celeste avança nos pênaltis

Como não torcer por tanta garra em campo?

Quando você acha que já viu de tudo, eis que aparece um dos times mais raçudos do mundo. Como não se surpreender com o futebol?

Grande Uruguai, acompanhado do peso eterno dos dois títulos mundiais, esquecidos por muito tempo. Nunca por eles.

Foi um jogo inacreditável nesta sexta, em plena ressaca brasileira. A Celeste sofreu um gol nos descontos do primeiro tempo. No segundo, Diego Forlán devolveu o efeito da Jabulani no chute do ganês Muntari e empatou.

Depois disso, um festival de gols perdidos do Uruguai. Um atrás do outro. A rede cansou de ser balançada pelo lado de fora. Foram 90 minutos e prorrogação, com mais 30.

No último lance da partida, com 120 minutos de futebol muito brigado, o lance que já está desde já na histporia da Copa do Mundo.

Cobrança de falta para Gana, pela direita. Bola cruzada com muito perigo… E Suarez salvou em cima da linha! No rebote, o mesmo Suarez salva com as mãos. Foi expulso.

Suárez é atacante! Artilheiro do time com três gols, ao lado de Forlán. Na cobrança, Gyan acertou o travessão. Começava a história. Fim de jogo, 1 x 1.

Nos pênaltis, a vitória que sacudiu Montevidéu. Com direito a uma cobrança digna do apelido de Abreu, “El Loco”. Na Batalha do Soccer City,  o Uruguai quebrou um jejum de 40 anos longe da semifinal do Mundial. Agora, quer voltar à decisão, após 60 anos.

Foto: Fifa

Hexa, nos vemos em 2014

Copa do Mundo de 2010: Brasil 1 x 2 Holanda

Lutamos todos…

Perdemos todos.

O árbitro japonês Yuichi Nishimura levanta as mãos e acaba a partida. Ato sincronizado com as nossas mãos, levadas instantaneamente à cabeça.

Depois de ficar uns cinco minutos diante da televisão sem falar uma palavra, com um olhar perdido, sem foco algum e sem acreditar num resultado tão adverso, dei uma volta dentro de casa. A mão ainda na cabeça e o pensamento inevitável…

“De novo, porra…”

Só mesmo o futebol é capaz de mudar o país de uma forma rápida. Tão crua e tão verdadeira. E, acima do futebol, a Copa do Mundo é centro disso tudo.

Foram 45 minutos que mudaram a nossa história. A Seleção Brasileira mandou no primeiro tempo. Abrimos o placar com a nossa arma mortal, o contragolpe. Tivemos outras chances. Controlamos a bola!

O intervalo parecia apenas uma pausa no script de uma classificação segura.

Era uma partida contundente, com cara de decisão para um time acostumado a vencer.

Mas a segunda metade do jogo revelou também a outra metade da laranja, sem bagaço algum. O time holandês nos engoliu em campo, virando para 2 x 1 e chegando a 24 jogos de invencibilidade. Falhamos na defesa, justamente o nosso melhor setor.

Perdemos a cabeça. Ficamos nervosos. Reações normais. Não é a hora de condenar, de pisar ou de fazer o que, infelizmente, sabemos tão bem, que é desconstruir qualquer time após a derrota. Após mais uma derrota, no mesmo degrau de quatro anos atrás.

Perdemos. Eu, você, Dunga, Mick Jagger e até o Felipe Melo…

A Copa da África não será nossa. Ela pertence a todos os povos.

Hexa, nos aguarde. Até 2014. Aqui.

Foto: Fifa

Descascando a história

LaranjaPara muitos, o verdadeiro Mundial começa somente nas quartas de final, com a nata do futebol.

Uma fase marcada pelo equilíbrio, entre sucessos e fracassos. Como esquecer que há quatro anos o país parou para ver Roberto Carlos ajeitar a meia enquanto Zidane levantava a bola para Henry nos despachar?

Como não sonhar em ver o passo seguinte da Seleção desta vez? É a expectativa de ver o Brasil de novo no topo da Copa, formando a base vencedora para a geração que se prepara para receber a festa em 2014, até mesmo para evitar uma sobrecarga de pressão na próxima seleção. Fácil não será.

A história, reprisada inúmeras vezes nesse hiato de 48 horas da Copa do Mundo, mostra que brasileiros e holandeses sempre proporcionaram grandes jogos. A distância de títulos entre ambos separa a palavra “clássico” da leitura desta partida. Mas em nada muda o cenário que cerca o jogaço desta sexta, em Port Elizabeth.

A partir das 11h, o Brasil, bem vestido com o uniforme azul de seu primeiro título, em 1958, tentará repetir as alegrias de 1994 e 1998, quando a Seleção se desdobrou em campo contra a Holanda para seguir o sonho da nação.

Mas o lado de lá certamente está lembrando, com palavras repletas de consoantes coladas umas nas outras, o feito do timaço de Johan Cruyff em 1974, quando a Laranja Mecânica eliminou o então campeão do mundo. O desejo do adversário é um pouco mais simplório. Eles buscam um título inédito. Aqui, vale o hexa.

Leia a cobertura do Diario sobre a partida AQUI.