O duelo entre Náutico e Sport tem tudo para ser um destaque na fase brasileira da Copa Sul-americana de 2013.
Caso a Federação Pernambucana na Futebol não tente melar a história…
No dia seguinte à classificação rubro-negra, tendo como consequência o Clássico dos Clássicos, a entidade se posicionou contrária ao jogo.
Sim, contrária. Basta ver a nota oficial sobre a posição da FPF.
A justificativa seria o fato de que “os dois times poderiam passar de fase”, em caso de chaves distintas. Ou poderiam cair logo de cara, óbvio.
Apesar do texto dúbio, a federação “jogou” a responsabilidade sobre a “possível alteração” para os clubes. No entanto, os diretores de Náutico (André Campos) e Sport (Marcos Amaral) garantem o jogo.
“O jogo da Sul-americana tem que ser Nautico e Sport. Com as duas torcidas juntas fazendo uma grande festa. E o Nautico vencendo.”
“Se fosse pra escolher um adversário, escolheria o Náutico, porque não precisaria viajar nessa fase e em agosto teremos 8 jogos”
Então, será que a FPF ficou encurralada em sua própria ideia? Péssima, aliás.
A entidade teria que mexer em todas as peças na mesa. Dos outros seis clubes do país na Sul-americana, cinco já confirmaram os duelos nos respectivos sites oficiais: Coritiba, Vitória, Bahia, Ponte Preta e Criciúma.
Haja política nos bastidores para impor tantas mudanças…
O projeto da arena do Sport deu mais um passo. A planta, com 62 tópicos contestados pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano do Recife (CDU), foi refeita. Os engenheiros a serviço do Leão gastaram dois meses no processo.
Nesta quinta houve uma audiência com o prefeito da capital, Geraldo Júlio, e João Braga, secretário de mobilidade urbana, com a entrega do projeto.
Os dois pontos que deram mais trabalho nas exigências do poder público sobre os 110 mil metros quadrados foram o sapotizeiro, que será removido de forma especial, e o canal ao lado da Ilha do Retiro, com a arena ficando mais distante.
Com tudo resolvido, agora é o caminho burocrático…
Confira o cronograma, com a expectativa rubro-negra sobre o projeto de R$ 750 milhões, incluindo uma arena de 45 mil lugares.
31 de julho – Encontro de Sport, Engevix (investidor) e Prefeitura do Recife.
Setembro – Análise do projeto no CDU, com a pauta a ser confirmada.
Outubro – Licença de construção.
Segundo Yuri Romão, o presidente da comissão da arena leonina, o contrato de cinco anos com a Arena Pernambuco só será assinado após a “licença de construção”, para evitar qualquer tipo de “reviravolta”.
O prefeito comentou: “Aprovação da arena do Sport está cada vez mais perto”.
O programa estatal do Todos com a Nota, com ingressos promocionais no futebol pernambucano, conta atualmente com 338.143 usuários cadastrados na região metropolitana. Todos eles portadores de cartões magnéticos.
A organização do Todos com a Nota informou ao blog os percentuais das três maiores torcidas do Recife na distribuição de todos os cartões solicitados até hoje. Os índices são praticamente os mesmos até hoje (veja aqui).
Sport – 48,63%
164.439 pessoas
Santa Cruz – 29,92%
101.172 pessoas
Náutico – 21,45%
72.532 pessoas
Este cenário é o reflexo geral das três maiores torcidas de Pernambuco?
Talvez, o mais correto seja dizer o óbvio, que este quadro mostra de forma direta uma camada da população local, de menor poder aquisitivo. Aquela que consome o futebol local via Todos com a Nota.
De toda forma, também serve como mais um índicio na velha discussão.
A Copa Sul-americana terá 47 clubes nesta temporada.
O São Paulo, atual campeão, irá estrear em 2013 apenas na terceira fase da competição, o equivalente às oitavas de final.
Os outros oito times brasileiros começarão a jornada na segunda fase do torneio, assim como os hermanos argentinos.
Os representantes dos demais países filiados à Conmebol irão abrir a fase preliminar. No gráfico oficial dos clubes inscritos, o Clássico dos Clássicos.
Sobre o duelo entre Náutico e Sport em solo internacional, clique aqui.
O campeão garante vaga em quatro torneios em 2014: Taça Libertadores, Recopa, Copa Suruga Bank e na própria Copa Sul-americana.
Ainda com registros em preto e branco na televisão. Presos na velha geração.
Suplantado por um sem número de taças dos grandes rivais.
Faltava mesmo um brilho intenso ao Atlético Mineiro, ávido para reafirmar o status de grande, de gigante do futebol nacional.
Veio, com todo o drama de um clube conhecido como Galo Doido.
Sobretudo, veio numa esfera maior, internacional, no sonho de consumo de todos os clubes do país, com a Taça Libertadores da América, inédita.
Um desempenho beirando a perfeição na primeira fase, com futebol de encher os olhos e a melhor campanha do torneio.
Também passou sem sustos pelo São Paulo. A partir daí, uma guinada, com a raça tomando conta da arrancada, suada, sofrida.
Foi assim contra Tijuana, Newell´s Old Boys e Olimpia que o Atlético transformou a campanha em uma das mais vibrantes na história do futebol brasileiro, que viu surgir o seu décimo campeão continental.
Na final, no velho palco, no novíssimo Mineirão. Triunfo nos pênaltis contra o copeiro time paraguaio, dono de uma senhora vantagem.
Eram dois gols, fato só revertido uma vez. Agora, duas. O Galo devolveu o 2 x 0 e viu como nos mata-matas anteriores Victor salvar nos pênaltis.
Mérito da azeitada máquina com Ronaldinho, Bernard e companhia.
Todos sob o comando do supersticioso Cuca, o azarado, o quase, o isso, o aquilo.. Agora, o campeão. E eterno para os atleticanos… Glorificado.
O primeiro grande clássico nordestino em um torneio internacional.
A centenária disputa pernambucana entre alvirrubros e rubro-negros terá o primeiro capítulo numa alçada além da fronteira nacional. Quis o destino que Náutico e Sport se enfrentassem logo na Copa Sul-americana de 2013.
O confronto é quase inacreditável. Em dezembro do ano passado, o Timbu derrotou o Leão por 1 x 0, definindo o rebaixamento do rival e confirmando de vez a vaga no segundo torneio mais importante da Conmebol.
Com a mudança na classificação dos oito clubes brasileiros ao torneio, numa confusa mistura proposta pela CBF envolvendo a Séries A e B, além da Copa do Brasil, o Sport acabou premiado com a última vaga.
Rebaixado no Brasileirão e precocemente eliminado na Copa do Brasil, o time da Ilha foi beneficiado por uma enorme combinação de resultados.
Nesta quarta, foi apoiado pelas classificações de Atlético-PR, Santos e Botafogo no mata-mata nacional, a última delas nos pênaltis.
Uma combinação daquelas onipresentes no futebol, um esporte fiel às ironias.
Náutico (Brasil 1) x Sport (Brasil 8), pela chave 4 da segunda fase.
As datas e horários ainda não foram confirmados pela confederação sul-americana, mas a ida será na Ilha do Retiro e volta na Arena Pernambuco.
Ambos irão estrear na Copa Sul-americana. Antes, passaram pela Libertadores, com Náutico em 1968 e Sport em 1988 e 2009.
O vencedor da chave será o O4 na tabela da terceira fase e enfrentará O13, com o ganhador dos grupos G1 x G10
G1 – Montevidéu Wanderers (Uruguai) x Libertad (Paraguai)
G10 – Mineros de Guayana (Venezuela) x Barcelona (Equador)