Mais uma terça cheia na agenda calendário da Série B, com dez partidas. A 6ª rodada do foi a última antes da paralisação para a Copa das Confederações, organizada pela primeira vez no Brasil. Único time invicto, a Chapecoense segue disparada.
Jogando em casa o Sport tinha a chance de continuar no G4. A derrota por 2 x 0 para o Bragantino, debaixo de outro toró na Ilha, afundou a classificação leonina. O time caiu do 3º para o 8º lugar na embolada disputa.
Recuperação? Só em julho…
A 7ª rodada do representante pernambucano
06/07 – Joinville x Sport (16h20)
Era uma chance para embalar, mas como parece ser a sina do Sport nas últimas temporadas, o arranque não aconteceu.
O Sport vinha de duas vitórias seguidas e jogaria contra o Bragantino, em casa.
A derrota para o Bragantino, na Ilha do Retiro, tirou o time rubro-negro da zona de classificação da segunda divisão nacional. O revés por 2 x 0 evitou a desejada tranquilidade durante a paralisação para a Copa das Confederações.
Na partida na noite desta terça-feira, abrindo a sexta rodada, cheia, o Leão começou pressionando, como na rodada passada, diante do Palmeiras. A chuva ainda não havia chegado. Tempo para mandar duas bolas no travessão, com Marcos Aurélio num chutaço de fora da área e Rithely numa cabeça.
Em sua primeira chance, o fechadinho Bragantino se aproveitou de uma saída equivocada de Magrão após cobrança de escanteio. No rebote, Carlinhos.
Veio a chuva e mais uma demonstração da pobreza do sistema de drenagem da Ilha, deixando poças d´água. Como no sábado, o futebol sumiu debaixo do toró.
O meia Lucas Lima caiu de produção, sem poder tocar a bola. Marcos Aurélio se esforçou, mas a bola parada não estava taão calibrada. E o fator Nunes na bola área dessa vez ficou no quase…
Para completar, quando o Sport tentou pressionar no segundo tempo, o único contragolpe do time paulista resultou em outro gol, aos doze minutos, com Magno Cruz. Estava decretada a terceira derrota e a queda na tabela.
A distribuição de ingressos para a Copa das Confederações revelou uma faceta da Fifa, com a localização disforme dos bilhetes, apesar dos valores.
Ingressos mais baratos em locais mais nobres para o público brasileiro, próximos ao campo, e entradas mais caras atrás do gol, no anel superior.
A direção da entidade disse “entender” a situação, mas que isso seria um reflexo da transição sobre os setores mais nobres no Brasil, com as novas arenas. Na explicação, o processo seria o mesmo no futebol europeu.
No mínimo, isso é uma meia verdade…
Acima, o gráfico com o sistema de vendas do Porto de Portugal para a temporada 2013/2014. Os preços consideram 18 jogos do clube, sendo 15 pela primeira divisão lusitana e 3 pela fase de grupos da Liga dos Campeões da Uefa.
O setor mais barato está… atrás do gol. Choca com o discurso da Fifa.
Abaixo, a setorização da Arena Pernambuco. Comparando com os valores do Porto, quais seriam os lugares mais nobres? Parece óbvio? Para a Fifa não.
Além da setorização, a comercialização de pacotes do Porto serve para ilustrar o futuro do futebol local, via Arena Pernambuco.
O esforço por um pacote gera um desconto a longo prazo. No caso mais barato, cada jogo sairia por 7,22 euros, ou R$ 19. A tendência é que o consórcio aplique esta ideia nos próximos anos em todos os locais.
A Copa das Confederações será monotemática no país neste mês. Ou pelo menos nas seis metrópoles indicadas para receber os jogos do torneio.
Decoração nas avenidas, seleções hospedadas em hotéis luxuosos, treinos nos campos dos clubes locais etc. Eis a hora para faturar em cima deste ciclo.
Com a venda de direitos de transmissão, ingressos, com preços bem acima dos valores praticados no futebol nacional, e, obviamente, produtos licenciados.
E não são poucos produtos. Mais de 1,5 mil foram fabricados por 34 empresas licenciadas. A loja oficial no Recife, para a Copa das Confederações, já está aberta, ocupando 50 metros quadrados no Aeroporto dos Guararapes.
Outros quiosques deverão ser montados na capital. Um deles já funciona no Shopping Recife, com camisas, brinquedos, bolas, fuleco etc. Tudo muito bem pensado desde o anúncio do Brasil como país-sede, em 2007.
Não por acaso o saldo líquido da Fifa no último Mundial foi de US$ 202 milhões, contra US$ 36 milhões no ano seguinte ao ciclo da Copa.
Saudades de ontem.
Foi um daqueles dias que começam antes de amanhecer. Bem antes.
Começa quando você deita na cama para dormir e não dorme.
Fecha os olhos e vê um videoclipe de cenas que só podem ser vistas com olhos fechados.
Chamam de imaginação. De sonho acordado. Alguns querem acreditar que são premonições.
Mas a gente sabe que é só nervosismo mesmo.
Saudades de ontem.
De um dia que amanheceu colorido.
Por apenas duas cores.
Nas camisas, nas bandeiras dos carros e apartamentos, nas capas dos jornais, nos varais dos ambulantes pelas esquinas da cidade.
Hoje é saudade.
Ontem foi agonia.
Um dia que não passava.
Olhava no relógio. 10h.
Olhava de novo. 10h.
Esperava séculos e olhava de novo. 10h01.
Mais tarde eu entenderia que aquele dia não poderia mesmo passar.
Afinal, era um dia eterno.
Era ontem.
E ainda é hoje.
É.
Vai ser.
Sempre será.
Saudades de ontem.
Do dia em que éramos um país independente.
Do dia em que fomos inimigos do nosso próprio país.
Uma Argentina. Um Paraguai.
Uma ilha.
Ou melhor, a Ilha.
Ilha que explodia em barulho.
Explosões de fogos e de peitos.
Enquanto pela TV, um narrador praticamente lamentava o nosso gol.
Saudades de ontem.
Do dia em que a nossa seleção nos encheu de orgulho.
A nossa verdadeira Seleção.
Que não tem os melhores jogadores do mundo.
Nem os melhores do país.
Mas que nunca joga sozinha.
É até covardia.
A nossa Seleção tem mais de 30 mil jogadores enfrentando times comuns.
Saudades de ontem.
A noite que terminou vermelha.
A noite em que fogos de artifício mudaram a cor do céu.
Por alguns minutos.
Para sempre.
Hoje é dia 11 de junho.
Hoje faz cinco anos do 11 de junho mais importante da história.
O dia que em que o Sport conquistou a Copa do Brasil.
Parece que foi ontem.
*Fred Figueiroa é editor de mídias sociais e colunista de esportes do Diario